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BELO HORIZONTE
2017
MARCELA MICHELINI NORONHA
BELO HORIZONTE
2017
i
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por guiar meu caminho durante esta trajetória.
Aos meus pais, meus avós e meus irmãos, pelo apoio e pelo amor incondicional.
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
1.1. Pergunta de Pesquisa e Objetivos .................................................................... 8
1.1.1. Pergunta da Pesquisa ....................................................................................... 8
1.1.2. Objetivo Geral ................................................................................................... 9
1.1.3. Objetivos Específicos ........................................................................................ 9
1.2. Justificativa e Relevância .................................................................................. 9
1.3. Restrições e Limitações da Pesquisa............................................................. 10
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 11
2.1. Alvenaria Estrutural de Blocos Cerâmicos .................................................... 11
2.1.1. Modulação ....................................................................................................... 13
2.1.2. Geração de Resíduos...................................................................................... 14
2.2. Coordenação Modular...................................................................................... 16
2.2.1. Breve histórico ................................................................................................. 16
2.2.2. Conceitos e definições .................................................................................... 18
2.2.3. Projetos coordenados modularmente .............................................................. 22
2.2.4. Objetivos da coordenação modular ................................................................. 25
2.2.5. Abordagem atual ............................................................................................. 26
2.2.6. Possibilidades de ações para implementação da coordenação modular ........ 27
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 29
3.1. Enquadramento Metodológico ........................................................................ 29
3.2. Método............................................................................................................... 30
3.2.1. Etapas da pesquisa ......................................................................................... 30
3.2.2. Seleção das empresas .................................................................................... 30
3.2.3. Levantamento das dimensões de blocos cerâmicos estruturais disponíveis no
mercado de Minas Gerais ......................................................................................... 31
3.2.4. Realização de entrevista nas empresas fabricantes de blocos cerâmicos
estruturais.................................................................................................................. 31
3.2.5. Roteiro de coleta dos dados ............................................................................ 32
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................ 35
4.1. Estudo das dimensões de blocos cerâmicos estruturais disponíveis no
mercado de Minas Gerais ....................................................................................... 36
vii
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
a parte vazia dos blocos; d) Armaduras: barras de aço utilizadas para reforçar a
estrutura (RAMALHO; CORRÊA, 2003).
Figura 1 - Blocos cerâmicos estruturais. (a) Bloco com paredes vazadas; (b) Bloco com
paredes maciças e paredes internas maciças; (c) Blocos com paredes maciças e paredes
internas vazadas; (d) Bloco perfurado
(a) (b)
(c) (d)
execução das obras que adotam esse sistema construtivo. Suas principais
vantagens, de acordo com o Manual Técnico de Execução de Alvenaria Estrutural,
são: (a) redução de até 20% do custo total das obras habitacionais e comerciais; (b)
menor peso; (c) uniformidade de absorção e dimensões; (d) maior conforto térmico;
(e) eliminação de formas; (f) redução do volume de concreto e aço; (g) melhor
aproveitamento interno que as estruturas de concreto (inexistência de requadrações
de vigas e pilares); (h) espessuras mínimas de revestimento; (i) maior produtividade
da mão de obra; (j) redução de 83% da emissão de gases de efeito estufa quando
comparado com os blocos de concreto; (k) redução de 43% de recursos naturais não
renováveis em relação aos blocos de concreto; (l) redução de 84% do consumo de
água na execução, quando comparado com componentes de concreto (SOARES,
2014). Ramalho e Corrêa (2003) citam como pontos positivos desse sistema
construtivo a redução de gastos com materiais e mão de obra, além da flexibilidade
no ritmo de execução da obra.
2.1.1. Modulação
cidade de Belo Horizonte (MG), após realizar avaliação da tipologia dos RCC
entregues nas usinas de beneficiamento do município, Carmo et al. (2012)
concluíram que a maior parte dos rejeitos gerados na capital é de base cerâmica,
sendo responsável por 51% da contribuição.
A geração elevada dos RCC, somada à atuação desregrada por partes dos
agentes envolvidos, podem ocasionar diversos impactos ambientais devido ao
surgimento de áreas degradadas na forma de bota-foras clandestinos ou de
deposições irregulares. Os bota-foras clandestinos resultam da ação de empresas
que transportam resíduos de obras de maior porte e os descarregam de maneira
irregular em locais inadequados, sem licenciamento ambiental. Já as deposições
irregulares resultam, na maioria das vezes, de pequenas obras ou reformas,
realizadas por uma camada da população que não possui recursos financeiros
suficientes para contratação de agentes coletores formais (PINTO; GONZÁLEZ,
2005).
(a) (b)
Tauil e Nese (2010) definem projeto de alvenaria estrutural como “um esforço
temporário empreendido a partir da coleta de informações provenientes do cliente,
que serão interpretadas, analisadas, discutidas, conceituadas e enquadradas legal e
tecnicamente por uma equipe de profissionais, por uma equipe técnica, gerando um
resultado exclusivo para a criação de uma edificação em alvenaria estrutural".
Segundo os mesmo autores, o projeto é o desenho preciso de cada lâmina de
parede que sustentará a edificação, além de determinar os vãos de janelas e portas
e todas as demais interferências da obra.
cerâmicos foi considerada parcial, sendo que a principal dificuldade encontrada foi o
uso inadequado da largura nominal igual a 14 cm (ABDI, 2010).
Adotando uma visão mais ampla, Baldauf (2004) considera que deve ser
montada uma estratégia de implantação da coordenação modular com prazos
estipulados, esclarecendo explicitamente aos intervenientes da cadeia produtiva o
que deve ser feito e de que forma será feito, para que assim sejam de fato aplicados
os princípios da coordenação modular.
29
3. METODOLOGIA
Do ponto de vista da sua natureza, essa pesquisa pode ser classificada como
uma pesquisa aplicada, que segundo Kauark, Manhães e Medeiros (2010), tem
como objetivo gerar conhecimento para aplicação prática, voltada à solução de
problemas específicos.
3.2. Método
Como material auxiliar a ser utilizado nas entrevistas, além da norma NBR
15873:2010 – Coordenação modular para edificações impressa, foi levada também
uma cartilha informativa elaborada pela autora do presente trabalho (APÊNDICE C).
O material elaborado apresenta, de maneira simplificada e didática, conceitos e
informações baseadas na norma e na revisão bibliográfica do presente trabalho.
Essa cartilha, além de auxiliar na discussão durante a entrevista, foi cedida ao
entrevistado para que pudesse ser consultada posteriormente, caso houvesse
interesse.
blocos, para saber até que ponto a empresa é comprometida com o atendimento às
normas que tratam das dimensões dos blocos cerâmicos.
A última pergunta tem como objetivo saber quais medidas seriam mais
efetivas para estimular a empresa a aderir à norma de coordenação modular. Após a
resposta do entrevistado, eram apresentadas opções que foram elaboradas com
base na revisão bibliográfica feita para o presente trabalho. À medida que as opções
34
Das cinco empresas que compõem a amostra, três delas estão localizadas na
mesorregião metropolitana de Belo Horizonte, e as outras duas na mesorregião
norte do estado de Minas Gerais. Os dados das cerâmicas estão resumidos na
Tabela 3.
Tabela 4 - Dimensões nominais dos blocos estruturais fabricados pela empresa A (cm)
09 x 19 x 19 cm 09 x 19 x 39 cm
19 x 19 x 19 cm 19 x 19 x 39 cm
Tabela 5 - Dimensões nominais dos blocos estruturais fabricados pela empresa B (cm)
09 x 19 x 19 cm 09 x 19 x 39 cm
Tabela 6 - Dimensões nominais dos blocos estruturais fabricados pela empresa C (cm)
Tabela 7 - Dimensões nominais dos blocos estruturais fabricados pela empresa D (cm)
Tabela 8 - Dimensões nominais dos blocos estruturais fabricados pela empresa E (cm)
(ABDI, 2010). Entretanto, o que se nota é que a NBR 15270-2:2005 permite o uso de
sobmódulos M/2 e M/4 nas dimensões dos blocos cerâmicos estruturais (ABNT,
2005), o que entra em conflito com a norma de coordenação modular.
Dimensões de fabricação
Dimensões L x H x C
(cm)
Comprimento (C)
Módulo dimensional Largura Altura
Bloco Amarração Amarração
M = 10 cm (L) (H) ½ bloco
principal (L) (T)
(5/4)M x (5/4)M x (5/2)M 11,5 24 11,5 - 36,5
(5/4)M x (2)M x (5/2)M 11,5 24 11,5 - 36,5
(5/4)M x (2)M x (3)M 19 29 14 26,5 41,5
(5/4)M x (2)M x (4)M 39 19 31,5 51,5
(3/2)M x (2)M x (3)M 14 19 29 14 - 44
(3/2)M x (2)M x (4)M 39 19 34 54
(2)M x (2)M x (3)M 19 19 29 14 34 49
(2)M x (2)M x (4)M 39 19 - 59
Bloco L – bloco para amarração em paredes L.
Bloco T – bloco para amarração em paredes T.
Outra possível solução seria a inclusão da NBR 15873:2010 nos critérios para
obtenção da qualificação pelo PSQ-BC, visto que duas das empresas qualificadas
praticam parcialmente a coordenação modular, e uma delas não fabrica nenhum
componente de acordo com essa norma. Entretanto, para que essa solução fosse
adotada, deveria ser solucionado o conflito existente entre a norma de coordenação
modular e a NBR 15270-2:2005.
Tem/teve algum
Cargo ocupado na
Entrevistado Profissão cargo no
empresa
SINDICER-MG?
A Vendedor técnico Vendedor técnico Não
B Empresário Diretor Sim
C Engenheiro Civil Diretor Presidente Sim
Administrador de Sócio / Diretor
D Sim
empresa administrativo
E Engenheiro Civil Sócio Gerente Não
Respostas
Entrevistado
Mercado abrange outras regiões? Quais?
A Sim Raio de 150 km
B Sim Raio de 150 km
C Sim Raio de 200 km
Sul da Bahia e norte de
D Sim
Minas Gerais
E Sim Norte de Minas Gerais
Importante ressaltar que, nesse momento da entrevista, foi feita uma breve
discussão com os entrevistados a respeito dos conceitos básicos da NBR de
coordenação modular, com auxilio da norma impressa e de algumas partes da
cartilha previamente elaborada (APÊNDICE C), objetivando dar embasamento para
que pudessem responder às próximas perguntas.
devido à exigência de projeto. O que acontece, segundo eles, é uma procura cada
vez menor por blocos dessas dimensões, pois os blocos de espessura nominal de 9
cm não são mais aceitos pela Caixa Econômica Federal em obras financiadas, e
aqueles de 19 cm de largura nominal são considerados muito espessos pelos outros
agentes da cadeia produtiva.
eles, o principal fator que rege a escolha das medidas a serem fabricadas é a
procura pelos clientes. Dessa forma, se a procura por alguma medida é baixa (ou
nula), não há motivo para sua produção.
PERGUNTA Nº 11: Qual medida seria mais efetiva para estimular a empresa a
uma maior aderência à norma de coordenação modular?
Entrevistado
Opções A B C D E
1 Não Concorda Não Concorda Não
concorda concorda concorda
2 Concorda Concorda Concorda Concorda Concorda
3 Concorda Não Não Não Não
concorda concorda concorda concorda
4 Concorda Não Concorda Não Não
concorda concorda concorda
O entrevistado A foi o único que concordou que a opção 3 seria efetiva para
estimular a aderência à NBR 15873:2010, porém ele acredita que a inclusão da
norma como condicionante para manutenção – e não obtenção – da qualificação
seria mais eficaz. Segundo ele, as empresas que já são qualificadas e buscam
manter essa qualificação geralmente são mais preocupadas com a qualidade do
produto que oferecem.
53
Dos cinco entrevistados, três relataram nunca terem ouvido falar a respeito da
NBR 15873:2010. Cabe ressaltar que a norma é mencionada em uma publicação
elaborada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais
(Sinduscon – MG), que elenca as principais normas incidentes nas etapas de
produção de uma edificação (SINDUSCON-MG, 2015). Essa publicação está
disponível no website do Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção e
Olaria no Estado de Minas Gerais (Sindicer – MG), ao qual todas as empresas que
fizeram parte desse estudo são associadas – e no qual, inclusive, três dos
entrevistados assumem ou já assumiram algum cargo (ver Tabela 12). Há, então,
uma falta de engajamento com a atualização em relação às novas normas
relacionadas ao setor da construção civil.
Tauil e Nese (2010) propõem que, para blocos de largura nominal igual a 14
cm (medida modular igual a 3/2M), a combinação de peças de comprimentos
nominais de 14 cm, 29 cm e 44 cm (ou 3/2M, 3M e 5/2M) possibilitaria atender a
uma grande variedade de vãos modulares. Apesar de todas as empresas que
fizeram parte do presente estudo comercializarem blocos de largura nominal de 14
cm, apenas as empresas A, B e C produzem os três comprimentos indicados.
empresa perca mercado para a concorrência, a não ser que todas as empresas
passem a aderir, simultaneamente, à norma de coordenação modular.
5. CONCLUSÕES
6. REFERÊNCIAS
______. NBR 15873: Coordenação Modular para Edificações. Rio de Janeiro: ABNT,
2010a.
CHING, F. D. K. Arquitectura: forma, espacio y orden. 13. ed. México: GG, 2002.
61
GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
JONH, V. M.; PRADO, R. T. A. Selo Casa Azul: Boas práticas para habitação mais
sustentável. São Paulo: Páginas & Letras, 2010.
TAUIL, C. A.; NESE, F. J. M. Alvenaria Estrutural. 1. ed. São Paulo: Pini, 2010.
Data: / /
Empresa:
Localização:
( ) Sim ( ) Não
Data: / /
Nome do entrevistado:
Profissão:
Cargo na empresa:
Se sim, quais?
9) Qual(is) é(são) o(s) motivo(s) que leva(m) a empresa a não aderir (ou não
aderir totalmente) à Norma de Coordenação Modular atualmente?
10) Quais são os maiores empecilhos que a empresa encontraria para uma
maior aderência à Norma de Coordenação Modular?
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11) Qual medida seria mais efetiva para estimular a empresa a uma maior
aderência à Norma de Coordenação Modular?
Lado 1:
69
Lado 2: