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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

ENGENHARIA PRODUÇÃO

Rafaella Almeida Vieira

ANÁLISE NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL PARA CERTIFICAÇÃO DE

TINTAS SEGUNDO AS NORMAS DA ABNT UTILIZANDO A DECISÃO

MULTICRITÉRIO VIA SAPEVO-M

Rio de janeiro - RJ

2020
2

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA


ENGENHARIA PRODUÇÃO

Rafaella Almeida Vieira

ANÁLISE NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL PARA CERTIFICAÇÃO DE


TINTAS SEGUNDO AS NORMAS DA ABNT UTILIZANDO A DECISÃO
MULTICRITÉRIO VIA SAPEVO-M

Monografia de conclusão de curso


apresentada ao Curso de Engenharia
Produção da Universidade Veiga de
Almeida, como requisito parcial à
conclusão do curso.

Orientador: Fabricio da Costa Dias

Rio de Janeiro - RJ

2020
ii
3

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA


SISTEMA DE BIBLIOTECAS
Rua Ibituruna, 108 – Maracanã
20271-020 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2574-8888

FICHA CATALOGRÁFICA

V658 Vieira, Rafaella Almeida.


Análise no setor de construção civil para certificação de
tintas segundo as normas da ABNT utilizando a decisão
multicritério via sapevo-m / porRafaella Almeida Vieira. –
2020.
95 p.: il. color.; 30 cm.

Orientação: Prof. Fabricio da Costa Dias.


Monografia (Graduação) – Universidade Veiga de Almeida.
Graduação em Engenharia de Produção, Rio de Janeiro, 2020.

1. Engenharia de produção. 2. Certificação. 3.


Padronização. 4. Construção civil. 5. Tintas. I. Dias, Fabricio
da Costa (Orientador). II. Universidade Veiga deAlmeida.
Graduação em Engenharia de Produção. III. Título

658.5
BN

Elaborada por Flávia Fidelis Calmon – CRB-7/5309


4

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA


ENGENHARIA PRODUÇÃO

Rafaella Almeida Vieira

ANÁLISE NO SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL PARA CERTIFICAÇÃO DE

TINTAS SEGUNDO AS NORMAS DA ABNT UTILIZANDO A DECISÃO

MULTICRITÉRIO VIA SAPEVO-M

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Universidade Veiga de
Almeida como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia de Produção.

Aprovado em_____de________________de______.

____________________________________________
Fabricio da Costa Dias, D.Sc.
Universidade Veiga de Almeida (UVA)

____________________________________________
Antônio Carlos da Fonseca Sarquis, M.Sc.
Universidade Veiga de Almeida (UVA)

____________________________________________
Carlos Roberto Falcão de Albuquerque, D. Sc.
Universidade Veiga de Almeida (UVA)

____________________________________________
Marcos dos Santos, D.Sc.
Instituo Militar de Engenharia (IME)

Rio de Janeiro - RJ

2020
iv
5

DEDICATÓRIA

Aos meus amigos, professores e


familiares, que muito colaboraram
para sua realização.

v
6

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus por me possibilitar chegar ao final da graduação


do curso de Engenharia de Produção na Universidade Veiga de Almeida – UVA/RJ –
Campos Tijuca.

Assim como, aos meus amigos e namorado pela compreensão às altas horas de
estudo. E aos meus pais e familiares por me darem força, incentivo e apoio ao longo
desta jornada.

Agradeço também, aos meus professores por orientarem e auxiliarem o meu


aprendizado nestes cinco anos, com tanta dedicação e amor. E ao pessoal da ABNT
por sua paciência a me ajudar a pôr em prática o que me foi ensinado teoricamente
nas aulas de qualidade, além da receptividade e acolhimento.

vi
7

“Um quadro vivo da crueldade humana do homem para com o homem, uma impiedosa
condenação imposta por aqueles que, detendo em suas mãos poder imenso,

abandonam os fracos à capacidade dos fortes”.

Autor: Desconhecido

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8

RESUMO

No Brasil, o processo de certificação de produtos é realizado através de um


Organismo de Certificação de Produto (OCP) que emite o certificado de
conformidade ao final da etapa inicial de certificação, em que este garante o
reconhecimento da marca e a confiabilidade da qualidade do produto. Entretanto,
nas etapas deste processo, descritas na fundamentação teórica, não conformidades
podem vir a ser identificadas devido ao não cumprimento dos requisitos normativos,
o que pode resultar em retrabalho, aumento do custo de investimento e impactar o
desempenho do produto, dependendo da complexidade de implementação. O
objetivo deste trabalho é priorizar os requisitos normativos de um processo de
certificação e identificar onde as organizações devem colocar mais esforços para o
escopo de tintas no setor de construção civil através das não conformidades
inseridas no histórico sistêmico da empresa “Certification ABC”, no período de 2015
a 2019, de seus 16 clientes vigentes, de acordo com os requisitos das Normas e
Portarias INMETRO. Para desenvolver tal estudo, a metodologia usada é baseada
na investigação documental, pesquisa bibliográfica e dados coletados a partir do
estudo de campo. Primeiramente, através da utilização das ferramentas: Diagrama
de Pareto e Histograma, foi concluído que 86,48% das não conformidades são
resultantes do sistema de gestão da qualidade interno, regido pela ABNT NBR ISO
9001, ademais, seus principais capítulos são para o suporte, operação, avaliação do
produto e melhoria contínua, os quais foram avaliados a partir dos critérios de
complexidade, custo e tempo, através da ferramenta de multicritérios, SAPEVO-M. A
execução deste método, com o auxílio de dois técnicos da área, identificou que o
custo é o principal critério, já que possui mais peso para este escopo e os requisitos
de suporte ao processo produtivo (5,08) é mais relevante, frente aos demais, por ser
mais que o dobro do segundo colocado, de modo que a sequência de importância
consista na avaliação do desempenho do produto (2,05), na operação (1,99) e, por
fim, na melhoria contínua (1,82). A ordenação apresentada possibilita auxiliar a
empresa interessada em obter o certificado de conformidade e também as que já
possuem a fim de aperfeiçoar seus processos, visto que há uma contribuição para a
sociedade, tão logo que um Organismo de 3ª parte atesta que os produtos atendem
às normas técnicas, representando, assim, segurança para o consumidor, o que
permite uma concorrência leal entre os fabricantes e a possibilidade de entrada para
novos produtos no mercado, entre outros aspectos positivos.

Palavras-Chave:Certificação, Requisitos de Padronização, Não-


conformidade,Qualidade

viii
9

ABSTRACT

In Brazil, the product certification process is carried out through a Certifying


Organisation of Product (COP) that issues the certificate of conformity at the end of
the initial certification stage, where it ensures brand recognition and product quality
reliability. However, in the stages of this process, described in the theoretical basis,
non-conformities may be identified due to non-compliance with normative
requirements, which may result in rework, increased investment cost and impact on
product performance, depending on the complexity of implementation. The objective
of this work is to prioritize the normative requirements of a certification process and
identify where organizations should put more effort into the scope of paints in the civil
construction sector through the nonconformities inserted in the systemic history of the
company "Certification ABC", in the period from 2015 to 2019, of its 16 clients in
force, in accordance with the requirements of INMETRO Standards and Ordinances.
To develop such a study, the methodology used is based on document research,
bibliographic research and data collected from the field study. Firstly, through the use
of the tools: Pareto and Histogram Diagram, it was concluded that 86.48% of non-
conformities result from the internal quality management system, governed by ABNT
NBR ISO 9001. Furthermore, its main chapters are for support, operation, product
evaluation and continuous improvement, which were evaluated from the criteria of
complexity, cost and time, through the multicriteria tool, SAPEVO-M. The execution
of this method, with the help of two technicians in the area, identified that cost is the
main criterion, since it has more weight for this scope and the requirements to
support the production process (5.08) is more relevant, compared to the others,
because it is more than double the second place, so that the sequence of importance
consists of the evaluation of product performance (2.05), operation (1.99) and, finally,
continuous improvement (1.82). The order presented makes it possible to assist the
company interested in obtaining the certificate of conformity and also those that
already have it in order to improve their processes, since there is a contribution to
society, as soon as a 3rd party body certifies that the products meet the technical
standards, thus representing safety for the consumer, which allows a fair competition
between manufacturers and the possibility of entering the market for new products,
among other positive aspects.

Key-words:Certification, Standardisation requirements, Non-conformance, Quality


10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Produção Nacional de Tintas ................................................................... 24


Figura 2 – Fluxograma de Tratamento de Dados ...................................................... 31
Figura 3 – Busca CAPES .......................................................................................... 36
Figura 4 - Modelo de apresentação dos tamanhos de amostra requeridos para os
ensaios iniciais ......................................................................................... 49
Figura 5 - Fluxograma do processo produtivo. .......................................................... 54
Figura 6 – Representação esquemática de elementos de um processo ................... 57
Figura 7 – Representação da estrutura da Norma ISO 9001:2015 no ciclo PDCA ... 58
Figura 8 - Histórico dos Certificados Válidos ............................................................. 60
Figura 9 – Escala de Critérios ................................................................................... 63
Figura 10 - Segmentos em que o setor se divide ...................................................... 66
Figura 11 - Segmentos em que o setor se divide ...................................................... 66
Figura 12 - Volume de Tintas .................................................................................... 67
Figura 13 – Processos de Acreditação ...................................................................... 67
Figura 14 – Tela inicial para Cadastrar Projeto ......................................................... 72
Figura 15 – Cadastro dos decisores .......................................................................... 72
Figura 16 – Finalizar cadastro dos decisores ............................................................ 73
Figura 17 – Cadastro das Alternativas ...................................................................... 73
Figura 18 – Cadastro dos Critérios............................................................................ 74
Figura 19 – Correção Hipotética................................................................................ 74
Figura 20 – Avaliação de Peso (Decisor 1) ............................................................... 75
Figura 21 – Avaliação de Peso (Decisor 2) ............................................................... 75
Figura 22 – Avaliação dos Critérios (Decisor 1) ........................................................ 77
Figura 23 – Avaliação dos Critérios (Decisor 2) ........................................................ 78
Figura 24 - Tela HTML com a comparação de alternativa dentro de critério ............. 79

x
11

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Não conformidades de 2015 a 2019 ....................................................... 21


Gráfico 2 – ISO 9001/2015 – Requisitos. .................................................................. 21
Gráfico 3 – Portarias INMETRO. ............................................................................... 22
Gráfico 4 – Normas ABNT. ........................................................................................ 22
Gráfico 5 – Peródicos CAPES ................................................................................... 37
Gráfico 6 – Ranking dos autores ............................................................................... 38
Gráfico 7 – Divisão por Tópicos ................................................................................ 38

xi
12

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Ciclo de um Processo de Certificação..................................................... 44


Quadro 2 - Requisitos mínimos de verificação do SGQ para fabricantes ou
prestadores de serviços com certificação válida na Norma ISO 9001 ou
Norma ABNT NBR ISO 9001 ................................................................... 47
Quadro 3 - Requisitos mínimos de verificação do SGQ para fabricantes e
prestadores de serviço sem certificação na Norma ISO 9001 ou Norma
ABNT NBR ISO 9001 ............................................................................... 48
Quadro 4 – Quadro e dados para construção do Gráfico de Pareto ......................... 68
Quadro 5 – Gráfico de Pareto ................................................................................... 68
Quadro 6 – Histograma ............................................................................................. 69

xii
13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Ensaios para avaliação da conformidade de tintas látex .......................... 41


Tabela 2 - Ensaios para avaliação da conformidade de esmaltes brilhantes diluíveis
em solvente .............................................................................................. 42
Tabela 3 - Ensaios para avaliação da conformidade de vernizes brilhantes diluíveis
em solvente .............................................................................................. 42
Tabela 4 - Ensaios para avaliação da conformidade de massas niveladoras ........... 43
Tabela 5 – Determinação do Peso ............................................................................ 79
Tabela 6 – Resultado das Avaliações ....................................................................... 80

xiii
14

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRAFATI - Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas
AMD - Métodos de Apoio Multicritério à Decisão
ARTESP - Associação dos Revendedores de Tintas
CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
FNQ - Fundação Nacional da Qualidade
IME - Instituto Militar de Engenharia
INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
INP - Instituto Nacional de Pesquisa
ISO - International Organization for Standardization
MPE - Micro e Pequena Empresa
NBR - Normas Técnicas Brasileiras
OC - Organismo de Certificação
OCP - Organismo de Certificação de Produto
OCS - Organismo de Certificação de Sistemas
PBQP - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade
PIB - Produto Interno Bruto
PO - Pesquisa Operacional
PSQ - Programa Setorial da Qualidade de Tintas Imobiliárias
RAC - Requisitos de Avaliação da Conformidade
RGCP - Requisitos Gerais de Certificação de Produtos
SAICM - Abordagem Estratégica Internacional para a Gestão das Substâncias
Químicas
SAPEVO - Simple Aggregation of Preferences Expressed by Ordinal Vectors
SAPEVO-M - Simple Aggregation of Preferences Expressed by Ordinal Vectors –
Multi Decision Makers
SBAC - Sociedade Brasileira de Análises Clínicas
SBC - Sistema Brasileiro de Certificação
SEBRAE-SP - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo
SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

xv
15

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO.................................................................................. 17

1.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................ 17


1.2 PROBLEMA ............................................................................................................... 19
1.3 OBJETIVO ................................................................................................................. 23
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 23
1.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 24
1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 24
1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................................... 26
1.6 METODOLOGIA......................................................................................................... 27
1.6.1 Quanto aos fins ............................................................................................... 27
1.6.2 Quanto aos meios ........................................................................................... 28
1.6.3 Universo e amostra ......................................................................................... 29
1.6.4 Seleção dos Sujeitos ....................................................................................... 29
1.6.5 Coleta e Tratamento dos dados ...................................................................... 29
1.6.6 Limitação do Método ....................................................................................... 32
1.7 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 32
1.8 BIBLIOMETRIA .......................................................................................................... 36
1.9 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................... 39

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................... 40

2.1 PORTARIA INMETRO Nº 248/2015: .......................................................................... 40


2.2 PORTARIA INMETRO Nº 529/2015 - RAC:................................................................ 40
2.2.1 Família de tintas: ............................................................................................. 43
2.2.2 Modelo de tinta: ............................................................................................... 43
2.3 PORTARIA INMETRO Nº 118/2015 - RGCP: ............................................................. 44
2.3.1 Definição do(s) Modelo(s) de Certificação utilizado(s): .................................... 45
2.3.2 Avaliação Inicial: .............................................................................................. 45
2.3.3 Avaliação de Manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade e Avaliação do
Processo Produtivo; ................................................................................................. 51
2.3.4 Avaliação de Recertificação; ........................................................................... 52
2.4 CERTIFICADO DE CONFORMIDADE; ...................................................................... 52
2.5 PROCESSO PRODUTIVO/PRODUTIVIDADE ........................................................... 53
2.6 NORMAS DE ENSAIO ............................................................................................... 54

xvi
16

2.7 ABNT NBR ISO 9001/2015 ........................................................................................ 55


2.8 DIAGRAMA DE PARETO ........................................................................................... 60
2.9 HISTOGRAMA ........................................................................................................... 61
2.10 SAPEVO-M .............................................................................................................. 61

CAPÍTULO 3 – ESTUDO DE CASO ......................................................................... 65

3.1 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 65


3.2 ANÁLISE DAS CAUSAS ............................................................................................ 68
3.3 HISTOGRAMA ........................................................................................................... 69
3.4 SAPEVO-M ................................................................................................................ 70
3.4.1 Critérios Avaliados .......................................................................................... 70
3.4.2 Alternativas ..................................................................................................... 70
3.4.3 Aplicação do Método ....................................................................................... 71
3.4.4 Resultado ........................................................................................................ 80

CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES ................................................................................ 82

4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ 82


4.2 PROPOSTA PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................ 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 85

ANEXO I – PORTARIA INMETRO Nº248/2015 ........................................................ 91

xvii
17

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

1.1 - CONTEXTUALIZAÇÃO

Com o avanço tecnológico após a Revolução Industrial e a produção em


massa no séc. XX, o âmbito empresarial sofreu consideradas modificações por conta
da competitividade, propiciando mudanças no ambiente de trabalho, onde partes
destas organizações empregam uma “[...] produção flexível, globalizada e mais
adequada à demanda do mercado”. (CELERINO E PERREIRA, 2008, p.66 apud
SILVA et. al, 2009, p.65)
Segundo Toledo (2017, p. VII), no início da década de 1990, através de
pesquisas realizadas pelo Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade
(PBQP), no setor privado, “estimou‐se que o país perdia cerca de 10% do Produto
Interno Bruto (PIB)”devido à falta de qualidade de produtos e processos, por
exemplo,“custos com refugos, retrabalhos, produtos substituídos durante o período
de garantia, devolução de lotes distribuídos no mercado local ou internacional etc.”.
Pois cada país possui a sua forma para reconhecer e validar as avaliações de
conformidade dos sistemas de gestão, dos produtos e serviços. A certificação é
realizada através de um Organismo de Certificação (OC), no qual este poder é
concedido, avaliado e controlado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (INMETRO), no Brasil, que garante o reconhecimento e a confiabilidade
do certificado. Porém, como não há apenas compulsoriedade nos processos,
atualmente, as organizações podem adaptar os meios de forma que comprometam a
seqüência de certificação de sua empresa. Dificultando a emissão do selo de
conformidade, que representa uma vantagem competitiva. (DIAS, 2011)
De acordo com Camargo (2018), as organizações precisam ter um
desempenho melhor do que os seus concorrentes, necessitando de um modelo de
gerenciamento que auxilie na tomada de decisão. A partir deste, este estudo utilizou
duas ferramentas de qualidade e uma de pesquisa operacional como auxilio.
As duas ferramentas da qualidade executadas neste estudo foram: o
Diagrama de Pareto e o Histograma. Este primeiro é utilizado para selecionar
diversos fatores ou itens, de acordo com os critérios e a ordem de importância. Onde
estabelece uma relação de 20/80, desenvolvido por Joseph Juran a partir de
18

análises e estudos realizados pelo economista italiano Vilfredo Pareto e pelo


americano Max Otto Lorenz. Já, o Histograma é um gráfico que ilustra a distribuição
de dados coletados e registrados em determinado período de tempo. Estes são
denominados de amostras e são coletados de um processo que se queira obter e
analisar o comportamento dos mesmos. Permitindo, juntamente com gráficos de
controle, a realização de análises do processo. (SELEME, 2012)
A Pesquisa Operacional (PO) é “uma ferramenta matemática que auxilia no
processo de tomadas de decisão em situações reais, utilizando modelos
matemáticos estruturados em fases”. Onde esta, pode„ resolver problemas reais; “a
tomar decisões com base em dados e correlações quantitativos; „ conceber, planejar
e operar sistemas usando tecnologia e métodos de outras esferas do conhecimento;
„ diminuir os custos e aumentar o lucro; e encontrar a solução ótima”. No qual, os
problemas podem ser determinísticos, estocásticos ou combinatórios, relacionados à
teoria da decisão, a métodos computacionais aplicados à programação matemática,
entre outros. “A PO é aplicada a problemas oriundos de atividades que
compreendem a condução e a coordenação das operações de organizações nas
mais variadas áreas.”. (RODRIGUES, 2016, p. 16 e 17)
Como há múltiplos critérios envolvidos, será utilizada a ferramenta de
pesquisa operacional do método SAPEVO-M, no qual, este nos auxilia diversos
pontos de vista e problemas que envolvem diferentes variáveis, assim como,
apoiarem à tomada de decisão dos agentes decisores assegurando, avaliando,
ordenando ou selecionando as diversas alternativas. Executada através do sistema
computacional do Simple Aggregation of Preferences Expressed by Ordinal Vectors
– MultiDecision Makers (SAPEVO-M) que permite a avaliação a partir de múltiplos
critérios e decisores, além de introduzir um processo de normalização das matrizes
de avaliação, incrementando a consistência do modelo. Porém, este foi desenvolvido
a partir do método ordinal original SAPEVO (GOMES, 1997) que possibilitava a
avaliação a partir de um único decisor. (TEIXEIRA, 2019).
De acordo com Rodrigues (2016, p. VII e VIII), a qualidade pode ser
entendida a partir da “propriedade, atributo ou condição das coisas ou das pessoas
capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza”. Onde, esta é
identificada por meio de uma ou mais características das coisas ou pessoas. Já a
qualidade voltada para a fabricação de produto pode assumir diferentes significados
para os indivíduos e situações, por exemplo, consumidor, produtor, associação de
19

classe,entidade governamental, etc. Assim como, para as áreas funcionais de uma


empresa: Marketing, Desenvolvimento de Produto, Engenharia de Processos,
Suprimentos, Fabricação ou Assistência Técnica.
Porém, para o ponto de vista comercial, é relacionada ao desempenho do
produto, ou seja, à satisfação do cliente com o produto. Nesse sentido, um produto
deve ter “qualidade igual ou superior a seus concorrentes”, Assim como, a qualidade
relacionada à ausência de deficiências. Estas que ficam no âmbito da empresa e
geram apenas custos mais altos, mas caso cheguem ao cliente geram insatisfação,
e conseqüentemente, podem comprometer vendas futuras. (JURAN, 1992)
O estudo em questão tem como foco a priorização dos requisitos normativos
que possuem mais histórico de não conformidades geradas durante o processo de
certificação no escopo de Tintas para Construção Civil. Pois a marca da
conformidade não é ação isolada e pontual, a mesma é um processo que começa
com a conscientização da necessidade da qualidade, por que é uma marca de
vantagem competitiva, e conseqüente permanência no mercado. Através da
implementação das normas técnicas e Portarias INMETRO por todos os setores da
empresa, abrangendo seus aspectos operacionais internos e o relacionamento com
a sociedade e o ambiente. (ABNT, 2020)
Contudo, a presente Monografia tem como objeto o estudo do que origina não
conformidades no processo de certificação, através do levantamento de dados de
uma das principais empresas certificadoras do país, a “Certification ABC”, através de
seus dezesseis processos internos. Onde, serão ordenados os principais requisitos
normativos a fim de obter à priorização a serem implementadas nas empresas para
o aumento da produtividade, da redução dos custos e da satisfação dos clientes,
através das Portarias INMETRO e NBR’s, a partir da complexidade, do tempo e
custo de suas aplicabilidades.

1.2 PROBLEMA

A normalização brasileira teve seu início nas primeiras décadas do século XX,
com a chegada do professor Wilhelm Fischer para dirigir o Gabinete e acompanhar a
instalação de seus equipamentos do Instituto Nacional de Pesquisa (INP). Assim
como, o uso crescente do concreto armado deu à criação, em 1926, do Gabinete de
20

Ensaio de Materiais da Escola Politécnica de São Paulo. Já em abril de 1939, houve


a criação da ideia de uma entidade permanente de normalização. Porém, somente
em 28 de setembro de 1940, durante a sessão solene inaugural da 3ª Reunião foi
estabelecido o modelo final, presidida pelo professor Ernesto Lopes da Fonseca
Costa, sendo então fundada a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
(DIAS, 2011)
A empresa “Certification ABC” é considerada uma empresa de pequeno porte,
que possui uma equipe de colaboradores, técnicos e analistas capacitados,
diversificados e treinados em suas competências e nas normas da ABNT, pois os
processos de certificação necessitam seguir à risca as Portarias e seus
procedimentos internos cadastrados e vinculados ao sistema INMETRO, sendo
compulsórios ou voluntários, ou seja, quando são acreditados. Contudo, estes
produtos devem ser entregues aos clientes cumprindo a qualidade especificada nas
Portarias INMETRO Nº 529/2015 e118/2015 das Normas citadas nestas e ao
procedimento especifico interno de seu escopo (INMETRO, Nº529: 2015).
Atualmente, o Certificado de Registro de Empresa é o documento que atesta
a conformidade dos sistemas de qualidade ou ambiental de uma empresa aos
requisitos das normas, pois as organizações certificadas precisam adaptar e
melhorar seus sistemas de gestão para incluir os novos requisitos que proporciona
oportunidades de melhoria contínua e consideráveis. (Dias, 2011)
Entretanto, em grande parte, os desafios da certificação estão associados e
vinculados à gestão da qualidade de seus processos de acordo com a aplicabilidade
da ABNT NBR ISO 9001/2015 e aos requisitos e tolerância dos resultados
laboratoriais de seus produtos conforme as Tabelas 1, 2 3 e 4, deste estudo,
referentes aos ensaios para avaliação da conformidade de tintas látex, esmaltes
brilhantes diluíveis em solvente, vernizes diluíveis em solvente e massas
niveladoras, respectivamente – Modelo de Certificação 5 da portaria INMETRO
529/2015 como definido na Portaria INMETRO, Nº118:2015.
O escopo de tintas para construção civil não é compulsório, ou seja, o cliente
não necessita de um certificado de conformidade para comercializar seu produto em
território nacional, mesmo que este represente uma vantagem competitiva no
mercado.
Assim como, o gráfico 1 mostra os principais itens que deram origem as não
conformidades, conforme a seguir:
21

Gráfico 1 – Não conformidades de 2015 a 2019

ISO 9001/2015 Portaria INMETRO Normas ABNT


19%
10%

71%

Fonte: Autora (2019)

Porter, M. (2004) afirma que o desenvolvimento de uma estratégia competitiva


é um desenvolvimento de uma fórmula geral para que a empresa alinhe sua posição
competitiva e não só para atingir os planos da empresa, mas também atender
melhor seus clientes. Ou seja, a certificação voluntária trata-se de uma estratégia, e
ainda Dias (2001) complementa:

Obter a certificação de conformidade – a garantia de que um produto


obedece às especificações legais - é um processo caro, e a
obediência às normas voluntárias é condição necessária para o
sucesso das vendas externas. (MASKUS e WILSON, 2001 apud
DIAS, 2001, p. 84).

Os gráficos 2, 3 e 4 expressam os itens específicos identificados a partir dos


requisitos normativos, a partir do levantamento de dados do gráfico 1, conforme a
seguir:

Gráfico 2 – ISO 9001/2015 – Requisitos.

4.2.3 4.2.4
5.6 6.2.2
2% 2% 4% 7% 7%
6.3 7.2 4% 2% 2%
4% 2% 2%
7.4.1 7.1.5 4% 4%
7.5.2 7.5.3 4% 4%
7.5.4 7.5.5 13%
9%
7.6 8.2.2
8.3 8.4 7%
8.5.1 8.5.2 2%
8.5.4 8.7 2% 2% 2% 2%
2%
9.1.3 9.2.2
9.3 10.2

Fonte: Autora (2019)


22

Gráfico 3 – Portarias INMETRO.

33% 0%

50%
17%

0% 529 658 118

Fonte: Autora (2019)

Gráfico 4 – Normas ABNT.

26% 25%

24% 25%
15079 15348 14514 16211

Fonte: Autora (2019)

A discriminação dos itens da legenda dos Gráficos 2, 3 e 4 se encontram


neste estudo, no Capítulo 2, referente à fundamentação teórica.
Após o período de experiência da autora na empresa de certificação,
pesquisas em livros e artigos, e documentos utilizados na rotina da “Certification
ABC”, foi possível identificar a existência de diversas deficiências resultantes da
gestão ruim da qualidade, a necessidade de aprimorar os processos, deficiência na
dedicação do cumprimento dos requisitos normativos, falta de comunicação entre os
membros da equipe das empresas contratantes, etc. O pensamento que o custo é
mais importante do que a qualidade está enraizado na cultura destas empresas.
Acredita-se que os colaboradores estão fazendo suas tarefas, e ainda sim a
empresa tem lucratividade.
Então, é possível priorizar os requisitos normativos da qualidade em um
processo de certificação e identificar onde as organizações devem colocar mais
esforços para o escopo de tintas no setor de construção civil?
Por meio deste questionamento, este trabalho pretende ranquear os
requisitos normativos que possuem um histórico maior de não conformidades dentro
23

do período de cincos anos estudado a partir da busca no histórico sistêmico da


empresa “Certification ABC”. Através do resultado da ferramenta SAPEVO-M, será
possível a redução do número de não conformidades, atraso, ou aumento do custo
no processo de certificação, podendo ser nas etapas de certificação, manutenção ou
recertificação. Estas etapas devem estar, obrigatoriamente, de acordo com as
especificações preestabelecidas, de modo a propor que a empresa alcance
melhores resultados em seus produtos e processos, oferecendo um serviço de
qualidade para seus clientes, e assim, agregando valor a sua marca.
O propósito deste trabalho é contribuir para o melhor desenvolvimento de
seus clientes, pois através de dados da empresa “Certification ABC”, gráficos,
fluxogramas, planilhas e será possível visualizar o desempenho de seus clientes,
pois investiga os déficits em seus processos de certificação, a fim de aumentar as
probabilidades dos produtos sejam bem-sucedidos, impactando diretamente na
satisfação dos clientes.

1.3 OBJETIVO

Segundo o dicionário Aurélio, objetivo significa “um fim a atingir, uma meta de
pesquisa, propósito de pesquisa”, isto é, a finalidade de um trabalho de pesquisa,
que indica o que o pesquisador vai desenvolver. Para Marconi & Lakatos (2002,
p.24) “toda pesquisa deve ter um objetivo determinado para saber o que se vai
procurar e o que se pretende alcançar.”. Sendo assim, esclarecer “o que” o
pesquisador pretende desenvolver, desde os caminhos teóricos até os resultados a
serem alcançados.

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo deste estudo é demonstrar a priorização, através da ordenação,


dos requisitos normativos da norma ABNT NBR ISO 9001:2015 para alcance da
certificação do escopo de Tintas para Construção Civil.
24

1.3.2 Objetivos Específicos

• Elaborar dados e estudo a fim de quantificar as não conformidades geradas e


suas principais causas;
• Descrever o processo de certificação através da fundamentação teórica;
• Utilizar as ferramentas de Diagrama de Pareto, Histograma para quantificar e
correlacionar às causas das não conformidades a partir das Portarias INMETRO e
NBR’s;
• Usar o método SAPEVO-M para ordenar e atribuir peso á aplicação dos
requisitos normativos em hierarquia de prioridade.

1.4 JUSTIFICATIVA

Segundo o site da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas


(ABRAFATI), em 2019 o setor cresceu 1,4% em relação a 2018. E também
especificam qual foi o volume produzido em litros nestes anos, conforme ilustrado na
Figura 1 abaixo:

Figura 1 – Produção Nacional de Tintas

Fonte: ABRAFATI (2020)


25

Este estudo objetiva reforçar a idéia de que as empresas devem priorizar a


antecipação da qualidade de seu produto através da certificação, pois assegura a
conformidade aos seus clientes. Já que 85% das empresas necessitam ter
conhecimento da visão do seu negócio e 72% precisam definir um plano de ações
para atingir objetivos e metas para não ir à falência nos cinco primeiros anos.
Todavia, essas tarefas diferenciam os empreendedores de sucesso. (SEBRAE,
2014)
O sucesso de uma empresa é o que a mantém entre seus concorrentes,
dependendo de como ela acompanha e inova seus processos internos conforme a
atualização das normativas e como esta alcança seus atuais e futuros clientes em
um mercado altamente competitivo. Com isso, os responsáveis/fornecedores devem
permanecer vigentes e são forçados a fazer mudanças em seus planejamentos de
maneira que as tomadas de decisões sejam rápidas e não se tornem obsoletas.
Tendo em vista a relevância do assunto, esse trabalho busca auxiliar as
empresas atuais e as futuras que busquem a certificação voluntária para o produto
de tintas para construção civil, onde os mesmos possuam diretamente pontuados
em seu plano de ação os itens de maior prioridade na implementação do sistema de
gestão da qualidade para evitar atrasos e retrabalhos em suas etapas, e assim
estruturar estratégias para que alcancem o cumprimento de todos os requisitos
normativos. Além da valorização da marca da empresa, maior eficácia do Marketing
diferenciação do produto no mercado, aumento da produtividade, maior controle da
administração e motivação dos funcionários, etc.
Para a sociedade assegura a qualidade de seus produtos aos clientes, já que
a definição da avaliação da conformidade (etapa da certificação) por si só é “informar
e proteger o consumidor, em particular quanto à saúde, segurança e meio ambiente;
propiciar a concorrência justa; estimular a melhoria contínua da qualidade; facilitar o
comércio internacional e fortalecer o mercado interno.”, conforme o INMETRO
(2020) define. Assim como, é uma garantia por um Organismo de 3ª parte que os
produtos atendem às normas técnicas, concorrência leal entre os fabricantes,
entrada de novos produtos no mercado, etc.
Este trabalho consiste na elaboração de um diagnóstico sobre a empresa
“Certification ABC” para destacar as etapas mais críticas do processo de
certificação, e aplicar as ferramentas de qualidade e de pesquisa operacional,
utilizando o Diagrama de Pareto, Histograma e SAPEVO-M.
26

A disponibilização online desta última ferramenta em uma plataforma, na


comunidade científica e acadêmica, possibilita o auxilio na resolução de problemas
complexos com múltiplos critérios e decisores, baseados no bem comum e no
compartilhamento de métodos, dados, informação e infra-estrutura tecnológica ou
metodológica. No qual, a aplicação dela neste estudo possibilita a difusão de um
novo método ordinal para a comunidade acadêmica.
A importância deste trabalho não é apenas fazer um relatório com descrição
dos dados coletados do sistema, mas trata-se de desenvolver um caráter
interpretativo em relação aos dados obtidos. Através da utilização de ferramentas
chaves e decisórias para auxiliar a tomada de decisão da gerencia afim de obter a
hierarquia dos fatores que evitarão prejuízos a curto, médio e longo prazo aos
clientes da “Certification ABC”, gerando satisfação e fidelização de seus próprios
clientes. De modo que seus serviços prestados sejam de qualidade de acordo com o
seu produto e seu processo evitando reformulação, retrabalho e repetição de custos
com novos ensaios de amostras de contraprova e testemunha, impulsionando seu
lucro.
Este trabalho realiza o levantamento quantitativo das não-conformidades
referentes às 16 (dezesseis) empresas atualmente certificada pela “Certification
ABC” do ano de 2005 a 2019. Considerando que segundo a Portaria Inmetro Nº
529/2015, a manutenção da certificação é anual e a coleta de amostras para
conformidade do produto é semestral.
Sabendo do desafio desta pesquisa, a autora busca aprimorar os
conhecimentos adquiridos aumentado seus conhecimentos em relação aos
processos de certificação para produtos de construção civil e na aplicação da
ferramenta SAPEVO-M, aspirando à continuidade da realização pessoal e
profissional, levando-a a aprofundar em estudos e pesquisas para que possa
contribuir para a os possíveis clientes que busquem certificar os seus produtos,
resultando para melhorar continuamente projetos e processos.

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O estudo em questão se restringe a analisar dados dos processos interno da


empresa denominada “Certification ‘ABC’”, do departamento de certificação
27

brasileira. Que utilizará as ferramentas de Diagrama de Pareto, Histograma e


SAPEVO-M, visando apenas a certificação de modelo 5 da Portaria INMETRO de Nº
529/2015.
Não será abordado sobre os demais departamentos como: jurídico, financeiro,
RH, etc. A realização deste projeto serve como objeto de estudo e espera-se
contribuir como modelo de reformulação e desempenho das atuais e futuras
empresas que optem por ter a certificação no escopo de fabricação de Tintas para
Construção Civil.

1.6 METODOLOGIA

A metodologia é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com


maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo traçando o caminho a ser
seguido, detectando erros e auxiliando as decisões (MARCONI& LAKATOS, 2003).
Este presente estudo tem caráter descritivo, explicativo e aplicado, através da
investigação documental, pesquisa bibliográfica, e pesquisa de campo através dos
dados coletados das não conformidades geradas no processo sistêmico de
certificação interno da empresa “Certification ABC”. De modo que este levantamento
possa identificar e expressar claramente quais são os requisitos que as empresas
mais pecam.

1.6.1 Quanto aos fins

De acordo com Vergara (2016), a natureza da metodologia quanto aos fins


utilizada é definida como:
A pesquisa descritiva descreve as características de determinada população
ou fenômeno; ou estabelecer a relações entre variáveis e definir sua natureza. Esta
não possui o compromisso de explicar os fenômenos que descreve.
A investigação explicativa visa esclarecer quais são os fatores contribuem ou
determinantes para a ocorrência de determinado fenômeno. Esta é a pesquisa que
mais se aproxima e se aprofunda da realidade, porque explica a razão dos assuntos
abordados.
28

A pesquisa aplicada possui uma finalidade prática como base a resolução de


problemas, ou seja, resolver problemas concretos. Motivada pela curiosidade do
pesquisador e especulação, gerando conhecimento de forma abrangente.
Portanto, este trabalho é descritivo, pois descreve os métodos utilizados, a
situação atual das empresas envolvidas. Através da explicação e levantamento de
dados que justifica o desenvolvimento que será realizado neste trabalho. Assim
como, o tratamento destes dados, explicitando a importância que o cumprimento dos
requisitos impacta no processo de certificação, com o objetivo de melhor a situação
atual. O que representa uma vantagem competitiva no mercado, pois assegura que
o processo e o produto são de qualidade.

1.6.2 Quanto aos meios

A natureza da metodologia quanto aos meios utilizada é definida abaixo:


De acordo com Markoni e Lakatos (2017), a pesquisa de campo que consiste
no levantamento de dados no próprio local onde os fenômenos ocorrem é
desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado ou
entrevistas para captar suas explicações e interpretações. Pode incluir entrevistas,
aplicação de questionários, testes e observação participante ou não.
E para Vergara (2016), a investigação documental é utilizado documentos
arquivados em órgãos públicos e/ou privados de qualquer natureza; podendo ser
materiais e dados que não receberam ainda um tratamento analítico e proporcionam
a melhor visão de um determinado problema. Pois consiste em um conjunto de
operações que visam representar o conteúdo de um documento de forma diferente;
se faz por classificações-indexação. Onde seu objetivo é a representação
condensada da informação. (MARKONI, LAKATOS, 2017)
A pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado de caráter publico,
desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes
eletrônicas e vídeos; auxiliando em outros tipos de pesquisa (Vergara, 2016). Esta
podendo ser primária, onde o documento em questão é publicado na língua original
do autor; ou secundária, no qual consiste na citação de um autor sobre outro autor
ou obra, ou seja, uma tradução. Permiti ao investigador uma extensão do seu
29

alcance direto, possibilitando uma cobertura de uma gama mais ampla de


informações.
A bibliográfica é realizada com base em fontes disponíveis, sendo necessária
a definição do (a): Escolha do tema; Elaboração do plano de trabalho; Identificação;
Localização; Compilação; Fichamento; Análise e interpretação; e redação. Podendo
ser uma pesquisa quantitativa e qualitativa.

1.6.3 Universo e amostra

O universo é dado pelo setor de certificação de produtos, no qual o foco será


no departamento de tintas para construção civil. A amostra é dada pela empresa
fictícia “Certification ABC”, uma empresa nacional reconhecida no mercado por sua
marca e histórico, onde esta é não probabilística, pois foram utilizados dados de fácil
acesso as informações, ou seja, acessibilidade; e tipicidade devido que foram
apenas considerando o levantamento das não conformidades encontradas no
sistema.

1.6.4 Seleção dos Sujeitos

Os dados utilizados neste trabalho foram coletados a partir das informações


fornecidas pelo sistema interno da empresa “Certification ABC” e analisados por dois
dos técnicos do departamento/setor de construção civil da empresa.

1.6.5 Coleta e Tratamento dos dados

Todos os dados que serão utilizados e apresentados neste trabalho foram


coletados e tratados de acordo os seguintes métodos:
Através da pesquisa documental, serão coletados dados fornecidos pelo
sistema interno da empresa “Certification ABC” quantificando o número de não
conformidades manualmente e pelo próprio departamento da empresa através de
tabelas, planilhas e informações repassadas através de trocas de e-mails.
30

Por meio da pesquisa bibliográfica, pois serão utilizados dados


disponibilizados em livros e artigos acadêmicos que justificam as ideologias e os
métodos propostos pela autora.
Pela pesquisa de campo, foi possível coletar dados do próprio sistema interno
da certificadora através do levantamento quantitativo do histórico dos clientes
vigentes e dados fornecidos pelos colaboradores que compõem o setor.
O uso da ferramenta SAPEVO-M contará com o auxilio de dois funcionários
do setor, dentre eles o responsável pelo produto em questão, onde terá como
objetivo a manutenção do sistema vigente de seus clientes de forma a orientá-los e
auxia-los em seus processos de certificação, proporcionando novas informações e
conhecimento de forma que traga melhorias e soluções para toda organização.
Para o tratamento de dados, o estudo contou com o auxílio do Histograma em
conjunto com o Diagrama de Pareto, que apresentaram os requisitos e causas das
não conformidades encontradas de forma que fosse possível classificá-las. O
SAPEVO-M que auxilia nos diversos pontos de vista e problemas que envolve à
tomada de decisão dos agentes decisores assegurando, avaliando, ordenando ou
selecionando as variadas alternativas. Pois a finalidade da pesquisa científica não é
apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o
desenvolvimento de caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos.
(VERGARA, 2016)
A figura 2, na página seguinte, ilustra o tratamento dos dados:
31

Figura 2 – Fluxograma de Tratamento de Dados

Definição do problema existente: Se é possível


priorizar quais são os requisitos normativos mais
relevantes em um processo de certificação e
identificar onde as organizações devem colocar
mais esforços para o escopo de tintas no setor de
construção civil?

Pesquisa Bibliografica Pesquisa Documental Pesquisa de Campo

Preparar todo o
material
adquirirdo para
análise

Aplicação das
ferramentas de
qualidade e
análise destes
dados

Aplicação da
ferramenta de
pesquisa
operacional

Análise dos Dados

Conclusões e
possível
continuação do
estudo

Fonte: Autora (2020)


32

1.6.6 Limitação do Método

A limitação neste trabalho é o comprometimento na confidencialidade dos


documentos e das razões sociais das empresas e de seus respectivos processos
internos de certificação, apenas do Modelo 5 de certificação. Assim como, o nome e
a não divulgação da marca e de seus produtos da empresa de certificação. Esta,
que possui os dados do objeto de estudo, não autoriza o fornecimento de
informações vinculadas ao seu nome e a de seus clientes.

1.7 REVISÃO DA LITERATURA

A palavra "trabalho" tem sua origem no vocábulo latino "TRIPALIUM":


denominação de um instrumento de tortura. Pois originalmente, quem não podia
pagar os impostos eram pessoas destituídas de posses que por fim tinham uma
relação direta às atividades físicas produtivas como: camponeses, artesãos,
agricultores, etc. (ALBORNOZ, 2017). Ou seja, a idéia de trabalhar passou a dar
entendimento não só ao fato de tortura em si, mas de aplicação das forças, talentos
e habilidades humanas para alcançar um determinado fim.
Com tudo, ao decorrer dos séculos e a exigência da especialização das
atividades humanas, imposta pela evolução global, a palavra trabalho adquiriu o
significado de atividade coordenada, de caráter físico e/ou intelectual, necessária à
realização de qualquer tarefa, serviço ou empreendimento. E esta mudança ocorreu,
principalmente durante a Revolução Industrial no século XVIII, pois ao decorrer
desta houve um esforço árduo e penoso em ordem a conseguir um nível de
produtividade maior sacrificando assim a integridade física e mental dos
trabalhadores.Com isso, o parlamento inglês através de uma comissão de inquérito
reconheceu como válida e ordenou seu cumprimento por todos a 1° lei de proteção
aos trabalhadores, ao qual estabelece o limite de 12 horas de trabalho/dia, proibindo
o trabalho noturno e tornava obrigatória a ventilação desses locais. E no século XX,
a partir do desenvolvimento da globalização houve a novas exigências com a
implementação de novos modelos de produção, no auge da 3ª Revolução Industrial,
como: Taylorismo, Fordismo, Toyotismo e Volvismo. Gerando uma redução do
33

número de pessoas e da racionalização da produção pela utilização de tecnologia de


ponta. (THOMAZ WOOD, 1992)
Sendo assim, neste século, o trabalho continua sendo entendido como uma
das fontes mais importantes para a razão da vida humana, por que até mesmo a
Bíblia diz: “Quando ainda estávamos com vocês, nós ordenamos isto: Se alguém
não quiser trabalhar, também não coma.”; (2 Tessalonicenses 3:10).Isto é, que é
preciso o trabalho na vida de qualquer ser humano, como garantia de sobrevivência,
inclusão à sociedade, e para o seu sentido de cidadania.
De acordo com Dias (2011), contudo, em 1946, em Londres, representantes
de 25 (vinte e cinco) país esse juntaram e decidiram criar uma organização
internacional, com a principal finalidade de unificar e coordenar as normas industriais
a nível mundial para se tornar mais acessível as organizações. De início, com a
matriz na Suíça, foi nomeada de International Organization for Standardization (ISO),
ou seja, Organização Internacional de Normalização:

A ISO começou a funcionar oficialmente no dia 23 de fevereiro de


1947, data da adesão do 15º signatário do acordo, a Dinamarca. O
número de comitês técnicos foi fixado em 67, por uma conferência
posterior, realizada em Paris, e o primeiro secretário-geral, Henry St.
Leger, foi eleito em junho. (DIAS, 2011, p. 39)

Já foram publicadas mais de 13.000 (treze mil) normas desde a fundação.


Como relacionado acima, as normas são elaboradas para atender ao setor
econômico, a fim de proporcionar a diminuição da variedade de procedimentos e
variedade de produtos; para o departamento técnico e cientifico é para reduzir as
barreiras de forma que evite a existência de regulamentos conflitantes em diversos
países; não citado anteriormente, porém não menos importante, no setor de
comunicação é para aumentar a confiabilidade comercial entre a organização e o
cliente através das informações trocadas, assim como, para protegê-los de forma
eficaz para garantir a qualidade dos bens e serviços ofertados; e para a proteção à
saúde e a vida humana. Ou seja, a normalização está presente através de normas
relacionadas: a fabricação, transferência de tecnologia, à preservação do meio
ambiente, à segurança e à saúde. (INMETRO, 2020)

No Brasil, no início da década de 1990, por meio de pesquisas


conduzidas pelo PBQP – Programa Brasileiro de Qualidade e
34

Produtividade, coordenado por órgãos governamentais e por


entidades industriais do setor privado, estimou-se que o país perdia
cerca de 10% do PIB - Produto Interno Bruto devido a problemas
causados por falta de qualidade de produtos e processos, tais como
os custos com refugos, retrabalhos, produtos substituídos durante o
período de garantia, devolução de lotes distribuídos no mercado local
ou internacional etc. (TOLEDO, et al., 2017, p. VII)

Em 1987, fortemente embasadas nas normas britânicas de qualidade com a


participação de diversos especialistas e representantes de vários países foram
emitidas as ISO’s 9000, que definiram terminologias, conceitos e práticas.
Posteriormente, em 1994, foi incluso os primeiros e superficiais aspectos preventivos
da garantia da qualidade. Posteriormente, em 2000, ocorreu a revisão nos aspectos
de serviços, pois a maioria das normas requer revisões periódicas, por diversos
fatores, primordialmente devido à obsolescência, por exemplo, decorrente da
evolução tecnológica, materiais e novos métodos. Com isso, foi definido que as
normas devem ser revidas em intervalos menores de cinco anos, provocando
adaptações constantes nas atividades de certificação. E conforme o mercado e a
necessidade que as organizações possuem de apresentar e constatar aos seus
clientes que seu produto ou serviço é de qualidade, e assim representar uma
vantagem competitiva, foi originado as atividades de certificação. (DIAS, 2011)

Certificação é um processo no qual uma entidade independente (3ª


parte) avalia se determinado produto atende às normas técnicas.
Esta avaliação se baseia em auditorias no processo produtivo, na
coleta e em ensaios de amostras. O resultado satisfatório destas
atividades leva à concessão da certificação e ao direito ao uso da
Marca de Conformidade ABNT em seus produtos. (ABNT, 2020, p.1)

Ou seja, a certificação são atividades desenvolvidas por organismo de


terceira parte, na qual é independente das partes envolvidas contratualmente, com a
finalidade de atestar que determinado produto ou serviço está em conformidade com
os requisitos especificados, podendo ser nacionais, estrangeiros ou internacionais.
(INMETRO, 2020)
Esta é executada por um organismo certificador, que segundo o Sistema
Brasileiro de Certificação (SBC) determinado por resolução do Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), deve estar
credenciado no INMETRO para exercer tal atividade. A partir deste, as auditorias
35

podem ser classificada em auditoria de primeira parte (auditoria interna), auditoria de


segunda parte (cliente – fornecedor) e auditoria de terceira parte (sem relação
comercial, feita por organismo independente). Embasadas pelos documentos
normativos aprovados pela ABNT que são considerados “normas brasileiras“.
(PORTAL EDUCAÇÃO, 2020)
Segundo Dias (2011), a história da normalização brasileira começaria,
contudo, no início das décadas do século XX, com a chegada do professor Wilhelm
Fischer, da Eidgenossische Technische Hochschule, de Zurique, no Brasil para
dirigir o Gabinete e acompanhar a instalação de seus equipamentos do INP. Em
1905, o Grêmio Politécnico publicava o Manual de Resistência de Materiais. Ao final
da década, as primeiras construções de prédios e pontes em concreto armado, com
o uso de cálculos científicos e testes de materiais eram realizados.
Todavia, os primeiros registros de métodos semelhantes à pesquisa
operacional são do século III a.C., contudo, a sua aplicação na rotina industrial
ocorre na Segunda Guerra Mundial, na Inglaterra, onde uma equipe de cientistas
britânicos tomou decisões “com bases científicas sobre a melhor utilização do
material de guerra. As técnicas utilizadas para operações militares, após a guerra,
foram adaptadas e utilizadas no setor civil para melhorar a eficiência e a
produtividade.”. (RODRIGUES, 2016, p. 11)
Entretanto, a importância e o pioneirismo do uso do concreto armado no
Brasil proporcionaram uma extensa lista de recorde na construção de estruturas,
como a da ferrovia Mairinque-Santos, dirigida pelo engenheiro Humberto Fonseca a
partir de 1927. O uso crescente do concreto armado conduziu diretamente à criação,
em 1926, do Gabinete de Ensaio de Materiais da Escola Politécnica de São Paulo.
Posteriormente, em setembro de 1937, Paulo Sá convidou engenheiros e técnicos
para participar da 1ª Reunião de Laboratórios de Ensaios de Materiais, mas apenas
na 2ª Reunião, realizada em São Paulo, em abril de 1939, foi estabelecido à idéia da
criação de uma entidade permanente de normalização. Porém, só em 28 de
setembro de 1940, durante a sessão solene inaugural da 3ª Reunião foi estabelecido
o modelo final, presidida pelo professor Ernesto Lopes da Fonseca Costa, sendo
então fundada a ABNT. (DIAS, 2011)
Referente à marca de conformidade surgiu a partir de 1949, por meio de uma
ampla consulta às federações das indústrias do Rio de Janeiro e de São Paulo,
órgãos públicos e várias empresas líderes em seus setores, prevendo a adoção de
36

selos com formato específico para as empresas interessadas na certificação, assim


como, um esquema de inspeção gerido pela associação. Já o início de PO, no
Brasil, ocorreu uma década depois da implantação na Grã-Bretanha e nos Estados
Unidos, no final dos anos 1960, já que “havia uma tendência, em algumas
organizações, na formação de grupos de PO dedicados à solução de problemas
táticos e estratégicos.”. (RODRIGUES, 2016, p. 12)
Atualmente, o Certificado de Registro de Empresas certificadoras é o
documento que atesta a conformidade dos sistemas de qualidade ou ambiental de
uma empresa aos requisitos das normas, pois as organizações certificadas precisam
adaptar e melhorar seus sistemas de gestão para incluir os novos requisitos que
proporciona oportunidades de melhoria continua e consideráveis. (ABNT, 2020)

1.8 BIBLIOMETRIA

A bibliometria é um objeto de estudo que identifica e analisa a aplicação do


estudo a partir de artigos, teses e dissertações que abordam assuntos semelhantes.
Conforme pesquisa realizada nos periódicos da CAPES envolvendo “Gestão da
Qualidade” e “Certificação”, verificou-se a evolução destes temas durante os últimos
20 anos, ou seja, de 1999 a 2019, como demonstrado na Figura 3 a seguir:

Figura 3 – Busca CAPES

Fonte: Autora (2020)


37

De modo geral, a escolha por essa base de dado foi devido a serem bases
multidisciplinares e possuírem registros sobre o tema pesquisado. Com os
resultados das consultas foi possível gerar gráficos com as principais informações
bibliométricas dos trabalhos, tais como: quantidade ano de publicação por ano,
autores e assunto principal. E para realizar esta pesquisa foi utilizado como
palavras-chaves em inglês, “Quality Management” e “Certification”, pois a quantidade
de documentos é maior na língua inglesa, o que facilitou na busca e análise dos
dados. Conforme ilustrado no Gráfico 5 a seguir, sobre a evolução dos periódicos
publicados por ano:

Gráfico 5 – Periódicos CAPES

800
700
600
500
400
300
200
100
0

Fonte: Adaptado de CAPES (2020)

No ano de 1994, 2000, 2008 e 2015 houve um pequeno aumento de


periódicos devido às revisões da norma ISO NBR 9001, representando um aumento
de 432%, aproximadamente, em relação somente ao “Quality Management”.
(CAPES, 2020).Contudo, atrelado à “Certification”,o crescimento de publicações foi
gradual com pequenas reduções em determinados anos. Onde, houve uma queda
nos anos 2001, 2006, 2011, 2015, e 2019 em menos de 100 unidades, somente em
2005 teve uma redução de 132 unidades. Assim como, em 2004 e 2010 consta um
aumento de 220 e 121 unidades, respectivamente. Os números cresceram
decorrentes da relevância e do espaço que a qualidade ganhou nas empresas,
tornando o assunto de grande importância para sobrevivência das empresas.
38

Conforme ilustrado nos Gráficos 6 e 7 a seguir, sobre o ranking com os


principais autores e a divisão por assuntos, respectivamente, foi identificado que a
maioria das publicações foi o Marti Casadesus, com 29 unidades. E ambas as
palavras podem ser multidisciplinares, pois foram originados 18 tópicos na busca.

Gráfico6 – Ranking dos autores

Casadesus, Marti 29
Gotzamani, Katerina 21
Sampaio, Paulo 19
Marimon, Frederic 14
Wesselmann, S 13
Heras-Saizarbitoria, Iñaki 12
Castka, Pavel 11
Saraiva, Pedro 10
Bernardo, Merce 10

Fonte: Adaptado de CAPES (2020)

Gráfico7 – Divisão por Tópicos

Fonte: Adaptado de CAPES (2020)


39

1.9 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho foi divido em quatro capítulos, conforme a descrição a seguir:


Capítulo I contém a introdução, definição do problema que levou a justificativa
do estudo em questão, o objetivo geral e os específicos, a delimitação, metodologia,
revisão da literatura e a bibliometria.
Capítulo II dispõe da Fundamentação Teórica, no qual foram descritos as
Portarias INMETRO utilizadas para o escopo de tintas para construção civil,
contendo os conceitos do processo de certificação e que possuam relevância, assim
como as ferramentas utilizadas para expor as causas das não conformidades.
Capítulo III descreve a execução das ferramentas de qualidade e pesquisa
operacional, em que, através da pesquisa e levantamento de dados encontrados
anteriormente, será desenvolvido o método SAPEVO-M a fim de ordenar a
implementação dos requisitos normativos.
Capítulo IV constitui as considerações finais e a proposta para os trabalhos
futuros.
40

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PORTARIA INMETRO Nº 248/2015:

O objetivo desta Portaria busca reunir em apenas um documento, as


definições, conceitos e/ou conjunto de termos utilizados para o auxilio do Inmetro na
Avaliação da Conformidade. A fim de agilizar a consulta, o entendimento e a
divulgação, conforme descrito no Anexo I deste trabalho.

2.2 PORTARIA INMETRO Nº 529/2015 - RAC:

A certificação de tintas para construção civil é uma certificação voluntária, ou


seja, o fornecedor não necessita de um selo de conformidade/certificado para a
comercialização do seu produto em território nacional.
Considerando que os itens descritos nesta seção são todos de acordo com a
Portaria INMETRO 529/2015, onde a mesma especifica que é “dever de todo
fornecedor oferecer produtos seguros no mercado nacional [...], e que a certificação
conduzida por um organismo de certificação acreditado pelo Inmetro não afasta dele
esta responsabilidade”. Ou seja, os fabricantes ainda devem responder ao seu
processo produtivo e a qualidade de seu produto, mesmo que este possua um
contrato com um OCP (Organismo Certificador de Produto) que o concedeu um
certificado através de uma avaliação de conformação. Com a finalidade de:

Estabelecer os critérios específicos de avaliação da conformidade


para Tintas para Construção Civil, com foco no desempenho, através
do mecanismo da certificação, atendendo aos requisitos
estabelecidos neste Anexo, visando fornecer subsídios à indústria
nacional para melhorar continuamente a qualidade dos seus
produtos e sua competitividade. (Portaria INMETRO 529/2015)

Implementando a Abordagem Estratégica Internacional para a Gestão das


Substâncias Químicas (SAICM), e reafirmado na Conferência das Nações Unidas
sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o INMETRO objetiva assegurar
que“os produtos químicos sejam produzidos e utilizados de forma a minimizar
41

significativamente os impactos danosos sobre o ambiente e a saúde humana”. -


Mantendo a responsabilidade com o meio ambiente e social.
Esta certificação atende produtos denominados e classificados como família
como tintas para construção civil, constituído como: tintas látex foscas de cores
claras (L* ≥ 87 – luminosidade), sendo “Econômica”, “Standard” ou “Premium”; aos
esmaltes brilhantes, sendo “Standard e tinta a óleo diluíveis em solvente” ou
“Premium diluível em solvente”; aos vernizes brilhantes diluíveis em solvente para
uso interior e às massas niveladoras para alvenaria, podendo ser para “Uso Interior”
ou “Uso Interior/Exterior”, conforma classificação da ABNT NBR 11702. Levando em
conta que cada família pode ter um ou mais modelos de tintas, que se diferenciam
pela marca comercial e/ou pela cor.
O modelo de certificação pode ser: Modelo de Certificação 2 – Exclusivo para
micro e pequenas empresas ou Modelo de Certificação 5, onde este estudo só
tratara sobre o cinco. Composto pelas etapas de solicitação inicial, entrega de
documentação, auditoria inicial no sistema de gestão de qualidade e coleta de
amostras, ensaios iniciais, emissão do certificado de conformidade, manutenção da
certificação anual e coletas semestrais no comércio para atestar a conformidade
inicial do produto a partir da análise critica dos resultados laboratoriais.
Referente aos ensaios iniciais e de manutenção para cada família de tintas
látex, o OCP deve coletar amostras para verificar o atendimento aos requisitos da
norma ABNT NBR 15079, da Lei 11.762/2008 e da Portaria Inmetro nº 470/2011.
Conforme as Tabelas 1, 2, 3 e 4 a seguir:

Tabela 1 - Ensaios para avaliação da


conformidade de tintas látex Continuação
Documento de Base Famílias de tintas látex
Ensaio /
Referência normativa
Inspeção visual Econômica Standard Premium
(Requisitos) (Ensaios)
ABNT NBR 15079
Rotulagem,
- item 6
marcações e - X X X
Portaria Inmetro
instruções
470/2011
ABNT NBR 15079 Coordenada ABNT NBR
X X X
- item 4.2 cromática L* 15077
ABNT NBR 15079 ABNT NBR
Brilho X X X
– item 3.1 15299

Poder de
ABNT NBR 15079 ABNT NBR
cobertura de X X X
- Tabela 1 14942
tinta seca
42

Poder de
ABNT NBR
cobertura de X X X
14943
tinta úmida

Resistência à
abrasão úmida ABNT NBR
X
sem pasta 15078
abrasiva

Resistência à
abrasão úmida ABNT NBR
X X
com pasta 14940
abrasiva
ABNT NBR
16407 ou
Lei 11.762/2008 Chumbo X X X
ASTM D 3335-
85a
Fonte: Portaria Inmetro Nº 529/2015

Tabela 2 - Ensaios para avaliação da conformidade de esmaltes brilhantes diluíveis em


solvente

Documento de Base normativa


Ensaio / Inspeção visual
Referência (Requisitos) (Ensaios)

ABNT NBR 15494 - item 6


Rotulagem, marcações e instruções -
Portaria Inmetro 470/2011

ABNT NBR 15494 - item


Coordenada cromática L* ABNT NBR 15077
4.1
Tempo de secagem ABNT NBR 15311
Poder de cobertura de tinta seca por
ABNT NBR 15314
ABNT NBR 15494: extensão
Teor de substâncias não voláteis ABNT NBR 15315
Brilho inicial ABNT NBR 15299
ABNT NBR 16407
Lei 11.762/2008 Chumbo
ouASTM D 3335-85a

Fonte: Portaria Inmetro Nº 529/2015

Tabela 3 - Ensaios para avaliação da conformidade de


vernizes brilhantes diluíveis em solvente
Continuação
Documento de Base normativa
Ensaio / Inspeção visual
Referência (Requisitos) (Ensaios)
ABNT NBR 16211 - item 6
Portaria Inmetro Rotulagem, marcações e instruções -
470/2011
ABNT NBR 16211 - item
Teor de substâncias não voláteis ABNT NBR 15315
4.2
43

ABNT NBR 16211 - item


Tempo de secagem ABNT NBR 15311
4.3
ABNT NBR 16211 - item
Brilho inicial ABNT NBR 15299
4.4
ABNT NBR 16407
Lei 11.762/2008 Chumbo
ouASTM D 3335-85a

Fonte: Portaria Inmetro Nº 529/2015

Tabela 4 - Ensaios para avaliação da conformidade de massas niveladoras


Documento de Base normativa
Ensaio / Inspeção visual
Referência (Requisitos) (Ensaios)
ABNT NBR 15348 - item 4
Portaria Inmetro Rotulagem, marcações e instruções -
470/2011
ABNT NBR 15348 - item
Resistência à abrasão ABNT NBR 15312
5.1
ABNT NBR 15348 - item
Absorção de água ABNT NBR 15303
5.2

Fonte: Portaria Inmetro Nº 529/2015

A amostragem deve ser coletada de acordo com a Tabela 11 da Portaria em


questão referente a cada família com os resultados compreendendo em nenhuma
não conformidade, dentre as amostras de prova, contraprova e testemunha. Após o
resultado positivo o OCP pode autorizar o uso do selo de conformidade da
certificação.
Devem ser atendidos os requisitos estabelecidos nos Requisitos Gerais de
Certificação de Produtos (RGCP) e nos Requisitos de Avaliação da Conformidade
(RAC) para Materiais e Equipamentos da Construção Civil.

2.2.1 Família de tintas: “Agrupamento de modelos de tintas produzidas por um


mesmo fabricante, em uma mesma unidade fabril e de mesma classificação
(conforme Tabela 1 deste Anexo de RAC).”.

2.2.2 Modelo de tinta: “Exemplares de tintas que, dentro de uma mesma


família, apresentam ainda as seguintes características em comum: marca comercial
ecor.”.
44

2.3 PORTARIA INMETRO Nº 118/2015 - RGCP:

Os itens descritos desta seção, 2.3, são todos de acordo com a PORTARIA
INMETRO Nº 118/2015. Considerando a crescente demanda, a necessidade de uma
maior padronização, concisão no estabelecimento dos Programas de Avaliação da
Conformidade, a importância do aperfeiçoamento contínuo do macroprocesso de
certificação, para estabelecer os requisitos de avaliação da conformidade que são
comuns a qualquer objeto submetido ao processo de avaliação. Assim como, para
especificar os dispositivos comuns e os Requisitos Gerais de Certificação de
Produtos, onde estes são complementados pelos Requisitos de Avaliação da
Conformidade (RAC), específicos de cada objeto passível de certificação. Conforme
o Quadro 1 a seguir o ciclo do processo de certificação é composto por:

Quadro 1 - Ciclo de um Processo de Certificação

Definição do Modelo de Certificação ;


• Questionário de Avaliação do Produto

Avaliação Inicial;
•Solicitação de Certificação;
•Análise da Solicitação e Conformidade da Documentação;
•Auditoria Inicial do Sistema de Gestão da Qualidade e
Avaliação do Processo Produtivo (quando aplicável);
•Plano de Ensaios Iniciais (quando aplicável);
•Tratamento de não conformidades na etapa de Avaliação
Inicial;
•Emissão do Certificado de Conformidade;

Avaliação de Manutenção do Sistema de Gestão da


Qualidade e Avaliação do Processo Produtivo (quando
aplicável);
•Auditoria de Manutenção (quando aplicável);
•Plano de Ensaios de Manutenção (quando aplicável);
•Tratamento de não conformidades na etapa de Avaliação
de Manutenção;
•Confirmação da Manutenção;

Avaliação de Recertificação (quando aplicável);

Fonte: Adaptado da Portaria INMETRO Nº 118/2015 (2020)


45

2.3.1 Definição do(s) Modelo(s) de Certificação utilizado(s):

“Os Modelos de Certificação serão explicitados no RAC específico para o


objeto em avaliação, dentre os que estão definidos no Vocabulário Inmetro de
Avaliação da Conformidade.”. – Onde este estudo se trata do Modelo 5.

2.3.2 Avaliação Inicial:

1. Solicitação de Certificação:Deve ser solicitada exclusivamente pelo


Fornecedor, diretamente a um OCP de escolha.
2. Análise da Solicitação e Conformidade da Documentação;
a) “Relação de modelo(s) que compõem a família objeto da certificação,
obedecendo às regras de formação de família estabelecidas no RAC
específico, quando a certificação for por família, referenciando sua(s)
descrição(ões) técnica(s) e incluindo a relação de todas as marcas
comercializadas;
b) Documentação fotográfica do objeto: fotos externas e internas de todas as
faces, detalhando as etiquetas, logos, avisos, entradas, saídas, botões de
acionamento, quando aplicável; (resolução mínima de 800 x 600 dpi.)
c) Memorial descritivo contemplando o projeto do objeto em seus detalhes
construtivos e funcionais, e a relação de seus componentes críticos,
incluindo seus fornecedores e possíveis certificações existentes,
traduzidos para o Português, quando em idioma distinto do Inglês ou
Espanhol; (Conforme Anexo N.1 da Portaria INMETRO Nº529/2015)
d) Desenho ou arte final das embalagens (primária, secundária e/ou
terciária), quando aplicável (existindo embalagem);
e) Opção pelo Modelo de Certificação, dentre os mencionados no RAC
específico do objeto;
f) Informações da razão social, endereço e CNPJ do Fornecedor solicitante
da certificação, bem como apresentação do contrato social, ou outro
instrumento de constituição, que comprove sua condição de Fornecedor.”
g) Pessoa de contato, telefone e endereço eletrônico do Fornecedor
solicitante da certificação;
h) Identificação do fabricante com endereço completo, incluindo a(s)
unidade(s) fabril(is) a ser(em) certificada(s), sediado em outro país,
quando aplicável;
i) Informação de atividades/processos terceirizados que possam afetar a
conformidade do produto objeto da certificação;
j) Documentação que comprove o atendimento ao item 7 deste documento
(Tratamento de Reclamações) para todas as marcas comercializadas, em
todos os locais, próprio(s) do solicitante da certificação ou por ele
diretamente terceirizado(s), onde a atividade do Tratamento de
Reclamações for exercida.” (N.R.)
46

k) Documentos referentes ao Sistema de Gestão da Qualidade do fabricante,


aplicáveis ao objeto a ser certificado, no caso de certificação pelos
modelos 5 e 6, conforme previsto nas tabelas 2 e 3, do item 6.2.3.1, ainda
que os mesmos venham necessariamente a ser auditados pelo OCP,
como previsto neste documento;
l) Certificado válido emitido com base na edição vigente da Norma ISO 9001
ou Norma ABNT NBR ISO 9001, que abranja o processo produtivo do
objeto da certificação, se existente;
m) Demais documentos necessários ao processo de solicitação, descritos no
RAC específico.
n) Documentação que comprove a classificação como micro e pequena
empresa - MPE, do fabricante, solicitante da certificação, quando
aplicável.”

Caso seja identificada não conformidade na documentação recebida, esta deve


ser formalmente encaminhada ao Fornecedor solicitante da certificação para a sua
correção e devida formalização junto ao OCP, visando evidenciar a implementação
da(s) mesma(s) para nova análise.

3. Auditoria Inicial do Sistema de Gestão da Qualidade e Avaliação do Processo


Produtivo (quando aplicável);

De acordo com o RAC item 5.2.2 da Portaria INMETRO Nº529/2015, a


auditoria inicial deve ocorrer de acordo com o estabelecido no RGCP. Ou seja, na
Portaria INMETRO Nº118/2015, caso o Fornecedor possua seu Sistema de Gestão
da Qualidade (SGQ) com base na edição vigente da Norma ISO 9001 ou Norma
ABNT NBR ISO 9001 (Organização Internacional de Normalização ou Organização
Internacional para Padronização). Ou seja, referente aos requisitos especificados na
coluna de “Equivalência”, e apresentar os registros do processo produtivo onde
conste claramente a identificação do objeto da certificação. O OCP deve analisar a
documentação conforme o Quadro 2 a seguir e caso não possua conforme Quadro
3. Assim como, o fornecedor deve colocar à disposição do OCP todos os
documentos correspondentes a “Documentação Requerida”. A não apresentação de
qualquer item representa uma não conformidade a Norma em questão.
47

Quadro 2 - Requisitos mínimos de verificação do SGQ para fabricantes ou prestadores de


serviços com certificação válida na Norma ISO 9001 ou Norma ABNT NBR ISO 9001
REQUISITOS DO Norma ISO 9001 Equivalência Documentação
SGQ ou ABNT NBR ISO Norma ISO 9001 ou ABNT Requerida
9001 (2008) NBR ISO 9001 (2015) (Procedimento)
7.5.2 Criando e atualizando
Controle de
4.2.4 7.5.3 Controle de informação
registros
documentada
Planejamento da
8.1 Planejamento e controle
realização do 7.1 X
operacionais
produto
Comunicação com 8.2.1 Comunicação com o
7.2.3 X
o cliente cliente
8.4 Controle de processos,
produtos e serviços providos
Processo de externamente
7.4.1
aquisição 8.4.1 Generalidades X
8.4.2 Tipo e etensão do
controle
8.4.2 Tipo e etensão do
controle
Verificação do 8.4.3 Informação para
7.4.3 provedores externos
produto adquirido
8.6 Liberação de produtos e
serviços
Controle de 8.5.1 Controle de produção e
produção e de provisão de serviço
7.5.1
prestação de
serviço 8.5.5 Atividades pós-entrega
Identificação e 8.5.2 Identificação e
7.5.3 X
rastreabilidade rastreabilidade
8.5.3 Propriedade pertencentes
Propriedade do
7.5.4 a clientes e provedores X
cliente
externos
Preservação do
7.5.5 8.5.4 Preservação
produto
7.1.5 Recursos de
Controle de monitoramento e medição
equipamento de
7.6 7.1.5.1 Generalidades
monitoramento e
medição 7.1.5.2 Rastreabilidade de
medição
Monitoramento e
medição de 8.2.3 9.1.1 Generalidades X
processos
Monitoramento e
medição de 8.2.4 8.6 Liberação de Produtos X
produto
8.7 Controle de saídas não
Controle de X
conformes
produto não 8.3
conforme 10.2 Não conformidade e ação
corretiva
10.2 Não conformidade e ação
Ação corretiva 8.5.2
corretiva

Fonte: Autora- Adaptado da Portaria INMETRO Nº118/2015 (2020)


48

Quadro 3 - Requisitos mínimos de verificação do SGQ para fabricantes e prestadores de


serviço sem certificação na Norma ISO 9001 ou Norma ABNT NBR ISO 9001
Continuação

REQUISITOS DO Norma ISO 9001 Equivalência Documentação


SGQ ou ABNT NBR ISO Norma ISO 9001 ou ABNT Requerida
9001 (2008) NBR ISO 9001 (2015) (Procedimento)

7.5.2 Criando e atualizando


Controle de
4.2.3 7.5.3 Controle de informação
documentos
documentada
7.5.2 Criando e atualizando
Controle de
4.2.4 7.5.3 Controle de informação
registros
documentada
9.3.1 Generalidades
9.3.2 Entradas de Análise
Análise crítica pela
5.6.1/ 5.6.2 / 5.6.3 crítica pela direção
Direção
9.3.3 Saídas de análise crítica
pela direção
Competência, 7.2 Competência X
treinamento e 6.2.2
conscientização 7.3 Conscientização
Infraestrutura 6.3 7.1.3 Infraestrutura
Planejamento da
8.1 Planejamento e controle
realização do 7.1 X
operacionais
produto
Comunicação com 8.2.1 Comunicação com o
7.2.3 X
o cliente cliente
8.4 Controle de processos,
produtos e serviços providos
Processo de externamente
7.4.1
aquisição 8.4.1 Generalidades X
8.4.2 Tipo e etensão do
controle
8.4.2 Tipo e etensão do
controle
Verificação do 8.4.3 Informação para
7.4.3 provedores externos
produto adquirido
8.6 Liberação de produtos e
serviços
Controle de 8.5.1 Controle de produção e
produção e de provisão de serviço
7.5.1
prestação de
serviço 8.5.5 Atividades pós-entrega
Validação dos
processos de
8.5.1 Controle de produção e
produção e 7.5.2
de provisão de serviço
prestação de
serviço
Identificação e 8.5.2 Identificação e
7.5.3 X
rastreabilidade rastreabilidade
8.5.3 Propriedade pertencentes
Propriedade do
7.5.4 a clientes e provedores X
cliente
externos
Preservação do
7.5.5 8.5.4 Preservação
produto
49

7.1.5 Recursos de
Controle de monitoramento e medição
equipamento de
7.6 7.1.5.1 Generalidades
monitoramento e
medição 7.1.5.2 Rastreabilidade de
medição
Satisfação do
8.2.1 9.1.2 Satisfação do cliente
cliente
Auditoria interna 8.2.2 9.2 Auditoria Interna X
Monitoramento e
medição de 8.2.3 9.1.1 Generalidades X
processos
Monitoramento e
medição de 8.2.4 8.6 Liberação de Produtos X
produto
8.7 Controle de saídas não
Controle de X
conformes
produto não 8.3
conforme 10.2 Não conformidade e ação
corretiva
Análise de dados 8.4 (b), (c), (d) 9.1.3 Análise e avaliação
10.2 Não conformidade e ação
Ação corretiva 8.5.2
corretiva

Fonte: Autora - Adaptado da Portaria INMETRO Nº118/2015 (2020)

4. Plano de Ensaios Iniciais;

O OCP é responsável pela elaboração deste, contendo no mínimo, os ensaios


iniciais, os métodos de ensaio, número de amostras e os critérios de
aceitação/rejeição para estes. Assim como, este deve realizar a análise crítica dos
relatórios de ensaio do laboratório, confrontando-os com o plano de ensaios
previamente estabelecido.

Figura 4 - Modelo de apresentação dos tamanhos de amostra requeridos para os ensaios


iniciais

Fonte: Portaria INMETRO Nº118/2015 (Tabela 4)


50

De acordo com a Figura 4 acima, os ensaios das amostras de contraprova e


testemunha devem, necessariamente, devem ser realizados no mesmo laboratório
onde foi realizado o ensaio da amostra prova. Se as amostras de prova sejam
aprovadas, esta será considerada aprovada. Caso contrário será constatada não
conformidade na amostra prova, então, o(s) ensaio(s) que apresentaram reprovação
deve(m) ser repetido(s) nas amostras contraprova e testemunha.

“a) Se constatada a não conformidade na contraprova, a amostra é


considerada reprovada;
b) Se a contraprova não apresentar não conformidade, a amostra testemunha
deve ser ensaiada;
c) Se a testemunha apresentar não conformidade, a amostra é considerada
reprovada;
d) Se a testemunha não apresentar não conformidade, a amostra é
considerada aprovada.”.

Podemos fazer esta associação a um jogo de melhor de três, caso duas


amostras sejam aprovadas em todos os ensaios, a amostra será considerada
conforme, mas se duas dentre as três for reprovada, o lote será considerado não
conforme. Sendo necessário abrir uma não conformidade para reformulação do
produto e uma nova coleta de amostras, extraordinária.

5. Tratamento de não conformidades na etapa de Avaliação Inicial;

Caso alguma não conformidade seja constada, o fornecedor solicitante da


certificação deve enviar ao OCP, num prazo máximo de 60 (sessenta) dias corridos,
a evidência da implementação das ações corretivas. Cabe ao mesmo a análise
crítica das causas, bem como a proposição de ações corretivas. Caso este prazo
não seja cumprido o processo de Certificação deverá ser cancelado ou interrompido
(suspenso), podendo ser reiniciado posteriormente.
Este período pode ser acordado formalmente e justificado pelo OCP. Este irá
avaliar a eficácia das ações corretivas implementadas, aceitando-as ou não.
Dependendo da gravidade e do comprometimento do desempenho do produto,
ficará a critério do OCP a necessidade de conduzir nova auditoria do SGQ e/ou a
51

realização de novos ensaios para verificar a implementação das ações corretivas.


Pois a evidência objetiva e a documentação comprobatória do tratamento das não
conformidades é requisito para a emissão do Certificado de Conformidade.

6. Emissão do Certificado de Conformidade

O OCP deve designar um técnico responsável de terceira parte que deve


possuir capacidade e conhecimento para analisar criticamente as informações e
resultados relacionados à avaliação. Esta análise crítica deve incluir todas as
informações sobre a documentação, auditorias, resultada de ensaios e tratamento
de não conformidades.
Como a decisão é realizada por uma pessoa não envolvida no processo de
avaliação, fica a critério de o gerente aprovar a certificação e notificar o Fornecedor
solicitante da certificação caso decida não conceder, relatando os motivos da
decisão para tratamento.

2.3.3 Avaliação de Manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade e Avaliação


do Processo Produtivo;

1. Auditoria de Manutenção; Após a emissão do certificado, o controle da


Certificação é realizado pelo OCP, para constatar se as condições
técnico-organizacionais que deram origem à concessão inicial da
certificação continuam sendo cumpridas.
2. Plano de Ensaios de Manutenção; Os ensaios de manutenção devem
comprovar a manutenção da conformidade, da mesma forma que na
Avaliação Inicial.
3. Tratamento de não conformidades na etapa de Avaliação de
Manutenção; O detentor da certificação deve enviar ao OCP, num
prazo máximo de 15 (quinze) dias corridos, o plano de ações
corretivas, que deve ter 60 (sessenta) dias corridos como prazo
máximo para evidenciar a implementação das ações corretivas.
4. Confirmação da Manutenção; Composta por carta de confirmação da
manutenção.
52

2.3.4 Avaliação de Recertificação;

A recertificação é considerada como um processo inicial de certificação após


o período máximo de três anos, após a emissão do certificado de conformidade.
Como podemos observar de acordo com os itens 2.1, 2.2 e 2.3 deste trabalho, há
muitos critérios e causas que podem originar as não conformidades, como
destacado nos Gráficos 1 ao 4. No qual, ter conhecimento destes para uma tomada
de decisão mais segura e concreta, o que minimizará o tempo do processo da
certificação representando uma vantagem competitiva dentre os demais clientes,
pois receberá permissão para o uso do selo de conformidade mais rápido.

2.4 CERTIFICADO DE CONFORMIDADE;

Após, a liberação gerencial e o cumprimento dos requisitos do RGCP e do RAC


específico do objeto, após a etapa inicial da certificação, o OCP emite um Certificado
de Conformidade exclusivo, com numeração distinta, para cada modelo ou família,
objeto da solicitação com validade de 3 (três) anos (PORTARIA INMETRO Nº
529/2015, p.16). Segundo a Portaria INMETRO Nº118 (2015, p. 17), contendo as
seguintes informações:

a) Numeração do certificado de conformidade;


b) Razão social, Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), endereço
completo e, quando aplicável, nome fantasia do Fornecedor solicitante da
certificação (detentor do certificado);
c) Razão social, endereço completo e, quando aplicável, nome fantasia do
fabricante;
d) Nome, endereço, número de registro de acreditação e assinatura do
responsável pelo OCP;
e) Data de emissão e data de validade do Certificado de Conformidade;
f) Modelo de certificação adotado;
g) Identificação do modelo do produto certificado, no caso de certificação por
modelo, incluindo a relação de todas as marcas comercializadas;
53

h) Identificação da família do produto certificada e de todos os modelos


abrangidos, no caso de certificação por família, incluindo a relação de todas
as marcas comercializadas;
i) Identificação do(s) lote(s) de fabricação (obrigatório no caso de certificação
pelo Modelo 1b);
j) Escopos de serviço, quando tratar-se de certificação de serviço;
k) Portaria do RAC com base na qual o certificado foi emitido (escopo da
certificação) e sua(s) complementar(es), quando existente(s);
l) Numeração do Código de Barras dos modelos previstos em “g” ou “h”, e
todas as versões, quando existente no padrão GTIN – Global Trade Item
Number;
m) Número e data de emissão do(s) relatório(s) de ensaio, bem como
identificação do laboratório emissor;” (N.R.)
n) Data da realização da auditoria, aplicável para os Modelos 5 e 6.

2.5 PROCESSO PRODUTIVO/PRODUTIVIDADE

“A produtividade é uma medida de como os recursos de entrada são utilizados


e transformados em valor para os clientes”, de acordo com Gronroos e Ojasal (2004,
p. 414-423) apud King, Lima e Costa (2013, p. 160-176). Ou seja, o homem é visto
como um recurso sendo parte das entradas (Input), onde o colaborador através do
processo produtivo, exemplificado na Figura 5 a seguir, de transformação agrega
valor à matéria-prima. Para que isso seja possível, as condições do loco necessitam
estar adequadas de modo que a eficácia seja cumprida de acordo com a meta e a
satisfação dos clientes.
54

Figura 5 - Fluxograma do processo produtivo.

Fonte: YAMANAKA (2006)

“Um ambiente de trabalho desfavorável pode levar a ocorrência de estresse


nos trabalhadores, ocasionando a perda na produtividade e acidentes de trabalho”.
(Klassar, 2013, p.14). Com isso, fica clara a preocupação que os chefes e dirigentes
precisam ter com seus colaboradores, e no que tange aos riscos. O ambiente de
trabalho do colaborador precisa ser adequado às suas necessidades, o empregador
precisa do empregado para atingir os níveis de produtividades esperados pela
empresa, gerando competitividade frente a outras organizações com uma melhor
imagem e continuar na visão de seu negócio. Ou seja, aonde quer chegar.

2.6 NORMAS DE ENSAIO

De acordo com a Associação dos Revendedores de Tintas (ARTESP):

A primeira dessas normas foi a NBR 11702/2019, de classificação,


que cria, entre outras alterações, a categoria Super Premium. Já a
NBR 14942/2019 (que trata de cobertura seca e rendimento teórico)
estabeleceu uma nova definição de rendimento. Por sua vez, a NBR
16211/2019, dedicada aos requisitos de desempenho para vernizes,
passou a incorporar o rendimento. Finalmente, a NBR 15079/2019,
55

cujo foco são os requisitos de desempenho para tintas látex, foi


subdividida em duas: sua parte 1 trata das tintas látex fosca nas
cores claras e incorpora a categoria Super Premium, enquanto a
parte 2 está direcionada às tintas látex semibrilho, semiacetinadas e
acetinadas, que ainda não estavam contempladas no PSQ.

2.7 ABNT NBR ISO 9001/2015

De acordo com a InternationalOrganization for Standardization - ISO (2015), “A


ISO 9001 é uma norma que define os requisitos para um sistema de gestão da
qualidade. Ajuda empresas e organizações a serem mais eficientes e melhorar a
satisfação do cliente.”.

A ISO é uma rede de institutos de normatização nacionais


representando 161 países membros, com sede em Genebra, Suíça.
É uma organização sem fins lucrativos, cujo objetivo é produzir
normas técnicas que agreguem valor para todos os tipos de negócios
(BONFA, 2010, p. 2 apud ISO, 2010).

A ISO 9001: 2015 especifica os requisitos para um sistema de gestão


da qualidade quando uma organização:
a) precisa demonstrar sua capacidade de fornecer consistentemente
produtos e serviços que atendam ao cliente e aos requisitos
estatutários e regulamentares aplicáveis; e
b) visa aumentar a satisfação do cliente através da aplicação eficaz
do sistema, incluindo processos para melhoria do sistema e garantia
de conformidade com o cliente e requisitos estatutários e
regulamentares aplicáveis. (ISO, 2020, p. 2)

Segundo BONFA (2010) apud ISO (2010), a família de normas ISO 9000 é
sobre a Gestão da Qualidade, onde sua finalidade é fazer com que as organizações
cumpram aos requisitos de qualidade do cliente, e aos requisitos estatutários e
regulamentares aplicáveis, como objetivo de maximizar a satisfação do cliente, e
alcançar a melhoria contínua do seu desempenho. Com a finalidade de atuar como
uma ferramenta para aperfeiçoar seus processos e torná-los mais eficientes no que
fazem. (LAZARTE, 2015)
Considerando que sua primeira edição foi em 1987, todos os requisitos da ISO
9001 “são genéricos e devem ser aplicáveis a qualquer organização,
56

independentemente do seu tipo ou tamanho, ou dos produtos e serviços que ela


fornece.” (ISO, 2020).
No Brasil, a ISO é representado pela ABNT, que é o organismo responsável
pela elaboração da versão brasileira da norma ISO e a comercialização da mesma.A
norma ISO 9001 especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade para
aplicação interna, externa, certificação ou fins contratuais.(BONFA, 2010 apud
ABNT, 2009). Expressos como requisitos legais, onde os benefícios potenciais são:

A capacidade de prover consistentemente produtos e serviços que


atendam aos requisitos do cliente, estatutários e regulamentares
aplicáveis, facilitar oportunidades para aumentar à satisfação do
cliente, abordar riscos e oportunidades associadas com seu contexto
e objetivo, assim como, a capacidade de demonstrar conformidade
com requisitos especificados de sistemas de gestão da qualidade.
Onde esta norma é complementar aos requisitos para produtos e
serviços. (ABNT ISO, 2015, p.3)

A norma ABNT NBR ISO 9001:2015 está baseada em sete princípios da


gestão da qualidade, de acordo com a ABNT ISO (2015) e Bonfa (2010):
1. Foco no cliente: Entender as necessidades e expectativas do cliente.
2. Liderança: Define a visão da organização e conduz os funcionários
para os objetivos da organização.
3. Engajamento das pessoas. As pessoas são a essência da organização.
4. Abordagem de processo. Maior eficiência, pois a organização é vista
como um conjunto de processos interligados.
5. Melhoria contínua. Selecionar oportunidades.
6. Tomada de decisão baseada em evidências. Decisões baseadas em
fatos e não em suposições. (Inferência)
7. Gestão de relacionamento: Partes interessadas

Qualquer processo e interação de seus componentes possuem a sua


representação, conforme a Figura 6 a seguir:
57

Figura 6 – Representação esquemática de elementos de um processo

Fonte: ISO 9001:2015

E este modelo está baseado na metodologia conhecida como PDCA – “Plan-


Do-Check-Act”, no qual pode ser aplicado para todos os processos (ANBT ISO,
2015):
a) Plan (Planejar): Estabelecer os objetivos e processos de acordo com os
requisitos dos clientes;
b) Do(Fazer):Implementar o que foi planejado;
c) Check(Checar): Monitorar e medir os resultados em relação ao pré-
estabelecido;
d) Act (Agir): Melhorar continuamente os processos.

De acordo com Lazarte (2015), a última edição da ISO 9001 contou com a
participação de especialistas de quase 95 países e observadores para atualizar o
padrão com as necessidades modernas. Considerando que os números entre
parênteses na Figura 7, a seguir, consistem nos itens do requisito da norma ABNT
NBR ISO 9001:2015:
58

Figura 7 – Representação da estrutura da Norma ISO 9001:2015 no ciclo PDCA

Fonte: ISO 9001:2015

A NBR ISO 9001:2015 é composta por sete capítulos principais (ABNT ISO,
2015):
✓ Capítulo 4 –Contexto da Organização: Inclui requisitos gerais, assim como,
a idéia de missão, visão e valor envolvendo a definição do escopo do
sistema da qualidade da organização.
✓ Capítulo 5 –Liderança:A Alta Direção deve ter liderança e
comprometimento, onde aborda o papel da organização e a política da
qualidade.
✓ Capítulo 6 –Planejamento: A empresa deve planejar ações para abordar os
riscos e as oportunidades cumprindo o que foi definido no capitulo quatro e
pelas partes interessadas.
✓ Capítulo 7 –Suporte: Trata dos recursos de apoio necessários para o
sucesso do sistema da qualidade, envolvendo os recursos humanos e suas
necessidades de treinamento, competência, conscientização, comunicação
e envolvimento. Aborda ainda, a infra-estrutura, recursos de monitoramento
59

e medição, identificação e rastreabilidade de medição e controle da


informação retida, composto pela documentação e os registros.
✓ Capítulo 8 – Operação: Trata de planejamento e controle operacionais do
processo de desenvolvimento do produto, sua adequação aos requisitos do
projeto, aquisição, verificação, entrega, e processos. Cumprimento da
demanda, do que o cliente necessita, necessitando da comunicação com o
mesmo.
✓ Capítulo 9–Avaliação do Desempenho: Trata dos processos necessários de
monitoramento, medição, controle (auditoria interna) e avaliação para
demonstrar a conformidade do produto, incluindo a satisfação do cliente.
✓ Capítulo 10 – Melhoria contínua:A organização deve melhor continuamente
a adequação, suficiência e eficácia do sistema de gestão da qualidade.
Envolvendo as não conformidades e a ação corretiva identificadas.

Segundo Bonda (2010), “a organização deve identificar seus principais


processos, a seqüência com que eles ocorrem, os critérios de controle, assegurar os
recursos e informações suficientes para a sua operacionalização e garantir que eles
sejam sempre monitorados e melhorados”. Onde, todas as informações relevantes
devem ser formalizadas.
Referente à edição de 2015, esta apresenta mudanças muito importantes, pois
de acordo com Nigel Croft (LAZARTE, 2015), presidente do subcomitê ISO, se refere
como um processo "evolutivo, e não revolucionário", e o mesmo ainda
complementa:

Estamos apenas trazendo a ISO 9001 firmemente para o século


XXI. As versões anteriores da ISO 9001 eram bastante prescritivas,
com muitos requisitos para procedimentos e registros
documentados. Nas edições de 2000 e 2008, focamos mais no
gerenciamento de processos e menos na documentação. [...] A ISO
9001: 2015 substitui as edições anteriores e os organismos de
certificação terão até três anos para migrar os certificados para a
nova versão. [...] O mundo mudou, e essa revisão foi necessária para
refletir isso. A tecnologia está gerando expectativas crescentes de
clientes e empresas. As barreiras ao comércio caíram devido a
tarifas mais baixas, mas também por instrumentos estratégicos como
as normas internacionais. Estamos vendo uma tendência em direção
a cadeias de suprimentos globais mais complexas que exigem ação
integrada. Portanto, as organizações precisam atuar de novas
maneiras, e nossos padrões de gerenciamento de qualidade
precisam acompanhar essas expectativas. (LAZARTE, 2015)
60

Segundo o relatório emitido pelo INMETRO em maio de 2020, o histórico dos


certificados, de empresas nacionais e estrangeiras, dentro e fora da Sociedade
Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) que foram emitidos no ano de referência e
válidos até a data de emissão do relatório, houve um aumento no número de
empresas em 2017 e 2018, conforme o histórico na Figura 8, abaixo:

Figura 8 - Histórico dos Certificados Válidos

Fonte: INMETRO, Histórico (2020)

Contudo, A família ISO 9000 é o padrão de gerenciamento de qualidade mais


conhecido do mundo para empresas e organizações de qualquer tamanho,esta
liderou o caminho em termos de relevância global, impacto e utilização.

2.8 DIAGRAMA DE PARETO

De acordo com Camargo (2018), o Diagrama de Pareto “é um recurso gráfico


utilizado para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas que devem ser
sanadas.”. Assim como, é uma ferramenta utilizada para as classificações gerais de
problemas, erros, etc., com a finalidade de estudá-los e auxiliar na priorização da
tomada de ações posteriores para solucioná-los.
Gráfico de colunas em barras que ordena a frequência das ocorrências, em
ordem decrescente, permitindo a priorização dos problemas. Este permite uma fácil
61

visualização e identificação das causas ou problemas mais importantes,


possibilitando a concentração de esforços para saná-los, também auxiliando no
controle de qualidade. Assim como, o diagrama é elaborado expressando os valores
em porcentagem e o valor acumulado das ocorrências, posteriormente é realizado o
valor acumulado, sendo concebível avaliar os efeitos dos itens pesquisados. De
forma que possibilita a identificação de pequenos problemas/erros que causam
grandes perdas. “O Gráfico de Pareto dispõe a informação de forma a permitir a
concentração dos esforços para melhorias nas áreas onde os maiores ganhos
podem ser obtidos.” (WERKEMA, 2006).
Seu conceito está diretamente relacionado com a Lei de Pareto, também
conhecida como princípio 80-20, ou lei 20/80 - Diagrama de Pareto 80-20. Onde,
80% das consequências decorrem de 20% das causas. (CAMARGO, 2018)

2.9 HISTOGRAMA

Segundo Carpinetti (2012), o histograma é “um gráfico de barras no qual o


eixo horizontal, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para
cada um destes intervalos, é construída uma barra vertical, cuja área deve ser
proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao
intervalo correspondente.”. Todavia, o mesmo é elaborado de tal forma que é
possível a identificação clara do valor central e da distribuição em seu entorno.
(TRIVELLATO, 2010)

2.10 SAPEVO-M

O método Simple Aggregation of Preferences Expressedby Ordinal Vectors -


Multi Decision Makers (SAPEVO-M) é uma evolução do método original Simple
Aggregation of Preferences Expressedby Ordinal Vectors (SAPEVO), que pode
quantificar e agregar valores, variáveis, critérios e as opiniões de diversos envolvidos
no processo decisório. Para a resolução de problemas com grande complexidade.
Considerando o avanço tecnológico, o aumento da demanda e número de
informações, inovação, etc., se torna cada vez mais difícil e complexo para o
62

individuo administrar todas estas em conjunto. E com isso, devido às muitas


variáveis nos processos, surgiram os métodos multicritérios, de forma a auxiliar a
tomada de decisão, com o objetivo de afunilar os acertos. (BRIOZO, MUSETTI,
2015)
De acordo com Gomes e Gomes (2019), os métodos de apoio multicritério à
decisão (AMD) como técnicas de assessoramento ao agente decisor para a tomada
de decisões sobre problemas complexos, de forma a ordenar e avaliar as
alternativas mediante diferentes pontos de vista e dentro de critérios pré-definidos.
Estes são capazes de reconhecer uma necessidade em uma abordagem mais
abrangente de diversos aspectos da organização, através de múltiplos fatores.
(WERNKE, BORNIA, 2001)
Basicamente, o método consiste em dois processos de acordo com Teixeira,
Santos e Gomes (2019). Inicialmente, “deve ser realizada a transformação da
preferência ordinal entre critérios”, onde este reta um vetor resultante representando
os pesos dos critérios. Depois, “é feita a transformação ordinal da preferência entre
alternativas dentro de um determinado conjunto de critérios, expressa por uma
matriz”. Onde, as comparações pareadas entre as opções de critérios e alternativas
dentro de um determinado projeto, denotam as informações de preferência individual
de cada decisor. Para uma avaliação realista e o auxilio à tomada de decisão é
necessário definir os critérios corretamente, assim como, os seus respectivos pesos,
de forma que estes possam representar a sua importância. (HORA, COSTA, 2015)
Segundo Teixeira, Santos e Gomes (2019), “sejam ci e cj dois critérios dentro
de um conjunto de critérios C = {c1, c2,... }, o grau de preferência entre eles é dado
por cicj, no qual:

cicj = 1cicj, ou seja, ci é tão importante quanto cj; (1)


cicj> 1ci>cj, ou seja, ci é mais importante quanto cj; (2)
cicj< 1ci<cj, ou seja, ci é menos importante quanto cj. (3)

Já, de acordo com Silva et al. (2019), a relação entre as alternativas é


determinada por uma escala de sete pontos, na qual são mensuradas,
relativamente, a importância entre cada opção, conforme o valor numérico que é
expressa na Figura 9, a seguir:
63

Figura 9 – Escala de Critérios

Fonte: Grecoet al.. (2019)

De acordo comTeixeira, Santos e Gomes (2019, p. 4):

Seja D um conjunto de atores que decidem DM (DecisionMakers), D


= {DM1, DM2,…, DMk,…, DMn,…} que expressam suas opiniões
sobre os critérios em ordem de preferência. Para um agente
decisorDMk, estas informações geram uma matriz de avaliação
MDMk. A relação entre as duas escalas da tabela 6 permite a
transformação da matriz MDMk = [cicj] em um vetor coluna [Vi] de
tal forma que:

Vi = , observando-se a escala 2 da tabela 1 para i={1,…,m} e


k={1,…,n}. O vetor V representa as preferências entre critérios de
cada DM.

Através da equação ʋ = [(aij – Mínaij) ÷ (Máxaij – Mínaij)] é realizada a


normalização do vetor resultante, no qual garante valores não negativos. Assim
como, para não permitir que nenhum critério tenha o peso nulo, os menores valores
dos critérios, “assumem o valor zero sendo substituído por um valor arbitrário de 1%
do valor imediatamente superior”. Já o conjunto de alternativas são comparadas par
a par, à luz de cada critério, resultando “na matriz E = {ei,k,l] em um vetor coluna Ai,
onde ei,k,l é o valor da comparação pareada da alternativa ak com a alternativa al
dentro do critério I, para cada agente decisor DM.”. Criando assim o vetor coluna A,
onde A =  ADM da matriz M (n x m)). “Alterando-se o critério I na qual as
alternativas foram avaliadas, procede-se novamente a comparação pareada e a
integração do vetor, de modo que a matriz M seja toda preenchida.” (Ibid., p. 4)
Contudo, é expresso “o vetor resultante da multiplicação matricial entre o
vetor peso dos critérios V e a matriz de avaliação das alternativas M”. De forma que
64

as alternativas são “ordenadas em ordem decrescente dos valores numéricos


obtidos, gerando-se o ranking desejado”. (Ibid., p. 4)
Inicialmente, foi criada a codificação do algoritmo e posteriormente a
plataforma do sistema computacional, com o objetivo de facilitar o acesso e
utilização por pesquisadores, professores e estudantes. Desenvolvido na linguagem
Phyton, pelo uso do framework Django, e HTML, pois de acordo com Teixeira,
Gomes e Silva (2019, p. 5) “dentre os diferentes padrões para desenvolvimento de
páginas web, Python suporta o Hypertext Markup Language (HTML)”, que permite
“marcações utilizadas para publicar páginas Web estáticas que são interpretadas
nos navegadores”.
65

CAPÍTULO 3–ESTUDO DE CASO

3.1 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

De acordo com o INMETRO Acreditação (2020), a certificação de produtos,


processos, serviços, sistemas de gestão e pessoal são realizados por terceira parte,
ou seja, por uma organização independente que não tenha ligação direta com o
objeto a ser certificado. Este organismo deve ser acreditado pelo Inmetro, para que
este execute a avaliação da conformidade. “Ao acreditar um organismo de
certificação, o Inmetro o reconhece competente para avaliar um objeto, com base
em regras preestabelecidas, na maior parte das vezes, pelo próprio Inmetro.”.
A empresa “Certification ABC” atua na área de certificação por décadas, onde
conquistou o respeito e a confiança de grandes e pequenas empresas, nacionais e
estrangeiras e possui uma atuação marcante nas Américas, Europa e Ásia,
realizando auditorias em mais de 30 países. Assim como, a sociedade identifica a
Marca de Conformidade uma garantia de que está adquirindo produtos e serviços
em conformidade, atendendo aos mais rigorosos critérios de qualidade.
Atualmente, os grandes fornecedores mundiais de matérias-primas e insumos
para tintas se encontram no país, através de representantes ou diretamente. E,
segundo o site da ABRAFATI (2020), o setor cresceu 1,4% nos anos de 2018 e 2019
conforme demonstrado na Figura 1. Pois “o Brasil é um dos cinco maiores mercados
mundiais para tintas, fabricam-se no país tintas destinadas a todas as aplicações,
com tecnologia de ponta e grau de competência técnica comparável a dos mais
avançados centros mundiais de produção.”. Considerando que 75% do total das
vendas advêm dos dez maiores fabricantes, no qual há centenas de fabricantes, de
grande, médio e pequeno porte nacional.
Contudo, este presente trabalho é referente ao segmento de fabricação de
tintas para o setor imobiliário composto de por 82,1%, conforme a Figura 10, a
seguir:
66

Figura 10 - Segmentos em que o setor se divide

Fonte: ABRAFATI (2020)

Todavia, 1.289 litros de todo o volume produzido pertencem ao setor


imobiliário, conforme Figura 11 abaixo:

Figura 11 - Segmentos em que o setor se divide

Fonte: ABRAFATI (2020)

E o histórico de 2015 a 2019 da produção do volume em litros no Brasil foi


conforme descrito na Figura 12, a seguir:
67

Figura 12 - Volume de Tintas

Fonte: ABRAFATI (2020)

O processo interno de certificação é realizado através das etapas seguintes,


conforme descrito na Figura 13, abaixo:

Figura 13 – Processos de Acreditação

Fonte: INMETRO- Acreditação (2020)

A certificação garante um diferencial aos fabricantes e contribui para o


aumento da qualidade e confiança no produto, pois o mesmo atende aos requisitos
técnicos e de segurança aplicáveis que são demonstrados mediante avaliações nos
processos de fabricação e ensaios nos produtos.
68

3.2ANÁLISE DAS CAUSAS

Os Quadros 4 e 5, abaixo, permitem analisar quais são as fontes primárias


das não conformidades, a partir da execução do Diagrama de Pareto, bem como, em
qual ordem devem ser solucionados e implementados, para desenvolver a melhoria
do processo de forma mais eficaz:

Quadro 4 – Quadro e dados para construção do Gráfico de Pareto


Perc.
Perc.
2015 2016 2017 2018 2019 TOTAL Acumulado
(%)
(%)
ABNT NBR ISO 4 12 1 28 21 66 81,48% 81,48%
Norma ABNT NBR 1 0 0 10 1 12 14,81% 96,30%
Portaria INMETRO 0 0 0 0 3 3 3,70% 100,00%
TOTAL 5 12 1 38 25 81 100,00%
Fonte: Autora (2020)

Quadro 5 – Gráfico de Pareto

Fonte: Autora (2020)

Com isto, fica claro que dentre as principais origens das não conformidades
mais encontradas, primeiramente, deve ser atendido com vigor à norma ABNT NBR
ISO 9001 de gestão da qualidade e, depois, realizado o autocontrole do produto e se
69

este está de acordo com as especificações de desempenho das normas.


Posteriormente, mas não menos importante, a verificação dos itens das Portarias.

3.3 HISTOGRAMA

De acordo com Werkema (2006), as variáveis são discretas, o histograma é


feito utilizando linhas anuais, de 2015 a 2019, e com os próprios valores assumidos
pela variável número de não conformidade, ao invés de intervalos. Sua construção é
ilustrada a seguir:

Quadro 6 – Histograma

Histograma

Portaria INMETRO

2019
2018
Norma ABNT NBR
2017
2016
2015

ABNT NBR ISO 9001

0 5 10 15 20 25 30

Fonte: Autora (2020)

É possível identificar que houve um aumento no número de não


conformidades após a implementação da revisão da ABNT NBR ISO 9001 de 2015
estipulados pelo INMETRO em setembro de 2018, através de um comunicado
interno a “Certification ABC”.
70

3.4 SAPEVO-M

De acordo com Miranda, Santos e Gomes (2019), o método SAPEVO-M é um


método de pesquisa operacional disponibilizado pelo sistema computacional através
do endereço de Web: http//www.sapevoweb.com, desenvolvido em conjunto pelo
Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), Programa de Pós Graduação
em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Programa
de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Computação do Instituto Militar de
Engenharia (IME).

3.4.1Critérios Avaliados

Foram determinados os critérios para o desenvolvimento do estudo, conforme


abaixo:
➢ Complexidade: Nesse ponto busca-se medir a dificuldade de
implementação/execução do requisito normativo para a certificação.
➢ Custo: Este critério busca avaliar o investimento monetário no processo de
certificação, ou seja, o quanto o cliente gasta nas etapas para manter e
certificar o seu produto.
➢ Tempo: Neste critério busca-se avaliar o Lead time da etapa da
certificação, onde há a conclusão desta.

3.4.2 Alternativas

Considerando os itens 3.1 e 3.2 deste estudo, que tratam do Diagrama de


Pareto e Histograma, respectivamente, expressaram que o ponto que as empresas
mais possuem não conformidades é relacionado à implementação da ISO 9001,
referente ao sistema de gestão da qualidade. As alternativas foram voltadas para
ordenar qual dos requisitos a empresa necessita focar inicialmente e tomar mais
cuidado com a sua execução. Lembrando que todos os itens devem ser cumpridos
de acordo com os Quadros 2 e 3, vistos no Capítulo 2, deste trabalho.
71

Foram determinadas quatro alternativas para o desenvolvimento do estudo a


partir dos itens da norma ABNT NBR ISO 9001:2015, conforme abaixo:

➢ Suporte: (Requisito 7) Recursos de apoio necessários para a operação.


➢ Operação:(Requisito8)Planejamento e controle operacionais do processo
do produto.
➢ Avaliação do Desempenho: (Requisito9) Processos de monitoramento,
medição, controle e avaliação para a conformidade do produto.
➢ Melhoria contínua: (Requisito10) Adequação constante e eficácia do
sistema de gestão da qualidade.

3.4.3 Aplicação do Método

Segundo Silva et. al. (2019, p. 3):

Primeiramente, a transformação ordinal da preferência entre critérios,


expressada por um vetor representando os pesos dos critérios. O
segundo processo é a transformação ordinal da preferência entre
alternativas dentro de um determinado conjunto de critérios. As
informações de preferência no SAPEVO-M são denotadas por uma
série de comparações pareadas entre as alternativas. A relação entre
as alternativas é expressa em uma escala de sete pontos, na qual
são mensuradas, relativamente, a importância entre as alternativas.

Segundo Teixeira, Santos e Gomes (2019, p. 7), “para utilização do


SapevoWeb, faz-se necessária a inserção de dados por parte do usuário. Após
acessar o endereço na internet, a primeira informação solicitada ao usuário é que o
mesmo cadastre o projeto a ser iniciado, identificando-o por algum nome”, conforme
a Figura 14:
72

Figura 14 – Tela inicial para Cadastrar Projeto

Fonte: Autora (2020)

Para confirmar o nome do projeto e inserir do sistema, após a digitação deve-


se pressionar a tecla “Cadastrar”. Posteriormente, para o desenvolvimento deste
método foi considerado a participação de dois técnicos responsáveis pelo processo
de Tintas para Construção Civil da empresa “Certification ABC”, denominados de:
Decisor 1 e Decisor 2, pois o SAPEVO-M é um método ordinal com múltiplos
decisores. Para acrescentar está informação, “a tela inicial do projeto cadastrado
solicita ao usuário a entrada dos nomes dos tomadores de decisão a serem
considerados. A cada nome digitado, clica-se em “Cadastrar” para passar ao
próximo nome” (Ibid, p. 8), um a um, conforme Figura 15, abaixo:

Figura 15 – Cadastro dos decisores

Fonte: Autora (2020)


73

Depois que todos estejam inseridos no sistema, então, para passar ao passo
seguinte, clica-se no botão “Finalizar”, conforme Figura 16, abaixo:

Figura 16 – Finalizar cadastro dos decisores

Fonte: Autora (2020)

Depois, analogamente, pelo usuário, deverão ser inseridas manualmente as


informações dos nomes dos critérios e das alternativas. E clicar em “Finalizar”,
conforme mostram as Figuras 17 e 18, respectivamente:

Figura 17 – Cadastro das Alternativas

Fonte: Autora (2020)


74

Figura 18 – Cadastro dos Critérios

Fonte: Autora (2020)

Se após o cadastramento o usuário identificar que houve erro de digitação, é


necessárioclicar no próprio nome incorreto que abrirá uma nova janela para editar o
nome, reescrevê-lo e depois “salvar”. Porém, esta opção é disponibilizada antes de
finalizar a etapa, seja ela do “Decisor”, “Alternativa” ou “Critério”, conforme ilustrado
na Figura 19, abaixo:

Figura 19 – Correção Hipotética

Fonte: Autora (2020)

Após o conhecimento das escalas dos critérios e alternativas a serem


avaliados, os técnicos em uma nova página HTML com os campos para avaliação,
par a par, separados para cada um, selecionaram a opção que mais condizia com
seu entendimento baseados da escala definida na Figura 9, com o objetivo de
75

determinar o peso dos critérios que é feita de um critério em relação a outro


especificado, e estes foram feitos por cada tomador de decisão, conforme as Figuras
20 e 21, abaixo:

Figura 20 – Avaliação de Peso (Decisor 1)

Fonte: Autora (2020)

Figura 21 – Avaliação de Peso (Decisor 2)

Fonte: Autora (2020)

É importante destacar que a avaliação é feita a partir do critério mais à


esquerda em relação ao outro mais à direita. Isto é, nas ilustrações 20 e 21, como
exemplo, na primeira opção, a avaliação realizada representou o grau de relevância
do critério “Complexidade” em relação ao critério “Custo”, considerando que o
sistema garante todas as combinações possíveis de comparação, sem duplicação e
repetição.
76

Depois deste, foi feito as avaliações individuais das alternativas por critério
entre os decisores, conforme abaixo:

A partir da avaliação entre alternativas, é obtida uma matriz com a


representação numérica correspondente. O resultado da preferência
entre as alternativas é expresso pelo vetor resultante da
multiplicação matricial entre o vetor peso dos critérios V e a matriz de
avaliação das alternativas M. As alternativas são, então, ordenadas
em ordem decrescente dos valores numéricos obtidos, gerando-se o
ranking desejado. (SILVA, et al., 2019, p. 5)

Nas Figuras 22 e 23, observa-se que cada avaliador realizou uma


comparação paritária entre as alternativas dentro de cada critério, conforme ilustrado
nas páginas seguintes:
77

Figura 22 – Avaliação dos Critérios (Decisor 1)

Fonte: Autora (2020)


78

Figura 23 – Avaliação dos Critérios (Decisor 2)

Fonte: Autora (2020)


79

Depois que a avaliação do agente decisor for feita, é necessário clicar no


botão “Avaliar”, então o sistema irá gerar uma nova janela para que seja inserida a
avaliação do decisor subsequente.
Segundo Teixeira, Gomes e Silva (2019, p. 13), a Figura 24 “visa explicar o
layout da página em que foram inseridas as impressões” dos avaliadores, sobre o
desempenho / importância das alternativas em relação às demais, dentro do previsto
para cada critério, conforme especificado na imagem abaixo:

Figura 24 - Tela HTML com a comparação de alternativa dentro de critério

Fonte: Autora (2020)

Depois de inseridos todos os dados de avaliação de todos os agentes


decisores em todos os critérios, ao se clicar em “Avaliar” o resultado são
apresentados. Onde, a utilização deste método permitiu que os critérios das
alternativas fossem avaliados pelos tomadores de decisão que são responsáveis
pelos processos internos de certificação do OPC, com o objetivo de selecionar a
melhor alternativa de cumprimento dos requisitos normativos. Quando foi avaliada a
importância de cada critério, o vetor peso de cada atributo estava sendo
determinado através de uma representação numérica, conforme Tabela 5, abaixo:

Tabela 5 – Determinação do Peso


Critério Pesos
Complexidade 0,505
Custo 2,0
Tempo 0,505
Fonte: Autora (2020)
80

Percebe-se que o maior peso foi o custo, logo, este pode ser considerado o
mais impactante e importante pelos técnicos, pois este interfere diretamente na
periodicidade relatada diariamente pelos clientes, mesmo sendo um investimento de
seus recursos à certificação de seu produto. Já a complexidade e o tempo possuem
o mesmo peso.

3.4.4 Resultado

De acordo com os resultados finais obtidos, conforme a Tabela 6, a


ordenação foi gerada e apresentada abaixo:

Tabela 6 – Resultado das Avaliações


Alternativas Grau Obtido Ordenação
Suporte 5,0821 1º
Aval. Do Desempenho 2,0565 2º
Operação 1,9882 3º
Melhoria Contínua 1,8246 4º
Fonte: Autora (2020)

Considerando o que havia sido proposto, com a participação dos dois


técnicos, utilizando o sistema SapevoWeb baseado no método ordinal SAPEVO-M,
foi possível concluir que a ordenação ideal para implementação é primeiramente os
requisitos de suporte ao processo produtivo (5,08),no qual este é mais relevante
frente aos demais por ser quase o dobro do segundo colocado, subsequente pela
avaliação do desempenho do produto (2,05), a operação (1,99), mantendo a
melhoria contínua (1,82). Contudo, o suporte na visão da análise multicritério deve
ter maior priorização por ser mais relevante do que as outras que são mais similares
em peso e equivalência no resultado. O método “ordinal multicritério para múltiplos
decisores, não restringe a informação transmitida ao decisor apenas à disposição
das alternativas em um ranking. Indo além, o software SapevoWeb permite conhecer
o quanto uma alternativa ficou melhor ordenada, relativamente, do que outra,
passando uma informação adicional ao tomador de decisão.” (TEIXEIRA, SANTOS,
GOMES, 2019, p.15).
81

Levando em consideração o avanço tecnológico, o aumento da demanda e a


inovação, houve uma maior complexidade na resolução dos problemas originados
por estas modificações. E com isso, devido às muitas variáveis nos processos,
surgiram os métodos multicritérios, de forma a auxiliar a tomada de decisão, com o
objetivo de afunilar os acertos. (BRIOZO, MUSETTI, 2015)
Além disso, os pontos positivos na aplicação deste método possibilitam que
todos os envolvidos no processo possam opinar, pois essa ferramenta possibilita a
ordenação, a hierarquia, dos pontos mais relevantes para a tomada de decisão. No
caso deste estudo, há vinte técnicos em todo o setor de certificação de produtos da
empresa “Certification ABC”, e dois deles para o produto de Tintas para Construção
Civil, que participaram da execução da ferramenta SAPEVO-M. Os clientes vigentes
e futuros, podem seguir esta ordem para implementar o SGQ em sua empresa de
forma a agilizar o processo de certificação de seu(s) produto (s).
82

CAPÍTULO 4–CONCLUSÕES

4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como eixo central a discussão, o diagnóstico e a


análise das causas das não conformidades geradas durante o processo de
certificação no escopo de Tintas para Construção Civil, já que a marca da
conformidade é uma vantagem competitiva e permanência no mercado. Baseado,
principalmente, nas Portarias INMETRO e nas normas de ensaios específicas do
produto e a norma ABNT NBR ISO 9001/2015, abrangendo seus aspectos
operacionais e o relacionamento com a geração do não cumprimento de seus
requisitos.
No primeiro capítulo, foi definido o problema em questão que levou a
justificativa do estudo e a metodologia empregada, onde foi possível elaborar dados
a fim de quantificar as não conformidades geradas e suas principais causas, e a
importância da melhoria dos processos internos, alcançando o primeiro objetivo
específico.
E no Capítulo 2 consta a descrição das informações necessárias para o
entendimento do desenvolvimento do estudo de caso exposto no capítulo seguinte.
A fundamentação teórica possui os requisitos gerais normativos para a certificação
de qualquer produto (RGCP) incluindo o modelo de certificação, solicitação de
documentação, avaliação da auditoria inicial, escolha de laboratório, manutenção e
recertificação, etc. Também foi descrito os Requisitos de Avaliação da Conformidade
(RAC) para o escopo de tintas para construção civil que definem quais são as
possíveis famílias e modelos do fabricante, quais serão os ensaios a serem
realizados e os itens do sistema de gestão da qualidade a serem auditados a partir
da ABNT NBR ISO 9001/2015. Sendo assim, as principais Portarias e Normas foram
destacadas através das etapas do processo para obter a certificação deste produto,
atingindo o segundo objetivo específico deste trabalho.
A partir dos itens 3.2 e 3.3, que tratam da execução das ferramentas
Diagrama de Pareto e Histograma, respectivamente, foi concluído que a principal
correlação das causas que geraram as não conformidades nos processos internos
dos clientes da empresa “Certification ABC” foi à norma ABNT NBR ISO 9001, ao
83

longo do período de estudo de 2015 a 2019, com 86,48% do total. Essa identificação
significa que estes clientes levaram mais tempo para a conclusão de alguma de suas
etapas de certificação, podendo ser retrabalho, ensaios de amostras de contraprova
e testemunha, nova coleta de amostras, etc. Com isso, foi possível atender o terceiro
objetivo especifico.
Posteriormente, no item 3.4, foi executado o método SAPEVO-M, através do
sistema SapevoWeb, que permite o auxílio na tomada de decisão à problemas
complexos de uma forma clara, coerente e objetiva, segundo as relevâncias dos
critérios estabelecidos pelos decisores, técnicos responsáveis pelo processo de
certificação, fossem levadas em consideração. Sendo possível obter a classificação
final da alternativa que teve a maior participação das causas das não
conformidades, de forma que possa focar nestas etapas, onde concluíram que a
ordenação ideal para implementação é de 5,08 do Suporte, 2,05 da Avaliação do
Desempenho, 1,098 da Operação e 1,82 da Melhoria Contínua. Destaca-se o
requisito sete (suporte) como sendo o de maior relevância para o SAPEVO-M; ou
seja, os clientes devem focar primeiramente no suporte. Sendo assim, o quarto e
último objetivo específico foi atingido junto ao objetivo geral.
Contudo, este estudo se fez presente e contribuiu na análise, priorização e
relevância dos requisitos normativos da ABNT NBR ISO 9001/2015, pois o software
SapevoWeb permite conhecer o quanto uma alternativa ficou melhor ordenada,
relativamente, do que outra.

4.2 PROPOSTA PARA TRABALHOS FUTUROS

O estudo foi feito mediante pesquisas bibliográficas e de coleta de dados no


sistema interno de uma certificadora. A título de contribuir no setor de fabricação de
tintas para construção civil, sugere-se o desenvolvimento de trabalhos futuros que
elaborem um plano de ação e auxiliem no monitoramento da eficiência do mesmo,
sendo que neste conste as etapas detalhadas a serem aplicadas em cada situação.
Com base no tema, é possível que esse seja utilizado como suporte e/ou inspiração
para trabalhos que envolvam assuntos relacionados a processos certificação, tais
como:
84

• Dar continuidade neste estudo aprofundando os aspectos técnicos de


forma que sejam considerados outros critérios, por exemplo: incluir os
sub-requisitos da norma ABNT NBR ISO 9001/2015, assim como,
expandir a quantidade de avaliadores, incluindo os responsáveis das
indústrias, até mesmo os auditores.
• Realizar uma entrevista e/ou questionário aos responsáveis das
indústrias para investigar a causa original das não conformidades das
empresas que ficam muito tempo na etapa de “Em processo”, etapa
antes de receber o certificado de conformidade, ou seja, por não
conseguirem a certificação.
• Propor através de programas de qualidade práticas de
conscientização para toda a organização com foco no SGQ.
85

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Apr 2020
91

ANEXO I – PORTARIA INMETRO Nº248/2015

De acordo a Portaria INMETRO Nº248/2015, seguem enumerados


abaixodefinições, conceitos e/ou conjunto de termos utilizados para o auxilio do
Inmetro:

o Acreditação (Accreditation): “Atestação realizada por terceira parte


relativa a um organismo de avaliação da conformidade, exprimindo
demonstração formal da sua competência para realizar tarefas
específicas de avaliação da conformidade.”.

o Ação Corretiva (Correctiveaction): “Ação para eliminar a causa de uma


não conformidade identificada ou outra situação indesejável.”.

o Amostra (Sample): “Uma ou mais unidades do produto, retiradas de


forma aleatória do ponto de coleta, para efeito de avaliação do
cumprimento dos requisitos estabelecidos na base normativa.”.

o Amostragem (Sampling): “Ato ou processo de seleção e escolha dos


elementos de uma população para constituir uma amostra.”.

o Análise Crítica (Management Review): “Análise, identificação e análise


de informações, dados e fatos, comparativamente a referenciais
preestabelecidos, de forma a suportar o processo decisório quanto às
necessidades e oportunidades para o aperfeiçoamento de processos,
projetos e procedimentos.”.

o Análise de Risco (RiskAnalysis): “Processo de compreender a natureza


do risco e determinar o nível do risco.”.

o Área de Estoque (StorageArea): “Área distinta do local de exposição e


vendas, utilizada para armazenamento de objetos.”.

o Área de Expedição (ShippingArea): “Local de um estabelecimento,


comercial ou industrial, onde são encontrados objetos acondicionados
que já foram fruto de transação comercial, ou seja, objetos prontos
para entrega.”.

o Atestado da Conformidade (ConformityAttestation): “Documento


emitido após submissão a um procedimento de avaliação da
conformidade indicando existir um nível adequado de confiança de que
um objeto, devidamente identificado, está em conformidade com uma
92

base normativa. São exemplos de atestados da conformidade o


certificado da conformidade e a declaração do fornecedor.”.

o Auditoria (Auditing): “Processo sistemático, independente e


documentado para evidenciar registros, afirmações de fatos ou outras
informações pertinentes e avaliá-los de maneira objetiva para
determinar a extensão na qual os requisitos especificados são
atendidos.”.

o Avaliação da Conformidade (ConformityAssessment): “Processo


sistematizado, com regras pré-estabelecidas, devidamente
acompanhado e avaliado, de forma a propiciar adequado grau de
confiança de que um produto, processo ou serviço, ou ainda uma
pessoa, atende a requisitos pré-estabelecidos em normas ou
regulamentos, com a melhor relação custo benefício para a
sociedade.”.

o Atestado da Conformidade (AttestationofConformity): “Documento


emitido após submissão a um procedimento de avaliação da
conformidade indicando existir um nível adequado de confiança de que
um objeto, devidamente identificado, está em conformidade com uma
base normativa. São exemplos de atestados da conformidade o
certificado da conformidade e a declaração do fornecedor.”.

o Certificação (Certification): “Atestação relativa a produtos, processos,


sistemas ou pessoas por terceira parte.”.

o Certificado da Conformidade (CertificateofConformity): “Documento


formal emitido após a conclusão do processo de certificação.”.

o Ensaio (Testing): “Determinação de uma ou mais características de um


objeto submetido à avaliação da conformidade, de acordo com um
procedimento.”.

o Fabricante (Manufacturer): “Pessoa jurídica ou física, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, legalmente estabelecida, que
desenvolve atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, recuperação ou reparação.”.

o Fornecedor (Distributor, Importer ou Assembler): “Pessoa jurídica,


pública ou privada, legalmente estabelecida no País, que desenvolve
atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, recuperação, reparação, fracionamento,
93

acondicionamento, envase, distribuição ou comercialização do produto


ou prestação do serviço objeto de regulamentação pelo Inmetro.”.

o Laboratório Acreditado (AccreditedLaboratory): “Laboratório cuja


competência técnica encontra-se formalmente reconhecida pela
Coordenação-Geral de Acreditação (Cgcre) do Inmetro, de acordo com
os critérios estabelecidos com base nos princípios e políticas adotadas
no âmbito do SBAC.”.

o Marca (Mark): “Todo sinal distintivo, visualmente perceptível, que


identifica e distingue produtos e serviços. A marca garante ao seu
proprietário o direito de uso exclusivo no território nacional em seu
ramo de atividade econômica.”.

o Marca da Conformidade (Conformity Mark): “Forma de evidenciar a


conformidade de um objeto submetido a um processo de Avaliação da
Conformidade.”.

o Memorial Descritivo (Data-sheet ou Specifications): “Documento


apresentado pelo fornecedor a fim de descrever o objeto a ser
avaliado, identificando-o sem ambiguidades, com o objetivo de
explicitar as informações necessárias à avaliação.”.

o Modelo de Produto (ProductModel): “Conjunto de exemplares com


especificações próprias, estabelecidas por características construtivas,
ou seja, mesmo projeto, processo produtivo, dimensões e demais
requisitos normativos, conforme definido no Requisito de Avaliação da
Conformidade específico, de um mesmo fabricante e de uma mesma
unidade fabril.”.

o Modelo de Certificação (Certification System): “Conjunto de práticas


utilizadas para avaliar a conformidade de um objeto, considerando-se a
sua natureza, processo produtivo, características da matéria-prima,
aspectos econômicos e nível de confiança necessário.”.

o Modelo de Certificação 5: “Avaliação inicial consistindo de ensaios em


amostras retiradas no fabricante, incluindo auditoria do Sistema de
Gestão da Qualidade, seguida de avaliação de manutenção periódica
através de coleta de amostra do produto na fábrica e/ou no comércio,
para realização das atividades de avaliação da conformidade. As
Avaliações de Manutenção têm por objetivo verificar se os itens
produzidos após a atestação da conformidade inicial (emissão do
Certificado da Conformidade) permanecem conformes. A manutenção
94

inclui a avaliação periódica do processo produtivo, ou a auditoria do


SGQ, ou ambos.”.

o Não conformidade (Non Conformity): “Não atendimento a um


requisito.”.

o Organismo de Acreditação (AccreditationBody): “Organismo autorizado


a executar a acreditação.”.

o Período de Adequação (Periodofadjustment): “Período concedido aos


fornecedores para demonstração de atendimento aos requisitos
estabelecidos por uma nova medida regulatória.”.

o Plano de Ensaios (Test Plan): “Plano que descreve a natureza dos


ensaios, os métodos de análise a serem utilizados, a amostragem e os
critérios de aceitação e rejeição.”.

o Procedimento (Procedure): “Forma especificada de executar uma


atividade ou um processo.”.

o Rastreabilidade (Traceability): “Capacidade de recuperar o histórico, a


aplicação ou a localização daquilo que está sendo considerado.”.

o Reclamação (Complaint): “Expressão de insatisfação, outra que não


apelação, emitida por uma pessoa ou por uma organização para um
organismo de avaliação da conformidade ou para um organismo de
acreditação, relativa às atividades desse organismo, do qual uma
resposta é esperada.”.

o Registro de Objeto: “Ato pelo qual o Inmetro, na forma da lei, autoriza,


condicionado à existência de Atestado da Conformidade no campo
compulsório, a utilização do Selo de Identificação da Conformidade e a
comercialização do objeto.”.

o Requisitos Gerais de Certificação de Produtos (RGCP): “Documento


que define os requisitos gerais aplicáveis a todos os Programas de
Avaliação da Conformidade que adotem o Mecanismo da Certificação
de Produto.”.

o Risco (Risk): “Efeito da incerteza nos objetivos. Este efeito pode ser
positivo ou negativo e pode ser expresso em termos da combinação de
consequências e probabilidade.”.
95

o Sistema de Gestão Integrada (SGI) (Integrated Management System


(IMS)): “Sistema informatizado para gestão das atividades da RBMLQ-
I, inclusive para a elaboração ou revisão do Plano de Trabalho do
Órgão Delegado.”.

o Suspensão (Suspension): “Invalidação temporária da atestação da


conformidade para todo ou parte do escopo de atestação
especificado.”.

o Termo de Compromisso: “Documento emitido pelo fornecedor no qual


declara que conhece e cumpre todas as disposições legais e
normativas referentes ao objeto registrado, como também os
dispositivos das Leis nº 9.933/1999 e 5.966/1973, sujeitando-se às
penalidades cabíveis, no caso de descumprimento dos mesmos.”.

o Verificação da Conformidade (Verificationofconformity): “Modalidade de


acompanhamento no mercado, que consiste na realização de ensaios
em amostras do objeto regulamentado.”.

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