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FÍSICA
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Mecânica FRENTE 1

MÓDULO 11 Composição de Movimentos



1. Movimentos Parciais Qual a velocidade do garoto em Exemplo notável: Seja Vrel a ve-
e Resultante relação à estrada? locidade de um barco em relação às
águas de um rio de largura L. Seja  o
Identificando os movimentos: →
Admitamos que se pretenda estu- ângulo entre Vrel e a velocidade de ar-
dar o movimento de um corpo A em rastamento das águas.
(I) Movimento relativo
relação a um sistema de referência
preso a um corpo B e em relação a um garoto em relação ao vagão.
sistema de referência inercial (ligado à →
 Vrel = 3,0km/h
superfície terrestre).
(1) O movimento de A em relação
a B é chamado de movimento rela- (II) Movimento de arrastamento

FÍSICA
tivo. O intervalo de tempo gasto na
vagão em relação à estrada.
(2) O movimento de B em relação travessia do rio é calculado como se
ao sistema inercial é chamado de → não existisse correnteza.
 Varr  = 4,0km/h
movimento de arrastamento.
AB AB
(3) O movimento de A em relação Vrel = –––– ⇒ t = –––––
t Vrel
ao sistema inercial é chamado de (III) Movimento resultante
movimento resultante. garoto em relação à estrada. L
Sendo AB = ––––––, vem:
2. Teorema de Roberval sen 

→ L / sen L
Vrel = velocidade relativa t = –––––––––– = ––––––––––––
→ Vrel Vrel . sen 
Varr = velocidade de arrastamento

VR = velocidade resultante
Se quisermos obter t mínimo,
Vale a relação:
basta tomar sen  máximo, isto é,
→ → → sen  = 1 e  = 90°, ou seja:
VR = Vrel + Varr
→ → →
 VR  2 =  Vrel 2 +  Varr 2
Exemplificando: Para o barco atravessar o rio no
Considere o vagão de um trem → menor tempo possível, sua velo-
V  = 5,0km/h
que se move com velocidade cons- R cidade relativa às águas deve
tante de intensidade 4,0km/h em rela- ser perpendicular à correnteza.
ção à estrada. 3. Princípio de Galileu
Um garoto está em cima do teto A presença da correnteza altera
do vagão caminhando com velocidade O intervalo de tempo de du-
apenas o ponto da margem oposta
constante de intensidade 3,0km/h, em ração do movimento relativo não
atingido pelo barco e não interfere no
relação ao vagão, em uma direção per- depende do movimento de arras-
tempo gasto, que é calculado com
pendicular à velocidade do vagão. tamento.
base no movimento relativo.

–1
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1. (UECE-2021-MODELO ENEM) – O combate à Covid-19 na região 2 Uma pessoa se move horizontalmente, em linha reta, com veloci-
Amazônica exige uma logística complexa por parte das autoridades. Muitas dade constante, em relação ao solo terrestre, de módulo VP = 1,8m/s.
pessoas residem em comunidades ribeirinhas, fazendo com que as vacinas Está caindo uma chuva vertical (sem vento) com velocidade constante,
só cheguem a esses locais de barco. Um desses barcos gasta 8,0 horas em relação ao solo terrestre, de módulo VC = 2,4m/s.
para subir e 4,0 horas para descer um mesmo trecho do rio Amazonas. A pessoa está com seu guarda-chuva aberto e para se proteger melhor
Suponha que o barco seja capaz de manter uma velocidade constante, em da chuva o seu eixo deve estar na direção da velocidade da chuva em
módulo, em relação à água. Em virtude de uma falha mecânica, o barco fica relação à pessoa. (ver figura)
à deriva com os motores desligados, descendo novamente todo o trecho
do rio. Dessa forma, o tempo gasto, em horas, para o barco perfazer o
mesmo percurso sob ação exclusiva da correnteza é igual a
a) 10,0h b) 12,0h c) 14,0h
d) 16,0h e) 18,0h

RESOLUÇÃO

1) Δs = V t (MU)
d = (Vb + VC) 4,0 (1) Dados:
θ 30° 37° 45° 53° 60°
FÍSICA

d = (Vb – VC) 8,0 (2)


d = VC T (3) 1 3 2 4 
3
sen θ ––– ––– –––– ––– ––––
2 5 2 5 2
2) (1) = (2): (Vb + VC) 4,0 = (Vb – VC) 8,0 Determine:
Vb + VC = 2,0Vb – 2,0VC a) o módulo Vrel da velocidade da chuva em relação à pessoa.
b) o ângulo θ indicado na figura.
Vb = 3,0VC (4)
RESOLUÇÃO:
3) (1) = (3): (Vb + VC) 4,0 = VC T (5) → → →
a) VC = Vrel + VP (Teorema de Roberval)
(4) em (5): (3,0VC + VC) 4,0 = VC T ⇒ (3,0 + 1,0) 4,0 = T
V2rel = V2C + V2P
T = 16,0h V2rel = (2,4)2 + (1,8)2 (SI)

Resposta: D V2rel = 5,76 + 3,24 (SI)

V2rel = 9,00 (SI) ⇒ Vrel = 3,0m/s

VP 1,8
b) Da figura: sen  = –––– = –––– ⇒ sen  = 0,60
Vrel 3,0

 = 37°
Respostas: a) Vrel = 3,0m/s
b)  = 37°

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3. Considere um rio de margens paralelas e correnteza com velo- 4. Um carro descreve uma trajetória retilínea e horizontal em movi-
cidade constante de módulo 3,0m/s em relação às margens. Um barco mento uniforme com velocidade escalar de 72km/h. Uma pedra fica
motorizado tem velocidade constante de módulo 5,0m/s em relação às incrustada no pneu do carro.
águas do rio. Para um referencial fixo no solo terrestre, o módulo V da velocidade de
A largura do rio é de 500m e o barco pretende ir de uma margem para pedra será tal que:
outra. Calcule a) V = 72km/h b) V = 0
a) o tempo mínimo de travessia; c) 0  V  72km/h d) 72km/h  V  144km/h
b) o arrastamento do barco rio abaixo na condição do item (a); e) 0  V  144km/h
c) o tempo gasto na travessia para que o barco atravesse o rio perpen-
dicularmente às margens. RESOLUÇÃO:

RESOLUÇÃO:
a) O tempo será mínimo quando a velocidade relativa for
perpendicular às margens.
L
Vrel = ––––––
Tmín

500
5,0 = ––––––
Tmín

Tmín = 100s

FÍSICA
1) A pedra tem um movimento de arrastamento com velocidade
horizontal igual à do carro (V1).
b) BC = Varr . T 2) A pedra tem um movimento, relativo ao carro, circular e
BC = 3,0 . 100 (m) ⇒ BC = 300m uniforme com velocidade de módulo V2.
3) No ponto A, de contato com o chão, a pedra deve ter velocidade
c)
nula, em relação ao solo, para que o pneu não derrape.
Portanto: V2 = V1.
4) No ponto C, a velocidade da pedra, relativa ao solo, será dada
por:
VC = V2 + V1 = 2V1
5) A velocidade da pedra, relativa ao solo, terá módulo V tal que:
VA  V  VC

0  V  144km/h

1) V2rel = VR2 + V2arr Resposta: E


(5,0)2 = (VR)2 + (3,0)2

VR = 4,0m/s

2) AB = VR . Δt
500 = 4,0 . Δt

Δt = 125s

Respostas: a) 100s
b) 300m
c) 125s

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5. A ideia de usar rolos circulares para deslocar objetos


pesados provavelmente surgiu com os antigos
egípcios ao construírem as pirâmides.

Brian Bolt. Atividades matemáticas. Ed. Gradiva.

Representando por R o raio da base dos rolos cilíndricos, a expressão do


deslocamento horizontal x do bloco de pedra em função de R, após o
rolo ter dado uma volta completa sem deslizar, é:
a) x = R b) x = 2R c) x = πR
d) x = 2πR e) x = 4πR

RESOLUÇÃO:
FÍSICA

O ponto A, mais alto do rolo cilíndrico, tem velocidade igual ao


dobro da velocidade do centro C do rolo cilíndrico. Quando o
tambor dá uma volta completa, o seu centro C se desloca 2πR e o
objeto que está em contato com o ponto A vai deslocar-se o dobro,
isto é, 4πR.
Resposta: E

4–
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MÓDULO 12 Balística
2
Lançamento de Projéteis 0 = V0y + 2(– g)Hmáx
2
2gHmáx = V0y
Um objeto é lançado obliquamen-
te com ângulo de tiro  e velocidade 2
→ V0y V02 (sen )2
de lançamento V0 em uma região on- Hmáx = –––– = ––––––––––––
de o campo de gravidade é uniforme 2g 2g

(g = constante) e o efeito do ar é con-
siderado desprezível. 5. Cálculo do Alcance Horizontal

Analisando-se o movimento hori-


a) Componente horizontal: zontal (MU), temos:
V0x = V0 cos  sx = Vx t

Sendo Vx = V0 cos  e
b) Componente vertical:
V0y = V0 sen  2V0 sen 

FÍSICA
t = ts + tq = 2ts = –––
–––––––,
– obtemos:
g
1. Movimentos Componentes 3. Cálculo do Tempo de Subida
2 V0 . sen 
D = V0 cos  . ––––––––––––
O movimento do projétil se faz Analisando-se apenas o movimen- g
com trajetória parabólica e não é uni- to vertical (MUV), temos:
formemente variado (aceleração esca- V02
Vy = V0y + y . t D = –––– . 2 sen  cos 
lar variável). g
Para facilidade de estudo, este
Quando o corpo atinge o ponto
movimento é decomposto em dois Porém:
mais alto:
movimentos parciais:
2 sen  cos  = sen 2 
Vy = 0 e t = ts. Portanto
V02
Movimento horizontal D = –––– sen 2 
Na direção horizontal, não há ace- 0 = V0y – gts g
leração e, portanto, o movimento hori-
zontal é do tipo uniforme, isto é, a 6. Propriedades Notáveis
V0y V0 sen 
velocidade horizontal é constante. ts = –––– = ––––––––––
g g a) No ponto mais alto da trajetória
parabólica, a velocidade tem direção
Movimento vertical
horizontal (V = Vx = V0 cos) e a acele-
Na direção vertical, a aceleração 4. Cálculo da Altura Máxima → →
escalar é constante (  = –g) e o mo- ração é igual à da gravidade ( a = g ).
vimento é do tipo uniformemente Analisando-se novamente o movi- b) Para  = 45° o alcance horizon-
variado. mento vertical (MUV), temos: tal é máximo.
V 20
2. Componentes da Velocidade

Inicial V0
2 2
V y = V0y + 2 y sy
 
Dmáx = –––– , pois sen 2  = 1
g
Quando o corpo atinge o ponto c) Para ângulos de tiro comple-

A velocidade de lançamento V0 mais alto: mentares (por exemplo 1 = 30° e
pode ser decomposta em duas parce- 2 = 60°), os alcances horizontais são
las: Vy = 0 e sy = Hmáx. Portanto: iguais.

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7. Equação da Trajetória g H30 H45


y = (tg ) x – –––––––––––––– x 2 –––––––––– = –––––––––– =
2 V0 (cos )2
2 (sen 30°)2 (sen 45°)2
As coordenadas x e y do projétil
são dadas por: H60 H90
= –––––––––– = ––––––––––
Como a função y = y(x) é do 2.o (sen 60°)2 (sen 90°)2
a) Horizontal (MU): grau, concluímos que a trajetória do
x = x 0 + V xt projétil é parabólica. H30 H45 H60 H90
–––––– = –––––––– = –––––––– = –––––
x = (V0 cos ) t (1) (1/2)2 ( 2/2)2 ( 3/2)2 (1)2
8. Ângulos Notáveis: 30°, 45°,
60°, 90°
b) Vertical (MUV): H30 H45 H60 H90
y –––– = –––– = –––– = ––––
y = y0 + V0yt + –––– t2 Já sabemos que para 2 = 45° o 1 2 3 4
2
V02
g
y = (V0 sen ) t – –– t2
2
(2)
alcance D é máximo
 Dmáx = –––
g 
e para 1 = 30° e 3 = 60° o alcance
Isolando-se o tempo (t) em (1), horizontal é o mesmo.
obtemos:
FÍSICA

x Em relação à altura máxima, para


t = –––––––––
V0 cos  um mesmo V0 , temos:

Substituindo-se o valor de (t) em V02 (sen )2


Hmáx = ––––––––––
(2), temos: 2g

 
x g x 2
Hmáx V02
y = (V0 sen ) –––––
–––– – –– –––––
–––––
– –––––––– = –––– = constante
V0cos  2 V0 cos  (sen ) 2 2g
Lançamentos notáveis.

1. (VUNESP-FAMECA-2022-MODELO ENEM) – A Liga das Nações RESOLUÇÃO:


de Vôlei masculino de 2021 foi marcada por um feito histórico do
ponteiro cubano naturalizado polonês Wilfredo León. O jogador quebrou
o recorde individual de pontos de saque em uma única partida. Um dos
saques de León também foi o mais rápido já registrado na história da
competição, com uma velocidade escalar inicial de 135km/h.
(www.surtoolimpico.com.br, 29.05.2021. Adaptado.)

Suponha que, no seu saque mais rápido, León atingiu a bola a 3,2m de
altura do solo, quando ela estava parada no ponto mais alto da sua
trajetória. Considerando-se que, imediatamente após o impacto com a
mão de León, a velocidade inicial da bola tenha sido horizontal, que a
aceleração da gravidade no local tenha módulo igual a 10m/s2, e
desprezando-se a resistência do ar, o alcance da bola de foi de:
a) 28m. b) 30m. c) 32m. d) 34m. e) 36m.
1) Cálculo de tempo de queda:
y
sy = V0y t + ––– t2
2
3,2 = 0 + 5,0T2 ⇒ T2 = 0,64 (SI)

T = 0,80 s

6–
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2) Cálculo do alcance D: 3) Na direção vertical:


Δsx = V0 T y
sy = V0y t + ––– t2 (↑䊝)
D = 37,5 . 0,80(m) 2

D = 30m 10 10 100
1,0 = 0,60 V0 . ––– – ––– . ––––
V0 2 V02
Resposta: B
1000 1000 500
1,0 = 6,0 – ––––– ⇒ –––––
2
= 5,0 ⇒ ––––
2
= 5,0
2V02 2V0 V0

2
V0 = 100 (SI)

V0 = 10,0m/s

Resposta: E

FÍSICA
2. (ESCOLA NAVAL-2021-MODELO ENEM) – Considere um projétil
arremessado de uma posição a 1,0m de altura do solo, com um ângulo
de 37° em relação à horizontal. Existe um alvo a 8,0m de distância, na
horizontal, da posição de lançamento do projétil, e a 2,0m de altura do
solo. Calcule o módulo da velocidade inicial do projétil para que ele
acerte o alvo e assinale a opção correta.
a) 2,0m/s b) 4,0m/s c) 6,0m/s
d) 8,0m/s e) 10,0m/s

Dados: sen 37° = 0,60; cos 37° = 0,80; g = 10 m/s2

RESOLUÇÃO:

1) Componentes de V0:

V0x = V0 cos 37° = 0,80 V0


V0y = V0 sen 37° = 0,60 V0

2) Na direção horizontal:

sx = V0x T ⇒ 8,0 = 0,80 V0 T


10
V0 T = 10 e T = ––– (SI)
V0

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3. (VUNESP-EXÉRCITO DO BRASIL-2021-MODELO ENEM) – Em 4. (OBF-Modificado-MODELO ENEM) – Nos jogos olímpicos de


um campo de futebol, uma bola é chutada com velocidade inicial de Barcelona, em 1992, um atleta foi convocado para fazer a abertura e
módulo v0 = 20m/s em uma direção que faz 45° com a horizontal. Nesse acender a tocha dos jogos. Com a ajuda de uma flecha em chamas, o
mesmo instante, um jogador parado a 60m do ponto onde ocorreu o arqueiro atirou em direção à tocha que estava a cerca de 80m de altura
chute, começa a correr ao encontro da bola em uma direção contida no e 120m de distância (na horizontal) e acendeu a tocha. Considere
mesmo plano vertical que contém a trajetória da bola. g = 10m/s2, despreze o efeito do ar e admita que, ao chegar na tocha,
a velocidade da flecha seja horizontal.

Desprezando-se a resistência do ar e adotando-se g = 10m/s2, a


velocidade escalar média desse jogador par que ele se encontre com a
bola no mesmo instante em que ela atinge o gramado é, mais próxima
de:
a) 5,0m/s b) 6,0m/s c) 7,0m/s
d) 8,0m/s e) 9,0m/s O módulo da velocidade inicial da flecha vale:
a) 30m/s b) 40m/s c) 50m/s
2  1,4
Dado: 
FÍSICA

d) 70m/s e) 80m/s

RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:


1) Componentes de V0: 1) Na direção y:
2 2
2 (m/s) = 10 2 m/s
V0x = V0y = V0 cos 45° = 20 . ––– Vy = V0y + 2γy Δsy
2 2 2
0 = V0y + 2 (–10) . 80 ⇒ V0y = 1 600 (SI)

2) Cálculo do tempo de subida: V0y = 40m/s


Vy = V0y + γy t ⇒ 0 = 102 – 10Ts ⇒ Ts = 2 s

2) O tempo de voo é dado por:


3) Cálculo do tempo de voo:
T = tS + tQ = 2tS = 22 s Vy = V0y + γy t
0 = 40 – 10 . T ⇒ 10T = 40 ⇒ T = 4,0s

4) Cálculo do alcance horizontal:


D = V0x . T = 102 . 22 (m) ⇒ D = 40m
3) Na direção x:

Δsx = V0x T ⇒ 120 = V0x . 4,0 ⇒ V0x = 30m/s


5) Cálculo da velocidade escalar média:

Δs (60 – 40) m 20 m 10 m
Vm = ––– = –––––––– –– = –––– –– = ––– ––
Δt 22 s 22 s 2 s
4) Cálculo de V0:

102 (m/s) ⇒
Vm = ––––– Vm = 52 m/s  7,0m/s
2

Resposta: C

2 2 2
V0 = V0x + V0y
2
V0 = (30)2 + (4,0)2 (SI)

V0 = 50m/s

Resposta: C

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5. (VUNESP-USCS-MODELO ENEM) – A figura mostra um aspersor


para irrigação de jardins lançando cinco jatos de água, 1, 2, 3, 4 e 5,
todos com velocidade inicial de mesmo módulo e fazendo, com a
horizontal, ângulos de 75°, 65°, 50°, 45° e 35°, respectivamente.

Desprezando-se a resistência do ar, é correto afirmar que o jato que


atinge, no solo, o ponto mais afastado do aspersor é o indicado pelo
número

FÍSICA
a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

Nota: despreze a altura inicial do jato de água

RESOLUÇÃO:
1) Componentes da velocidade inicial
V0x = V0 cos 
V0y = V0 sen 

2) Cálculo do tempo de subida


Vy = V0y + y t
0 = V0 sen  – g TS

V0 sen 
TS = –––––––––
g

3) Cálculo do tempo de voo:


T = TS + TQ = 2 TS

2V0 sen 
T = ––––––––––
g

4) Cálculo do alcance D
sx = V0x T
2 V0 sen 
D = V0 cos  . ––––––––––
g

V02
D = –––– sen 2 
g

V02
D = Dmáx = ––– ⇔ sen 2  = 1
g

2  = 90°

 = 45°

Resposta: D

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MÓDULO 13 1.a e 2.a Leis de Newton

1. Objeto da Dinâmica Se for suprimida a força que atua A inércia pode-se manifestar de
em um corpo, instantaneamente duas formas: a inércia de repouso e
Dinâmica é a parte da Mecânica cessa sua aceleração, isto é, não exis- a inércia de movimento.
que procura estabelecer as leis que te “inércia” de aceleração. Se um corpo estiver em repouso,
explicam os movimentos, possibilitan- livre da ação de forças, ele tende a se
do determinar o tipo de movimento de 4. Equilíbrio de uma Partícula manter em repouso: é a inércia de re-
um corpo a partir de uma certa situa- pouso.
ção inicial. Nosso estudo de dinâmica vai-se É por inércia de repouso que um
As leis da dinâmica foram formu- restringir a forças aplicadas a partícu- passageiro desprevenido é projetado
ladas por Galileu e Newton. las (pontos materiais), isto é, corpos para trás em um ônibus que, partindo
de tamanho desprezível em compara- do repouso, arranca abruptamente.
2. Grandezas Fundamentais ção com as distâncias envolvidas. Se um corpo estiver em movi-
Dizemos que uma partícula está mento, livre da ação de forças, ele ten-
Na cinemática, as grandezas em equilíbrio quando estiver livre da de a continuar com velocidade
fundamentais para a descrição dos ação de forças. constante (MRU); é a inércia de
movimentos eram apenas o com- movimento.
primento (L) e o tempo (T), e as A expressão livre da ação de for- É por inércia de movimento que
FÍSICA

grandezas derivadas, utilizadas em ças admite duas situações: um motorista é projetado para frente
seu estudo, foram a velocidade e a (1) nenhuma força atua sobre a quando freia o carro, ensejando o uso
aceleração. partícula, o que é apenas uma do cinto de segurança para evitar sua
Na dinâmica, as grandezas fun- suposição teórica, irrealizável colisão com o vidro dianteiro.
damentais para a explicação dos na prática;
movimentos são o comprimento (L), (2) as forças atuantes se neutrali- Para vencer a inércia, o corpo
a massa (M) e o tempo (T). zam, de modo que sua so- deve receber a ação de uma força.
As grandezas derivadas principais ma vetorial (força resultante) é
Sintetizando:
utilizadas, além da velocidade e da nula.
aceleração, são força, trabalho, po- A ausência de força resultante im-
tência, energia, impulso e quantidade plica a ausência de aceleração e de- Por inércia, um corpo tende a
de movimento. termina, para a partícula, uma manter a velocidade que possui,
velocidade vetorial constante, com e para alterar esta velocidade, é
3. Conceito Dinâmico de Força duas possibilidades: repouso ou mo- preciso a intervenção de uma
vimento retilíneo e uniforme. força.
Força é o agente físico responsá-
vel pela aceleração dos corpos. Equilíbrio da partícula
Isso significa que força é algo que O conceito de inércia foi estabele-
→ → → → cido por Galileu, porém, com uma in-
produz variação de velocidade de F =0 ⇔ a = 0
um corpo. correção: Galileu, influenciado por
→ Aristóteles, acreditava que, na ausên-
V = constante
Qualquer alteração na velocidade cia de forças, um corpo poderia reali-
→ →
de um corpo, seja em intensidade, V = 0 : partícula em repouso zar movimento circular e uniforme, por
seja em orientação (direção e sentido), inércia.
→ →
implica uma aceleração e, portanto, a V  0 : partícula em MRU O erro de Galileu foi corrigido por
presença de uma força que vai pro- Newton em sua obra máxima, Os
duzir esta aceleração. Princípios Matemáticos da Filosofia
Força e aceleração constituem um 5. Conceito de Inércia Natural, publicada em 1687 e que con-
dos mais importantes pares causa- tinha suas três leis de movimento.
efeito da Física. A inércia é uma propriedade ca- As três leis de movimento de
racterística da matéria, que consiste Newton procuram estabelecer o
Força ⎯⎯→ Aceleração na tendência do corpo em manter comportamento de um corpo em três
(causa) produz (efeito) sua velocidade vetorial. situações distintas:

10 –
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1.a lei: comportamento do corpo uma força externa que vai mudar sua
quando estiver livre da ação de forças; velocidade.
2.a lei: comportamento do corpo (3) Uma nave a jato interage com
ao receber a ação de uma força; os jatos expulsos e recebe dos jatos
3.a lei: comportamento do corpo uma força externa que vai mudar sua 2.a Lei de Newton
ao interagir com outros corpos. velocidade.
A 1.a Lei de Newton nega a possibi- “A força aplicada a um corpo e a
a.
6. 1 Lei de Newton lidade de existência de um super-ho- aceleração por ela produzida são
mem que possa voar sem receber a proporcionais.”
A 1.a Lei de Newton, também ação de uma força externa, graças → →
F = ma
chamada de princípio da inércia, apenas a uma grande energia interna.
estabelece que
“uma partícula, livre da ação de 7. Sistema de Referência Inercial O coeficiente de proporcionalida-
forças, ou permanece em repouso de (m) é uma constante característica
(inércia de repouso), ou permanece A 1.a Lei de Newton não é válida do corpo, que mede a sua inércia e é
em movimento retilíneo e uniforme para qualquer sistema de referência. chamado de massa inercial (ou sim-
(inércia de movimento).” Um sistema de referência, em re- plesmente massa) do corpo.
lação ao qual é válida a 1.a Lei de Portanto, a massa é uma pro-
Newton, é chamado de referencial priedade do corpo que traduz a res-
1.a Lei de Newton
inercial. posta desse corpo ao ser solicitado

FÍSICA
→ →
F = 0 Repouso ou MRU Para movimentos na superfície ter- por uma força.
restre, de duração bem menor que 24h,
Isso significa que o repouso e o
os efeitos de rotação da Terra se tor-
MRU são estados de equilíbrio, man-
nam irrelevantes, e, com boa aproxima-
tidos por inércia, isto é, sem a
ção, podemos assumir um referencial
intervenção de forças.
fixo na superfície terrestre (referencial
A 1.a Lei de Newton derrubou o
de laboratório) como inercial.
pensamento de Aristóteles, que afir-
Nos estudos de Astronomia, um
mava: “tanto para colocar um corpo
referencial ligado às “estrelas fixas”
em movimento como para mantê-lo
é tomado como referencial inercial.
em movimento é preciso a ação de
Cumpre destacar que um referen-
uma força”. Aristóteles errou porque
cial que esteja em movimento
só admitiu a inércia de repouso, ne-
retilíneo e uniforme, em relação a
gando a inércia de movimento, afir- tg mede a massa
outro referencial inercial, também
mando que um corpo livre de forças
será inercial. →
só pode estar em repouso.
Assim, assumindo como inercial Variando-se a intensidade de F ,
O princípio da inércia pode ter ou-
um referencial ligado à superfície ter- para um mesmo corpo, a intensidade
tra formulação equivalente: →
restre, também será inercial um refe- de a varia proporcionalmente, confor-
rencial que se desloque com velocida- me traduz o gráfico F = f(a) anterior.
“Nenhum corpo pode, sozinho,
de constante (MRU) em relação à su- A declividade da reta F = f(a) (tg)
alterar sua velocidade.”
perfície terrestre. mede a massa do corpo.

Isso significa que, para mudar sua 8. 2.a Lei de Newton Nota → →
velocidade, um corpo precisa interagir →
Quando várias forças ( F1, F2, ...,

com o resto do Universo, de modo a Decorre da 1.a Lei de Newton que Fn ) atuarem no corpo, F representará
receber uma força externa capaz de qualquer alteração na velocidade de a força resultante, isto é,
vencer a sua inércia. um corpo implica a existência de ace- → → → →
leração e a presença de uma força F = F1 + F2 + ... + Fn
Exemplificando:
(1) Uma pessoa, para andar, in- responsável por esta aceleração.
terage com o chão e recebe, por meio A 2.a Lei de Newton, também cha- 9. Unidades
do atrito, uma força externa que vai mada de princípio fundamental da
mudar sua velocidade. dinâmica (PFD), estabelece uma rela- No Sistema Internacional de Uni-
(2) Um avião a hélice (ou um pás- ção entre a força aplicada a um corpo dades (SIU), temos:
→ →
saro) interage com o ar e recebe dele (F ) e a aceleração por ele adquirida ( a ).

– 11
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Unidade de aceleração: m/s2 menores do que este valor. manutenção de sua órbita. As forças
Unidade de massa: kg gravitacionais que o Sol e a Lua exer-
(2) Força eletromagnética: in- cem sobre os oceanos são respon-
Unidade de força: newton (N)
clui as forças elétricas e as forças mag- sáveis pelas marés.
m néticas. Esta força existe entre A força gravitacional, embora seja
1N = kg . ––––
s2 partículas eletrizadas e pode ser atrativa a mais fraca das interações fundamen-
ou repulsiva. Ela explica a ligação entre tais, é a mais importante na Astrono-
os elétrons e os núcleos atômicos e mia, para explicar a formação de
10. Dimensões também a união entre os átomos para estrelas, galáxias e planetas, pelas se-
formarem as moléculas. Além disso, é guintes razões:
Em relação às grandezas funda- responsável pela emissão de radiação
mentais massa (M), comprimento (L) eletromagnética, quando os átomos (1)continua atuando em corpos
e tempo (T), temos passam de um estado excitado para o eletricamente neutros;
seu estado fundamental.
[a ] = LT –2 = MoLT –2 (2)é sempre atrativa e torna-se
(3)Força nuclear fraca: ocorre muito intensa porque, em escala
[m] = M = MLoTo
entre elétrons e prótons e entre elé- astronômica, as massas dos corpos
[F ] = MLT – 2 trons e nêutrons; atua em escala nu- tornam-se extremamente grandes.
clear, com alcance ainda menor que o Todas as demais forças que apa-
11. Reconhecimento das da força nuclear forte; é responsável recem na Física podem ser reduzidas
FÍSICA

Interações Fundamentais da pelo processo de emissão de elétrons a essas quatro interações fundamen-
Natureza, Âmbitos de Atração pelos núcleos de certas substâncias tais.
e Intensidades Relativas radioativas, denominado desintegra- As interações nuclear forte e nu-
ção beta. clear fraca, devido a seu alcance extre-
As diferentes forças que apare- A intensidade da força nuclear fra- mamente curto, da ordem das
cem na Natureza podem ser explica- ca é muito menor que a da força dimensões do núcleo dos átomos, só
das em termos de quatro interações eletromagnética, situando-se num têm relevância para explicar fenô-
fundamentais que apresentamos a patamar intermediário entre as forças menos em escala nuclear.
seguir, em ordem decrescente de eletromagnéticas e gravitacionais. Do ponto de vista macroscópico,
suas intensidades. Hoje em dia, a teoria que pretende só têm importância as interações ele-
unificar as interações fundamentais já tromagnética e gravitacional.
(1)Força nuclear forte (também admite que a força nuclear fraca e a A estrutura dos átomos e as
chamada de força hadrônica): so- força eletromagnética representam forças interatômicas estão ligadas à
mente ocorre entre as partículas ele- aspectos diferentes de uma mesma interação eletromagnética.
mentares chamadas hádrons, que interação fundamental (força Einstein passou grande parte de
incluem, entre outras, os prótons e eletrofraca). sua vida tentando interpretar essas
nêutrons, constituintes do núcleo atô- quatro forças como aspectos distintos
mico. (4)Força gravitacional: é a força de uma única superforça. A unificação
A força nuclear forte atua em esca- atrativa que existe entre partículas das forças eletromagnética e nuclear
la nuclear, tendo, portanto, um alcance dotadas de massa. É a mais fraca de fraca já é aceita e está-se tentando,
extremamente curto, da ordem de todas as interações fundamentais. Por atualmente, também a inclusão da
10–15m. Ela é responsável pela manu- exemplo, a força de repulsão força nuclear forte nessa unificação.
tenção ou coesão do núcleo atômico, eletrostática entre dois prótons é Ainda se pretende, como queria
mantendo os quarks unidos para forma- cerca de 1036 vezes maior do que a Einstein, a unificação de todas as in-
rem os prótons e nêutrons e mantendo respectiva força gravitacional entre terações, porém isso, por enquanto, é
estes últimos unidos no núcleo do eles. mera especulação.
átomo, apesar da força de repulsão A força gravitacional entre a Terra
eletrostática entre os prótons. As forças e um corpo em suas proximidades é o
nucleares fortes diminuem rapidamente peso do corpo. A força gravitacional
com a separação das partículas e são que o Sol aplica sobre um planeta é
desprezíveis à distância de alguns responsável pelo seu movimento orbi-
diâmetros nucleares. Estas forças são tal. A força gravitacional que a Terra
atrativas para distâncias maiores do que exerce na Lua ou em qualquer outro
0,4 . 10–15m e repulsivas para distâncias satélite artificial é responsável pela

12 –
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1. (INEP-2019-MODELO ENEM) – Durante um jogo de futebol uma 2. (FATEC) – Nas figuras abaixo, estão representadas, através de
bola é chutada e viaja em direção ao gol como mostra a imagem. vetores, todas as forças que agem sobre uma partícula; as forças são
Despreze o efeito do ar. constantes e têm a mesma intensidade.

a) Em quais esquemas a partícula tem velocidade vetorial constante?


b) O que ocorre com a partícula no esquema (V)?

FÍSICA
RESOLUÇÃO:
a) Para a partícula ter velocidade vetorial constante, a resultante
Ferreira, A. Bicicleta de Pelé. Maracanã, Rio de Janeiro, 1965.
das forças deve ser nula, o que ocorre nos esquemas I, III e V
(ausência de forças).
(Disponível em: https://imagesvisions.blogspot.com. b) No esquema V, a partícula está livre de forças e, portanto, ou
Acesso em: 19. mar. 2019) está em repouso ou está em MRU.

A componente horizontal da velocidade da bola se mantém até o gol, Respostas: a) I, III e V.


mesmo após o chute, por causa da b) Repouso ou MRU.
a) força gravitacional, que mantém seu movimento enquanto cai.
b) força do chute, absorvido pela bola, que a movimenta até se esgotar.
c) força do chute transferida para a bola, que a movimenta até ser
dissipada pela resistência do ar.
d) inércia da bola, que mantém sua velocidade horizontal porque a força
resultante é vertical.
e) lei da ação e reação.

RESOLUÇÃO:

Após o chute, desprezando-se o efeito do ar, a única força atuante


na bola é o seu peso que é uma força vetical. Como não há força
horizontal, então a velocidade horizontal permanece constante por
inércia.

Resposta: D

– 13
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3. Um bloco está em repouso sobre um plano inclinado com atrito. O 4. (FUVEST-TRANSFERÊNCIA-2022-MODELO ENEM) – A lagosta
bloco pesa 10N. boxeadora (Odontodactylus scyllarus), um crustáceo de cerca de 10cm
de comprimento, é considerado um dos animais mais fortes do mundo,
sendo capaz de dar um golpe muito forte e muito rápido em suas
presas. Esse golpe é capaz de quebrar o vidro de um aquário,
dificultando sua criação em cativeiro. A figura mostra dados de um
experimento que mediu a intensidade da força desse golpe em função
do tempo:

a) Represente, na figura:

1) o peso P do bloco.

2) a força F que o plano inclinado exerce no bloco.

b) Caracterize a força F em módulo, direção e sentido.
→ →
c) Relacione a força F com suas componentes normal (FN) e de atrito

(Fat)

RESOLUÇÃO:
a)
FÍSICA

O gráfico que melhor descreve a aceleração de um objeto de massa


100g e tamanho compatível com o do crustáceo, inicialmente em
b) Como bloco está em repouso então a força resultante é nula: repouso, de 1,2ms até o instante imediatamente após receber o golpe
→ → → → → → desse crustáceo é:
FR =F+P=0 ⇒ F = –P

A força F tem módulo 10N, direção vertical e sentido para cima.

→ → →
c) F = Fat + FN

F2 = F2at + F2N

14 –
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RESOLUÇÃO:
De acordo com a 2.a lei de Newton:
F=ma

Como a massa é constante, as funções F = f(t) e a = f(t) têm a


mesma forma, só diferindo nos valores numéricos.

Fmáx = 480N e m = 0,10kg

480 m
amáx = –––– ––– = 4800 m/s2
0,10 s2

Resposta: A

5. (VUNESP-ANHEMBI-MORUMBI-2022-MODELO ENEM) – O
ponto de freada mais crítico entre todas as pistas do calendário de
corridas da categoria Stock Car é no fim da reta dos boxes do autódromo

FÍSICA
de Interlagos, em São Paulo, quando os carros diminuem de 234km/h
para 72km/h, antes de contornarem a curva do “S do Senna”. É uma
diminuição de 162km/h em apenas 5,0 segundos.
(https://mobilidade.estadao.com.br. Adaptado.)

Considerando-se que, durante todo o tempo dessa frenagem, um


automóvel de massa 1,4.103kg percorreu uma trajetória retilínea e
horizontal, a intensidade média da resultante das forças que atuaram
sobre o automóvel foi
a) 1,26 . 104 N. a) 4.54 . 104 N. a) 3.15 . 105 N.
a) 1,13 . 106 N. a) 1,42 . 106 N.

RESOLUÇÃO:

km 234 m
1) V0 = 234 ––– = –––– –– = 65,0m/s
h 3,6 s

72 m
Vf = 72km/h = ––– –– = 20,0m/s
3,6 s
| ΔV | = 45,0m/s

| ΔV |
2) (PFD): FM = m am = m . ––––
Δt
45,0
FM = 1,4 . 103 . –––– (N)
5,0

FM = 12,6 . 103N

FM = 1,26 . 104N

Resposta: A

– 15
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MÓDULO 14 Peso de um Corpo e 3.a Lei de Newton


1. Experiência de Galileu Um corpo pode ter massa (todo corpo tem massa) e
não ter peso, bastando estar em uma região livre de
Galileu, estudando a queda livre dos corpos, concluiu ações gravitacionais (g = 0).
que
3. Definição de kgf
“todos os corpos em queda livre, sem resistência A unidade quilograma-força (kgf ou kg*) é uma
do ar, caem com a mesma aceleração, não unidade de força que faz parte de um sistema de
importando suas massas.” unidades chamado Sistema Técnico ou dos Engenheiros.

A aceleração de queda livre, que é a mesma para todos Por definição, kgf é o peso de um corpo de massa
os corpos, foi denominada aceleração da gravidade (g) e, 1kg em um local onde g = 9,8m/s2.
nas proximidades da Terra, tem intensidade constante
g = 9,8m/s 2. Segue-se da definição:
Na realidade, o valor de g varia com a altitude e a lati-
tude do lugar. 1kgf = 1kg . 9,8m/s2
FÍSICA

O valor 9,8m/s2 corresponde ao nível do mar e à


1kgf = 9,8 kg.m/s2 ⇒ 1 kgf = 9,8 N
latitude de 45°, e é chamado de “gravidade normal”.
newton
2. Peso de Um Corpo
Em um local onde g = 9,8m/s2 (gravidade normal), um
corpo de massa n kg pesa n kgf, isto é, o número que
O peso de um corpo traduz a força com que o planeta
mede a massa em kg é o mesmo número que mede
Terra atrai esse corpo.
→ o peso em kgf.
Para obtermos a expressão do peso P de um corpo de
Analogamente se definem grama-força (gf) e
massa m, em um local onde a aceleração da gravidade vale
→ tonelada-força (tf).
g , basta usar a 2a. Lei de Newton e a experiência de Galileu. “gf é o peso de um corpo de massa 1g em um local
De acordo com a 2a. Lei de Newton, aplicada a um onde a gravidade é normal.”
corpo em queda livre, temos “tf é o peso de um corpo de massa 1t em um local
→ →
F = ma onde a gravidade é normal.”
→ →
F = força resultante que age no corpo = P No Sistema Técnico, a unidade de massa é
→ →
a = aceleração do corpo em queda livre = g denominada unidade técnica de massa e simbolizada
por utm.
→ →
Portanto, P = mg
kgf
utm = –––––– = 9,8kg
Procure não confundir massa com peso: m/s2

(I) Massa é uma propriedade associada ao corpo que 4. 3.a Lei de Newton
mede sua inércia; é grandeza escalar; é medida em kg e
não depende do local. A 3.a Lei de Newton, também chamada princípio da
(II) Peso é o resultado da atração gravitacional da Terra; ação e reação, estabelece como se desenvolvem as in-
é grandeza vetorial; é medido em newtons (peso é uma terações (troca de forças) entre dois corpos:
força); não é propriedade característica do corpo, pois

depende do local. A toda força de ação ( F) corresponde uma força

Quando um astronauta vai da Terra para a Lua, sua de reação ( – F) com a mesma intensidade, mesma
massa não se altera, porém o seu peso fica, aproxima- direção e sentido oposto.
damente, dividido por seis, pois a gravidade lunar é, aproxi- Assim, em uma interação entre um corpo A e um
madamente, um sexto da gravidade terrestre. corpo B, temos

16 –
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→ →
→ → As forças F e – F constituem um outro par ação-
FBA FAB reação entre o livro e a mesa e não se equilibram, pois
A B
estão aplicadas a corpos distintos.
→ →
FBA = – FAB

É fundamental compreender que as forças de ação e


reação são forças trocadas entre dois corpos, isto é, nun-
ca estão aplicadas ao mesmo corpo e, portanto,

Ação e reação nunca se equilibram.

Exemplo
Considere um livro sobre uma mesa na superfície
terrestre.
O planeta Terra aplica no centro de gravidade do livro

uma força P ; o livro reage e aplica no centro da Terra uma

força – P .

FÍSICA
→ →
As forças P e – P constituem um par ação-reação
entre o planeta Terra e o livro e não se equilibram, pois
estão aplicadas a corpos distintos.

A mesa aplica ao livro uma força F; o livro reage e

aplica à mesa uma força – F.

1. 2021 – No seu estudo sobre a queda dos corpos, No experimento do segundo aluno a mesma folha cai em tempos
Aristóteles afirmava que se abandonarmos corpos diferentes, pois, ao amassá-la, o colega B altera a área de contato
leves e pesados de uma mesma altura, o mais entre o papel e o ar. Assim, altera a força de resistência do ar sobre
pesado chegaria mais rápido ao solo. Essa ideia está apoiada em algo a folha de papel.
Resposta: B
que é difícil de refutar, a observação direta da realidade baseada no
senso comum.
Após uma aula de física, dois colegas estavam discutindo sobre a queda
dos corpos, e um tentava convencer o outro de que tinha razão:
Colega A: “O corpo mais pesado cai mais rápido que um menos pesado,
quando largado de uma mesma altura. Eu provo, largando uma pedra e
uma rolha. A pedra chega antes. Pronto! Tá provado!”.
Colega B: Eu não acho! Peguei uma folha de papel esticado e deixei
cair. Quando amassei, ela caiu mais rápido. Como isso é possível? Se era
a mesma folha de papel, deveria cair do mesmo jeito. Tem que ter outra
explicação!”.
HÜLSENDEGER, M, Uma análise das concepções dos alunos sobre a
queda dos corpos. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, n. 3. dez.
2004 (adaptado).

O aspecto físico comum que explica a diferença de comportamento dos


corpos em queda nessa discussão é o(a)
a) peso dos corpos. b) resistência do ar.
c) massa dos corpos. d) densidade dos corpos.
e) aceleração da gravidade.

RESOLUÇÃO:
No movimento de queda, é sabido que a aceleração da gravidade
é a mesma para todos os corpos.

– 17
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2. (UFVJM-2022-MODELO ENEM) – Normalmente, quando anda- 3. (UFRN-MODELO ENEM) – Durante a realização de uma partida
mos sob a chuva, as gotas que caem não nos machucam. Isso ocorre de futebol, um jogador cabeceia a bola que vinha ao seu encontro
porque as gotas d’água não estão em queda livre, mas sujeitas a um conforme representado na figura abaixo. Durante o curto intervalo de
movimento no qual a resistência do ar não pode ser desconsiderada. tempo do contato entre a bola e a cabeça do jogador, forças foram
Tal resistência é produzida pela força de arrasto cuja intensidade é dada exercidas de modo a produzir mudanças no vetor velocidade da bola,
por: F = K C v2, onde K é uma constante que representa o efeito da tanto em módulo como em direção.
densidade do ar e da área da seção transversal da gota de chuva sobre
o módulo da força de arrasto, C e v são o coeficiente de arrasto e o
módulo da velocidade da gota de chuva em relação ao ar, respectiva-
mente.
Fonte: Adaptado de https://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/2001-
correcao-puc-fisica.pdf
Considere K = 8,0 . 10–4 kg/m e g = 10m/s2

O coeficiente de arrasto C da gota de chuva, de massa 0,20g, cuja


velocidade escalar, no regime de equilíbrio dinâmico, é de 5,0m/s vale:
a) 0,10 b) 1,0 c) 1,0 . 102
d) 1,0 . 10 3 e) 1,0 . 10 4

Do que foi descrito, conclui-se que


Nota: o coeficiente de arrasto C é adimensional.
a) a força exercida pela cabeça do jogador sobre a bola foi maior que a
força exercida pela bola sobre a cabeça do jogador, e essas forças
RESOLUÇÃO:
constituem um par ação-reação, obedecendo a 3.a Lei de Newton.
FÍSICA

No regime de equilíbrio dinâmico, temos:


b) a força exercida pela cabeça do jogador sobre a bola foi igual à força
F=P
exercida pela bola sobre a cabeça do jogador, e essas forças
K C Vf2 = mg
constituem um par ação-reação, obedecendo a 3.a Lei de Newton.
8,0 . 10–4 . C . 25,0 = 0,20 . 10–3 . 10 c) a força exercida pela cabeça do jogador sobre a bola foi maior que a
200 . 10–4 C = 2,0 . 10–3 força exercida pela bola sobre a cabeça do jogador, mas essas forças
2,0 . 10–2 . C = 2,0 . 10–3 não constituem um par ação-reação.
d) a força exercida pela cabeça do jogador sobre a bola foi igual à força
C = 1,0 . 10–1 = 0,10
exercida pela bola sobre a cabeça do jogador, mas essas forças não
Resposta: A constituem um par ação-reação.
e) as forças trocadas entre a cabeça do jogador e a bola têm a mesma
intensidade e formam entre si um par ação-reação.

RESOLUÇÃO:
A cabeça age na bola e a bola reage na cabeça com forças de
mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos e formam
um par ação-reação.
A opção B está errada por que as forças de ação e reação não são
iguais e sim opostas ou simétricas.
Resposta: E

18 –
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4. (SEDUC-AM-MODELO ENEM) – Um exemplo prático do Princípio 5. Um elevador está subindo verticalmente com movimento retar-
da Ação e Reação, a Terceira Lei de Newton, é o recuo de armas de dado e no piso do elevador está um livro de massa m = 1,0 kg. A acele-
fogo quando o projétil sai do seu cano. ração do elevador tem módulo a = 2,0 m/s2 e a aceleração da gravidade
“Quando se dispara o rifle, ocorre uma interação entre este e a bala. tem módulo g = 10,0 m/s2
Um par de forças atua tanto sobre o rifle como sobre a bala. A força
exercida sobre a bala é tão grande quanto a força de reação exercida
sobre o rifle; logo, o rifle dá um tranco no atirador.”
(HEWITT, P. G. Física Conceitual. Editora Bookman, 2002, p. 88).

Considere que um rifle de 15,0kg de massa atire um projétil de massa


60,0 g com velocidade de módulo 3600km/h. Podemos afirmar que a
velocidade de recuo da arma, no instante em que o projétil é disparado,
tem módulo igual a: a) Identifique as forças que atuam no livro e calcule os seus módulos.
a) 4,0 . 10–3m/s b) 0,25m/s c) 2,5m/s b) Caracterize a força que o livro exerce no piso do elevador.
d) 4,0m/s e) 2,5 . 102m/s c) Caracterize a força de reação ao peso do livro.

RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:

FÍSICA
F12 = F21 a) 1) P: força de natureza gravitacional
que o planeta Terra exerce no
m2 a2 = m1 a1
livro: é vertical, para baixo e com
(V2 – 0) (V1 – 0) intensidade P = mg = 10,0N
m2 . ––––––– = m1 . –––––––
Δt Δt

m2 V2 = m1 V1
3600 →
V1 = 3600 km/h = ––––– m/s 2) FN: força normal que o piso do elevador exerce no livro:
3,6
é vertical, para cima e com intensidade FN calculada pela
V1 = 1,0 . 103m/s 2.a lei de Newton

PFD: P – FN = ma ⇒ 10,0 – FN = 2,0 ⇒ FN = 8,0N


15,0 V2 = 60,0 . 10–3 . 1,0 . 103

b) A força que o livro exerce no piso é a reação à força FN : é ver-
V2 = 4,0m/s
tical, para baixo e com intensidade 8,0N.

Resposta: D →
c) A reação ao peso P é a força que o livro aplica no centro da
Terra: é vertical, para cima e com intensidade 10,0N.

– 19
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MÓDULO 15 Aplicações das Leis de Newton

1. No esquema da figura, despreze os atritos e o efeito do ar. 2. No esquema da figura desprezamos todos os atritos e o efeito do
ar e adotamos g = 10,0m/s2.

As forças aplicadas e as massas dos blocos estão indicadas na figura.


Determine
a) o módulo a da aceleração do sistema;
b) a intensidade FAB da força que A aplica em B;
c) a intensidade FBC da força que B aplica em C.

RESOLUÇÃO: As massas de A e B são respectivamente iguais a 8,0kg e 2,0kg.


FÍSICA

a) PFD (A + B + C): F1 – F2 = (mA + mB + mC) a Determine:


a) o módulo a da aceleração dos blocos.
60,0 – 40,0 = 10,0 a ⇒ a = 2,0m/s2 b) A intensidade T da força que traciona o fio.
RESOLUÇÃO:
b) PFD (B + C): FAB – F2 = (mB + mC) a a
NA T

FAB – 40,0 = 4,0 . 2,0 ⇒ FAB = 48,0N


T
A B a
c) PFD (C): FBC – F2 = mC a

FBC – 40,0 = 1,0 . 2,0 ⇒ FBC = 42,0N


PA
Respostas: a) a = 2,0m/s2
b) FAB = 48,0N PB
c) FBC = 42,0N
a) 1) PFD (A): T = mA a
2) PFD (B): PB – T = mB a
3) PFD (A + B): PB = (mA + mB)a
20,0 = 10,0 . a

a = 2,0 m/s2
b) T = mA a
T = 8,0 . 2,0 (N)

T = 16,0N

Respostas: a) a = 2,0m/s2
b) T = 16,0N

20 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 21

3. (MODELO ENEM) – Na figura, representamos um veículo que se 4. (MACK-SP-MODELO ENEM) – O esquema representa um eleva-
movimenta em uma estrada reta e horizontal com aceleração constante dor que se movimenta verticalmente. Preso a seu teto, encontra-se um
de módulo a. dinamômetro que sustenta em seu extremo inferior um bloco de ferro.
Um fio de massa desprezível, preso ao teto do veículo, sustenta uma O bloco pesa 20N, mas o dinamômetro marca 25N.
esferinha de massa m e fica inclinado de um ângulo  constante.

Sendo g = 10m/s2 e tg  = 0,40, concluímos que o valor de a é: Considerando-se g = 10m/s2, podemos afirmar que o elevador pode
a) zero b) 2,0m/s2 c) 4,0m/s2 estar
d) 6,0m/s 2 e) 8,0m/s 2 a) em repouso.
b) descendo com velocidade constante.
RESOLUÇÃO: c) descendo em queda livre.

FÍSICA
d) descendo em movimento retardado com aceleração de módulo igual
a 2,5m/s2.
e) subindo em movimento retardado com aceleração de módulo igual
a 2,5m/s2.

RESOLUÇÃO:
1) Como Fdin > P, o elevador tem aceleração
dirigida para cima.
Aplicando-se a 2.a Lei de Newton, vem
Fdin – m g = m a
Fdin = m (g + a)

gaparente
1) Como a esferinha não tem aceleração vertical, temos:
25 = 2,0 (10 + a)
Ty = P = mg
a = 2,5m/s2

2) 2.ª Lei de Newton: Tx = ma

3) Na figura:
Tx
tg  = ––––
Ty
ma
= –––– ⇒
mg
a = g tg 

2) ↑ a
{ →
1) ↑ V elevador subindo com movimento acelerado.

2) ↓ V elevador descendo com movimento retardado.

Sendo g = 10m/s2 e tg  = 0,40, temos: Resposta: D

a = 10 . 0,40 (m/s2) ⇒ a = 4,0m/s2

Resposta: C

– 21
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5. (VUNESP-ANHEMBI MORUMBI-2022-MODELO ENEM) – Para


realizar uma reforma no segundo andar de uma residência, o mestre de
obras, usando uma roldana e uma corda ideais e dois baldes idênticos,
montou o arranjo da figura. Não considere a massa do balde vazio.

Para facilitar a subida de massa de reboco e a descida de entulho, o


FÍSICA

balde de cima foi preenchido com 22 kg de entulho enquanto o balde de


baixo foi preenchido com 18 kg de massa de reboco. Considerando-se
que o módulo da aceleração da gravidade seja 10 m/s2, quando esse
sistema for abandonado livremente, sua aceleração terá módulo igual a
a) 1,0m/s2 b) 2,0m/s2 c) 3,0m/s2
d) 4,0m/s 2 e) 5,0m/s 2

RESOLUÇÃO:

PFD (A): T – mAg = mA a (1)


PFD (B): mB g – T = mB a (2)
(1) + (2): mB g – mA g = (mA + mB) a

g (mB – mA)
a = ––––––––––––
mA + mB

10 (22 – 18)
a = –––––––––––– m/s2
40

a = 1,0m/s2

Resposta: A

22 –
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MÓDULO 16 Atrito
1. Conceito de Atrito • Não havendo deslizamento, a força de atrito
estática tem intensidade igual à da força que solicitou o
Atrito é um estado de aspereza ou rugosidade entre sistema a se mover, chamada força motriz.
dois sólidos em contato, que permite a troca de forças
em uma direção tangencial à região de contato entre os Fat = Fmotriz
estática
sólidos.

• O fato de existir atrito entre dois sólidos não


implica, necessariamente, a existência de uma força de
atrito entre eles.

• A força de atrito só se manifesta quando há


deslizamento entre os sólidos (atrito dinâmico) ou
quando houver tendência de deslizamento entre os
sólidos (atrito estático).

• O sentido da força de atrito é sempre contrário ao

FÍSICA
deslizamento ou à tendência de deslizamento entre sóli-
dos em contato.

• De acordo com a 3.a Lei de Newton (Ação e


Reação), os sólidos A e B trocam entre si forças de atrito,
isto é, existe uma força de atrito que A aplica em B e outra
força de atrito que B aplica em A. É evidente que tais for- • À medida que a força motriz vai aumentando
ças de atrito são opostas, isto é, têm mesma intensidade, (maior solicitação ao movimento), a força de atrito estática
mesma direção e sentidos opostos. também vai aumentando, de modo a continuar evitando
o movimento relativo entre os sólidos. Contudo, existe
uma limitação para o valor da força de atrito estática, isto
é, existe uma força de atrito máxima que é denominada
força de atrito de destaque.

• Dependendo da intensidade da força motriz ( F ),

a força de atrito estática ( Fat ) tem intensidade que po-
E
de variar de zero (não há solicitação ao movimento) até um
valor máximo chamado força de atrito de destaque (o
deslizamento entre os sólidos em contato é iminente).
→ →
Fat = – Fat 0  Fat  Fat
BA AB E destaque


• As forças de atrito trocadas en tre A e B ( Fat e • A força de atrito de destaque (Fat ) tem inten-
→ D
AB sidade proporcional à intensidade da força normal de con-
Fat ) nunca se equilibram, porque estão aplicadas em
BA tato entre os sólidos (FN), isto é, a força que tende a
corpos distintos.
apertar um sólido contra o outro.
2. Atrito Estático
• A constante de proporcionalidade entre a força de
atrito de destaque (Fat ) e a força normal (FN) só depende
• Quando entre dois sólidos A e B existe atrito e, D
dos sólidos em contato (material dos corpos, polimento,
embora não haja movimento relativo entre eles, há uma
lubrificação) e é denominada coeficiente de atrito
tendência de deslizamento, isto é, há uma solicitação
estático (E).
ao movimento, surge uma força de atrito no sentido de
evitar o deslizamento relativo, denominada força de Fat = E FN
D
atrito estática.

– 23
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3. Atrito Dinâmico

• Quando a intensidade da força motriz (F) supera a


intensidade da força de atrito de destaque (FatD), tem
início o deslizamento entre os sólidos em contato e o
atrito é chamado dinâmico ou cinético.

• É de verificação experimental que o coeficiente de


atrito dinâmico (d) é menor do que o coeficiente de atri-
to estático (E), o que significa que, ao iniciar o movimen-
to, a força de atrito diminui sua intensidade.
6. Força Normal
d < E
A força normal corresponde à força de compressão
entre os corpos e deve ser identificada em cada exercício,
Fatdin = d FN
FatD = E FN } ⇒ Fat
din
< Fat
D
conforme exemplos a seguir:

Exemplo (1)
• Durante o deslizamento entre os sólidos, supondo-
se que as suas superfícies de contato sejam homogêneas
FÍSICA

(d constante) e que a intensidade da força normal seja


constante (FN constante), a força de atrito terá intensidade
constante, não importando a velocidade relativa entre os
sólidos, nem a intensidade da força motriz.

Durante o movimento:

Fat = d FN = constante
din
Exemplo (2)
4. Coeficiente de Atrito

Muitas vezes, para simplificar os exercícios, assume-


se a igualdade dos coeficientes de atrito estático e dinâ-
mico (hipótese teórica), o que implica a igualdade das
intensidades das forças de atrito de destaque e dinâmica.

E = d ⇒ Fat = Fat
D din

5. Gráfico da Força de Atrito


Exemplo (3)
Para uma força motriz de intensidade F crescente,
representamos a intensidade da força de atrito trocada
entre dois sólidos.

24 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 25

Exemplo (4)

FÍSICA
1. Um bloco de massa m = 2,0kg está em repouso sobre um plano 2. (VUNESP-SANTA CASA-2022) – Um caminhão percorria uma
horizontal. estrada retilínea, plana e horizontal com velocidade escalar constante
Os coeficientes de atrito estático e dinâmico entre o bloco e o plano de 20 m/s. Em dado instante, o motorista acionou os freios, imprimindo
valem, respectivamente, μE = 0,60 e μd = 0,50. ao caminhão uma aceleração constante de módulo 2,0 m/s2 e com sen-
A aceleração da gravidade tem módulo g = 10,0m/s2 e despreza-se o tido contrário ao da velocidade.
efeito do ar. a) Calcule o intervalo de tempo, em segundos, e a distância percorrida
por esse caminhão, em metros, entre o instante em que o motorista
acionou os freios e o instante em que o caminhão parou.
b) Esse caminhão transportava um bloco de massa 500 kg, que estava
apenas apoiado em sua carroceria. Sabendo-se que o bloco não
→ deslizou pela carroceria do caminhão durante a frenagem e consi-
Uma força horizontal constante F é aplicada ao bloco. derando-se a aceleração gravitacional com módulo igual a 10 m/s2,
Calcule a intensidade da força de atrito que o plano exerce no bloco e o calcule, em newtons, a intensidade da força de atrito que atuou
módulo da aceleração adquirida pelo bloco nos seguintes casos:
→ sobre o bloco durante a frenagem e o valor mínimo do coeficiente de
a) |F | = 10,0N atrito estático entre as superfícies do bloco e da carroceria do

b) |F | = 16,0N caminhão.

RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
a) 1) Fat = E FN = 0,60 . 20,0N = 12,0N a) 1) Cálculo do intervalo de tempo:
destaque
2) Fat = d FN = 0,50 . 20,0N = 10,0N V = V0 +  t
dinâmico

3) Como a força motriz (10,0N) é menor que a força de atrito de 0 = 20 – 2,0 tf


destaque (12,0N) o bloco continua parado, e, portanto:
2,0 tf = 20 ⇒ tf = 10 s
a = 0 e Fat = F = 10,0N
b) Como a força motriz (16,0N) superou a força de atrito de des-
taque (12,0N), então o o bloco vai ser acelerado e teremos: 2) Cálculo da distância percorrida:
Fat = Fat = 10,0N Δs V0 + Vf
dinâmico
––– = ––––––––
PFD: F – Fat = ma Δt 2
16,0 – 10,0 = 2,0a d 20 + 0
––– = ––––––– ⇒ d = 100 m
a= 3,0m/s2 10 2

Respostas:a) Fat = 10,0N e a = 0


b) Fat = 10,0N e a = 3,0m/s2

– 25
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 26

b) 3. (VUNESP-SANTA CASA-MODELO ENEM) – A figura mostra um


quadro pendurado na parede do fundo de um vagão de um trem que se
move com aceleração horizontal constante de módulo ah = 2,0m/s2. Em
determinado instante, o quadro cai, deslizando em contato com a parede
do vagão.

1) PFD: Fat = m . a

Fat = 500 . 2,0 (N)

Fat = 1,0 . 103N

2) Fat ≤ µE FN onde FN = P = 5,0 . 103 N

1,0 . 103 ≤ µE 5,0 . 103 N

µE ≥ 0,20
Sabendo-se que o coeficiente de atrito dinâmico entre as superfícies da
µE(min) = 0,20 parede e do quadro vale 0,30 e que a aceleração gravitacional tem
módulo igual a 10,0m/s2, a aceleração vertical do quadro enquanto ele
Resposta: a) tf = 10s e d = 100 m desliza pela parede tem módulo igual a:
FÍSICA

b) Fat = 1,0 . 103 N e µE(min) = 0,20 a) 4,0m/s2. b) 6,8m/s2. c) 9,4m/s2.


2
d) 9,8m/s . 2
e) 12,0m/s .

RESOLUÇÃO

1) PFD (na direção horizontal):


F N = m a = m ah

2) Fat = μC FN = μC m ah

3) PFD (na direção vertical):

P – Fat = m av

mg – μc m ah = m av

av = g – μ c ah

av = 10,0 – 0,30 . 2,0 (SI)

av = 9,4m/s2

Resposta: C

26 –
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4. (CESGRANRIO-MODELO ENEM) – O grande laboratório da indús- 5. (UNICAMP-MODELO ENEM) – Em estradas bem sinalizadas,
tria automobilística nos dias de hoje é a Fórmula 1. É graças a ela que comumente encontramos a seguinte advertência: “Mantenha uma dis-
importantes desenvolvimentos, como injeção eletrônica, freios ABS, tância segura do veículo à sua frente e evite colisões traseiras”. Con-
suspensão ativa e comando de válvulas, são incorporados aos carros de sidere um automóvel que se desloca a uma velocidade inicial de módulo
passeio. Um dos mais importantes é o freio ABS. Este dispositivo v0 = 108km/h. Repentinamente, o motorista percebe a necessidade de
permite que o carro freie sem que as rodas travem. Desta forma, o parar o carro, e leva 1,0s para reagir e pisar de forma abrupta no pedal.
veículo sempre para em distâncias menores. Neste momento, as rodas do carro deixam de girar e o carro desliza
Uma pessoa, dirigindo em grande velocidade em uma determinada sobre a pista até parar. Qual foi a distância total percorrida por esse
avenida da cidade, plana e horizontal, com um carro equipado com esse automóvel desde o instante em que o motorista percebeu que deveria
tipo de freio, vê um pedestre atravessando a avenida na sua frente e frear até o momento em que o carro atingiu o repouso? O coeficiente
aciona imediatamente os freios. Admita que o carro tenha freio nas de atrito cinético entre os pneus do carro e o asfalto é µc = 0,75.
quatro rodas e a aceleração de freada esteja com sua intensidade Use g = 10m/s2 e admita que o carro se desloque em linha reta em um
máxima. Despreze o efeito do ar. O automóvel percorre 50m até parar. plano horizontal.
Infelizmente, não foi possível evitar a colisão. Ao fazer o Boletim de a) 30,0m b) 60,0m c) 90,0m
Ocorrência, o motorista disse ao policial que estava em velocidade d) 120m e) 150m
abaixo de 80km/h. Um perito, ao analisar a situação, chegou à conclusão
de que RESOLUÇÃO:
a) o motorista estava dentro do limite de velocidade de 80km/h; 1) Cálculo da aceleração durante a freada:
b) caso o veículo estivesse equipado com freios convencionais, ele teria PFD: Fat = m a ⇒ µc m g = m a
evitado o choque;
a = µc g = 0,75 . 10 (m/s2) ⇒ a = 7,5 m/s2
c) a velocidade inicial do motorista tinha módulo exatamente igual a

FÍSICA
75km/h;
d) a velocidade inicial do motorista tinha módulo igual a 95km/h; 2) Cálculo do tempo de freada:
e) a velocidade inicial do motorista tinha módulo superior a 100km/h e,
V = V0 +  t
portanto, ele mentiu para o policial.
0 = 30,0 – 7,5 tf ⇒ tf = 4,0 s
Dado e = 0,9 e g = 10,0m/s2.

3) Gráfico velocidade escalar x tempo

RESOLUÇÃO:
1) O carro é freado pela força de atrito:
PFD: Fat = m a
E mg = ma ⇒ a = E g = 9,0m/s2

2) V2 = V02 + 2  s
0 = V02 + 2 (–9,0) 50
V02 = 900 (SI)
V0 = 30m/s = 108km/h
s = Área (V x t)
Resposta: E
30,0
s = (5,0 + 1,0) –––––– (m)
2

s = 90,0 m

Resposta: C

– 27
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 28

MÓDULO 17 Plano Inclinado


1. Componentes da Força Peso 3. Aceleração no Plano 2a. Lei de Newton (PFD):
Inclinado com Atrito
Pt – Fat = m a
Da figura:
Quando um corpo se move livre- m g sen θ – d m g cos θ = m a
Pt Pn
sen θ = ––– cos θ = ––– mente em um plano inclinado, com
P P atrito, a força resultante, responsável a = g(sen θ – μd cos θ)
pela sua aceleração, é a soma vetorial
da componente tangencial de seu peso
(Pt = m g sen θ) com a força de atrito 4. Ângulo de Atrito
dinâmica (Fat = d m g cos θ).
Estático
• Se o corpo for lançado para ci- Se o corpo permanecer em repou-
ma, teremos: so no plano inclinado, porém na imi-
nência de deslizar, isto é, a força de atrito
solicitada ao máximo, teremos:
FÍSICA

Fat = Pt
D

• Pt = P sen θ: componente tan-


e m g cos θE = m g sen θE
gencial do peso; é a componente que
solicita o bloco para baixo; na ausên-
cia de atrito faz o papel de resultante μE = tg θE
que acelera o bloco.

O ângulo θE, tal que E = tg θE, é


• Pn = P cos θ: componente nor-
chamado “ângulo de atrito está-
mal do peso; é a componente de com-
2a. Lei de Newton (PFD): tico”.
pressão que aperta o bloco contra o
plano inclinado; é equilibrada pela rea- Pt + Fat = m a Dinâmico
ção normal de apoio e só tem interes-
Se o corpo for lançado para baixo
se em problemas com atrito. m g sen θ + d m g cos θ = m a
no plano inclinado e descer em movi-
mento retilíneo e uniforme (aceleração
2. Aceleração no Plano Inclinado a = g(sen θ + μd cos θ)
nula), teremos:
sem Atrito

Quando um corpo se move livre- • Se o corpo for abandonado do Fat = Pt


din
mente em um plano inclinado, sem repouso ou lançado para baixo, tere-
atrito, a força resultante responsável mos:
d m g cos θd = m g sen θd
por sua aceleração é a componente
tangencial de seu peso:
μd = tg θd
2a. Lei de Newton (PFD): Pt = m a

m g sen θ = m a ⇒ a = g sen θ
O ângulo θd, tal que d = tg θd, é
chamado “ângulo de atrito dinâ-
Observe que a intensidade da ace-
mico”.
leração (g sen θ) é independente da
massa do corpo.

28 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 29

1. (UFPR-2022) – Um bloco de massa m constante foi colocado num 2. (VUNESP-FACISB-2022-MODELO ENEM) – Um caminhão de
plano inclinado de ângulo de inclinação , conforme mostra a figura a massa 6,0 . 103 kg está parado em uma rua inclinada de um ângulo  em
seguir. relação à horizontal, como mostrado na figura.

Há atrito entre o plano inclinado e o bloco, sendo que o coeficiente de


atrito estático vale e e o coeficiente de atrito cinético vale c. O bloco
está sujeito à ação gravitacional além da força de reação normal e da
força de atrito geradas pelos plano inclinado. Na situação em que o bloco
Considerando-se g = 10 m/s2 e sen  = 0,25, a resultante das forças de
esteja estático, mas na iminência de começar a deslizar, de modo que
resistência que atuam sobre o caminhão e que o impedem de se mover
a força de atrito estática é máxima, vale a relação:
rua abaixo tem intensidade
a) e = tg  b) e = cos  c) e = sen 
a) 1,2 . 103 N b) 6,0 . 103 N c) 1,5 . 104 N
d) e = sec  e) e = cotg 
d) 2,4 . 104 N e) 5,8 . 104 N

RESOLUÇÃO:

FÍSICA
RESOLUÇÃO:

Para o equilíbrio:
Para o equilíbrio do bloco:
Fat = Pt = m g sen θ
Pt = Fat = m g sen 
Fat = 6,0 . 103 . 10 . 0,25 (N)
PN = FN = m g cos 
Fat = 15 . 103 N

Na iminência de escorregar:
Fat = 1,5 . 104 N
Fat = e FN
m g sen  = e m g cos 
Resposta: C

sen 
e = ––––––– = tg 
cos 

Resposta: A

– 29
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 30

3. (VUNESP-FAMEMA-2022-MODELO ENEM) – Um bloco de 60 kg 4. (FCM-MG-2022-MODELO ENEM) – Renato quer saber o tempo


é abandonado sobre um plano inclinado em 30° com a horizontal. Para de reflexo entre ver e agir de sua mãe, pois ela é motorista e ele se
mantê-lo em repouso, o bloco é preso a uma das extremidades de um preocupa com a segurança dela no trânsito.
fio que, após passar por uma roldada fixa, é puxado verticalmente para Para tanto, realiza um experimento no qual ele mantém uma régua de
baixo, na outra extremidade, por um homem de 80kg que está em 30 cm, suspensa verticalmente, segurando-a entre seus dedos pela
repouso, de pé, sobre um piso horizontal, como ilustra a figura. extremidade superior, de maneira que o zero da régua esteja
posicionado na extremidade inferior. Neste momento, pede a sua mãe
para apoiar a mão direita sobre a beirada de uma mesa, abrindo
levemente os dedos polegar e indicador na altura do zero da régua, sem
tocá-la, mas prontos para segurá-la assim que a régua for abandonada,
como mostra a foto abaixo (foto do autor). Sem prévio aviso, a régua é
abandonada e a mãe de Renato pega a régua depois de cair 20 cm.
FÍSICA

Considere o fio e a roldana ideais, os atritos desprezíveis, o trecho do fio


entre o bloco e a roldana paralelo ao plano inclinado e g = 10 m/s2.
O módulo da força exercida pelo piso horizontal sobre o homem é igual
a:
a) 800 N. b) 600 N. c) 500 N.
d) 300 N. e) 200 N.
RESOLUÇÃO: Certo dia, o carro dirigido pela mãe desce uma rua inclinada de 30° e
quando atinge a velocidade escalar de 18 km/h, ela vê um buraco adiante
e pisa no freio.
Considerando-se que, antes da freada, o carro desce a rua sem atrito,
que g vale 10 m/s2, que sen 30° = 0,50, que cos 30° = 0,87 e que o
tempo de reflexo da mãe é o mesmo que aconteceu com a queda da
régua, a distância que o carro percorre entre a mãe ver o buraco e pisar
no freio é de:
a) 1,10 m. b) 1,87 m. c) 2,00 m.
d) 2,53 m. e) 2,80 m.

Nota: Despreze o efeito do ar.

RESOLUÇÃO:
1) Cálculo do tempo de reação:

Δs = V0 t + ––– t2 ↓ 
+
2

0,20 = 0 + 5,0 T2 ⇒ T2 = 0,040 (SI) ⇒ T = 0,20 s

1) Equilíbrio do bloco: 2) Cálculo da aceleração escalar do carro antes da freada


F = Pt = Mg sen 30°
1
F = 60 . 10 . ––– (N) ⇒ F = 300N
2 PFD (carro): Pt = m a

2) Equilíbrio do pessoa: m g sen θ = m a


F + FN = PH = mg
a = g sen θ
300 + FN = 800

FN = 500N

Resposta: C a = 10 . 0,50 (m/s2) ⇒ a = 5,0 m/s2

30 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 31

3) Distância percorrida durante o tempo de reação: RESOLUÇÃO:



Δs = V0 t + ––– t2
2

18
V0 = 18 km/h = –––– m/s = 5,0 m/s
3,6

5,0
d = 5,0 . 0,20 + –––– (0,20)2 (m)
2
a) PFD (A): PA – T = mA a (1)
d = 1,0 + 0,10 m PFD (B): T – Pt = mB a (2)
B

d = 1,10 m
(1) + (2): PA – Pt = (mA + mB)a e Pt = mB g sen 30°
B B
Resposta: A
1
320 – 320 · –– = 64a
2

a = 2,5m/s2

b) Em (2):

FÍSICA
1
T – 320 · –– = 32 · 2,5
2

T – 160 = 80

T = 240N

Respostas:a) 2,5m/s2
b) 240N

5. (UNEMAT-MT) – A figura abaixo representa dois corpos de massas


iguais a 32 kg cada um.

Considerando-se que o fio e a polia são ideais, que não há atrito entre
os corpos e o plano inclinado, que a aceleração da gravidade tem módulo
10m/s2 e o efeito do ar é desprezível, calcule
a) o módulo da aceleração dos blocos;
b) a intensidade da força que traciona o fio.

– 31
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MÓDULO 18 Componentes da Resultante

1. Força Resultante → → →
FR = Ft + Fcp
Admitamos que sobre um corpo
→ → → A intensidade da força resultante
atuem as forças F1, F2, ..., Fn em rela-
é obtida pela aplicação do Teorema de
ção a um sistema de referência iner-
Pitágoras.
cial (para nossos estudos, ligado à
superfície terrestre).
FR2 = Ft2 + Fcp
2
A força resultante sobre o corpo é 4. Componente Centrípeta
a soma vetorial das forças atuantes. da Força Resultante
3. Componente Tangencial
→ → → → da Força Resultante Função
FR = F1 + F2 + .... + Fn
A componente centrípeta da força

Função resultante Fcp está ligada à aceleração
Portanto, a força resultante é uma →
A componente tangencial da força centrípeta acp e, portanto, provoca va-
força imaginária (hipotética) que po- →
resultante Ft está ligada à aceleração riação na direção da velocidade veto-
deria substituir as forças reais e pro- →
tangencial a t e, portanto, provoca va- rial, tornando a trajetória curva.
FÍSICA

duzir no corpo a mesma aceleração


riação na intensidade da velocidade → → →
vetorial. Fcp ⇒ acp ⇒ variação na direção de V
vetorial.
2. Componentes da Força
→ → →
Resultante Ft ⇒ at ⇒ variação de  V  A resultante centrípeta é nula
→ nos→movimentos retilíneos (direção
Para facilitar seu estudo, a força FR de V é constante) e está presente
costuma ser separada em duas com- A resultante tangencial é → nula
nos movi mentos curvilíneos (dire-
ponentes. nos movimentos uniformes ( V  é →
ção de V varia).
constante) e está pre→
sente nos mo-
vimentos variados ( V  varia), não
Características vetoriais
importando a trajetória do móvel.
• Intensidade

Características vetoriais → → mV2


 Fcp  = m  acp  = ––––– = m ω 2R
• Intensidade R
→ → m = massa do corpo.
 Ft  = m  at  = m   
V = intensidade da velocidade li-
m = massa do corpo. near.
 = aceleração escalar. ω = intensidade da velocidade
angular.
• Direção R = raio de curvatura da trajetó-

tangente à trajetória (// a V). ria.
→ →
Ft: componente tangencial de FR • Direção

→ → • Sentido Normal à trajetória ( a V ).
Fcp: componente centrípeta de FR O mesmo da velocidade vetorial
• Sentido
nos movimentos acelerados.
→ → Dirigido para o interior da curva
Cumpre ressaltar que Ft e Fcp não Oposto ao da velocidade vetorial
descrita.
são forças que realmente atuam no nos movimentos retardados.
corpo, mas apenas componentes da 5. Força Resultante nos
força resultante (que é uma força ima- Principais Movimentos
ginária).
A força resultante é a soma veto- MRU
rial de suas componentes tangencial e → →
Ft = 0 porque o movimento é uni-
centrípeta.
forme.

32 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 33

→ →
Fcp = 0 porque o movimento é reti- Ponto A No ponto D, o peso faz o papel de
líneo. resultante tangencial e a força normal,
→ → aplicada pelo trilho, faz o papel de re-
FR = 0
sultante centrípeta:

MRUV
→ →
Ft  0 porque o movimento é va- Ft = P ⇒ |  | = g
D
riado.
→ →
Fcp = 0 porque o movimento é re- Fcp = ND
D
tilíneo.
→ →
FR = Ft
Ponto C
MCU
→ →
Ft = 0 porque o movimento é uni- No ponto A, a resultante tangen-
forme. cial é nula e a resultante centrípeta
→ → tem intensidade dada por:
Fcp  0 porque o movimento é
curvilíneo. Fcp = NA + P
→ → A
FR = Fcp

FÍSICA
Ponto B
MCUV
→ →
Ft  0 porque o movimento é va-
riado.
→ →
Fcp  0 porque o movimento é No ponto C, o peso é decomposto
curvilíneo. →
em uma componente tangencial Pt e

→ → → uma componente normal Pn.
FR = Ft + Fcp
No ponto C, a componente tan-
gencial do peso (Pt = P sen θ) faz o pa-
6. Exemplo pel de resultante tangencial:

Consideremos uma pequena esfe-


Ft = Pt = P sen θ ⇒ |  | = g sen θ
ra percorrendo um trilho circular sem C
atrito, em posição vertical, sob a ação No ponto B, a resultante tangen-
exclusiva de seu peso e da força nor- No ponto C, a resultante entre a
cial é nula e a resultante centrípeta
mal aplicada pelo trilho. força normal (NC) e a componente
tem intensidade dada por:
normal do peso (Pn = P cos θ) faz o
Fcp = NB – P papel de resultante centrípeta:
B

Ponto D Fcp = NC – Pn = NC – P cos θ


C

7. Força Centrífuga

As leis de Newton só podem ser


aplicadas em relação a certos siste-
mas de referência privilegiados, cha-
mados sistemas inerciais.
Em nossos estudos, considera-
Consideremos os pontos A, B, C mos como inerciais os sistemas de
e D indicados na figura e analisemos referência em repouso ou em trans-
as forças em cada uma dessas posi- lação retilínea e uniforme em re-
ções: lação à superfície terrestre.

– 33
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 34

Consideremos uma plataforma horizontal, com adotado estar em movimento de rotação em relação ao solo
movimento de rotação uniforme em relação ao solo ter- terrestre. Tal força é chamada de força de inércia
restre e velocidade angular de módulo ω. centrífuga ou simplesmente força centrífuga.
Consideremos um bloco de massa m, em repouso
em relação à plataforma.
Para um referencial fixo no solo terrestre, o bloco
está em movimento circular e uniforme sob ação de
duas forças:

1) força de gravidade P aplicada pela Terra;

2) força de contato F aplicada pelo apoio.
→ →
Esta força F admite uma componente normal FN,
→ →
que equilibra o peso P, e uma componente de atrito Fat,
que faz o papel de resultante centrípeta.

Referencial na plataforma:
bloco em repouso
FÍSICA

→ → → →
F + P + Fcf = 0

Referencial no solo terrestre:


→ → Portanto, quando surge a pergunta:
 FN  =  P

 Fat  = Fcp = mω 2R “Força centrífuga existe ou não?”, a resposta é
simples: depende do referencial adotado.
Para um referencial fixo na plataforma, o bloco está
→ → Para um referencial ligado ao solo terrestre
em repouso e, além das forças F e P, o bloco estará (sistema de referência inercial), não existe força
sujeito a uma terceira força, dirigida para fora, com a centrífuga.
mesma intensidade e direção da força de atrito, de modo
→ → Para um referencial ligado a um sistema em rotação
que a resultante de F , P e desta terceira força seja nula. ou descrevendo uma curva, em relação ao solo terrestre,
Esta força dirigida para fora e de intensidade mω2R não
existe a força centrífuga (força de inércia, força fictícia,
é aplicada por nenhum agente físico; não é uma força real,
pseudoforça ou força de correção de referencial) que
do tipo ação-reação e é motivada pelo fato de o referencial
tende a lançar o corpo “para fora da curva”.

1. Uma pedra de massa m = 0,25 kg está presa na extremidade de RESOLUÇÃO:


um fio e descreve uma circunferência de raio R = 2,0 m em um plano
horizontal sem atrito. Despreze o efeito do ar e adote π = 3.

T = Fcp = m 2 R
2
O fio apresenta uma força de tração de intensidade máxima igual a 50N. Tmáx = m  máx R
A máxima velocidade angular possível para a pedra vale: 2
50 = 0,25  máx . 2,0
rad rad rad 2
a) 5,0 –––– b) 10 –––– c) 15 ––––  máx = 100 (SI)
s s s

rad rad máx = 10 rad/s


d) 20 –––– e) 25 ––––
s s
Resposta: B

34 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 35

2. (FUVEST-2022-MODELO ENEM) – O canhão de Newton, esque-


V = 
10 . 6,4 . 106 (m/s)
matizado na figura, é um experimento mental imaginado por Isaac
Newton para mostrar que sua lei da gravitação era universal. Disparando V = 8,0 . 103m/s
o canhão horizontalmente do alto de uma montanha, a bala cairia na
Terra em virtude da força da gravidade. Com uma maior velocidade V = 8,0km/s
inicial, a bala iria mais longe antes de retornar à Terra. Com a velocidade Resposta: A
certa, o projétil daria uma volta completa em torno da Terra, sempre
“caindo” sob ação da gravidade, mas nunca alcançando a Terra. Newton 3. (UFT-MODELO ENEM) – Durante uma apresentação circense, um
concluiu que esse movimento orbital seria da mesma natureza do artista se apresenta com sua motocicleta em um globo da morte de raio
movimento da Lua em torno da Terra. R. Num dado instante da apresentação, a motocicleta passa pelo ponto
mais alto do globo, conforme ilustrado na figura. Para não cair vertical-
mente, a motocicleta deve possuir uma velocidade escalar mínima V.
Considere M a massa total (motocicleta + artista), Fn a intensidade da
força normal e g o módulo da aceleração da gravidade.

FÍSICA
Qual deveria ser a velocidade inicial de um projétil lançado horizon-
talmente do alto do Everest (a uma distância aproximada de 6.400 km
do centro da Terra) para colocá-lo em órbita em torno da Terra?
a) 8,0 km/s b) 11,2 km/s c) 80 km/s
d) 112 km/s e) 8,0 . 103 km/s

Note e adote:
Despreze a resistência do ar. A expressão correta da velocidade escalar mínima é:
Módulo da aceleração da gravidade: g = 10 m/s2. Rg
a) 
Rg b) 
MRg c) –––
M
RESOLUÇÃO:
(Fn + Mg)R (Fn – Mg)R
d) ––––––––––– e) –––––––––––
M M

RESOLUÇÃO:

FN + P = Fcp
mV2
FN + m g = ––––
R

V = Vmín quando FN = 0

2
mVmín
mg = ––––––––
R

Vmín = 
Rg
A força gravitacional aplicada pela Terra faz o papel de resultante
centrípeta:
Resposta: A
FG = Fcp

m V2
mg = ––––––
R

V = 
gR

– 35
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 36

4. (COLÉGIO NAVAL-2022-MODELO ENEM) – Um cuidado que 5. (UNIFOR-2022-MODELO ENEM) – Um engenheiro está


todo motorista deve ter é sempre respeitar o limite de velocidade da projetando uma rodovia federal plana para trânsito de veículos de
via, recomendação que se intensifica ainda mais em dias chuvosos nos passeio, com um dos leitos elevado de um ângulo , com raio da curva
quais o coeficiente de atrito dos pneus com a pista diminui devido à de 441 m. Adotando-se a aceleração da gravidade local com módulo
água na pista. Ao fazer uma curva, um veículo em alta velocidade pode igual a 10,0 m/s2, sen  = 0,20 e cos  = 0,98, determine, em km/h, a
perder a aderência com a pista e acabar “saindo pela tangente”. velocidade escalar para que esses veículos possam realizar o trajeto
Infelizmente, ocorre muitos acidentes dessa natureza nas estradas, sem necessidade da força de atrito.
muitos deles com vítimas fatais. a) 54,0 b) 72,0 c) 90,0 d) 108 e) 126
Considere então um carro de massa m = 0,15 . 104 kg que realiza uma
curva circular, contida num plano horizontal, de raio R = 125 m. RESOLUÇÃO:
Considere o módulo da aceleração da gravidade local igual a 10 m/s2. O
coeficiente de atrito estático entre a pista e os pneus do carro é de
 = 0,50. Determine a máxima velocidade escalar que o carro pode
imprimir na curva sem derrapar e assinale a opção correta.
a) 85 km/h b) 90 km/h c) 95 km/h
d) 100 km/h e) 105 km/h

RESOLUÇÃO:
FÍSICA

1) Na direção vertical: Fy = P = m g

1) FN = P = m g m V2
2) Na direção horizontal: Fx = Fcp = ––––––
R
m V2
2) Fat = Fcp = –––––– 3) No triângulo da figura:
R
Fx m V2/R
tg  = –––– = ––––––––
3) Fat ≤ E FN Fy mg

m V2 V2
–––––– ≤ E m g tg  = ––––––
R
gR

V2 ≤  E g R sen 
V2 = g . R . ––––––
cos 
V ≤ 
E g R ⇒ Vmáx = 
E g R
0,20
V2 = 10,0 . 441 . –––––– (SI)
Vmáx = 
0,50 . 10 . 125 (m/s) 0,98
V2 = 900 (SI)
Vmáx = 
625 (m/s) = 25 m/s ⇒ Vmáx = 25 . 3,6 km/h
V = 30,0 m/s = 108 km/h
Vmáx = 90 km/h
Resposta: D
Resposta: B

36 –
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Termologia e Óptica FRENTE 2

MÓDULO 11 Dilatação Térmica dos Sólidos e dos Líquidos


1. A Física e o cotidiano

Um mecânico pretende
soltar um parafuso de ferro
que está emperrado em
uma porca de invar (liga de
ferro com níquel). Ele
consultou a tabela de coefi-
cientes de dilatação e
verificou que o coeficiente
de dilatação térmica do

FÍSICA
ferro é 34 , 2 . 10–6°C–1 e o
do invar, 2,7 . 10–6°C. Qual
deve ser o procedimento do
mecânico?
Os dados revelam que o ferro se dilata aproxima-
damente 13 vezes mais que o invar quando ambos estão
a 20°C e, portanto, se o parafuso e a porca forem aque-
cidos igualmente, o problema se agravará. Assim, o me-
cânico deveria ou aquecer apenas a porca (o que é difícil,
porque a porca e o parafuso estão em contato), ou resfriá-
los, pois nesse caso o ferro sofreria maior contração que
a porca, o que possibilitaria resolver seu problema.

2. A Física e o mundo
A dilatação térmica de sólidos e fluidos é importante
para a explicação do movimento das placas tectônicas e
formação de vulcões e gêiseres.
3. A Física e o laboratório
Como medir o coeficiente de dilatação térmica de um metal?
A montagem abaixo permite a medida do coeficiente de dilatação linear (a) de um metal entre a temperatura
ambiente do laboratório e a temperatura de ebulição da água.

– 37
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 38

Verifica-se experimentalmente que L é proporcional


A dificuldade maior é relacionar o ângulo  ao comprimento inicial L1 e à variação de temperatura ,
do ponteiro com a dilatação linear (L =  . r), podendo-se expressar essa relação por:
para depois usar a fórmula L = L0 .
L = L 
1

Como medir o coeficiente de dilatação em que é um coeficiente de proporcionalidade carac-


volumétrica de um líquido? terístico do material que constitui a barra, chamado coefi-
ciente de dilatação linear.

Substituindo-se L = L2 – L1 na expressão anterior:

L2 – L1 = L1 

Temos:

L2 = L1 (1 + )

Essa expressão permite calcular o comprimento na


temperatura 2, tendo-se o comprimento na temperatura
1 e o coeficiente de dilatação linear do material. Obser-
FÍSICA

vemos que ela pode ser aplicada para 2 maior ou menor


que 1, bastando fazer  sempre igual a 2 – 1.

VAP = V0 AP 
Representação gráfica
Usando a expressão L2 = L1 + L1 , notamos que o
ΔVAP = V0(líq – vidro) . Δθ comprimento da barra varia segundo uma função do 1.o grau
em . Dessa forma, o gráfico L = f() será uma reta oblíqua.

4. A Física e a evolução de seus conceitos

Quando aquecemos um sólido, geralmente suas di-


mensões aumentam. Quando o esfriamos, geralmente suas
dimensões diminuem. A esse aumento e a essa diminuição
de dimensões de um sólido, devido ao aquecimento ou ao
resfriamento, chamamos de dilatação térmica.
Para os sólidos, temos três tipos de dilatação:
– dilatação linear (ou unidimensional)
É importante observar no gráfico que
– dilatação superficial (ou bidimensional)
L L 
– dilatação volumétrica (ou tridimensional) tg
= –––– = 1––––––––– = L1
 

Dilatação linear Dilatação superficial


Para observarmos a dilatação linear de um sólido, e dilatação volumétrica
imaginemos uma barra de comprimento L1 na temperatura Para essas dilatações, valem considerações análogas
1, que passa a ter o comprimento L2 quando aquecida a às vistas na dilatação linear. Temos as relações:
temperatura 2, sofrendo um aumento de comprimento:
S = S1  ou S2 = S1 (1 + )
L = L2 – L1
e

V = V1   ou V2 = V 1 (1 +  )

em que é o coeficiente de dilatação superficial e  é o


coeficiente de dilatação cúbica (ou volumétrica).

38 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 39

Relação entre , e  Portanto, a dilatação real do líquido é a soma da sua


Pode-se demonstrar que dilatação aparente com a do frasco:
Vr = Va + Vf
= 2 e  = 3
Como: V = V1  

 então: V1 r  = V1 a  + V1 f 
–––– = –––– = ––––
1 2 3
r = a + f

Dilatação térmica dos líquidos Devemos observar que a dilatação do líquido com-
A dilatação térmica de um líquido corresponde ao pensou a dilatação do frasco e ainda nos forneceu a dila-
aumento ou à diminuição de volume desse líquido quan- tação aparente.
do aquecido ou resfriado. Observemos também que o coeficiente de dilatação
Ao estudar a dilatação dos líquidos, devemos obser- aparente não depende só do líquido, mas também do
var dois detalhes: frasco considerado.
Da expressão obtida, temos:
– Como os líquidos não têm forma própria, não se
definem comprimento e área do líquido, tendo significa- a = r – f
do, pois, somente a dilatação volumétrica. Para tanto,
usamos a mesma relação definida para os sólidos, já que Assim, a variação de volume, na contração ou na

FÍSICA
a lei é praticamente a mesma para ambos: dilatação, e o volume extravasado representados pela dila-
tação aparente (Vap) podem ser calculados pela
V2 = V1 (1 +  ) expressão:

– Os líquidos só podem ser estudados dentro de Vap = V0 . a . 


recipientes sólidos. É, pois, impossível estudar a dilatação
dos líquidos sem considerar a dilatação dos recipientes Variação da densidade com a temperatura
que os contêm. Isso implica dois tipos de dilatação para A densidade absoluta ou a massa específica de um
um líquido: uma dilatação real, que depende apenas do corpo é a razão entre a massa do corpo e o seu volume.
líquido, e outra aparente, que leva em conta a dilatação
do frasco que o contém. m
µ = ––––
Assim, consideremos um recipiente totalmente cheio V
de um líquido, numa temperatura inicial 1. Ao levarmos
o conjunto (líquido + frasco) para uma temperatura 2 (2 O aquecimento do corpo não altera a sua massa, mas
> 1), notamos que ocorre um extravasamento parcial provoca mudança em seu volume:
desse líquido.
O volume extravasado fornece a dilatação aparente V2 = V1 (1 + )
(Vap) do líquido, que é a diferença entre a dilatação real
do líquido e a do frasco. Assim, se a densidade de um corpo na temperatura
1 é µ1 e na temperatura 2 é µ2, temos:


m
µ1 = ––– ⇒ m = µ1V1
V1
m
µ2 = ––– ⇒ m = µ2V2
V2

µ2V2 = µ1V1

µ2V1 (1 + ) = µ1V1

µ1
µ2 = ––––––––––
(1 +  )

Dilatação anômala da água e a preservação da


vida nos lagos congelados

– 39
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 40

A água apresenta um tipo de ligação especial deno- Num ambiente lacustre, a uma temperatura superior
minado ponte de hidrogênio. No gelo, cada molécula de a 4,0°C, inicia-se um processo de resfriamento do ar at-
água pode formar quatro ligações de hidrogênio de ma- mosférico. Assim que a temperatura atinge 4,0°C, a
neira tetraédrica. camada superficial torna-se mais densa e desce para o
O conjunto se dispõe no espaço, formando uma es- fundo do lago, cessando a movimentação por diferença
trutura na qual cada átomo de oxigênio aparece rodeado de densidade (convecção).
por quatro átomos de hidrogênio, os quais se ligam a no- A redução contínua da temperatura pode provocar o
vas moléculas e assim por diante, estabelecendo, tam- congelamento da superfície e o gelo, por ser bom isolante
bém, um número imenso de espaços intermoleculares. térmico, impede a solidificação da água do fundo do lago,
Entre 0°C e 4,0°C, essas pontes vão se rompendo, mais densa e mais quente (4,0°C).
produzindo, assim, uma aproximação entre as moléculas
e um aumento da densidade da água, apesar da elevação
da agitação térmica. A partir de 4,0°C, a agitação predo-
mina e a água adquire o comportamento normal.
O gráfico abaixo descreve esse comportamento in-
comum da água.
FÍSICA

LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS

Há regiões da Terra em que a temperatura ambiente TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso.
atinge valores inferiores a 0°C, o que faz com que os la- by Erick Hoepfner.
gos se congelem na superfície, enquanto, no fundo deles https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm
a água permanece no estado líquido. Isso acontece devi-
do ao comportamento anômalo da água, e é importante O livro da física - Mais um volume da série best-seller
para a sobrevivência da fauna e da flora. As grandes ideias de todos os tempos
Podemos explicar este fato da seguinte maneira:

1. (MODELO ENEM) – Uma chapa metálica, de coeficiente de b) diminui sua área com coeficiente de dilatação superficial igual a 3 .
dilatação linear igual a , possui um furo circular central, de acordo com c) não altera sua área, pois não tem o material metálico da chapa.
a figura da situação inicial. d) diminui sua área, com coeficiente de dilatação superficial igual a 2 .
e) aumenta sua área, como se estivesse preenchido com o material
metálico da chapa.

A chapa é aquecida e dilata-se até a situação final. É correto afirmar que


o furo:
a) aumenta sua área com coeficiente de dilatação superficial igual a .

40 –
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RESOLUÇÃO: 2. (UNIFAI-2021-MODELO ENEM) – Em um teste de qualidade em


Os espaço vazios, na dilatação térmica, comportam-se como se uma fábrica de trilhos de aço para ferrovias, duas amostras iguais, com
estivessem preenchidos pelo material, por exemplo, nas folgas comprimentos iniciais Li = 1,00000m cada uma, foram submetidas a
entre trilhos, nas tampas metálicas de vidros de conserva e no um teste para verificar se atendiam às especificações técnicas exigidas.
interior de esferas ocas. No aquecimento, eles aumentam e no As duas amostras foram posicionadas em linha reta, com todas as
resfriamento, diminuem.
extremidades livres, de tal forma que houvesse uma pequena distância
entre elas. A seguir, foram aquecidas, sofrendo uma variação de
temperatura Δθ = 60 °C. Após o aquecimento, a distância entre as
amostras deixou de existir e o comprimento final de cada amostra
passou a ser Lf = 1,00066m, conforme a figura.

FÍSICA
O furo aumenta sua área, como o material que foi retirado da placa,
com coeficiente de dilatação superficial β = 2α.

Resposta: E

(www.realizaeducacao.com.br. Adaptado.)

Considerando que as amostras testadas atendam às especificações


técnicas, o coeficiente de dilatação térmica linear do aço, obtido nesse
teste foi
a) 1,1 . 10–5 °C–1 b) 2,2 . 10–5 °C–1 c) 5,5 . 10–6 °C–1
–6
d) 1,1 . 10 °C –1 –5
e) 5,5 . 10 °C –1

RESOLUÇÃO:

– 41
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 42

A dilatação linear (ΔL) de cada trilho é calculada por: 4. (MODELO ENEM) – Um frasco de vidro cheio de líquido até a
borda com volume V0 é aquecido e, por dilatação conjunta do frasco e
ΔL = Li α Δθ
do líquido, há o transbordamento de um volume ΔVAP, chamado de
A unidade de medida do coeficiente de dilatação linear é °C−1 e dilatação aparente, pois o líquido dilata mais que o frasco.
representa a fração de variação do comprimento inicial, por
unidade do comprimento inicial por diferença de um grau
Celsius (1/°C).

ΔL
= –––––
Li Δθ –––––
m °C 
m


Lf = 1,00066m
Lf – Li
= –––––– Li = 1,00000m
Li Δθ
Δθ = 60°C

1,00066 – 1,00000
= ––––––––––––––––– (°C–1)
1,00000 . 60
O coeficiente de dilatação linear do frasco é igual a frasco o, de dilatação
0,00066 6,6 . 10–4 volumétrica do líquido, líquido, e a dilatação aparente é calculado por:
= –––––––– (°C–1) ⇒ = ––––––––– (°C–1)
60 6,0 . 101
a) VAP = V0 (líquido – 3 frasco ) Δθ
= 1,1 . 10 – 4 –1 (°C–1) ⇒ = 1,1 . 10 – 5 °C–1 b) VAP = 2V0 (líquido – 3 frasco ) Δθ
FÍSICA

Resposta: A c) VAP = 2V0 (líquido – frasco ) Δθ

d) VAP = V0 . 3 . (líquido – frasco ) Δθ


líquido
3. (UNICAMP-2021) – A estudante gaúcha Juliana Estradioto, uma 
e) VAP = V0 ––––––
3 
– frasco Δθ
das vencedoras da 5ª edição do Prêmio Donna, ganhou reconhecimento
internacional e convite para acompanhar a cerimônia do prêmio Nobel
(2020) pelo seu trabalho, em que transformou casca de macadâmia em RESOLUÇÃO:
plástico biodegradável. Os materiais plásticos tradicionais são bastante
utilizados por sua leveza, plasticidade e maleabilidade, mas trazem um
impacto significativo ao meio ambiente pela sua lenta decomposição na
natureza.
Os materiais podem sofrer deformações em resposta a vários agentes,
como, por exemplo, os mecânicos e os térmicos. Considere uma barra
plástica de comprimento L0 = 50 cm no momento em que sua
temperatura é igual a T0 = 20°C. Calcule o novo comprimento da barra
O coeficiente de dilatação volumétrica do frasco frasco tem o triplo
quando ela for aquecida a uma temperatura T = 50°C. O coeficiente de
do valor do linear ( frasco): frasco = 3 frasco
dilatação térmica da barra é = 7,0 . 10–5 °C–1.
Vaparente = Vlíquido – Vfrasco
RESOLUÇÃO: Vaparente = V0 . líquido .  – V0 . frasco . 

Vaparente = V0 . (líquido – frasco) . 

Vaparente = V0 . (líquido – 3 frasco) . 

Resposta: A

L = L0 T L = L0 + L0 (T – T0)

Com L0 = 50cm, = 7,0 . 10–5 °C–1, T = 50°C e T0 = 20°C, determi-


na-se o comprimento final L da barra, depois do aquecimento.
L = 50 + 50 . 7,0 . 10–5 (50 – 20) (cm)
L = 50 + 50 . 7,0 . 10–5 . 30 (cm)
L = 50 + 10 500 . 10–5 (cm) ⇒ L = 50 + 0,105 . 105 . 10–5 (cm)

L = 50 + 0,105 (cm) ⇒ L = 50,105cm ⇒ L  50,1 cm

42 –
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MÓDULO 12 Princípios da Óptica Geométrica


1. A Física e o cotidiano 2. A Física e o mundo
Um garoto passeia pelo parque e, talvez, não imagine Em que fases da Lua ocorrem os eclipses
a simultaneidade dos fenômenos ópticos que permitem solares e lunares?
sua visão dos objetos e seres na paisagem:

A fase da Lua nova ocorre quando a Lua volta para a Terra


seu hemisfério não iluminado pelo Sol (posição 1). Nas
posições 2 e 4, a Lua volta para a Terra meio hemisfério
iluminado. Nesses casos, temos o quarto crescente (posi-
 O Sol é uma fonte primária de luz, enquanto os outros ção 2) e o quarto minguante (posição 4). Na posição 3, a Lua
objetos e seres são fontes secundárias que refletem a luz volta para a Terra seu hemisfério iluminado: é a Lua cheia.
solar para serem vistos.

FÍSICA
 O cisne branco difunde a luz branca e reflete todas
as cores do espectro.
 O cisne negro absorve todas as cores do espectro da
luz branca do Sol.
 As folhas verdes refletem a luz verde e absorvem as Observe que o eclipse da Lua ocorre na fase da Lua cheia.
outras cores do espectro que ativam os ciclos da
fotossíntese.
 A formação de sombras e a visão nítida mostram que
o ar local é homogêneo e transparente, e que a luz se
propaga em linha reta.
 Os peixes são vistos mais próximos da superfície por
causa da refração da luz. Observe que o eclipse do Sol ocorre na fase da Lua nova.

3. A Física e o laboratório
Os fenômenos ópticos num laboratório
Mesa de demonstrações colocada em sala escura

– 43
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 44

Câmara escura de orifício 4. Óptica Geométrica

Conceitua-se luz como um agente físico capaz de sen-


sibilizar nossos órgãos visuais.
A óptica geométrica estuda os fenômenos que são
explicados sem que seja necessário conhecer a natureza
do agente físico luz. A propagação retilínea, a reflexão e
a refração são fenômenos estudados pela óptica
geométrica. Este estudo é feito a partir da noção de raio
A'B' d'
––––– = ––– de luz, de princípios que regem o comportamento dos
AB d raios de luz e de conhecimentos de geometria plana.

5. Raios de Luz

São linhas orientadas que representam,


graficamente, a direção e o sentido de propagação da luz.
Conforme o meio em que se propaga, o raio de luz
pode ser retilíneo ou curvilíneo.
FÍSICA

6. Feixe de Luz

É um conjunto de raios de luz. Os feixes de luz são


classificados como:

Cônico Divergente

Os raios de luz divergem a partir de um ponto


P. O ponto P é o vértice do feixe.

Cônico Convergente

44 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 45

são nítida dos objetos.


Os raios de luz convergem para A trajetória descrita por um raio
Exemplos
um único ponto P. de luz independe do sentido de
Vidro fosco, papel de seda, papel propagação.
vegetal etc.
Cilíndrico
Meio opaco Assim, por exemplo, considere
Um meio se diz opaco quando um raio de luz incidindo numa superfí-
não permite a propagação da luz atra- cie S segundo AB e refletindo-se se-
vés de si. gundo BC. Se a luz incidir segundo CB,
Exemplos irá refletir-se segundo BA.
Madeira, concreto etc.

Os raios de luz são todos para- Meio homogêneo


lelos entre si. Neste caso, dize- Um meio é homogêneo quando
mos que o vértice P é impróprio. todos os seus pontos apresentam as
mesmas propriedades, isto é, mesma
7. Fontes de Luz composição química, mesma densida-
de etc.
São os corpos capazes de emitir Observação
luz. As fontes de luz são classificadas Meio isótropo Muitos fenômenos são explicados

FÍSICA
em: Um meio é isótropo quando as pela propagação retilínea da luz. É o
propriedades físicas associadas a um caso da câmara escura de orifício, a
Fontes primárias ponto do meio independem da direção formação de sombra e penumbra e
São aquelas que emitem luz pró- em que são medidas. Quando o meio a ocorrência de eclipses.
pria, isto é, emitem a luz que pro- não é isótropo, ele é chamado
duzem. anisótropo. 10. Câmara Escura de Orifício
Exemplos Um meio transparente, homogê-
Sol, lâmpadas elétricas quando neo e isótropo é chamado meio ordi- É uma caixa de paredes opacas
acesas etc. nário ou refringente. munida de um orifício em uma de
suas faces. Um objeto AB é colocado
Fontes secundárias 9. Princípios da Óptica em frente à câmara, conforme a figu-
São aquelas que reenviam ao es- Geométrica ra. Raios de luz provenientes do objeto
paço a luz que recebem de outros cor- AB atravessam o orifício e formam na
pos. Princípio da propagação parede oposta uma figura A'B',
Exemplos retilínea chamada "imagem" de AB.
A Lua, as paredes, nossas roupas. O fato de a imagem ser invertida
Nos meios homogêneos e trans- em relação ao objeto evidencia a pro-
parentes, a luz se propaga em li-
8. Classificação dos Meios pagação retilínea da luz.
nha reta.

Meio Transparente Princípio da independência


Um meio se diz transparente dos raios de luz
quando permite a propagação da luz
através de si, segundo trajetórias re- Quando raios de luz se cruzam,
cada um deles continua seu tra-
gulares, permitindo a visão nítida dos
jeto, como se os demais não
objetos. existissem.
Exemplos
Ar, água em pequenas camadas, A semelhança entre os triângulos
vidro comum etc. Leis da reflexão e da refração OAB e OA'B' fornece:
As leis da reflexão e da refração se-
A'B' d'
Meio translúcido rão estudadas nos próximos capítulos. ––––– = –––
Um meio se diz translúcido Uma decorrência dos princípios da AB d
quando permite a propagação da luz óptica geométrica é a "reversibilidade
através de si, segundo trajetórias irre- dos raios de luz": Consequência da Propagação
gulares, de modo a não permitir a vi- Retilínea. A Cor de um Corpo

– 45
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11. Sombra e Penumbra Quando um corpo, iluminado com


luz branca, se apresenta verde,
Considere uma fonte de luz punti- significa que o corpo reflete a luz
forme (F), um corpo opaco (C) e um verde e absorve as demais cores que
anteparo opaco (A). compõem a luz branca.
Dos raios de luz emitidos por F, Para os observadores A e C, o Se o corpo não absorver nenhuma
consideremos aqueles que tangen- eclipse do Sol é parcial. Para o cor, refletindo todas, ele é um corpo
ciam C. observador B, o eclipse do Sol é branco.
Sobre o corpo C, podemos distin- total. Se o corpo absorver todas as
guir duas regiões: uma iluminada e ou- cores, não refletindo nenhuma, ele é
tra em sombra. A região em sombra é um corpo negro.
O eclipse total da Lua ocorre
denominada sombra própria. Entre o
quando ela está totalmente imersa no
corpo C e o anteparo A, existe uma 15. Ponto Objeto e Ponto Imagem
cone de sombra da Terra. Se a Lua
região do espaço que não recebe luz
interceptar parcialmente o cone, o
de F: é o cone de sombra do corpo Espelhos planos, espelhos esféri-
eclipse será parcial.
C. A região do anteparo que não cos, lentes etc. são exemplos de sis-
recebe luz de F é a sombra temas ópticos.
projetada. Dado um sistema óptico S, conside-
remos um feixe de luz incidente e o
correspondente feixe de luz emergente.
FÍSICA

13. Fenômenos Ópticos

Quando a luz, propagando-se num


meio 1, incide na superfície S que
separa este meio de outro meio 2,
podem ocorrer vários fenômenos:
uma parte da luz volta ao meio em que
se estava propagando. É a reflexão da O vértice do feixe incidente é de-
Se a fonte de luz for extensa, obs- nominado ponto objeto (P) e o
erva-se entre o corpo C e o anteparo A luz. Uma outra parte da luz passa a se
propagar no outro meio. É a refração vértice do feixe emergente é o
uma região que não recebe luz (cone ponto imagem (P’).
de sombra) e outra parcialmente da luz. Uma outra parte da luz que
iluminada (cone de penumbra). No incide na superfície S pode ser Os esquemas a seguir mostram a
anteparo A, temos a sombra e a absorvida. Neste caso, energia classificação dos pontos objeto e
penumbra projetadas. luminosa se transforma em energia imagem em relação a um sistema
térmica. É a absorção da luz. óptico S:

12. Eclipses 14. A Cor de um Corpo

P: ponto objeto real. Os raios de


O eclipse do Sol ocorre quando o A luz solar, denominada luz bran-
luz incidentes em S se encon-
cone de sombra e o de penumbra da ca, é uma luz composta de uma in-
tram efetivamente.
Lua interceptam a superfície da Terra. finidade de cores, sendo as principais:
vermelho, alaranjado, amarelo, verde,
azul, anil e violeta.

46 –
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Quando o feixe incidente em S é cilíndrico, o


P’: ponto imagem real. Os raios de luz ponto objeto é impróprio.
emergentes de S se encontram efetivamente.

FÍSICA
Quando o feixe emergente de S é cilindrico,
o ponto imagem é impróprio.

P: ponto objeto virtual. Os raios de luz Observações


incidentes em S se encontram apenas por a) Somente as imagens reais podem ser projetadas
prolongamentos. em anteparos.
b) Um sistema óptico é dito estigmático quando a um
ponto objeto P faz corresponder um ponto imagem P' e
não uma mancha luminosa. Se acontecer esta última situa-
ção, o sistema óptico é astigmático.

LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS

TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso.


by Erick Hoepfner.
P’: ponto imagem virtual. Os raios de luz
https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm
emergentes de S se encontram apenas por
prolongamentos.
O livro da física - Mais um volume da série best-seller
As grandes ideias de todos os tempos

– 47
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1. (SANTA CASA-2021-MODELO ENEM) – A figura mostra o 2. (UNIFAI-2021-MODELO ENEM) – Em uma noite de lua cheia, um
esquema de um eclipse. No instante em que ele ocorria, uma pessoa estudante fez um experimento para determinar, aproximadamente, o
encontrava-se no ponto indicado pela letra P, na superfície da Terra. diâmetro da Lua. Inicialmente, encontrou que a distância da Terra à Lua
é de aproximadamente 385 000km. Em seguida, percebeu que fechando
um de seus olhos e colocando um pequeno disco opaco de papel de
4,5mm de diâmetro a 50cm de distância do olho aberto, conseguia
ocultar completamente e sem sobras o círculo lunar.

(https://observador.pt. Adaptado.)
FÍSICA

Essa pessoa observa um eclipse


a) parcial do Sol. b) parcial da Lua. c) anular do Sol.
d) total da Lua. e) total do Sol.
(http://pt.vecteezy.com. Adapatado.)

RESOLUÇÃO:
Considerando que o centro da Lua, o centro do disco de papel e o olho
Na situação esquematizada, que ocorre na fase de lua nova, o disco
do estudante estavam alinhados durante o experimento, os cálculos
lunar oculta o disco solar, total ou parcialmente.
efetuados pelo estudante devem indicar, para o diâmetro da Lua, um
Na região de sombra, tem-se na superfície terrestre a projeção da
valor aproximado de
sombra da lua. É o eclipse total do Sol ou eclipse anular.
a) 1730km. b) 5200km. c) 3460km.
Já na região de penumbra, tem-se na superfície terrestre a projeção
d) 865km. e) 460km.
de uma transição entre luz e sombra. É o eclipse parcial do sol.
RESOLUÇÃO:

Resposta: A

Por semelhança de triângulos:


D 3,85 . 105km
––––––––––––– = –––––––––––––
–6
4,5 . 10 km 0,50 . 10–3 km

3,85 . 105 . 4,5 . 10–6 3,85 . 9,0 . 10–1


D = ––––––––––––––––––– (km) ⇒ D = ––––––––––––––– (km)
0,50 . 10–3 10–3

D = 34,6 . 10–1 – (–3) (km) ⇒ D = 34,6 . 10–1 + 3 (km)

D = 34,6 . 102 (km) ⇒ D = 34,6 . 100 (km) ⇒ D = 3 460km

Resposta: C

48 –
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3. (SÃO CAMILO-2021-MODELO ENEM) – A observação de um 4. (MODELO ENEM) – Isaac Newton, ao decompor a luz branca, num
eclipse solar sem as devidas proteções pode provocar danos prisma, mostrou que ela é uma mistura de radiações monocromáticas
irreversíveis aos globos oculares, devido à grande incidência de raios e explicou a visão das cores com o seguinte modelo:
ultravioleta sobre a retina humana. Uma técnica segura para a
observação é a projeção pinhole, que consiste em utilizar uma folha de
cartolina com um pequeno orifício no centro (pinhole), feito com uma
agulha ou alfinete, e uma folha de papel, preferencialmente branca, onde
será feita a projeção do eclipse. A figura ilustra, fora de escala, esse
procedimento.

FÍSICA
Uma pessoa utilizou essa técnica e obteve uma boa imagem de um eclip-
se com as duas folhas de papel paralelas entre si e a 50cm de distância
uma da outra. Sabendo-se que o diâmetro do Sol mede 1,4 . 109m e que
sua distância média à Terra é de 1,5 . 1011m, o diâmetro da imagem do
Sol projetada na folha branca, foi de, aproximadamente
a) 5,2mm. b) 6,6mm. c) 3,4mm.
d) 4,7mm. e) 8,1mm.
RESOLUÇÃO:

A verdadeira cor citada é a do pigmento puro que constitui o corpo. As


poderosas ondas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro e as vitórias do
Clube de Regatas Flamengo, nas décadas de 1940 e 1950, ajudaram a
transformá-lo no time de maior torcida do Brasil. As listras rubro-negras,
de pigmento puro, da camisa, iluminadas, exclusivamente, por luz
monocromática amarela serão percebidas:
a) amarelas e pretas. b) alaranjadas e vermelhas.
i p’ p’ . o
–– = –– i = ––––– c) totalmente pretas. d) totalmente vermelhas
o p p
e) totalmente alaranjadas.
Distância da imagem ao orifício: p’ = 50cm = 500mm
Diâmetro do Sol: o = 1,4 . 109m RESOLUÇÃO:

Distância do objeto ao orifício: p = 1,5 . 1011m

500mm . 1,4 . 109m 700 . 109


i = –––––––––––––––––– ⇒ i = ––––––––– mm
14
1,5 . 10 m 1,5 . 1011

7,0 . 1011 7,0


i = ––––––––– mm ⇒ i = ––– mm ⇒ i = 4,667mm
1,5 . 1011 1,5

i  4,7mm

Resposta: D
Resposta: C

– 49
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Espelhos Planos: Imagem, Campo Visual,


MÓDULO 13
Translação, Rotação e Associação

1. A Física e o cotidiano
O menor espelho plano que permite a visão de
corpo inteiro de uma pessoa

Altura mínima Altura da pessoa H


= ––––––––––––––––– = –––
do espelho
2 2 = 6°
FÍSICA

Altura da borda Altura dos olhos h


inferior do = –––––––––––––––– = –––
espelho ao chão 2 2

2. A Física e o mundo

Algumas lojas usam um espelho plano na parede de


fundo e, geralmente, em toda a sua extensão. A finalidade
é dar impressão de maior profundidade e de maior
extensão ao ambiente.

No espelho plano, o objeto e a imagem são iguais, porém não super-


poníveis, constituindo as chamadas figuras enantiomorfas. Observe que
na imagem as palavras estão escritas de modo reverso.
Impressão de profundidade (loja no Paço Alfândega).

3. A Física e o laboratório
I. Um transferidor para medir ângulos entre 0° e
180°.
II. Uma lanterna que produz um feixe de luz colimado
VE = 1,0m/s (estreito).
III.Um anteparo branco.
IV. Um espelho plano.

50 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 51

Se a superfície S apresentar saliên-


cias e reentrâncias, a luz incidente será
refletida em todas as direções, e a
reflexão será dita difusa (o fenômeno é
também denominado difusão da luz).

A reflexão difusa é responsável pe-


Número de Imagens Formadas la visualização dos objetos e a reflexão
entre dois Espelhos Planos regular pela formação de imagens.
Quando a superfície S que delimita
os meios (1) e (2) é plana e há pre-
dominância de reflexão regular, dize-
mos que ela é um espelho plano.

FÍSICA
360° O ângulo que o raio de luz refle-
N = ––––– – 1
tido (R') forma com a normal (N) é 6. Imagem de um Ponto
denominado ângulo de reflexão da luz num Espelho Plano
(r).
4. As Leis da Reflexão O fenômeno de reflexão da luz Considere um ponto P colocado
obedece a duas leis fundamentais, na frente de um espelho plano E. Para
Consideremos uma superfície S denominadas leis da reflexão. obtermos a imagem de P, vamos
(plana ou curva), delimitando dois meios considerar dois raios de luz que
(1) e (2). Admitamos que a luz, provinda Primeira lei da reflexão partem de P e incidem no espelho: Pl1
do meio (1), suposto transparente e O raio de luz incidente (R), a reta (que volta sobre si próprio) e Pl2. Os
homogêneo, atinja a superfície S. normal no ponto de incidência (N) e o raios refletidos definem o ponto
Seja R um raio de luz incidente, I o raio de luz refletido (R') pertencem ao imagem P'. Observe que P é um
ponto de incidência da luz, R' o cor- mesmo plano (denominado plano de ponto objeto real e P' um ponto
respondente raio de luz refletido e incidência da luz). imagem virtual.
N uma reta normal à superfície no
ponto I. Segunda lei da reflexão
O ângulo que o raio de luz inciden- O ângulo de reflexão (r) é igual ao
te (R) forma com a normal (N) é deno- ângulo de incidência (i).
minado ângulo de incidência da luz (i).
5. Tipos de Reflexão

Se a superfície S for lisa e polida


(sem saliências e reentrâncias), a re-
flexão será dita regular ou especular.

Os triângulos Pl1l2 e P'l1l2 são


congruentes. Logo, Pl1 = P'l1. Portan-
to, concluímos:

– 51
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9. Translação
O ponto objeto P e o ponto ima- de um Espelho Plano
gem P' são simétricos em relação
à superfície refletora. Considere um objeto fixo O e seja
I sua imagem. Vamos supor que o
espelho se translade de uma distância
O espelho plano é estigmático. d, passando da posição (1) para a
Isto significa que qualquer raio que posição (2). A imagem passa a ser I'.
provém de P e incide no espelho Cumpre destacar o fato de que a
reflete passando por P'. imagem de um objeto tridimensional
assimétrico, embora seja idêntica ao
objeto, não pode ser superposta a ele
como, por exemplo, as mãos direita e
esquerda de uma pessoa.
Assim, a imagem tem todas as ca-
racterísticas idênticas ao objeto, mas
não pode ser superposta ao objeto.
Explicando melhor: se a pessoa
levanta, diante do espelho plano, sua
mão direita, a respectiva imagem Da figura, tiramos:
FÍSICA

levantará a mão esquerda. II' = 2y – 2x = 2(y – x) = 2d


Se tivermos um livro no qual está Portanto:
Por outro lado, de acordo com a escrita a palavra Física, esta aparecerá
reversibilidade da luz, todo raio que na imagem escrita de trás para diante. Quando um espelho plano se
incide, com direção passando por P', Diz-se, então, que o objeto e a translada retilineamente de uma
origina um raio refletido, passando por imagem são figuras enantiomorfas. distância d, a imagem de um obje-
P. Note agora que P' é um ponto objeto to fixo se translada de 2d, no mes-
virtual e P um ponto imagem real. 8. Campo Visual mo sentido.
de um Espelho Plano Em virtude do exposto, podemos
ainda concluir:
Para uma posição (O) do olho do
observador, define-se campo visual do Quando um espelho plano se
espelho plano como a região do translada retilineamente, com
espaço que se torna visível por velocidade de módulo V, a
reflexão no espelho. imagem de um objeto fixo se
Para que a luz refletida no espelho translada com velocidade de
chegue ao olho (O) do observador e módulo 2V, no mesmo sentido.
proporcione o efeito da visão, a luz
Do exposto, concluímos: incidente deverá passar por O’,
simétrico de O, em relação à superfí- 10. Rotação de um Espelho Plano
Relativamente a um espelho plano, cie refletora. A região do espaço, visí-
o objeto e a imagem têm nature- vel por reflexão no espelho, é Quando um espelho plano girar
zas opostas; se o objeto é real, a determinada ligando-se o ponto O’ ao um ângulo em torno de um eixo
imagem é virtual e vice-versa. contorno periférico do espelho. perpendicular ao plano de
incidência da luz, o raio refletido
Note que objeto e imagem reais girará 2 .
se situam na frente do espelho e
objeto e imagens virtuais, atrás do
espelho.

7. Imagem de um Objeto Extenso

Na figura, utilizando a propriedade


de simetria, obtivemos a imagem
A'B'C'D' de um objeto extenso ABCD.
Observe que objeto e imagem
têm mesmas dimensões.
52 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 53

 OI 1 l 2 : + 90° + x + 90° – y = 180°

=y–x 

Δ Cl1 l2 : β + 2x = 2y

= 2(y – x) 

De  e :

= 2

11. Número de Imagens Formadas entre dois


Espelhos Planos

Consideremos dois espelhos planos, (E1) e (E2),


formando entre si um ângulo diedro ( ) e com as super-
fícies refletoras defrontando-se, conforme a figura.

FÍSICA
A luz proveniente de um ponto objeto vai sofrer uma
série de reflexões nos dois espelhos antes de emergir do
sistema. Para cada reflexão, teremos a produção de uma
nova imagem.

Sendo o divisor de 360°, o número total de imagens


formadas (N) é dado por:

360°
N = ––––– – 1

Imagens formadas por reflexão em dois espelhos planos.


360°
Se –––– for par, a fórmula é aplicável para qualquer

posição de P entre os espelhos E1 e E2. LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS
360°
Se –––– for ímpar, a fórmula é aplicável para o objeto
TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso.
(P) situado no plano bissetor do diedro ( ). by Erick Hoepfner.
https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm
Estudemos, a título de ilustração, o caso em que
= 90°.
O livro da física - Mais um volume da série best-seller As
360° grandes ideias de todos os tempos
N = ––––– – 1
90°
O Primeiro Homem na Lua - Universal Pictures
N=3

Portanto, temos três imagens: A1, B1 e A2


B2.

– 53
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 54

1. Na figura temos um objeto real P e um observador, representado 2. (UNIFIPA-2021-MODELO ENEM) – A figura mostra um objeto
apenas pelo seu olho. colocado em frente a um espelho plano E, inclinado em relação ao eixo
vertical do objeto.

Desenhe um raio de luz que permita ao observador enxergar a imagem


de P refletida pelo espelho plano.

RESOLUÇÃO:
FÍSICA

A imagem desse objeto, conjugada pelo espelho, é representada por:

RESOLUÇÃO:
Por simetria, são determinados os vértices da imagem:

Resposta: D

54 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 55

3. Observe a figura, a seguir, com um objeto fixo diante de um 4. (MODELO ENEM) – Dois espelhos planos estão posicionados de
espelho E que sofre uma translação. Analise as seguintes proposições, maneira a oferecer quatro imagens de um determinado objeto a um
considerando o referencial no objeto: observador.

I. Para um deslocamento de 3,0cm do espelho, a imagem desloca-se Qual o ângulo formado entre os espelhos?

FÍSICA
6,0cm. a) 90° b) 72° c) 60° d) 45° e) 36°
II. Se a translação ocorrer em dois segundos, as velocidades escalares
médias do espelho e da imagem são, respectivamente, iguais a RESOLUÇÃO:
1,5cm/s e 3,0 cm/s.
III. As imagens 1 e 2 são virtuais, direitas e simétricas em relação ao
objeto.

São corretas:
a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas.
d) I, II e III. e) nenhuma delas.

RESOLUÇÃO:

I. Correta.
sespelho = 3,0cm simagem = 6,0cm

II. Correta.
s sespelho simagem
V = ––– Vespelho = –––––––– Vimagem = ––––––––
t t t

3,0 6,0
Vespelho = –––– cm/s Vimagem = –––– cm/s 360°
2,0 2,0 N = –––– – 1

Vespelho = 1,5cm/s Vimagem = 3,0cm/s
Sendo N = 4 imagens, temos:

360
III. Correta. As imagens formadas por espelhos planos são virtuais, 4 = –––– – 1
direitas e apresentam as mesmas dimensões do objeto.

360
Resposta: D –––– = 5

5 = 360

360
= ––––
5

= 72°

Resposta: B

– 55
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Raios Notáveis e Construção


MÓDULO 14
de Imagens nos Espelhos Esféricos
1. A Física e o cotidiano Farol do Automóvel Retrovisor Externo
(côncavo) (convexo)

E1

E2
Eixo Óptico

Uma colher de metal bem polida pode dar-lhe


uma ideia do que seja um espelho esférico.
O garoto da figura está olhando a face côncava
FÍSICA

da colher, enquanto a face oposta seria a face


convexa.
Note, porém, que normalmente uma colher não
é superfície esférica.

2. A Física e o mundo
Em Odeillo, França, há um forno
Fogão Solar Espelho odontológico solar capaz de, em poucos minutos,
(côncavo) (côncavo) atingir temperaturas superiores a
3000°C e aquecer água para produzir
vapor, o qual movimenta geradores
elétricos.
Onze mil espelhos planos, colo-
cados numa encosta de montanha,
direcionam raios solares de maneira
paralela ao eixo principal do refletor
curvo da figura.

A radiação solar, depois de refletir-se no


espelho côncavo do forno, ficará
concentrada no foco principal.

56 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 57

3. A Física e o laboratório espelho (V).

Eixo secundário
Qualquer eixo que passa pelo
centro de curvatura C e não passa
pelo vértice V.

Foco principal (F)

Distância focal (f)


Espelho esférico convexo. É a distância de F a V.
Telescópio refletor – inventado por Isaac New-
ton, em 1668, o espelho côncavo no fundo do
tubo não produz bordas coloridas nas imagens, Simbolicamente, representamos:
como ocorrem nos telescópios refratores.

4. Classificação e Elementos
dos Espelhos Esféricos

Consideremos uma superfície esfé-


rica de centro C e raio de curvatura R.

FÍSICA
Um plano, interceptando a super-
fície esférica, divide-a em duas calotas Observação
esféricas. Para que as imagens fornecidas
Denomina-se espelho esférico Espelho esférico côncavo. pelos espelhos esféricos tenham
toda calota esférica, em que uma de maior nitidez e não apresentem defor-
suas superfícies é refletora. mações, devem ser obedecidas as
condições de nitidez de Gauss:

"Os raios incidentes devem ser


C paralelos ou pouco inclinados
R
em relação ao eixo principal e
próximos deste."

Nessas condições, trabalharemos


Espelho esférico convexo. somente com a parte do espelho em
O espelho esférico é dito côncavo, torno do vértice (V) e que aparece
quando a superfície refletora é aquela Os elementos importantes de um ampliada nos esquemas que apresen-
voltada para o centro da calota, e espelho esférico são: taremos nos itens seguintes.
convexo, em caso contrário.
Vértice do espelho (V)
É o polo da calota esférica. Para um espelho esférico de
Gauss, tem-se:
Centro de curvatura (C) R
É o centro da superfície esférica, f = –––
2
de onde se originou a calota.

Raio de curvatura (R) 5. Raios Notáveis


É o raio da superfície esférica, de
onde se originou a calota. Todo raio de luz que incide no es-
Espelho esférico côncavo. pelho esférico, paralelamente ao eixo
Eixo principal principal, reflete-se numa direção que
É o eixo determinado pelo centro passa pelo foco.
de curvatura (C) e pelo vértice do

– 57
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Todo raio de luz que incide no es-


pelho esférico, numa direção que pas- Esta última propriedade vale mes-
sa pelo foco, reflete-se paralelamente mo fora das condições de Gauss.
ao eixo principal.
Todo raio de luz que incide obli-
quamente ao eixo principal reflete-se
numa direção que passa pelo foco se-
cundário (Fs).
FÍSICA

Todo raio de luz que incide no vér-


tice do espelho esférico reflete-se si-
metricamente em relação ao eixo
principal.

Para um espelho esférico conve-


xo, temos:
6. Construção Gráfica da
Imagem de um Pequeno
Objeto Frontal

Consideremos um objeto AB, de


pequenas dimensões, em compara-
ção com o raio de curvatura (R).

Com os raios notáveis, determine-


Todo raio de luz que incide no mos, graficamente, a imagem A'B' de
espelho esférico, numa direção que AB.
passa pelo centro de curvatura, refle-
te-se sobre si próprio.

58 –
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Observe os casos a seguir: Imagem: real, invertida e maior do Imagem: virtual, direita e maior do
que o objeto. que o objeto.
• Espelho côncavo

objeto antes de C

Imagem: real, invertida e menor


do que o objeto.

• Espelho convexo
Imagem: virtual, direita e menor
objeto em F do que o objeto.

FÍSICA
Imagem: imprópria
objeto em C

Imagem: real, invertida e do mes-


mo tamanho do objeto.

objeto entre F e V

objeto entre C e F

Observações: LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS

a) Para um objeto impróprio (muito distante), o es- TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou & Francisco Caruso.
pelho esférico conjuga a imagem sobre o foco; by Erick Hoepfner.
https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/index.htm
b) Em sistemas ópticos refletores (espelhos), quando
objeto e imagem são de naturezas iguais, eles estão
O livro da física - Mais um volume da série best-seller
posicionados no próprio semiespaço definido pelo
As grandes ideias de todos os tempos
sistema. Quando objeto e imagem possuem naturezas
diferentes, estão posicionados em semiespaços opostos.
Estrelas Além do Tempo - 20th Century Studios

– 59
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 60

1. (MODELO ENEM) 2. As figuras, a seguir, representam espelhos esféricos côncavos com


objetos AB, cada vez mais próximos do vértice do espelho, com as
classificações das imagens quanto à natureza, orientação e tamanho
em relação ao objeto.

Espelhos côncavos são usados em faróis, lanternas e fogões solares,


apresentados nas figuras. Para espelhos esféricos côncavos, os
posicionamentos da lâmpada da lanterna e da panela devem ser,
respectivamente, no:
a) foco e no foco.
FÍSICA

b) centro de curvatura e no foco.


c) centro de curvatura e no vértice.
d) foco e no vértice.
e) vértice e no foco.

RESOLUÇÃO:

LANTERNA:
No farol e na lanterna, a região de brilho maior da lâmpada situa-
se no foco F do espelho côncavo. Os raios refletem-se, paralela-
mente, e atingem grandes distâncias.

FOGÃO SOLAR:
No fogão solar, os raios incidem, paralelamente, no espelho, e
convergem para o foco F, onde deve ser posicionada a panela.
Resposta: A

60 –
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As construções de imagens I, II e III podem ser utilizadas, respecti- 3. (UNICERRADO-2021-MODELO ENEM) – O chamado “ponto
vamente, como: cego” é, na verdade, uma região não detectada pelos motoristas por
meio dos retrovisores do veículo, nem por sua visão periférica. Ele pode
Construção I Construção II Construção III
esconder até mesmo um grande veículo, como um caminhão.
Retrovisor Espelho de
a) externo do vigilância em Projetor
carro agências bancárias

Espelho de Espelho de
Espelho de aumento
b) aumento para vigilância em
para maquiagem
Odontologia agências bancárias

Espelho de aumento
c) Projetor Projetor
para Odontologia

Espelho de
d) Projetor Projetor aumento para
maquiagem

Espelho de Espelho de
Retrovisor externo
e) aumento para vigilância em
do carro
Odontologia agências bancárias

RESOLUÇÃO:

FÍSICA
Construção I
Objeto a uma distância maior que duas distâncias focais do espelho
côncavo: Imagem real, invertida e menor projetável num anteparo
ou tela em frente da face refletora. É um projetor de imagens (www.comparaonline.com.br. Adaptado.)
menores.
Para minimizar esse problema, as montadoras de veículos substituíram
Construção II os dois espelhos retrovisores externos planos por espelhos esféricos
Objeto entre o centro de curvatura C e o foco F do espelho côncavo: convexos, aumentando assim o campo visual dos motoristas. Esse
Imagem real, invertida e maior projetável num anteparo ou tela em
aumento do campo visual deve-se ao fato de que, para um mesmo
frente da face refletora. É um projetor de imagens maiores.
objeto real colocado à mesma distância do espelho, em relação às
imagens formadas por espelhos planos, as imagens formadas por
Construção III
Objeto entre o foco F e o vértice V do espelho côncavo: Imagem espelhos convexos.
virtual, direita, maior atrás da face refletora e não é projetável. a) são menores e continuam virtuais.
Utilizada para a maquiagem e para o exame clínico odontológico. b) não mudam de tamanho e continuam virtuais.
c) são menores, mas tornam-se reais.
Resposta: D d) não mudam de tamanho, mas tornam-se reais.
e) são menores, mas tornam-se impróprias.

RESOLUÇÃO:

Independentemente da posição do objeto, as imagens conjugadas


pelos espelhos convexos são menores, virtuais e direitas, de
acordo com a figura a seguir.

Resposta: A

– 61
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MÓDULO 15 Estudo Analítico dos Espelhos Esféricos


1. A Física e o cotidiano
Os espelhos retrovisores externos dos automóveis
costumam ser convexos para aumentar o campo visual
do motorista. A ilustração a seguir representa um desses
retrovisores.
FÍSICA

A imagem observada no espelho convexo sobre a mesa é virtual, direita


e menor.

As imagens conjugadas por espelhos esféricos convexos são, em


relação a objetos reais, virtuais, direitas e menores.

2. A Física e o mundo
Na fotografia a seguir, vemos a imagem dos rostos
de técnicos da NASA refletida no espelho esférico do
telescópio espacial Hubble.

Mão com esfera refletida (M.C. Escher, Holanda, 1935).


Imagem virtual, direta e reduzida em um espelho esférico convexo.

3. A Física e o laboratório

Arranjo experimental para o estudo de imagens


projetadas por espelhos côncavos

Posicionados entre o foco e o vértice do espelho, os técnicos pro-


duziram uma imagem virtual, direita e maior.

O cambista e sua mulher, quadro de 1514 de Quentin


Metsys (1466-1530), é um dos melhores e mais
característicos exemplos da primitiva pintura flamenga,
rica em detalhes, explorando a reflexão da luz em várias
superfícies.

62 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 63

Equação de Gauss: A imagem será direta (A > 0)


O aumento linear transversal é, quando o objeto e a respectiva ima-
i gem tiverem naturezas opostas.
1 1 1 por definição, o quociente: –––.
––– = ––– + ––– o
f p p' Nota 2
Desenhando o objeto sempre para Quando A < 0, a imagem é dita
cima, o será positivo. Se a imagem invertida, isto é, o objeto e a imagem
Aumento linear transversal (s): resultar para cima, temos i > 0: imagem têm orientações opostas.
i –p’ f direita. Se a imagem resultar para
A = ––– = ––– = ––––– p’
o p f–p baixo, temos i < 0: imagem invertida. Isto ocorre (A < 0) quando ––– > 0
p
Exemplos e, portanto, p’ e p devem ter mesmo
i sinal, ou seja, mesma natureza (ambos
4. Equação de Gauss a) ––– = +2 significa que a imagem reais ou ambos virtuais).
o
Assim:
Sejam p e p’ as abscissas do obje- é direita e duas vezes maior do que A imagem será invertida (A < 0),
to e da imagem, respectivamente. A o objeto. quando o objeto e a respectiva
Equação de Gauss relaciona p, p’ e f. imagem tiverem mesma natureza.
i
b) ––– = – 3 significa que a ima-
o
Nota 3
1 1 1 gem é invertida e três vezes maior Quando A > 1, a imagem é dita
––– = ––– + –––

FÍSICA
f p p’ do que o objeto. ampliada, isto é, o tamanho da imagem
é maior do que o tamanho do objeto.
Da semelhança entre os triângulos Isto ocorre (A > 1) quando
ABV e A'B'V da figura anterior, vem: p’ > p, isto é, a imagem está mais
afastada do espelho do que o objeto.
A’B’ B’V
––––– = –––––
AB BV Nota 4
Quando A < 1, a imagem é dita
Porém, A'B' = –i, AB = o, B’V = p’ reduzida, isto é, o tamanho da
e BV = p. imagem é menor do que o tamanho
do objeto.
Logo: Isto ocorre (A < 1) quando
p’ < p, isto é, a imagem está mais
De acordo com o sistema de eixos próxima do espelho do que o objeto.
adotado (referencial de Gauss), temos i –p’
A = ––– = –––
a seguinte convenção de sinais: o p Nota 5
Quando A = 1, a imagem tem
Outra expressão para o aumento mesmo tamanho que o objeto e
p > 0 : objeto real
linear transversal: ambos estão localizados na posição
p < 0 : objeto virtual do centro de curvatura do espelho.
p’ > 0 : imagem real
i f
p’ < 0 : imagem virtual A = ––– = –––––
o f–p
f > 0 : espelho côncavo LIVROS, ARTIGOS, SITES E
f < 0 : espelho convexo 6. Notas Importantes VÍDEOS

Nota 1 TIRINHAS DE FISICA - Luisa Daou &


5. Aumento Linear Transversal (A) Quando A > 0, a imagem é dita Francisco Caruso. by Erick Hoepfner.
direita ou direta, isto é, o objeto e a
Sejam i e o as medidas algébricas https://www.cbpf.br/~caruso/tirinhas/
imagem têm mesma orientação.
das dimensões lineares da imagem e index.htm
Isto ocorre (A > 0) quando
do objeto, respectivamente, com
p’
orientação positiva para cima, de acor- ––– < 0 e, portanto, p’ e p devem ter
p O livro da física - Mais um volume da
do com o referencial adotado.
série best-seller As grandes ideias de
sinais opostos, ou seja, naturezas di-
ferentes (um deles é real e o outro é todos os tempos
virtual). Assim:

– 63
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 64

1. (MODELO ENEM) – No gráfico, estão representadas as posições 2. (MODELO ENEM) – O espelho esférico convexo é utilizado em
p’ da imagem conjugada por um espelho convexo em função das veículos devido à vantagem de ampliar o campo visual. Em uma mo-
posições p de um objeto colocado em frente à superfície refletora do tocicleta, um dos espelhos em formato circular é convexo e, em
espelho e sobre seu eixo óptico principal, utilizando-se o referencial de determinado momento, a altura da imagem refletida de um carro que se
Gauss. aproxima ocupa exatamente todo o diâmetro de 12cm do espelho. Sa-
bendo que esse espelho tem um aumento linear transversal de módulo
0,06, é possível avaliar que a altura real do carro refletido é de
a) 2,0m b) 1,2m c) 1,5m d) 1,8m e) 2,4 m

RESOLUÇÃO:
Altura da imagem: i = 12cm
Aumento linear transversal: A = 0,06
Altura do objeto: o = ?
i
A = –––
o

i
o = –––
A
A distância focal do espelho é igual a
FÍSICA

12
a) –10cm b) –30 cm c) –20 cm d) –50 cm e) –40 cm. o = ––––– (cm)
0,06

RESOLUÇÃO: 1200
o = ––––– (cm)
1 1 1 6
–– = –– + –––
f p p’
o = 200cm

Do gráfico: p = 30cm e p’ = –15cm o = 2,0m


p’ . p
f = ––––––– Resposta A
p’ + p

(–15) . (30)
f = ––––––––––– (cm)
(–15) + (30)

–450
f = ––––– (cm)
15

f = –30cm

Resposta B

64 –
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3. (UNESP – 2022 – MODELO ENEM) – Uma garota pegou um


espelho esférico côncavo de maquiagem, apontou-o para o Sol e
percebeu que uma imagem real desse astro se formou a 40 cm do
espelho.

Cálculo da distância entre a garota e o vértice do espelho:

Em seguida, fez-se a pergunta: f 40


A = ––––– ⇒ 2 = ––––––
— Se, com esse espelho, eu quiser ver uma imagem do meu rosto com f–p 40 – p
duas vezes seu tamanho real e não invertida, a que distância do espelho
40 − p = 20 ⇒ 40 − 20 = p

FÍSICA
devo me posicionar?
Depois de efetuar alguns cálculos, a garota acertará a resposta à sua Da qual: p = 20cm
pergunta se encontrar
a) 30cm b) 25cm c) 15cm d) 20cm e) 35cm Resposta: D

RESOLUÇÃO:
Em relação ao espelho côncavo, o Sol se comporta como um objeto
impróprio – situado no ‘infinito’. Isso significa que a imagem
produzida por esse espelho se forma no foco principal, logo:
f = 40cm. Veja o esquema.

O espelho conjuga à garota (AB) uma imagem virtual e direita


(A’B’), com o dobro das dimensões lineares desse objeto. Nesse
caso, o aumento linear é A= +2. A figura a seguir ilustra esta
situação.

– 65
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MÓDULO 16 Índice de Refração e Leis da Refração. Reflexão Total


1. O Fenômeno da Refração Notas Índice de refração do meio (2) re-
O índice de refração absoluto (n) é lativo ao meio (1), representado por
Refração da luz é a passagem da uma grandeza adimensional. n2,1, é a relação entre os respectivos
luz de um meio para outro, acompa- Como o módulo da velocidade de índices de refração absolutos na or-
nhada de variação em sua velocidade propagação da luz é maior no vácuo do dem mencionada.
de propagação. que em qualquer meio material, isto é,
c > V, resulta que, para qualquer meio n2
material, o índice de refração absoluto n2,1 = ––––
n1
é maior do que 1.
Para o vácuo, temos V = c e n = 1.
Para o ar, temos V c e n 1. c c
Sendo n2 = –––– e n1 = –––– ,
Sendo c uma constante, o índice V2 V1
de refração absoluto de um meio e o
módulo da velocidade de propagação vem:
da luz no referido meio são inversa- c
–––
mente proporcionais. O gráfico da fun- V2 V1
ção n = f(V) é um ramo de hipérbole n2,1 = ––––– ⇒ n2,1 = –––
FÍSICA

c V2
equilátera. –––
V1

Portanto:

n2 V1
n2,1 = –––– = ––––
n1 V2

4. Leis da Refração
Dados dois meios, o de maior
índice de refração absoluto é cha- Considere dois meios homogê-
mado mais refringente. neos e transparentes, (1) e (2), com ín-
O valor presentemente aceito dices de refração absolutos n1 e n2
O que caracteriza a refração é a para o módulo da velocidade de propa- para uma dada luz monocromática, de-
variação da velocidade de propagação; gação da luz no vácuo é de limitados por uma superfície (S).
o desvio da luz pode ou não ocorrer. (2,997925 ± 0,000003) . 108m/s que,
usualmente, aproximamos para
2. Índice de Refração Absoluto 3,0.105km/s.
de um Meio para uma dada Considerando-se as luzes mono-
Luz Monocromática cromáticas vermelha, alaranjada, ama-
rela, verde, azul, anil e violeta, temos:
O índice de refração absoluto de
um meio (n) para uma dada luz mono- No vácuo
cromática é definido como sendo a nve = nalaranj = … = nviol = 1
razão entre o módulo da velocidade (c)
com que a luz se propaga no vácuo e Num meio material
o módulo da velocidade (V) com que a nve < nalaranj < … < nviol Sejam:
luz considerada se propaga no meio I: ponto de incidência da luz
em questão: 3. Índice de Refração Relativo N: reta normal à superfície no pon-
to I
c Consideremos dois meios transpa-
n = ––– rentes e homogêneos, (1) e (2), de R: raio de luz incidente
V
índices de refração absolutos n1 e n2. R’:raio de luz refratado

66 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 67

Definem-se:
i: ângulo de incidência da luz, como sendo o ângulo
formado entre o raio incidente R e a normal N.
r: ângulo de refração da luz, como sendo o ângulo
formado entre o raio refratado R' e a normal N.

Quando a luz passa do meio mais refringente para o


meio menos refringente, o módulo da velocidade de
propagação da luz aumenta e o raio de luz afasta-se
da normal, para incidência oblíqua (Fig. b).

Refração com desvio.

1.a lei da refração

FÍSICA
“O raio incidente (R), a normal à superfície (S) no
ponto de incidência (N) e o raio refratado (R') perten-
cem ao mesmo plano (denominado plano de
incidência da luz).”
A importância dessa 1.a lei está no fato de permitir que
os problemas de refração possam ser abordados apenas
com o uso da Geometria Plana.

2 a. lei da refração (Lei de Snell-Descartes)


"Na refração, é constante o produto do índice de
refração absoluto do meio pelo seno do ângulo
formado pelo raio com a normal, naquele meio."

n1 . sen i = n2 . sen r

Se n2 > n1, resulta sen r < sen i e, portanto, r < i.

Podemos, então, enunciar as seguintes propriedades:

Quando a luz passa do meio menos refringente para


o meio mais refringente, o módulo da velocidade de Os fenômenos da refração e da reflexão ocorrendo simultaneamente.
propagação da luz diminui e o raio de luz aproxi-
ma-se da normal, para incidência oblíqua (Fig. a).

– 67
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 68

5. Ângulo Limite O valor máximo do ângulo de re- O ângulo limite de incidência (L)
fração é denominado ângulo limite pode ser calculado pela aplicação da
Ângulo limite de refração de refração (L). Lei de Snell-Descartes:
Considere dois meios transparen-
tes e homogêneos (1) e (2), delimi- Ângulo limite de incidência n2 sen i = n1 sen r
tados por uma superfície (S), com Considere, agora, a luz se propa-
índices de refração absolutos n1 e n2, gando no sentido do meio mais para o n2 sen L = n1 . sen 90°
tais que n2 > n1, para uma dada luz meio menos refringente.
monocromática. Para incidência normal (i = 0°), a n1 nmenor
refração ocorre sem desvio do raio sen L = ––– ou sen L = –––––––
Vamos supor que a luz se propa- n2 nmaior
gue no sentido do meio menos para o refratado (r = 0°).
meio mais refringente.
Para incidência normal, ocorre re-
Notas
fração da luz, porém não ocorre des-
vio de sua trajetória.
• Para um par de meios (1) e (2),
os ângulos limites de incidência e de
refração são iguais, por isso, indica-
mos pela mesma letra L.
FÍSICA

Se aumentarmos o ângulo de in- • O ângulo limite de incidência ou


cidência (i), o ângulo de refração (r) refração ocorre sempre no meio mais
também aumentará, porém, neste ca- refringente.
so, r > i.
6. Reflexão Total

Se aumentarmos o ângulo de in- Se a luz incidir com ângulo maior do


cidência (i), o ângulo de refração (r) que o limite, não poderá ocorrer re-
também aumentará, porém sempre fração e a luz será totalmente refletida.
respeitando a condição r < i.

Quando o ângulo de refração (r)


for máximo e igual a 90° (emergência
rasante), o ângulo de incidência cor-
respondente será o ângulo de incidên-
Quando o ângulo de incidência (i) cia máximo para o qual ainda ocorre
for máximo, isto é, i = 90° (incidência ra- refração e é denominado ângulo
sante), o ângulo de refração (r) também limite de incidência (L).
será máximo, porém rmáx < imáx = 90°. Portanto, para ocorrer reflexão
total, a luz deve-se propagar no sen-
tido do meio mais para o meio menos
refringente e o ângulo de incidência
deve superar o ângulo limite.

68 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 69

1. Leitura
Metamateriais: a invisibilidade será
possível?

FÍSICA
Refração de um pincel cilíndrico de luz monocromática do ar para
um metamaterial.
Deve-se observar na figura acima (metamaterial) que
o raio refratado fica no mesmo semiplano que contém o
raio incidente; em outras palavras, o raio refratado e o raio
incidente ficam ‘do mesmo lado’ da reta normal à
interface dioptrica.
A Lei de Snell pode ser aplicada à refração envolvendo
metamateriais, devendo-se atribuir, porém, a esses meios
Metamateriais – o prefixo meta designa além de – é índice de refração absoluto negativo.
a denominação para materiais ordinários sob o aspecto Uma das principais aplicações dos metamateriais é
químico, porém com estruturas tridimensionais
a manipulação das propriedades das ondas
modificadas a ponto de interagirem com ondas
eletromagnéticas, já que cada elemento individual que
eletromagnéticas de maneira não convencional. As
compõe esses meios interage de uma forma diferente
partículas desses meios – átomos e moléculas – se
com a luz incidente, podendo modificar a amplitude e a
aglutinam em arranjos estruturais diferenciados,
permitindo, por exemplo, que a luz sofra refrações fase da onda em cada região de maneira independente.
atípicas, como se o meio tivesse índice de refração Essa é a base para poder-se construir um manto de
absoluto negativo. Isso impõe à luz ao passar do ar para invisibilidade, o que se daria através do desvio da luz
um metamaterial trajetórias inusitadas, como esboçamos pelo meio sem refletir ou produzir sombras. Para que
a seguir. haja essa manipulação das ondas eletromagnéticas, os
elementos estruturais do metamaterial precisam
possuir pequenas dimensões, que chegam à faixa de
nanômetros, demonstrando assim a necessidade de
uma pesquisa entrelaçada com a nanotecnologia.
Os metamateriais encontrarão aplicações diversas na
indústria e na medicina, permitindo a construção de
sistemas ópticos especiais e diagnósticos com alto grau
de asserção.
O desenvolvimento dos metamateriais é recente,
Refração de um pincel cilíndrico de luz monocromática do ar para tendo começado com o físico ucraniano Victor Veselago,
um meio ordinário. em 1968.

– 69
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2
2. ATIVIDADE EM GRUPO 1,8 . sen 30° = |n2| sen 45° ⇒ 1,8 . 0,5 = |n2| ––––
2
Com colegas, e sob a orientação do professor, queremos que 1,4
0,9 = |n2| ––– ⇒
você discuta e participe da resolução das questões a seguir: 2
|n2| 1,3

1. (UNICAMP) – Há atualmente um grande interesse no desen- b) A intensidade da velocidade de propagação da luz no material consi-
derado é obtida fazendo-se:
volvimento de materiais artificiais, conhecidos como metamateriais,
que têm propriedades físicas não convencionais. Este é o caso de
metamateriais que apresentam índice de refração absoluto negativo, 1
1
em contraste com materiais convencionais que têm índice de refração V = ––––– ⇒ V = –––––––––––––––––––––– (m/s)
ε
 
2,0 . 10–11 . 1,25 . 10–6
absoluto positivo. Essa propriedade não usual pode ser aplicada na
camuflagem de objetos e no desenvolvimento de lentes especiais.
a) Na figura no espaço de resposta é representado um raio de luz A Da qual: V = 2,0 . 108 m/s
que se propaga em um material convencional (Meio 1) com índice O índice de refração absoluto n fica determinado por:
de refração absoluto o n1 = 1,8 e incide no Meio 2 formando um
c 3,0 . 108
ângulo 1 = 30° com a normal. Um dos raios B, C, D ou E apresenta n = ––– ⇒ n = ––––––––
V 2,0 . 108
uma trajetória que não seria possível em um material convencional
e que ocorre quando o Meio 2 é um metamaterial com índice de Da qual: n = 1, 5
refração absoluto negativo. Identifique este raio e calcule o módulo
Respostas: a) Aproximadamente 1,3
do índice de refração absoluto do Meio 2, n2, neste caso, utilizando
b) 1,5
a lei de Snell na forma: |n1| sen 1= |n2| sen 2.
Se necessário use 2 = 1,4 e 
FÍSICA

3 = 1,7.
b) O índice de refração absoluto de um meio material, n, é definido
pela razão entre os módulos das velocidades da luz no vácuo e no
meio. O módulo da velocidade da luz em um material é dado por

1
v = –––––– , em que ε é a permissividade elétrica e  é
ε

a permeabilidade magnética do material. Calcule o ín dice de
refração absoluto de um material que tenha

C2 Ns2
ε = 2,0 . 10–11 ––––– e  = 1,25 . 10–6 ––––– . O módulo da
Nm 2 C2
velocidade da luz no vácuo é c = 3,0 . 108 m/s.

RESOLUÇÃO:
a) O raio luminoso que está em desacordo com um material convencional
é o E.
Aplicando-se a Lei de Snell com os dados indicados na figura
(1 = 30° e 2 = 45°) e lembrando-se de que n1 = 1,8, determinemos o
módulo do índice de refração absoluto, |n2|, do meio 2.

|n1| sen 1 = |n2| sen 2

70 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 71

2. (ITA) – Considere um metamaterial, de índice de refração absoluto Refração do raio luminoso na interface 2 → 1: pela Lei de Snell,
n1 < 0 e espessura d1, depositado sobre um meio de índice de refração determina-se a relação pedida.
absoluto n2 > 0. Nesse meio, um objeto A dista d2 da interface com o n1sen θ1 = –n2sen θ2 ⇒ n1tg θ1 = –n2tg θ2
metamaterial, como na figura. Considere pequeno o ângulo  que se x x
n1 ––– = –n2 –––
forma entre o raio óptico que vai do objeto ao observador e a normal d1 d2
da interface entre o metamaterial e o ar. Nesse caso, vale a aproximação
tg  sen . Determine n1 em função de n2, d1 e d2 para que a imagem Da qual:
final do objeto se forme na interface entre o ar e o metamaterial.
d1
n1 = – –––– n2
d2

d1
Resposta: n1 = – ––– n2
d2

FÍSICA
d1 n1

d2 n2
A

Resolução
Considerando-se que o meio 1 é um metamaterial, temos a
trajetória da luz esboçada abaixo na condição de que a imagem
final do objeto se forme na interface entre o ar e o meio 1.

– 71
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 72

1. (FMJ-2022-MODELO ENEM) – Um raio de luz monocromática se 2. (OBFEP-MODELO ENEM) – (…) Depois do Pantanal, a família
propaga no ar, cujo índice de refração absoluto é igual a 1,0, e incide na Almeida seguiu para o estado vizinho, Goiás, a fim de conhecer o maior
superfície de uma lâmina de vidro formando um ângulo com a reta lago artificial do Brasil e segundo do mundo: o lago da Serra da Mesa.
normal à superfície. Ao penetrar no vidro, o raio passa a formar um ân- Esse lago foi criado para alimentar uma usina hidroelétrica, por isso era
gulo  com a reta normal. tão grande. A família Almeida chegou por volta de meio dia, quando o
vento deixa de existir na região. A água fica paradinha e a luz ilumina
bem o fundo do lago. Quando Carlos chega à margem do lago, localiza
a parte emersa (ponto Q) de um pau a 2,9 m de distância. Devido à
refração da luz, Carlos consegue ver a parte inferior do pau (ponto W)
olhando para o ponto P em uma direção que forma 53° com a vertical.

Sabendo-se que a luz se propaga no ar com velocidade de módulo


3,00 . 108m/s, que sen = 0,80 e sen  = 0,60, o módulo da velocidade
FÍSICA

de propagação da luz no vidro que constitui a lâmina é Sabendo-se que o índice de refração absoluto da água vale 4/3 e que o
a) 1,15 . 108 m/s. b) 1,40 . 108 m/s. c) 1,80 . 108 m/s. do ar é igual a 1, calcule a profundidade em que o ponto W encontra-se,
d) 2,25 . 108 m/s. e) 4,00 . 108 m/s. nesse momento.
Dados: a altura dos olhos, em relação ao solo, de Carlos vale 1,5 m.
RESOLUÇÃO: sen 53° = 0,8 e cos 53° = 0,6
Trata-se de uma aplicação direta da Lei de Snell: a) 0,6 m b) 0,8 m c) 1,2 m d) 1,6 m
c c e) 1,8 m
nVidro sen  = nAr sen ⇒ –––––– sen  = ––– sen
VVidro c
RESOLUÇÃO:
sen  0,60
VVidro = ––––––– c ⇒ VVidro = ––––– 3,00 . 108 (m/s)
sen 0,80

VVidro = 2,25 . 108 m/s

Resposta: D

(I) Triângulo OPR:


sen 53° x1
tg 53° = ––––––– = –––
cos 53° h

0,8 x1
––– = ––– ⇒ x1 = 2,0m
0,6 1,5

(II) x1 + x2 = 2,9 ⇒ 2,0 + x2 = 2,9 ⇒ x2 = 0,9m

(III) Lei de Snell:

nágua sen i = nar sen r

4 3
––– sen i = 1 . sen 53° ⇒ sen i = ––– . 0,8
3 4

72 –
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3. No esquema abaixo, está representada uma pilha de lâminas de


∴ sen i = 0,6 e cos i = 0,8 faces paralelas constituída dos meios 1, 2 e 3, transparentes, homogê-
neos e isotrópicos, de índices de refração absolutos n1, n2 e n3, respec-
(IV) Triângulo PQW: tivamente. Um raio luminoso monocromático refrata-se sucessivamen-
te do meio 1 para o meio 2 e, em seguida, do meio 2 para o meio 3.
sen i x2
tg i = ––––– = –––
cos i H

0,6 0,9
––– = ––– ⇒ H = 1,2m
0,8 H

Resposta: C

Com base nas indicações da ilustração, determine:


n2
a) o índice de refração relativo entre os meios 2 e 1, n2,1 = ––– ;
n1

FÍSICA
b) o ângulo a partir do qual o raio luminoso sofre reflexão total na
interface entre os meios 2 e 3.

RESOLUÇÃO:
a) Os triângulos retângulos destacados adiante são pitagóricos e
suas hipotenusas medem, ambas, 5u.

Aplicando-se a Lei de Snell à refração da luz do meio 1 para o


n2
meio 2, determina-se n2,1 = ––– .
n1
3 4
n2 sen r = n1 sen i ⇒ n2 ––– = n1 –––
5 5
Da qual:

n2 4
n2,1 = ––– = –––
n1 3

b) O ângulo a partir do qual o raio luminoso sofre reflexão total na


interface entre os meios 2 e 3 é o ângulo-limite L desse dioptro.
Este ângulo é tal que L = r, já que, na refração da luz do meio 2
para o meio 3, o raio refratado é rasante (ângulo de refração
90°).

– 73
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 74

Qual o máximo índice de refração absoluto da casca, nC , para que o


máx
pincel luminoso sofra reflexões totais nas interfaces núcleo-casca?

a) nC = 1,3 b) nC = 1,4 c) nC = 1,5


Na prática, porém, essa emergência rasante não ocorre, já que, máx máx máx

nesse caso, a luz já estaria sendo totalmente refletida. Trata-se d) nC = 1,6 e) nC = 1,7
máx máx
apenas de um modelo didático.
Logo: RESOLUÇÃO:
(I) O valor do ângulo β fica determinado aplicando-se a Lei de

 
3
L = arc sen ––– Snell:
5
nN sen β = nAr sen α
n2 4 3
Respostas: a) n2,1 = ––– = ––– 
3 sen β = 1,0 sen 60° ⇒ 
3 sen β = 1,0 ––––
FÍSICA

n1 3 2
1
  sen β = ––– ⇒
3 β = 30°
b) arc sen ––– 2
5
(II) O ângulo θ mediante o qual o pincel luminoso incide nas
interfaces núcleo-casca é tal que:

θ + β = 90° ⇒ θ + 30° = 90°

Da qual:
θ = 60°

(III) Para a ocorrência do fenômeno da reflexão total:


θL

em que L é o ângulo-limite do dioptro núcleo-casca.

Sendo θ e L ângulos do 1.o quadrante, vem:


nC
sen θ  sen L ⇒ sen θ  ––––
nN
nC 3 nC
sen 60°  ––––– ⇒ ––––  ––––
3 2 
3

4. (FUVESTÃO-MODELO ENEM) – Tecnologias utilizando cabos de


fibras ópticas estão cada vez mais disseminadas, comparecendo nas 3
nC  ––– ⇒ nC  1,5
telecomunicações em diversos equipamentos avançados e na medicina 2
diagnóstica. Basicamente, uma fibra óptica é um fio finíssimo de Da qual se obtém:
material transparente – o núcleo – envolvido por uma camada também
transparente, porém menos refringente que o núcleo – a casca. nC = 1,5
máx
Considere o trecho de uma fibra óptica representado em corte a seguir
no qual um estreito pincel cilíndrico de luz monocromática, proveniente Resposta: C
do ar (índice de refração absoluto nAr = 1,0), é injetado no núcleo com
um ângulo α = 60°. Esse pincel se refrata com um ângulo β, sofrendo
sucessivas reflexões totais nas paredes internas em contato com a
casca. Admita que o índice de refração absoluto do núcleo
3
seja nN = 
3 e adote sen 60°= cos 30°= –––– e
2
1
cos 60°= sen 30°= ––– .
2

74 –
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Dioptro Plano,
MÓDULO 17
Lâminas de Faces Paralelas e Prismas Ópticos
1. Definição 3. Equação de Gauss
para os Dioptros Planos
Dioptro plano é um conjunto de
dois meios homogêneos e transpa- Sejam:
rentes delimitados por uma superfície p: distância do objeto P à super-
plana. fície S.
p’:distância da imagem P’ à su-
Exemplo: o conjunto constituído perfície S.
pelo ar e pela água límpida e tranquila
n: índice de refração absoluto do
de um lago. O ar e a água, para que
meio onde está o objeto P.
haja homogeneidade e transparência,
n’:índice de refração absoluto do
são considerados em pequenas
camadas. outro meio.
Para raios de luz próximos à reta
2. Formação de Imagens normal à superfície S e passando por
P (condições de aproximação de

FÍSICA
Note como a imagem do lápis parece estar
Considerando, por exemplo, o Gauss), temos: “quebrada” dentro do líquido.
dioptro plano ar-água, temos:
ponto objeto real P na água n n’ 4. Lâminas de Faces Paralelas
––– = –––
p p’
Denomina-se lâmina de faces
paralelas uma associação de dois
Demonstração dioptros planos cujas superfícies dióp-
Pela Lei de Snell-Descartes, te- tricas são paralelas.
mos:
n sen i = n’ sen r
Nas condições de aproximação de
Gauss (ângulos i e r muito pequenos),
temos:
sen i tg i e sen r tg r
ponto objeto real P no ar
O caso mais comum é aquele em
Portanto: que n2 > n1 = n3. É, por exemplo, uma
lâmina de vidro imersa no ar.
n . tg i = n’ tg r
I1I2 I1I2 5. Trajeto de um Raio de Luz ao
n . –––– = n’ . –––– Atravessar a Lâmina
p p’

n n’ Na figura a seguir, representamos


––– = –––
p p’ o trajeto de um raio de luz monocro-
mática que atravessa a lâmina no caso
n2 > n1 = n3.

Os esquemas apresentados mos-


tram que:

No dioptro plano, objeto e ima-


gem ficam sempre do mesmo
lado em relação à superfície S e
têm naturezas opostas.

– 75
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 76

Note, nesse caso (n1 = n3), que 7. Prismas Ópticos


i' = i. Isso significa que:
Denomina-se prisma óptico uma
Os raios incidente (R) e emergente associação de dois dioptros planos
(R') são paralelos, quando a lâmina cujas superfícies dióptricas não são
está envolvida por um mesmo paralelas.
meio homogêneo e transparente.

Nessa situação, o raio de luz que


atravessa a lâmina não sofre desvio Fórmulas do prisma
angular, mas sofre desvio lateral d. 1.o) Lei de Snell (1.a face):

6. Desvio Lateral n1 . sen i = n2 . sen r (1)

No triângulo ABC, temos: 2.o) Lei de Snell (2.a face):


d As superfícies dióptricas S1 e S2
n2 . sen r' = n1 . sen i' (2)
sen (i – r) = ––––– (1) são chamadas faces do prisma.
AC
O ângulo A entre as faces do pris-
3.o) No triângulo II'B, o ângulo externo
ma é denominado ângulo de re-
A é a soma dos ângulos internos
fringência do prisma.
FÍSICA

não adjacentes:
A intersecção entre as superfícies
dióptricas é a aresta do prisma. Na A = r + r' (3)
prática, um prisma possui uma terceira
face, oposta à aresta e denominada 4.o) No triângulo II'C, o ângulo externo
base do prisma.  é o desvio angular.
 = (i – r) + (i' – r')
 = i + i' – (r + r')
No triângulo ACD, temos:
 = i + i' – A (4)
AD
cos r = –––––
AC 9. Desvio Angular Mínimo
Sendo AD a espessura e da lâmi-
na, vem: Por meio de experiências, compro-
e va-se que o desvio angular é mínimo
cos r = –––– (2) (m) quando os ângulos de incidência (i)
AC
e de emergência (i') são iguais. Nessa
De (1) e (2), resulta: condição, das fórmulas (1) e (2), con-
sen (i – r) cluímos que os ângulos r e r' também
d = e ––––––––––– são iguais. Portanto, quando o desvio
cos r
angular é mínimo, temos:
i = i' e r = r'

Nestas condições, resulta:


A = 2r m = 2i – A

8. Trajeto de um Raio de Luz ao


Atravessar um Prisma

Na figura a seguir, representamos


Trajeto da luz ao atravessar uma lâmina de vidro o trajeto de um raio de luz monocromá-
imersa no ar. Observe que em cada incidência tica que atravessa um prisma; no ca-
da luz, há uma parcela de luz refletida, além da
so, n2 > n1 = n3.
correspondente parcela refratada.

76 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 77

Observe na figura que, quando o • Prisma de Porro, desvio de 


2
desvio é mínimo, o raio interno ao 180°, usado em binóculos. Sendo sen 45° = ––––
2
prisma é perpendicular ao plano bis-
setor do ângulo A. nar 1
e sen L = –––– = ––– , em que n é ín-
n n
10. Prismas de Reflexão Total
dice de refração absoluto do material
Os prismas de reflexão total visam de que é feito o prisma, vem:
mudar a direção de propagação da luz
ou endireitar imagens, fazendo com 
2 1
que a luz, internamente ao prisma, ––––– > ––––
2 n
sofra uma ou mais reflexões totais.
Exemplo
• Prisma de Amici, desvio de 90°, n > 
2
usado em periscópios.

Nos exemplos citados, para que


ocorra reflexão total com ângulos de

FÍSICA
incidência i = 45°, devemos ter:

i > L ⇒ 45° > L ⇒ sen 45° > sen L

1. Leitura No Brasil, as primeiras redes de fibras ópticas foram


implementadas na UNICAMP por volta de 1977.
Mais que genial! As fibras ópticas têm uma região central denominada
Segundo o escritor estadunidense Bill Yenne, as núcleo, com índice de refração absoluto igual a n1, e uma
fibras ópticas estão entre as 100 principais invenções que parte envoltória que constitui a casca, com índice de
mudaram a história do mundo... refração absoluto igual a n2, tal que n1 > n2.
De fato, esses infodutos transparentes e flexíveis, Seu funcionamento se baseia no fenômeno óptico da
fabricados em vidro ou plástico resinoso, conduzem luz, reflexão total.
informações eletrônicas e dados digitais em geral com Um sinal óptico é injetado na fibra de modo que o
alto rendimento e mínima interferência externa. ângulo de incidência em suas paredes internas seja maior
A ideia da fibra óptica teria sido cogitada pelo físico que o ângulo-limite do dioptro fibra-casca. Estando no meio
inglês John Tyndall, em 1870, mas só ganhou viabilidade mais refringente, esse sinal sofre sucessivas reflexões
técnica a partir de 1955 quando métodos de fabricação totais com perdas muito pequenas, podendo atingir à
mais sofisticados permitiram a confecção de condutores velocidade da luz alvos distantes. Veja o esquema adiante.
com diâmetros da ordem do micrômetro, o que é
comparável a um fio de cabelo.

– 77
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 78

No mapa a seguir, podemos ver algumas redes de


fibras ópticas com trechos instalados ao longo de fossas e
profundezas oceânicas.

Também na Medicina moderna as fibras ópticas têm


papel preponderante. Exames diagnósticos, como
cineangiocoronariografia, endoscopia e colonoscopia,
utilizam cabos de fibras óticas para transmitir informações
do interior do corpo de um paciente para um computador,
FÍSICA

cujo monitor revela ao médico imagens ampliadas e


detalhadas.

Acima, pode-se observar um feixe laser sofrendo


sucessivas reflexões totais em um protótipo didático de
fibra óptica e abaixo, luz é transmitida ao longo de um
chicote de fibras ópticas.

Nesse exame de endoscopia gástrica, o médico


insere a partir da boca do paciente um cabo contendo
As telecomunicações dependem cada vez mais das uma fibra óptica e este é conduzido até o estômago. No
fibras ópticas, especialmente a telefonia, a TV a cabo e o trajeto, são geradas imagens que serão analisadas pelo
profissional, facilitando a elaboração de um diagnóstico.
intercâmbio de informações digitais entre computadores.
Há um sem número de redes, interligando cidades, países
Prof. Ricardo Helou Doca
e até continentes com muitos trechos submarinos. A mais
longa rede em operação é a SeaMeWe 3 com 39 mil
quilômetros de extensão. Ela conecta 32 países, da
Alemanha à Coréia do Sul.

78 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 79

2. ATIVIDADE EM GRUPO reflexões totais?


Adote, se necessário:
Com colegas, e sob a orientação do professor, queremos que sen 37° = cos 53° = 0,6 e sen 53° = cos 37° = 0,8
você discuta e participe da resolução da questão a seguir:
RESOLUÇÃO:
I) Nesse caso, o ângulo de incidência da luz na interface núcleo-casca é o
BOROSCÓPIOS ângulo-limite L do dioptro.
Como inspecionar as partes internas de motores ou turbinas de
aviões sem desmontar completamente esses complexos propulsores?
Afinal, isso exigiria tempo, mão de obra especializada e elevados
Casca
custos. Atualmente, são utilizados boroscópios, que consistem de uma
microcâmara acoplada a um pequeno sistema de iluminação que é Núcleo L
b (...)
introduzida através de pequenas janelas pré-existentes nos mecanis-
mos. As imagens capturadas são transmitidas para um monitor a
geralmente por um cabo de fibra óptica, sendo analisadas por
profissionais de manutenção.

nmenor ncasca 1,2


sen L = ––––––– = ––––––– ⇒ sen L = ––––
nmaior nnúcleo 1,5

FÍSICA
sen L = 0,8 ⇒ L = 53°

II) No triângulo retângulo destacado:

β + L = 90° ⇒ β + 53° = 90°

β = 37°

III) Lei de Snell à refração de entrada da luz na fibra óptica:

nar sen α = nnúcleo sen β

1,0 sen α = 1,5 sen 37° ⇒ sen α = 1,5 . 0,6

Boroscópios são empregados também por equipes de resgate na sen α = 0,9 ⇒ α = arc sen (0,9)
inspeção de escombros causados por desabamentos.
Resposta: α = arc sen (0,9)

Considere um trecho da fibra óptica de um boroscópio, como o


representado no esquema, em que o núcleo e a casca têm índices
absolutos de refração respectivamente iguais a 1,5 e 1,2.

Um estreito filete de luz monocromática proveniente do ar (índice


absoluto de refração igual a 1,0) incide na interface entre o ar e o
núcleo, como se indica, mediante um ângulo α. Qual deve ser o maior
valor de α para que essa luz atravesse a fibra óptica sofrendo sucessivas

– 79
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 80

1. (FGV-2022-MODELO ENEM) – Para observar um brinquedo caído 2. (MODELO ENEM)


dentro de uma piscina, um garoto se aproxima da borda de modo que,
ao olhar para dentro da água, vê a imagem do brinquedo de uma posição História de pescador?
pouco inclinada em relação à vertical que passa por ele. Dessa posição,
o garoto percebe que, de seu ponto de vista, a profundidade aparente O Aruanã Prateado (Osteoglossum bicirhosum) é um peixe ama-
do brinquedo (h’) é menor do que a profundidade real (h). zônico de escamas muito cobiçado pelos praticantes da pesca esportiva.
Isso porque, uma vez fisgado, ele realiza saltos espetaculares, podendo
elevar-se cerca de dois metros acima da superfície da água. Em seu
ambiente natural, o Aruanã também surpreende ao emergir subitamente
de áreas alagadas em saltos verticais eficientes que visam a captura de
pequenos insetos pousados em galhos próximos à superfície, detec-
tados de dentro d’água.
FÍSICA

Adotando-se nAr = 1, o valor aproximado do índice de refração absoluto


da água da piscina é
2h 
2h h’ 
2 h’ h
a) ––––– b) –––––– c) ––– d) –––––– e) –––
h’ h’ h 2h h’

RESOLUÇÃO: Admita um Aruanã em repouso a 1,5m de profundidade, espreitando


Trata-se de uma aplicação direta da Equação de Gauss para o diop- um pequeno besouro também em repouso na mesma vertical dos olhos
tro plano: do peixe. Considere que a altura do inseto em relação à superfície da
nar água seja de 90cm e que os índices de refração absolutos do ar e da
h’ = –––––– h água valham 1,0 e 1,3, respectivamente. Nessas condições, a distância
nágua
aparente percebida pelo Aruanã, entre ele e o besouro, é igual, em
centímetros (cm), a:
Sendo nar = 1, determina-se o índice de refração absoluto da água,
a) 90 b) 117 c) 219 d) 240 e) 267
nágua.
1 RESOLUÇÃO:
h’ = –––––– h
nágua (I) Aplicando-se a equação do dioptro plano para o caso de o peixe
visualizar o inseto segundo uma mesma reta normal à
superfície da água, tem-se:
Da qual:
nobservador 1,3
p’ = ––––––––––– p ⇒ p’ = –––– 90(cm) ⇒ p’ = 117cm
h nobjeto 1,0
nágua = –––
h’
(II) A distância aparente percebida pelo Aruanã, entre ele e o
Resposta: E besouro (D), fica, então, determinada por:

D = p’ + p ⇒ d = 117 + 150 (cm) ⇒ D = 267cm

Resposta: E

80 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 81

3. (FAMECA-MODELO ENEM) – Dos raios de luz monocromáticos A figura ilustra as explicações.


paralelos, um vermelho e outro azul, incidem na superfície de uma
lâmina de vidro de faces paralelas, enquanto outros dois raios com as
mesmas características incidem na superfície de um prisma constituído
do mesmo materia da lâmina. As figuras ilustram as situações.

Sendo o índice de refração absoluto do vidro que compõe a lâmina e o


prisma igual a 1,57 para a luz vermelha e 1,60 para a luz azul, a alternativa
que mostra corretamente como esses raios emergem da lâmina e do
prisma é

II. O fato de o vidro ser mais refringente para a luz azul que para
a luz vermelha faz com que, na travessia do prisma, o raio
luminoso azul sofra um desvio angular (A) maior que o sofrido
pela luz vermelha (V). Veja a figura.

FÍSICA
Resposta: B

4. (ESCOLA NAVAL-2022-MODELO ENEM) – Sabendo-se que uma


onda luminosa de feixe estreito, com comprimento de onda de 550nm,
se propagando no ar, incide em uma das faces de um prisma com um
ângulo de incidência i1 = 60°, conforme a figura abaixo, e emerge na
outra face com um ângulo de desvio  = 30°, calcule o índice de refração
absoluto do prisma e assinale a opção correta.
RESOLUÇÃO:
Dado: nar = 1,0
I. Na travessia da lâmina de faces paralelas, o deslocamento
lateral (dA) verificado no raio luminoso azul é maior que o
deslocamento lateral (dV) verificado no raio luminoso vermelho.
Isso se deve ao fato de o vidro ser mais refringente para a luz
azul que para a luz vermelha.
Os raios emergentes, porém, são paralelos aos respectivos raios
incidentes (Lei de Snell).

3 4 3
a) –– b) 
2 c) 
3 d) –– e) ––
2 3 2

– 81
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 82

RESOLUÇÃO:
(I) O desvio angular  do feixe luminoso que atravessa o prisma é
dado por:
 = i1 + i2 – A

Com  = 30°, i1 = 60°, A = 90° (dado na figura), determina-se i2:

30° = 60°+ i2 – 90° ⇒ i2 = 60°

(II) Neste caso em que i2 = i1 a luz atravessa o prisma sofrendo o


desvio  mínimo e os ângulos associados a i2 e i1, de incidência
na face oposta e de refração na face de entrada da luz, res-
pectivamente, são iguais, isto é, r2 = r1 (reversibilidade da luz).

r1 + r2 = A ⇒ 2r1 = 90° ⇒ r1 = 45°

Lei de Snell:
nP senr1 = nAr seni1 ⇒ nP sen 45° = 1,0 sen 60°

2 3
nP –––– = 1,0 ––––
2 2
FÍSICA

Da qual:

3
nP = ––
2

Resposta: A

82 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 83

MÓDULO 18 Lentes Esféricas I – Construções Gráficas


1. Definição Assim, temos os seguintes tipos • O feixe emergente é do tipo
de lentes: cônico convergente. A lente, neste
Denomina-se lente esférica uma caso, é denominada convergente;
associação de dois dioptros esféricos • O feixe emergente é do tipo
ou um dioptro esférico e outro plano. cônico divergente. A lente é diver-
gente.
Sendo n2 o índice de refração ab-
soluto do material com que a lente é
feita e n1 o índice de refração absoluto
do meio onde a lente está imersa,
temos os casos resumidos na tabela:
Lentes de Lentes de
bordos bordos
Em geral, n3 = n1.
finos espessos
Os elementos geométricos impor-
tantes de uma lente esférica são: n2 > n1 convergentes divergentes
O1 e O2 : centros de curvatura.

FÍSICA
R1 e R2 : raios de curvatura. n2 < n1 divergentes convergentes
e: espessura da lente.
O caso mais comum é n2 > n1:
lentes de vidro e imersas no ar.

4. Lente Delgada

Se a espessura da lente for


desprezível quando comparada com os
raios de curvatura R1 e R2, ela será
chamada lente delgada. Na figura a
O eixo definido pelos centros de seguir, representamos as lentes del-
curvatura O1 e O2 constitui o eixo gadas convergentes e divergentes.
principal da lente.

As três primeiras lentes são


denominadas lentes de bordos
finos e as três últimas, lentes de
bordos espessos.
Feixes de luz atravessando uma lente de vidro
imersa no ar.
3. Comportamento Óptico das
2. Nomenclatura e Tipos Lentes

Nomearemos as faces voltadas Quando um feixe de luz cilíndrico


para o meio exterior assinalando em incide em uma lente esférica, ele pode
primeiro lugar a face de maior raio de ter dois comportamentos ópticos
curvatura. distintos:

– 83
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 84

A intersecção do eixo principal


com a lente delgada é um ponto O,
denominado centro óptico da lente
delgada.
A' F' O F A
Além do centro óptico O, são
importantes os seguintes pontos: 2f
F: foco principal objeto.
F’: foco principal imagem.
A distância de F a O é igual à dis-
tância de F' a O e é chamada distân- F’ tem natureza virtual nas lentes divergen-
cia focal f. tes.
A: ponto antiprincipal objeto.
A’: ponto antiprincipal imagem.
A distância de A a O é igual à b) Todo raio de luz, nas condições d) Todo raio de luz, nas condições
distância de A' a O e é igual a 2f. de Gauss, que incide na lente numa de Gauss, que incide na lente numa
direção que passa pelo foco principal direção que passa por A emerge numa
objeto F emerge paralelamente ao direção que passa por A’.
luz eixo principal.
A F O F’ A’
FÍSICA

f f
2f 2f

luz
F tem natureza real nas lentes convergentes.
A' F' O F A

f f
2f 2f

Observação: Sempre que ne-


cessário, consideraremos obedeci-
das as condições de nitidez de
Gauss.
F tem natureza virtual nas lentes divergen-
5. Raios Notáveis tes. e) Todo raio de luz que incide
obliquamente ao eixo principal emer-
a) Todo raio de luz, nas condições ge numa direção que passa pelo foco
de Gauss, que incide numa lente pa- c) Todo raio de luz que incide, secundário (F’s) correspondente.
ralelamente ao eixo principal emerge passando pelo centro óptico O, atra-
numa direção que passa pelo foco vessa a lente sem desviar.
imagem principal F’.

F’ tem natureza real nas lentes convergentes.

84 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 85

6. Construção Gráfica da Imagem


Objeto entre A e F Objeto entre F e O
de um Pequeno Objeto Frontal

Lente convergente
Objeto antes de A

Imagem: real, invertida e maior do Imagem: virtual, direita e maior do


que o objeto (projetor de slides). que o objeto (lupa ou lente de
aumento).

Lente divergente
Imagem: real, invertida e menor
Objeto em F
do que o objeto (máquina fotográ-
fica).

FÍSICA
Objeto em A

Imagem: imprópria.
Imagem: real, invertida e do Imagem: virtual, direita e menor
mesmo tamanho do objeto. do que o objeto.

Observações:
a) Nos sistemas ópticos refratores, quando objeto e imagem são de mesma natureza, estão posicionados
em diferentes semiespaços definidos pelo sistema.
b) Nos sistemas ópticos refratores, quando objeto e imagem são de natureza diferente, estão posicionados
no mesmo semiespaço definido pelo sistema.

– 85
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 86

1. Leitura
O telescópio espacial James Webb
O telescópio espacial James Webb (TEJW), visto
abaixo em concepção artística, custou cerca de 10
bilhões de dólares e constitui o mais moderno e
sofisticado sistema óptico-fotográfico-computacional de
observação espacial em operação na atualidade. James
Webb foi um visionário estadunidense administrador da
NASA (National Aeronautics and Space Administration)
FÍSICA

no período 1961-1968, época da guerra fria, em que


ocorreram os preparativos para as subsequentes viagens
tripuladas à Lua.
Depois de três meses viajando pelo espaço, o
telescópio foi deixado no Ponto Lagrange L2, local
situado além da órbita lunar. Dessa posição de estratégia
gravitacional, o TEJW poderá observar constantemente o
Sol, a Terra e o espaço profundo além do Sistema Solar.
O dispositivo é capaz de operar com radiação
infravermelha (ondas de calor), o que tornará possível
prospectar exoplanetas, ir em busca de indícios da
formação das primeiras galáxias e estrelas, bem como
constatar por meio do redshifting a expansão do Universo
desde a sua infância, logo depois do Big Bang. A matéria
escura e a energia escura que permeiam majoritariamente
o espaço sideral poderão ser mais bem explicadas, além
de outros enigmas da Astrofísica e da Astronomia.
O TEJW foi lançado no dia 25 de Dezembro de 2021,
O TEJW, porém, terá vida útil bem mais curta que a do
tendo sido montado complementarmente em pleno
telescópio espacial Hubble, posto em operação em 1990.
espaço, adquirindo o formato projetado e a plenitude de
Isso porque são impraticáveis missões de manutenção
suas dimensões. A massa do equipamento é próxima de
ao equipamento. A finitude de combustíveis, peças,
6 toneladas e o espelho primário côncavo tem pouco mais
computadores, baterias e transmissores também será
de 6 metros de largura, sendo constituído por 18 módulos
determinante no tempo de funcionamento do
hexagonais metalizados, extremamente precisos, com
equipamento.
capacidade para suportar entre a face frontal e a base de
Mesmo diante de um breve período em operação, o
fixação gradientes térmicos muito amplos.
TEJW já enviou à Terra imagens de incrível detalhamento,
como a que incluímos a seguir, da Nebulosa Anel do Sul,
uma nuvem de poeira e gás a 2000 anos-luz do nosso
planeta (Imagem: NASA).

86 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 87

d
de uma distância ––– e suas novas imagensm, A2 e B2, respectiva-
2
mente, sejam vistas pelos observadores O1 e O2.
dA
Nessas condições, a razão ––– entre as distâncias, dA e dB, percorridas
dB
pelas imagens dos objetos A e B, é

9 3 3 8
a) ––– b) ––– c) ––– d) ––– e) 1
16 8 4 3

RESOLUÇÃO:
Sendo os raios luminosos que determinam as imagens virtuais de
A e B praticamente normais à supercíficie dióptrica, podemos
utilizar a Equação de Gauss para o dioptro plano.

nobservador
p’ = ––––––––––– p
nobjeto

2. ATIVIDADE EM GRUPO I) Cálculo da distância dA percorrida pela imagem de A:

Com colegas, e sob a orientação do professor, queremos que 1


 d
dA = p’A – p’’A ⇒ dA = –––– d – ––– 

FÍSICA
você discuta e participe da resolução das questões a seguir: 4 2
–––
3

1. (AFA-2021-MODELO ENEM) – Considere um dioptro plano Da qual:


3
constituído de dois meios homogêneos e transparentes de índices de dA = ––– d
4 8
refração absolutos n1 = 1 e n2 = ––– , separados por uma superfície S
3
perfeitamente plana. II) Cálculo da distância dB percorrida pela imagem de B:

4
No meio de índice de refração absoluto n1 encontra-se um objeto –––
pontual B, distante d, da superfície S, assim como, no outro meio
3
 d
dB = p’B – p’’B ⇒ dB = –––– d – –––
1 2 
encontra-se um objeto idêntico A, também distante d, da superfície do
dioptro como mostra a figura abaixo.
Da qual:
2
dB = ––– d
3

dA
III) Cálculo da relação –––– :
dB
3
dA ––– d
8
–––– = –––––––
dB 2
––– d
3

De onde se obtém:

dA 9
–––– = ––––
dB 16

A imagem A1 de A é vista por um observador O1 que se encontra no Resposta: A


meio n1: por sua vez, a imagem B1 de B é vista por um observador O2
que se encontra no meio n2.

O dioptro plano é considerado perfeitamente estigmático e os raios que


saem de A e B são pouco inclinados em relação à vertical que passa
pelos dois objetos.

Considere que A e B sejam aproximados verticalmente da superfície S

– 87
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 88

2. (CIÊNCIAS MÉDICAS-MG-2019) – Um casal apaixonado está (III) Triângulo retângulo ACD:


construindo a casa em que vai morar depois do casamento. Preo- d d
cupados com a sustentabilidade do Planeta, decidiram utilizar blocos de sen (i – r) = ––– ⇒ sen (60° – 30°) = ––
AC 4
vidro, semelhantes ao da figura, juntamente com blocos de cerâmica, de
modo a possibilitar um melhor aproveitamento da luz solar, diminuição
do tempo com lâmpadas acesas e, consequentemente, redução no d 1 d
sen 30° = –– ⇒ –– = ––
consumo de energia elétrica. 4 2 4

Da qual: d = 2,0cm

Respostas:a) Refração da luz


b) 2,0cm

Com base nessas informações e nos conhecimentos de Física,


a) identifique o fenômeno físico que possibilita melhor aproveitamento
da luz solar com a utilização de blocos de vidro.
FÍSICA

b) calcule o desvio lateral do raio de luz que incide no bloco, sabendo-


se que os índices de refração absolutos do ar e do vidro são, respec-
tivamente, iguais a 1 e  3.

RESOLUÇÃO:
a) O fenômeno físico que possibilita melhor aproveitamento da
luz solar é a refração, já que a luz deverá atravessar os blocos
feitos de vidro.

b)

i = 60º
30º A Ar nAr = 1

n= 3
e = 2 3cm

i- r
r
D

r
d

B C Ar
i = 60º

(I) Lei de Snell:

n sen r = nAr sen i



3 sen r = 1 . sen 60°
3 1

3 sen r = –––– ⇒ sen r = ––
2 2
∴ r = 30°

(II) Triângulo retângulo ABC:


3. LIVROS, ARTIGOS, SITES E
e 2,0 
3
cos r = ––– ⇒ cos 30° = –––––––
VÍDEOS
AC AC
• Vídeo – Telescópio espacial James Webb
3 2,0 
3 https://www.youtube.com/watch?v=iOH8eSuCk1U
–––– = ––––––– ⇒ AC = 4,0cm
2 AC

88 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 89

1. Um instrumento óptico utiliza, entre outros componentes, um d2 2,0


prisma de cristal ABC de seção em forma de triângulo retângulo –––– = –––– ⇒ d2 = 6,0 cm
15,0 5,0
isósceles, uma lente divergente L1 de distância focal igual a 5,0 cm (em
módulo) e uma lente convergente L2 de distância focal igual a 15,0 cm
(em módulo). O prisma recebe em sua base AB um feixe de luz c) Se o prisma provoca reflexão total no feixe incidente em sua
monocromática constituído de raios paralelos, perpendiculares a AB, de face BC, então, o ângulo α, de incidência de um raio luminoso
nessa face, deve superar o ângulo-limite L do dioptro cristal-ar:
largura d1 igual a 2,0 cm, que sofre reflexão total na interface BC. Esses
raios emergem do prisma pela face CA, refratam-se em L1 e depois em C
L2, conforme ilustra a figura, produzindo à direita de L2, um feixe de
raios paralelos de largura d2. Trata-se, portanto, de um sistema afocal. 45°

Reflexão
total a
a
a = 45°
45°
B A

FÍSICA
α > L ⇒ sen α > sen L
nar 2 1,0
Admitindo-se que L1 e L2 sejam lentes delgadas, em operação de acordo sen 45° > –––– ⇒ –––– > ––––
n 2 n
com as condições de estigmatismo de Gauss, e que o índice absoluto
de refração do ar que envolve os três componentes seja igual a 1,0,
pede-se determinar Da qual: n > 
2
a) a distância D, indicada no esquema, que separa L1 de L2;
b) o valor de d2; Respostas: a) D = 10,0 cm
c) o índice absoluto de refração do prisma, n, para que ele satisfaça as b) d2 = 6,0 cm
c) n > 
2
condições citadas no enunciado.

RESOLUÇÃO:
a) Para que as lentes L1 e L2 constituam, juntamente com o prisma,
um sistema afocal, isto é, raios paralelos incidentes em L1
produzam raios paralelos emergentes de L2, conforme indica a
figura, o foco principal imagem de L1 deve coincidir com o foco
principal objeto de L2. Veja o esquema:

Logo: D = 15,0 – 5,0 (cm) ⇒ D = 10,0 cm

b) O cálculo de d2 é feito por semelhança de triângulos:

– 89
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 90

2. (VUNESP-MED.CATANDUVA-MODELO ENEM) – A figura RESOLUÇÃO:


mostra a bandeira do município de Catanduva. O objeto (bandeira) está posicionado além do ponto antiprincipal
objeto da lente.
No esquema abaixo, estão traçados os raios de luz que
determinam as características da imagem.

O
www.catanduva.sp.leg.br
A F F’
Vista através de uma lente convergente de distância focal 12 cm, I
12cm
colocada a 30 cm da lente, a imagem da bandeira terá a forma mostrada
24cm
em:
30cm
a)

A imagem é real, invertida e menor que o objeto.


É importante observar que a inversão ocorre tanto na vertical como
na horizontal.
b) A figura abaixo ilustra a citada inversão.
FÍSICA

c)

d)

Resposta: A

e)

90 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 91

3. (VUNESP-FAMERP-Adaptada) – Na foto abaixo, um texto é visto c) Lente 1


através de duas lentes esféricas, 1 e 2. A imagem formada pela lente 1
aparece menor que o próprio texto e a imagem formada pela lente 2
aparece maior.

O
Observador
I
F’ C F

Lente
lente 1 divergente

Lente 2

FÍSICA
O

F O F'

Observador
Lente
convergente

Respostas: a) Em ambos os casos, as imagens são virtuais.


lente 2 b) Lente 1: divergente e Lente 2: convergente.
c) Ver esquemas.

Levando-se em conta os elementos presentes na ilustração, pede-se:


a) Dizer se as imagens fornecidas respectivamente pelas lentes 1 e 2
são de natureza real ou virtual.
b) Dizer se a lente 1 tem comportamento convergente ou divergente.
Responder o mesmo em relação à lente 2.
c) Elaborar esquemas ópticos, com raios de luz, que ilustrem respec-
tivamente a formação das imagens nas lentes 1 e 2.

RESOLUÇÃO:
a) Em ambos os casos, as imagens são direitas, o que denota que
as imagens produzidas pelas lentes 1 e 2 são de natureza
virtual.

b) A lente 1 – de bordas grossas e mais refringente que o ar – tem


comportamento divergente, enquanto a lente 2 – de bordas
finas e mais refringente que o ar – tem comportamento con-
vergente. Convém salientar que a lente 2 funciona como lupa.

– 91
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:23 Página 92

4. (VUNESP-USCS-MODELO ENEM)

A figura mostra a foto de um microscópio composto basicamente de


FÍSICA

2 lentes esféricas: a objetiva e a ocular. Para que a função primordial do


microscópio seja cumprida, o material a ser analisado deve ser deposi-
tado sobre uma lâmina que deve estar
a) sobre o foco principal da ocular.
b) entre o centro óptico e o foco principal da ocular.
c) entre o centro óptico e o foco principal da objetiva.
d) sobre o foco principal da objetiva.
e) entre o foco principal e o ponto antiprincipal da objetiva.

RESOLUÇÃO:
A formação da imagem no microscópio composto está esquema-
tizada a seguir.

L1 (objetiva) L 2 (ocular)

O
A 1 F1 F1' F2 F2'
I1

I2

A imagem real configurada por L1 se comporta como objeto real


em relação a L2 que, por sua vez, produz uma imagem final virtual
que é dada ao observador contemplar.
Resposta: E

92 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 15/02/2023 11:08 Página 93

No Mundo dos Elétrons FRENTE 3

MÓDULO 11 Associação de Geradores


1. Pilhas de batata e limão Lembre-se ainda de que se houver necessidade de
Pode soar estranho, mas é possível construir uma maiores tensões, pode-se fazer a associação de limões e
pilha utilizando-se de uma batata ou limão. batatas em série.
De fato, é possível produzir com esses elementos um
processo espontâneo no qual se obtém energia elétrica
de um processo químico.

FÍSICA
Fig. 2 – Pilha de limões associados em série.

2. Associação em série
Fig. 1 – Pilha de limão liga lâmpada de LED.
As pilhas comuns que usamos no dia a dia possuem
em sua parte interna elementos químicos que por meio
de reações químicas de oxidorredução promovem perda
e ganho de elétrons.
Nesse processo são formados os polos da pilha, um
positivo e outro negativo, e como consequência temos
entre esses polos uma ddp (diferença de potencial)
Podemos reproduzir o que acontece no interior da
pilha usando um limão ou uma batata.
No caso do limão, o suco do limão (uma solução
ácida)fará o papel do eletrólito (meio no qual os
portadores de carga irão movimentar-se).
Duas plaquinhas, uma de cobre e outra de zinco,
atuam como os eletrodos.
A ddp obtida não é muito grande, algo da ordem de Propriedades
1,0 V, mas o suficiente para acender LEDs, ligar uma 1.a) A f.e.m. equivalente (Es) é a soma das f.e.m.
pequena calculadora ou um relôgio simples. dos geradores associados:
Se substituirmos o limão pela batata, o eletrólito terá
um caráter básico, mas o fenômeno é o mesmo. Es = E1 + E2 + ... + En

2.a) A resistência interna equivalente (rs) é a soma


das resistências internas associadas:

rs = r1 + r2 + ... + rn

– 93
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 94

Associação em paralelo Propriedades


Consideremos apenas geradores iguais associados 1.a) A f.e.m. do gerador equivalente (Ep) é igual à
em paralelo: f.e.m. de cada um dos geradores associados:

Ep = E

2.a) A resistência interna equivalente (rp) é dada por:

r
rp = ––––
n
em que r é a resistência interna de cada gerador e n o
número de geradores iguais associados em paralelo.
FÍSICA

LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS


Pilhas e baterias. Energia Empacotada - Marcelo P. Jordao e Jorge L. Junior.
Baterias Recarregáveis: Para Equipamentos Portáteis - Aldo Michelini
Estudos de eletroquímica: reações químicas e energia - Luiza Lorenzen Lima

94 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 95

1. Determine o gerador equivalente para os dois casos a seguir. 2. (FATEC-MODELO ENEM) – Um rádio utiliza 4 pilhas de 1,5V e re-
sistência interna de 0,50 cada uma. Considerando-se que as pilhas
estão associadas em série, a força eletromotriz (f.e.m.) e a resistência
equivalente são, respectivamente:
a) 1,5V e 2,0 b) 6,0V e 0,75 c) 6,0V e 0,25
d) 1,5V e 0,50 e) 6,0V e 2,0

RESOLUÇÃO:
Es = 4 . E = 4 . 1,5(V) = 6,0V
rs = 4 . r = 4 . 0,50() = 2,0
Resposta: E

RESOLUÇÃO: 3. (FUVEST-MODELO ENEM) – Seis pilhas ideais e iguais, cada uma

FÍSICA
a) Associação em série: com diferença de potencial V, estão ligadas a um aparelho, com
resistência elétrica R, na forma esquematizada na figura.
req = 2,0 + 2,0 = 4,0

Eeq = 12V + 12V = 24V

Nessas condições, a intensidade da corrente medida pelo amperímetro


A ideal, colocado na posição indicada, é igual a
a) V/R b) 2V/R c) 2V/3R d) 3V/R e) 6V/R
b) Associação em paralelo:
RESOLUÇÃO:
2,0 Como as pilhas são ideais e também o amperímetro é ideal, o
req = ––––– = 1,0
2 resistor R está submetido a uma tensão elétrica 2V e é percorrido
por uma corrente elétrica de intensidade:
Eeq = 12V
2V
I = ––––
R

Resposta: B

– 95
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 96

4. (FAMERP-2021) – Quatro baterias ideais e idênticas são associa-


das em série e ligadas a um condutor de comprimento 2,0 m e área da
secção transversal 1,2 × 10 – 7 m2, enrolado em forma de espiral, como
mostra a figura.

Nesse circuito, a diferença de potencial que se estabelece entre as


extremidades do condutor é de 12 V e a intensidade da corrente elétrica
que o atravessa é de 1,5 A.
a) Determine a força eletromotriz de cada bateria, em volts, e a
intensidade da corrente elétrica que a atravessa, em ampères.
b) Calcule a resistência elétrica do condutor, em ohms, e a resistividade
do material que o constitui, em ·m.
FÍSICA

RESOLUÇÃO:
a) Como as quatro baterias são ideais, idênticas e estão associadas
em série e fornecem 12V ao condutor, temos que:

4E = 12 (V) ⇒ E = 3,0V

Por se tratar de um circuito simples, uma única corrente elétrica


percorre todos os elementos do circuito, inclusive os geradores.
Sua intensidade foi dada no próprio texto:
i = 1,5 A

b) Da 1.a Lei de Ohm aplicada ao condutor, temos:


U = Ri
12 = R . 1,5 ⇒ R = 8,0

Para determinarmos a resistividade do material que constitui o


condutor, utilizamos a 2.a Lei de Ohm:


R =  –––
A
2,0
8,0 =  ––––––––––
1,2 . 10–7

 = 4,8 . 10–7 .m

Respostas: a) 3,0V ; 1,5A


b) 8,0V ; 4,8 . 10–7 V.m

96 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 97

MÓDULO 12 Receptores Elétricos

1. Carros elétricos: Por um futuro sustentável A Física pode ajudá-lo(a) nessa situação. E a solução
pode demandar a boa vontade de um vizinho solidário.
Os motores a combustão que tanto contribuíram com Você vai precisar de um outro carro com a bateria
o progresso e literalmente moveram o mundo nas últimas carregada e em funcionamento, além de cabos de ligação
décadas estariam com os dias contados e apenas que suportam grandes intensidades de corrente elétrica.
esperando a transição para os modelos elétricos. Existem kits no mercado que vêm com todo aparato
Em muitos países os carros com motores a necessário, luvas de proteção e cabos.
combustão já têm limitação de circulação e uso restrito O circuito elétrico que deve ser montado está
em determinadas localidades. Essa imposição de esquematizado na ilustração que se segue.
dificuldades tem explicação na enorme emissão de gases
nocivos ao ambiente.
Diante desse cenário a indústria investe e aposta
cada vez mais nos carros com motores elétricos. O motor
silencioso e sem emissão de poluentes, acredita-se, é a
melhor alternativa até o momento para continuar
movendo a sociedade moderna.
Essa tecnologia ainda encontra algumas barreiras

FÍSICA
importantes. Enquanto em um posto de combustíveis você
pode reabastecer seu carro em 5 minutos, o tempo de
recarga das baterias de um carro elétrico pode durar horas.

A autonomia, ou seja, o tempo necessário para um Observe que a bateria descarregada, quando está em
novo reabastecimento, também é um impeditivo. Novas processo de carga, atua como um receptor elétrico.
baterias com tecnologia de última geração prometem Processo semelhante acontece com a bateria de seu
contornar esse problema em breve. celular quando está em processo de recarga.
Isso tudo sem falar nos postos de recarga, que hoje
possuem uma rede extremamente pequena.
É certo que ainda existem problemas e obstáculos a
serem solucionados, porém, a necessidade de cuidarmos
do nosso planeta nos mostra o inexorável caminho que a
sociedade deve perseguir.

2. Física no cotidiano

Um dos problemas mais comuns que verificamos


com carros é o fato de suas baterias descarregarem. Isso
pode ser um incômodo muito grande no dia a dia corrido
de qualquer proprietário de um automóvel.
Basta que você deixe as luzes do carro ligadas por
toda noite para que tenha de enfrentar esse problema na
A bateria do celular em processo de recarga atua como um receptor
manhã seguinte.
elétrico.

– 97
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 98

3. Receptor Elétrico corresponde à queda de tensão na 4. Curva Característica


resistência interna do receptor, e E, de um Receptor
Denomina-se receptor elétrico um denominada força contraele-
elemento de circuito que consome tromotriz (f.c.e.m.), que corresponde Sendo U = E + r. i, concluímos que
energia elétrica e a transforma em à d.d.p. útil do receptor. Deste modo, o gráfico de U em função de i, com E e
outra forma de energia que não exclu- podemos escrever: r constantes, é uma reta inclinada
sivamente energia térmica. Um motor crescente, em relação aos eixos.
elétrico é um exemplo de receptor, trans-
U=E+r.i
formando energia elétrica em energia
mecânica e energia térmica. Sendo
constituídos internamente de con- que constitui a equação caracterís-
dutores, os receptores apresentam uma tica do receptor.
certa resistência elétrica (r), denominada
resistência interna do receptor. Nos circuitos elétricos, os recep-
Indicando-se por i a intensidade da tores são indicados pelo mesmo sím-
corrente elétrica que atravessa o rece- bolo dos geradores, diferindo no
ptor, a d.d.p. na resistência interna sentido da corrente elétrica, que flui
dele será: do polo positivo para o polo negativo. Observemos que o coeficiente li-
near da reta é a força contraeletromo-
triz E e o coeficiente angular (tg ) é
Ur = r . i numericamente igual ao valor da resis-
FÍSICA

tência interna do receptor:


Quando um gerador elétrico apli-
tg = r
N
ca a um receptor uma d.d.p. igual a U,
esta divide-se em duas partes: r.i, que

5. Circuito Gerador–Receptor 6. Circuito Gerador–Receptor–Resistor

Num circuito contendo um único gerador e um único Considere o circuito constituído pelo gerador (E,r),
receptor, o gerador é o dispositivo de maior E e, como tal, pelo receptor (E',r') e pelo resistor (R):
impõe o sentido da corrente.

Observe que, no circuito proposto, a d.d.p. nos ter-


minais do gerador é a mesma d.d.p. nos terminais do re-
ceptor (U é o mesmo para os dois), já que estamos
considerando condutores ideais interligando-os. Então:
UBA = UBC + UCD
– para o gerador: U = E – r . i
– para o receptor: U = E' + r' . i E – r . i = R . i + E' + r' . i
Logo: E' + r' . i = E – r . i E – E' = (r + r' + R)i
r'i + r . i = E – E'
E – E' E – E'
i(r + r') = E – E' ou i = –––––––– i = ––––––––––––
r + r' r + r' + R

LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS


Máquinas elétricas: Motores, geradorese partidas - Alexandre Martinewski.

98 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 99

1. Um motor elétrico está conectado a uma rede elétrica de 127V. RESOLUÇÃO:


Esse motor possui resistência interna de 3,0. Ao ligarmos o motor, a Em um circuito gerador-receptor, a intensidade de corrente elétrica
corrente elétrica que nele circula tem intensidade de 9,0A. Determine a será dada por:
sua força contraeletromotriz. E – E’ 40,0 – 12,0 28,0
I = –––––– ⇒ i = –––––––––– (A) ⇒ i = ––––– (A)
∑E 10,0 10,0
RESOLUÇÃO:
U=E+r.i 127 = E + 3,0 . 9,0 E = 100V
i = 2,8A

Resposta: B

2. No circuito abaixo, a intensidade da corrente elétrica e o seu sen-


tido são, respectivamente:
a) 7,0A; horário. b) 4,0A; horário. 4. (MACKENZIE-SP-MODELO ENEM) – Um gerador elétrico, um
c) 3,0A; anti-horário. d) 3,0A; horário. receptor elétrico e um resistor são associados, convenientemente, para
e) 7,0A; anti-horário. constituir o circuito a seguir.

FÍSICA
RESOLUÇÃO: O amperímetro A e o voltímetro V são ideais e, nas condições em que
E – E’ foram insertos no circuito, indicam, respectivamente:
i = ––––––––
R a) 83,3 mA e 3,0 V b) 375 mA e 0,96 V

96,0 – 12,0 c) 375 mA e 13,5 V d) 75,0 mA e 0,48 V


i = –––––––––––– (A) e) 75,0 mA e 2,7 V
12,0

i = 7,0A sentido horário RESOLUÇÃO:


1) Os geradores estão em oposição e o sentido da corrente é
Resposta: A
imposto pela maior força eletromotriz (9,0V).
Isto implica que o sentido da corrente elétrica é horário.

2) A intensidade de corrente elétrica (i) é dada por:

E – E’ 9,0 – 6,0
3. (IFPE-2019) – Utilizando o circuito elétrico abaixo, podemos afirmar i = –––––––– = –––––––– (A) i = 75,0mA
∑R 40,0
que a intensidade da corrente elétrica que atravessa o resistor de 3,0
é de
a) 1,2 A. b) 2,8 A. c) 4,0 A. d) 5,0 A. e) 5,2 A. 3) A indicação do voltímetro corresponde à tensão elétrica (ddp)
nos terminais do resistor de 36,0.

U = R . i ⇒ U = 36,0 . 0,075 (V) ⇒ U = 2,7V

Resposta: E

– 99
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 15:29 Página 100

Energia Elétrica, Potência


MÓDULOS 13 a 15
Elétrica e Potência Dissipada pelo Resistor
1. A fome de energia

Entre tantas mazelas que afligem a humanidade nos dias atuais, existe uma que se mostra de vital importância: é a
necessidade cada vez maior de energia.
Para que as sociedades atuais possam continuar desenvolvendo-se e que as melhorias e progressos estejam ao
alcance de cada vez mais pessoas, existe a necessidade urgente de mais energia disponível. A fome de energia atinge
todas as nações do mundo, pois o desenvolvimento dos povos está atrelado a essa disponibilidade de energia.
Se em um passado não muito distante, bastava gerar energia sem preocupações com possíveis impactos que esse
processo de geração pudesse acarretar, hoje a humanidade tem consciência de que necessita de energia, sim, porém
de uma forma limpa e sustentável.
A busca por fontes de energia que minimizem impactos na natureza e cujos resíduos sejam no mínimo administráveis
é o “santo graal” das pesquisas e dos investimentos governamentais na área energética.
Arrolamos a seguir algumas fontes geradoras de energia e pontos positivos e negativos que cada uma dessas fontes
podem acarretar.
FÍSICA

Hidroelétricas

Impactos e desvantagens
- Longa vida útil - Deslocamento de
- Energia de baixo custo comunidades e muitas
de produção vezes cidades inteiras
Pontos positivos

- Fonte renovável - Deslocamento e alteração


- Emissão muito baixa de de cadeias alimentares
gases causadores de - Alteração do microclima
efeito estufa - Dependência (limitada)
das condições climáticas
- Possível perda de
patrimônios históricos

Nuclear Impactos e desvantagens


- Não contribui para a - Alto custo em treinamento
geração de gases de e prevenção de acidentes
efeito estufa nem para - Pode ser utilizada para
Pontos positivos

chuva ácida fins bélicos


- Custo menor que o de - Pequenos acidentes
petróleo podem provocar danos
- Alta produtividade que perseveram por anos
- Independência das - Produção de rejeitos
condições climáticas radioativos
- Risco de acidentes
(a probabilidade é
baixa, mas os efeitos são
gravíssimos)

100 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 101

Termoelétrica a carvão mineral

Impactos e desvantagens
- Podem ser construídas - Geração de gases de efeito
relativamente próximas a estufa (é a que mais emite)
centros consumidores: - Danos à saúde dos
Pontos positivos

economia com as linhas moradores locais


de distribuição - Polução local do ar com
- Baixo custo de construção elementos que causam
e de combustível chuva ácida e afetam a
- Alta produtividade respiração
- Independência das
condições climáticas

Eólica

Impactos e desvantagens
- Fonte de energia - Dependência climática:

FÍSICA
inesgotável nem sempre o vento sopra
- Não emite gases poluentes quando há a necessidade
Pontos positivos

- Não gera resíduos de pico de energia. Essa


- Compatível com outros intermitência é vista como
usos e utilizações do grande desvantagem do
terreno onde se encontram: processo
no mesmo terreno da - Impacto visual considerável
planta eólica, pode-se - Aumento na mortalidade de
praticar a pecuária e a aves
agricultura - Pertubação de rotas
- Baixo custo de manutenção migratórias
- Emissão de gases de efeito - Baixa produtividade
estufa praticamente nula
- Impacto ambiental mínimo

Fotovoltaica

Impactos e desvantagens
- Baixo custo de manutenção - As formas de
- Excelente para instalação armazenamento de
em lugares remotos ou de energia solar são ainda
Pontos positivos

difícil acesso pouco eficientes, apesar


- Baixo investimento em da melhora recente
linhas de transmissão - Baixa eficiência
- Fonte de energia - Dependência de condições
inesgotável meteorológicas
- Baixo impacto ambiental - Alto custo de manutenção
- Baixa produtividade

– 101
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 102

2. Potência Elétrica
1kWh = 3,6.106 J
Seja Ee a energia elétrica fornecida por um gerador Importante
ou consumida por um receptor ou por um resistor, num Potência de um aparelho:
intervalo de tempo t.
A potência elétrica P fornecida (no caso do gerador) P = U. i
ou consumida (no caso do receptor e do resistor) é, por
definição: Energia elétrica consumida pelo aparelho:
Ee Ee = P. t
P = –––––
t
4. Potência Elétrica Dissipada por um Resistor
Ee U.Q
Sendo U = ––––– , tem-se: P = –––––––
Q t Seja U a tensão elétrica aplicada a um resistor de
resistência elétrica R e i a intensidade da corrente elétrica
Q que o atravessa.
Como i = –––– , resulta: P=U.i
t

Portanto,
para qualquer aparelho elétrico, a potência elétrica
FÍSICA

posta em jogo é igual ao produto da tensão elétrica


no aparelho pela intensidade da corrente elétrica que
o percorre.
Com a passagem da corrente elétrica, o resistor
converte energia elétrica em energia térmica.
3. Unidades
Deste modo, a potência elétrica consumida por um
resistor é dissipada. Esta potência é dada por:
No Sistema Internacional, a energia é medida em
joules (J) e o intervalo de tempo em segundos (s). Des-
P=U.i
te modo, a potência elétrica é medida em joules/segundo
e recebe o nome de watt (W): Mas, de acordo com a 1.a Lei de Ohm, temos:
J U = R . i.
1 W = 1 ––––
s
Logo: P = R . i . i
Uma unidade de energia muito utilizada em
Eletricidade é o quilowatt-hora (kWh). Neste caso, a po- P = R . i2
tência deve ser medida em kW e o intervalo de tempo
em horas: U
De i = ––––, vem:
R
Ee P t
U U2
J W s P = U . –––– P = ––––
R R
kWh kW h

Relação entre kWh e joule:


1h = 3.600s = 3,6 . 103s LIVROS, ARTIGOS, SITES E VÍDEOS
1kW = 1.000W = 103 W Geração de energia elétrica - Lineu Belico dos Reis.
1J = 1W. 1s
1kWh = 1kW. 1h
Então:
1kWh = 103 W. 3,6.103s
1kWh = 3,6.106 W.s

102 –
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MÓDULO 13 2. (PUCC-SP-MODELO ENEM) – Há alguns anos a iluminação resi-


dencial era predominantemente feita por meio de lâmpadas
incandescentes. Atualmente, dando-se atenção à política de preserva-
ção de bens naturais, estas lâmpadas estão sendo trocadas por outros
1. (FAMERP-2020-MODELO ENEM) – O gráfico mostra a intensi-
tipos de lâmpadas muito mais econômicas, como as fluorescentes
dade da corrente elétrica que percorre o filamento de uma pequena
compactas e de LED.
lâmpada incandescente em função da diferença de potencial aplicada
Numa residência usavam-se 10 lâmpadas incandescentes de 100W que
entre seus terminais.
ficavam ligadas em média 5,0 horas por dia. Estas lâmpadas foram
substituídas por 10 lâmpadas fluorescentes compactas que consomem
20 W cada uma e também ficam ligadas em média 5,0 horas por dia.
Adotando-se o valor R$ 0,40 para o preço do quilowatt-hora, a economia
que esta troca proporciona em um mês de trinta dias é de
a) R$ 18,00. b) R$ 48,00. c) R$ 60,00.
d) R$ 120,00. e) R$ 248,00.

RESOLUÇÃO:
1) lâmpadas incandescentes:
εe1 = 10 . P1 . Δt1

FÍSICA
100
εe1 = 10 . ––––– . (5,0 . 30) (kWh)
1000

A potência elétrica dissipada pelo filamento dessa lâmpada, quando ele εe1 = 150 kWh
é percorrido por uma corrente elétrica de intensidade 0,4 A, é
a) 0,20 W. b) 0,68 W. c) 0,80 W. Custo1 = 150 . R$ 0,40 = R$ 60,00
d) 3,2 W. e) 5,0 W.
2) lâmpadas fluorescentes:
RESOLUÇÃO: εe2 = 10 . P2 . Δt2
De acordo com o gráfico dado:
20
i = 0,4 A ⇔ U = 2,0V εe2 = 10 . ––––– . (5,0 . 30) (kWh)
1000
P = U i = 2,0V . 0,4A εe2 = 30 kWh

P = 0,80W Custo2 = 30 . R$ 0,40 = R$ 12,00

Economia = Custo1 – Custo2 = R$ 48,00


Resposta: C

Resposta: B

– 103
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 104

3. (UNVG-VUNESP-MODELO ENEM) – O gráfico mostra a relação 4. (FEI-Adaptado) – Na plaqueta metálica de identificação de um aque-
entre a intensidade da corrente elétrica que atravessa uma lâmpada e a cedor de água, estão anotadas a tensão, 220V, e a intensidade da corrente
diferença de potencial aplicada entre seus terminais. elétrica, 11A.
a) Qual é a potência elétrica dissipada pelo aquecedor?
b) Qual é o consumo de energia elétrica mensal sabendo-se que perma-
nece ligado, em média, 20min por dia?
c) Sabendo-se que o quilowatt-hora custa R$ 0,30, determine o custo
da energia elétrica que ele consome mensalmente.

RESOLUCÃO:

a) P = U . i P = 220 . 11 (W) P = 2420W

b) Com 20min por dia, teremos, mensalmente, um funcionamento


de 10h.
Considere que essa lâmpada seja ligada a uma diferença de potencial de
120 V e funcione normalmente. Após 10 minutos de funcionamento, a Ee = P . t Ee = 2,42kW . 10h Ee = 24,2kWh
energia elétrica consumida por essa lâmpada terá sido de:
a) 1,8 . 104 J b) 2,4 . 104 J c) 3,6 . 104 J
4 5 c) O custo dessa energia será dado por:
d) 6,0 . 10 J e) 1,2 . 10 J

RESOLUÇÃO: C = 24,2 . R$ 0,30 C = R$ 7,26


FÍSICA

De acordo com o gráfico:


U = 120 V ⇒ i = 0,50 A Respostas:a) 2420W
Assim, b) 24,2kWh
P=iU c) R$7,26
P = 0,50 . 120 (W)

P = 60W

Portanto:
εel = P . Δt
εel = 60 . (10 . 60) (J)

εel = 3,6 . 104J

Resposta: C

104 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 105

MÓDULO 14 2. (EsPCEx) – O desenho abaixo representa um circuito elétrico


composto por resistores ôhmicos, um gerador ideal e um receptor ideal.

1. (VUNESP-UNISA-2022-MODELO ENEM) – Em uma lâmpada


LED de 9W encontram-se 10 LEDs de tensão de funcionamento igual a
9V cada um, todos ligados em série em um mesmo circuito. Suponha
que um dos LEDs tenha queimado e que, não havendo outro para
substituir, um jovem decidiu trocá-lo por um resistor. Ignorando perdas
de energia pelo circuito eletrônico que se encontra na lâmpada, O valor
do resistor que deve ser soldado nos terminais em que estava soldado
o LED danificado, para que a lâmpada funcione com a mesma corrente
elétrica de antes, é de
A potência elétrica dissipada no resistor de 4Ω do circuito é:
a) 18 b) 45 c) 80 d) 90 e) 100.
a) 0,16 W. b) 0,20 W. c) 0,40 W.
RESOLUÇÃO: d) 0,72 W. e) 0,80 W.
A potência individual de cada LED que constitui a lâmpada pode
ser calculada por: RESOLUÇÃO:

Ptotal 9W E – E’ 8,0 – 6,0


Pi = –––––– = ––––– = 0,9W i = –––––– ⇒ i = –––––––––––––– (A) ⇔ i = 0,20A
10 10 R 3,0 + 3,0 + 4,0

FÍSICA
Assim: P = R i2 ⇒ P = 4,0 . (0,20)2 (W) ⇔ P = 0,16W
Ui2
Pi = ––––
R Resposta: A
2
(9)
0,9 = ––––
R
(9)2
0,9 = ––––
R
(9)2
R = –––– ()
0,9

R = 90

Resposta: D

– 105
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 106

3. Nos chuveiros elétricos, a água entra em contato com 4. (MODELO ENEM) – Nos chuveiros elétricos, transformamos
uma resistência aquecida por efeito Joule. A potência energia elétrica em energia térmica em virtude do Efeito Joule que
dissipada pelo aparelho varia em função da tensão à ocorre quando a corrente elétrica atravessa o resistor do chuveiro.
qual está ligado e do valor da resistência elétrica escolhida com a chave A temperatura da água está ligada à potência elétrica do chuveiro, que
seletora. No quadro estão indicados valores de tensão e as possíveis vai depender da resistência elétrica de seu resistor.
resistências para cinco modelos de chuveiro. Nesse quadro, o valor das Sendo U a tensão elétrica utilizada (110V ou 220V), I a intensidade da
resistências é medido a partir da extremidade esquerda. corrente elétrica e R a resistência elétrica do resistor, a potência P é
dada pelas relações:

U2
P = UI = RI2 = –––
R

Uma chave seletora pode ocupar as posições A, B ou C indicadas na


figura, que correspondem, não respectivamente, às posições de morno,
quente ou muito quente para a temperatura desejada para o banho.
Escolhendo a equação adequada para o cálculo da potência P, assinale
a opção correta que faz a associação entre as posições A, B e C e a
temperatura desejada para a água.
FÍSICA

Qual chuveiro apresenta a maior potência elétrica?


a) A b) B c) C d) D e) E

RESOLUÇÃO:
A relação da potência elétrica com a tensão e a resistência elétrica
é dada por:
U2
P = ––––
R a) A – quente; B – morno; C – muito quente
Irá apresentar a maior potência elétrica, o chuveiro que tiver a b) A – quente; B – muito quente; C – morno
U2 c) A – muito quente; B – morno; C – muito quente
maior relação –––– . d) A – morno; B – quente; C – muito quente
R
e) A – morno; B – muito quente; C – quente
O chuveiro, com resistência 8, em primeira análise, parece ser um
excelente candidato. RESOLUÇÃO:
UC2 Em uma residência, a tensão elétrica U é mantida constante (no
(220)2
PC = –––– = –––––– (W) ⇒ PC = 6050W U2
RC 8,0 caso, 220V); portanto, devemos usar a expressão P = ––– para
R
Vamos nos certificar de que essa é a resposta correta, analisando
analisar como a potência P varia com a resistência R : P é inversa-
também o chuveiro B.
R
2 mente proporcional a R. Na posição B, temos Req = ––– (mínima),
UB (127)2 2
PB = –––– = –––––– (W) ⇒ PB  5040 W
RB 3,2
que corresponde à temperatura muito quente. Na posição C, temos
Resposta: C Req = 2R (máxima), que corresponde à temperatura menor: morno.
Resposta: B

106 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 107

MÓDULO 15 2. (ALBERT EINSTEIN-2022) – Em um trecho de uma instalação


elétrica, existem dez lâmpadas idênticas associadas como mostra a
figura, ligadas com fios de resistências desprezíveis a uma ddp
1. (VUNESP-UNIFIPA-2021) – Um fabricante de respiradores mecâ-
constante. Inicialmente, todas as lâmpadas estão acesas. Em deter-
nicos promete um aparelho que funciona com uma bateria de 6,7Ah,
minado momento, porém, a lâmpada L, indicada na figura, queima.
com uma potência típica de 50 W, consumindo uma energia total de
72Wh.
L

ddp

FÍSICA
Com a lâmpada L queimada, a potência dissipada pela associação, em
relação à situação inicial, sofre uma redução de
a) 40%. b) 25%. c) 45%. d) 30%. e) 10%.

(oxigenar.com.br) RESOLUÇÃO:
Cálculo da resistência equivalente na situação inicial:
De acordo com os dados fornecidos no texto, quando o equipamento
1 1 1 1
consumir totalmente a carga da bateria, a corrente elétrica média for- ––––– = ––– + ––– + –––
Req 4R 4R 2R
necida pela bateria, assumindo que o respirador trabalhou com a potên- 1

cia média típica de 50W, terá sido de, aproximadamente,


1 1+1+2 4
a) 7,5A b) 10,6A c) 4,7A ––––– = ––––––––– = –––
Req 4R 4R
d) 1,4A e) 0,8A 1

RESOLUÇÃO: Req = R
1
Dados:
Assim, a potência elétrica dissipada inicialmente pode ser calculada
Quantidade de carga (Q) = 6,7Ah
por:
Potência (P) = 50W
U2 U2
Energia elétrica (εe) = 72Wh P1 = ––––– ⇒ P1 = ––– (I)
Req R
1
Assim:
εe = P . t Quando a lâmpada L queima, esse ramo de circuito pode ser des-
prezado e a nova resistência elétrica será dada por:
72Wh = 50W . t
72Wh 1 1 1
t = –––––– = 1,44h ––––– = ––– + –––
50W Req 4R 2R
2

A intensidade média de corrente elétrica será dada por: 1 1+2 1 3 4R


––––– = ––––– ⇒ ––––– = ––– ⇒ Req = –––
Req 4R Req 4R 2 3
Q 6,7 Ah 2 2
i = –––– = –––––––
t 1,44h
A nova potência elétrica dissipada pode ser determinada por:
U2
i 4,7A P2 = –––––
Req
2
Resposta: C
U2
P2 = ––––––
4R
––––
3

– 107
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4. (UNICISAL-ALAGOAS-2020-MODELO ENEM) – Em uma indús-


3 U2
P2 = ––– ––– (II) tria que fabrica fornos de micro-ondas, realiza-se um teste antes de
4 R colocar os aparelhos na linha de produção, com o objetivo de avaliar se
o produto funcionará
Comparando-se I e II, temos: conforme projetado. Esse teste deve ser realizado de acordo com as
3 seguintes instruções, que constam do manual de controle de qualidade.
P2 = ––– P1
4
• Encha um copo com 400 g de água fria e meça a temperatura da água.
P2 = 0,75 P1 ⇒ P2 = 75% P1
• Abra a porta do forno de micro-ondas.
Percebe-se, assim, que houve uma redução de 25% em relação à • Coloque o copo com água sobre o prato giratório.
situação inicial. • Feche a porta do forno.
Resposta: B • Programe o tempo de funcionamento do forno para 42 segundos.
• Pressione a tecla “iniciar”.
• Ao final do funcionamento, meça a variação de temperatura sofrida
pela água.
3. (FCC-FMABC-MODELO ENEM) – Considere um calorímetro ideal • Confira com a tabela do fabricante.
(capacidade térmica desprezível e de paredes adiabáticas) dotado de
um resistor interno R e preenchido com 1,0 litro de água a 18°C. O Para a realização do teste, considera-se que o aparelho funciona
resistor é ligado a uma tensão elétrica de 120V por 30 segundos, o que com potência de 1.000 W, que o calor específico sensível da água é
provoca uma variação de temperatura na água de 3,6°C. 4,2 J/g °C e que, se o aparelho funcionar conforme projetado, 80% da
energia cedida pelo aparelho serão consumidos no aquecimento da
FÍSICA

água.

Se, na realização do teste, a temperatura inicial da água for de 10 °C


e o forno de micro-ondas estiver funcionando conforme projetado,
então, ao final do teste, a água estará na temperatura de
a) 15 °C. b) 20 °C. c) 30 °C. d) 35 °C. e) 45 °C.

RESOLUÇÃO:

O enunciado informa que 80% da energia do forno será absorvida


pela água na forma de calor, assim:
Considerando-se que toda a energia térmica dissipada pelo resistor foi
absorvida pela água, determine o valor de R, em ohms. 80
a) 10 b) 20 c) 30 d) 40 e) 50 ––––– Eel = Q
100
Dado: calor específico sensível da água: 4,0 . 103 J.kg–1°C–1
0,80 P . t = m c 

RESOLUÇÃO: 0,80 . 1000 . 42 = 400 . 4,2 . 

εel = Q
0,80 . 1000 . 42
P . t = m c θ  = –––––––––––––––– (°C)
400 . 4,2
U2
–––– . t = m c θ
R
 = 20°C
(120)2
––––––– . 30 = 1,0 . 4,0 . 103 . 3,6
R mas,

14400  = f – i
––––––– . 30 = 14400
R
20 = f – 10
R = 30Ω
f = 30°C
Resposta: C

Resposta: C

108 –
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MÓDULOS 16 e 17 Potências de Geradores e de Receptores

1. Unidades famosas de potência A genialidade de James Watt não se resumia


exclusivamente a sua mente inventiva, pois em um
Você já deve ter ouvido falar em potência de motores primeiro momento se deparou com um grande problema.
elétricos em um sistema de unidades que não pertencem Como mostrar para a sociedade que suas descobertas e
ao SI, porém, são extremamente usuais. Estamos nos invenções eram realmente úteis. Afinal de contas, de
modo prático, os compradores das primeiras máquinas e
referindo ao Horse Power (hp) e ao cavalo-vapor (cv).
motores a vapor queriam saber: Quantos cavalos
Sabemos que a Inglaterra é o berço de uma
poderiam dispensar utilizando uma dessas máquinas?
verdadeira revolução industrial que alterou o modo de James Watt tentou então demonstrar de modo
produção arcaico, que perdurou durante muitos anos, e técnico essa equivalência.
propiciou a troca da mão de obra humana e de animais
por máquinas a vapor.

FÍSICA
Ele comparou a força de trabalho de um cavalo
utilizado nas minas de carvão da época com o poder de
A troca da mão de obra animal, ou mesmo humana por máquinas a
geração de energia e potência de suas novas máquinas.
vapor é o ponto central da revolução industrial.
Tal equivalência popularizou suas invenções e facilitou
muito sua comercialização ao redor do mundo.
Algumas biografias importantes relatam que o
escocês James Watt, ao observar a tampa de uma Os valores de conversão usados atualmente são:
chaleira saltitando quando impactada pelo vapor de água 1 hp = 745,7 W
fervente, teve a ideia de usar essa energia de forma 1 cv = 735,5 W
organizada. Tal fato é apontado por muitos como o
pontapé inicial da era das máquinas a vapor que viria a Obs: O hp tem origem exclusivamente inglesa enquanto
revolucionar o mundo. o cavalo vapor passou por alguma adaptações de
unidades ao redor do mundo.

– 109
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 110

2. Potência Elétrica do Gerador 4. Potência Elétrica do Receptor

Consideremos um gerador, de f.e.m. (E) e resistência Consideremos um receptor de f.c.e.m. (E) e re-
interna (r), que está fornecendo corrente elétrica de inten- sistência interna (r) que, sob tensão elétrica (U), é percor-
sidade (i) sob tensão (U). rido por corrente elétrica de intensidade i.
Sua equação característica é:
Sua equação característica é:
U=E–r.i (1)
U=E+ri (1)
Para obtermos a potência que o gerador fornece ao
circuito, basta multiplicar a corrente pela tensão. Para obtermos a potência que o receptor consome,
basta multiplicar a tensão pela corrente.
P=U.i (2)
Pc = U . i (2)
Então, na equação (1), multipliquemos por (i) todos
os seus termos:
Na equação (1), multiplicaremos por i seus dois
U . i = E . i – r . i2 (3) membros e teremos:

Cada termo representa uma potência elétrica. Assim: U . i = E . i + r . i2 (3)


FÍSICA

Cada termo da equação (3) representa uma potência


Pf = U . i : potência fornecida
elétrica:

Pg = E . i : potência total gerada


Pc = U . i : potência consumida

Pd = r . i2 : potência dissipada no interior do Pu = E . i : potência útil


gerador
Pd = r . i 2 : potência dissipada no interior do re-
Voltando à equação (3), temos: ceptor

P f = P g – Pd
Voltando à equação (3):

3. Rendimento Elétrico do Gerador Pc = Pu + Pd

O rendimento elétrico do gerador é definido por uma


relação entre a potências fornecida e gerada: 5. Rendimento Elétrico do Receptor
Pf
 = ––––– Definimos rendimento elétrico de um receptor como
Pg
a razão entre sua potência útil e sua potência consumida:

Sendo: Pu
 = ––––
U.i Pc
Pf = U . i e Pg = E . i, temos:  = ––––––
E.i
Sendo:
U
 = –––––
E Pu = E . i e Pc = U . i,
temos:
Para um gerador ideal, temos U = E e, portanto, h = 1 ou E.i E
 = –––––  = ––––
h = 100%. U.i U
Para um gerador real, temos U < E e, portanto,  < 1 ou
 < 100%.

110 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 15:29 Página 111

Observação

O gerador G de f.e.m. E e resistência interna r está liga-


do a um motor M através de uma linha de transmissão de
resistência Rᐉ. Sejam E’ a f.c.e.m. do motor e r’ sua resis-
tência interna. Temos o seguinte esquema de potências:

FÍSICA
mas, Pd = ri2
MÓDULO 16
80 = r (1,0)2
1. Um gerador de força eletromotriz E e resistência interna r fornece
r = 80Ω
energia elétrica a uma lâmpada. A diferença de potencial nos terminais
do gerador é de 20V e a corrente que o atravessa tem intensidade 1,0A.
O rendimento elétrico do gerador é de 20%. Na lâmpada:

U = Ri ⇒ 20 = R 1,0 ⇒ R = 20Ω

Respostas: a) 20W
b) 100W
c) R = 20⍀ e r = 80⍀

Determine
a) a potência elétrica fornecida pelo gerador;
b) a potência elétrica total gerada;
c) a resistência interna do gerador e a resistência elétrica da lâmpada.

RESOLUÇÃO:

a) Pf = U . i = 20 . 1,0 = 20W

U 20
b) ␩ = ––– ⇒ 0,20 = –––– ⇒ E = 100V
E E

∴ Pg = E i = 100 . 1,0 = 100W

c) Pf = Pg – Pd

20 = 100 – Pd

Pd = 80W

– 111
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 112

2. A relação entre a potência fornecida por um gerador a um circuito 3. (MODELO ENEM) – Um gerador de força eletromotriz E e resis-
externo resistivo é dada por: tência interna r é ligado a um resistor que possui resistência elétrica R.
Sabe-se que o gerador está fornecendo ao resistor a máxima potência
Pf = E . i – r i2
elétrica. Nas condições de potência fornecida máxima, a ddp entre os
E
terminais do gerador é –– e a intensidade de corrente elétrica que o
2

 
icc
atravessa é metade da corrente de curto-circuito do gerador ––– .
2

a) Esboce o gráfico da potência fornecida em função da intensidade de


corrente elétrica.
b) Encontre uma relação que determine a potência fornecida máxima
para esse gerador. Para a situação proposta, podemos afirmar que:
a) R = 0 b) R = r/2 c) R = r
Note e adote:
d) R = 2r e) R → ∞
Para uma parábola ax2 + bx + c = 0
–(b2 – 4ac)
FÍSICA

–b –Δ RESOLUÇÃO:
xvértice = ––– yvértice = ––– = –––––––––––
2a 4a 4a U=R.i
E icc
––– = R . ––––
2 2
RESOLUÇÃO:
a) A relação fornecida leva-nos, graficamente, a uma parábola com E E
––– = R . ––––
concavidade para baixo. Determinemos as raízes da função: 2 2r

Ei – ri2 = 0 R=r

i (E – ri) = 0 Resposta: C
E
i = 0 ou E – ri = 0 ⇒ icc = ––– (corrente de curto circuito)
r

Graficamente:

b) A potência fornecida máxima corresponde ao yvértice da pará-


bola, assim:

Da equação: Pf = E i – r i2
a = –r
b=E
c=0
– [E2 – 4 . (–r) (0)] – E2
pf = ––––––––––––––––– = ––––
máx 4 (–r) –4r

E2
Pf = ––––
máx 4r

112 –
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MÓDULO 17 2. (MODELO ENEM) – Dona Thereza foi preparar um suco de frutas


para seu netinho. Colocou uma quantidade exagerada de frutas no
liquidificador e ainda acrescentou alguns cubos de gelo.
1. Da potência recebida pelo receptor, PR, uma parcela corresponde
à potência útil, PU, e a restante é dissipada na resistência interna, PD, na
forma de calor.

a) Qual o símbolo utilizado para se representar um receptor elétrico


dentro de um circuito elétrico?

FÍSICA
b) Determine uma relação para as potências elétricas (útil, recebida e
dissipada) em um receptor elétrico.
c) Dê a expressão que fornece o rendimento () do receptor elétrico.

RESOLUÇÃO:
a) Ao ligar o liquidificador, as pás giratórias ficaram bloqueadas. Nessa
situação, pode-se afirmar:
a) Com as pás bloqueadas, não há energia dissipada e, consequen-
temente, não há riscos.
b) Com as pás bloqueadas, o receptor (liquidificador) converte-se em
b) PR = PU + PD gerador.
c) Com as pás bloqueadas, temos conversão de energia elétrica em
PU Potência útil mecânica.
c)  = ––––– = –––––––––––––––––
PR Potência recebida d) Com as pás bloqueadas, temos uma violação do princípio de con-
servação da energia.
e) Com as pás bloqueadas, o receptor atua como um resistor, dissi-
pando energia elétrica, que pode provocar um superaquecimento e
a queima do motor.

RESOLUÇÃO:
O bloqueio das pás impede a transformação de energia elétrica em
mecânica, e o liquidificador passa a dissipar toda a energia elétrica
na resistência interna do motor. O superaquecimento pode
provocar o derretimento dos condutores e a “queima” do motor.
Resposta: E

– 113
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3. A figura mostra a curva característica de um receptor elétrico. 4. (UEPB-MODELO ENEM) – Um motor elétrico M, figura abaixo, é
ligado a uma bateria que lhe aplica uma diferença de potencial (tensão)
VAB = 15,0V, fornecendo-lhe uma corrente elétrica de intensidade 6,0A.
O motor possui uma resistência interna de 0,30. Em virtude desta
resistência, parte da energia fornecida ao motor pela bateria é
transformada em calor (o motor se aquece), sendo a energia restante
transformada em energia mecânica de rotação do motor.

Determine
a) sua força contraeletromotriz;
b) sua resistência interna;
c) seu rendimento quando percorrido por uma corrente elétrica de
intensidade 12,0A.

RESOLUÇÃO:
a) Leitura direta no gráfico E’ = 36,0V

N 54,0 – 36,0
b) tg = r’ = ––––––––––– () = 3,0
6,0 – 0
FÍSICA

c) U = E’ + r’ i
U = 36,0 + 3,0 . 12,0 (V) Baseando-se nestas informações, pode-se afirmar:
U = 72,0V a) A potência dissipada por Efeito Joule no interior do motor é 10,4W.
b) A potência total desenvolvida no motor é 80,0W.
Assim: c) A potência total desenvolvida no motor e a potência mecânica de
E rotação do motor são, respectivamente, 90,0W e 79,2W.
 = –––
U d) A potência mecânica de rotação do motor é 78,0W.
e) A potência total desenvolvida no motor e a potência dissipada por
36,0 Efeito Joule no interior do motor são, respectivamente, 80,0W e
 = –––––
72,0 10,6W.

 = 0,50 ou 50% RESOLUÇÃO:


Para o motor elétrico (receptor):
Respostas: a) 36,0V
UAB = E’ + r’i ⇒ 15,0 = E’ + 0,30 (6,0)
b) 3,0
c) 50%
E’ = 13,2V

Potência dissipada no motor:


Pd = r’ i2 = 0,30(6,0)2 (W) = 10,8W

Potência total recebida pelo motor:


Ptotal = UAB i = 15,0 . 6,0 (W) = 90,0W

Potência mecânica ou útil desenvolvida no motor:


Pútil = E’ i = 13,2 . 6,0 (W) = 79,2W

Resposta: C

114 –
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MÓDULO 18 Leis de Kirchhoff


1. Polaridade e d.d.p. dos Elementos de Circuito

Na resolução de circuitos elétricos mais complexos


além de dominarmos uma grande quantidade de
conceitos básicos e importantes da eletricidade, existem
algumas técnicas especiais que podem ajudar e
simplificar muito a resolução desses circuitos.
Para circuitos de muitas malhas e que não são
redutíveis a uma única malha, faremos uso principalmente
das Leis de Kirchhoff que estudaremos detalhadamente
adiante. Temos, porém, mais algumas técnicas muito
úteis dentre as quais vamos destacar agora o método da
simetria em circuitos elétricos.
Imagine a figura seguinte em que cada uma das
arestas corresponda a um resistor de resistência elétrica
igual a R. Como o método da simetria poderia ajudar no
cálculo da resistência equivalente?

FÍSICA
Desse modo, podemos separar o circuito inicial em
duas partes idênticas e resolvê-las individualmente.
• Analisando os terminais C e D de uma das partes:

R
–– . R
2 R R
RCD = ––––––– = –– ⇒ RCD = ––
R 3 3
–– + R
2

Observe que a linha traçada estabelece uma divisão


do circuito em dois trechos de circuito absolutamente • RCD está em série com RCB:
simétricos. Essa linha ou plano de simetria atua como
R 4R
uma superfície espelhada. Devido à essa simetria, todos R’= RCD = RCB ⇒ R’ = –– + R ⇒ R’= ––
os pontos do circuito que estão posicionados sobre essa 3 3
linha podem ser considerados pontos de mesmo
potencial elétrico V. Essa primeira metade pode ser redesenhada da
seguinte maneira:

– 115
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 116

• Analisando-se os pontos B e D, temos: Deste modo, podemos adotar um sentido de per-


curso e estabelecer a seguinte regra: a d.d.p. pode ser
+E ou –E, valendo o sinal de entrada no sentido do
4R 4R2
–– . R –– percurso adotado:
3 3 4R
RDB = –––––––– = ––––– ⇒ RDB = ––
4R 7R 7
–– + R ––
3 3

• RBD está em série com RBA:


4R 11R
R”= –– + R ⇒ R”= –––
7 7 Resistores
Para os resistores, a polaridade é dada pelo sentido
• R“ e RAD estão em paralelo, assim:
da corrente: o polo positivo é o da entrada da corrente e
o negativo é o da saída.
11R R 11R2
––– . –– –––
7 3 21 11R
Req = ––––––––– = ––––– ⇒ Req = ––
11R R 40R 40
––– + –– –––
7 3 21
FÍSICA

O polo A tem potencial elétrico maior do que o polo


As duas metades são idênticas e estão em série,
B. Portanto:
portanto:
V A – VB = + R . i e V B – V A = – R . i

A d.d.p. pode ser +R . i ou –R . i, valendo o sinal de


entrada no sentido do percurso adotado:

11R 11R 11R


Req= ––– + ––– ⇒ Req= ––
40 40 20

2. Polaridade e d.d.p. dos Elementos de Circuito

Gerador e receptor ideais 3. Cálculo da d.d.p. entre os Extremos de um


Independentemente do sentido da corrente elétrica, Trecho de Circuito
o traço menor representa o polo negativo e o traço
maior, o polo positivo. Para o cálculo da d.d.p. entre os extremos de um
trecho de circuito (fig.a), devemos:

1.o) marcar as polaridades.


2.o) adotar um sentido de percurso (fig. b).

O polo B tem potencial elétrico maior do que o polo Adotando de A para B, temos VA – VB.
A. Portanto: 3.o) somar algebricamente as d.d.p. de todos os
elementos.
VB – VA = + E e VA – VB = – E

116 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 117

5. Segunda Lei de Kirchhoff ou Lei das Malhas

Num circuito elétrico, chama-se malha um conjunto


de elementos de circuito constituindo um percurso fecha-
do.

Exemplo: malha ABCD

Para cada d.d.p., vale o sinal de entrada de :

FÍSICA
VA – VB = + r1 i – E1 + R i + E2 + r2 i

4. Primeira Lei de Kirchhoff ou Lei dos Nós Segunda Lei de Kirchhoff

Percorrendo uma malha num certo sentido,


Num circuito elétrico, chama-se nó um ponto comum
partindo e chegando ao mesmo ponto, a soma
a três ou mais condutores.
algébrica das d.d.p. é nula.

Primeira Lei de Kirchhoff

A soma das intensidades das correntes que


chegam a um nó é igual à soma das intensidades
das correntes que dele saem.

No exemplo, temos: i1 = i2 + i3.

– 117
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 118

1. (OBF) – Numa parte de um circuito elétrico (como indicado na 2. (UFPE) – A figura a seguir mostra um trecho de um circuito. Calcule
figura abaixo), um amperímetro é conectado para determinar a a intensidade da corrente elétrica i no ramo indicado na figura, em
intensidade da corrente elétrica que atravessa um determinado fio. Qual ampères.
o valor indicado no amperímetro?

RESOLUÇÃO: RESOLUÇÃO:
O circuito pode ser analisado nó por nó ou, de uma maneira mais
Utilizando a 1.a Lei de Kirchhoff, temos:
FÍSICA

simples, pode ser analisado de forma geral.


∑i = ∑i
O somatório de todas as correntes que chegam a este trecho de
(chegam) (saem)
circuito deve ser igual ao somatório de todas as correntes que dele
3,0A + 2,0A + i = 4,0A + 1,0A + 2,0A saem. Assim:
20,0 + 10,0 + 10,0 + 30,0 = i + 3,0 + 30,0
i = 2,0A
i = 37,0A

118 –
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3. Considere o trecho de circuito abaixo e os valores nele indicados. 4. (UNIOESTE) – No circuito mostrado na figura a seguir, é correto
afirmar que a intensidade da corrente IR no resistor R, o valor da resis-
tência R e a força eletromotriz desconhecida ε1 são, respectivamente:
a) IR = 2,0A; R = 20,0Ω ; ε1 = 42,0V.
b) IR = 10,0A; R = 20,0Ω ; ε1 = 4,2V.
c) IR = 10,0A; R = 20,0Ω ; ε1 = 42,0V.
d) IR = 2,0A; R = 2,0Ω ; ε1 = 4,2V.
e) IR = 10,0A; R = 2,0Ω ; ε1 = 42,0V.

Determine os valores de i3 e i4, e a ddp entre os pontos X e Y


(Vx – Vy ).

RESOLUÇÃO:
i1 = i2 + i4

8,0 = 3,0 + i4 ∴ i4 = 5,0A

i2 = i3 + i5

3,0 = i3 + 2,0 ∴ i3 = 1,0A

FÍSICA
RESOLUÇÃO:

UXY = –10 (1,0) + 20 . (2,0) (V)

UXY = 30V

Respostas:i3 = 1,0A; i4 = 5,0A; Uxy = 30V


Nó A (Lei dos nós): IR + I2 = I3

IR + 4,0 = 6,0 ⇒ IR = 2,0A

Malha α:

–6,0 (4,0) + R (2,0) – 16,0 = 0

2,0R = 40,0

R = 20,0Ω

Malha β:

6,0 (4,0) – ε1 + 3,0 (6,0) = 0

ε1 = 42,0V
Resposta: A

– 119
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 120

Eletromagnetísmo, Eletrostática e aplicações FRENTE 4

MÓDULO 11 Indução Eletromagnética – III


1. Condutor Retilíneo em Campo Magnético s
Uniforme em que vm = —— é a velocidade escalar média com que o
t
condutor passou da posição MN para a posição M’N’, no
Considere um condutor retilíneo MN que se apoia nos intervalo de tempo t.
ramos de um condutor CDFG, imerso perpendicu- Se o condutor se desloca com velocidade constante,

larmente em um campo magnético de indução B uni- teremos
forme (Fig. 1). E=B..v

2. Aplicação da Indução Eletromagnética

Uma aplicação importante do fenômeno da indução


FÍSICA

eletromagnética está nos dispositivos denominados


transformadores elétricos.
O transformador permite modificar uma d.d.p. variável,
aumentando-a ou diminuindo-a conforme a conveniência.
Nos casos simples, os transformadores constam de
duas bobinas, primária (1) e secundária (2), independentes
Fig. 1. e envolvendo um mesmo núcleo de ferro laminado.

Quando o condutor MN se desloca com velocidade



V, a área da espira varia e, em consequência, surge uma
f.e.m. induzida no condutor MN. Calculemos o valor abso-
luto dessa f.e.m.
Na posição (1), o fluxo magnético através da espira
MDFN vale
1 = B .  . s1
Sejam
Na posição (2), temos U1 = tensão alternada gerada pela fonte (gerador) e
2 = B .  . s2 recebida pelo consumidor que deseja transformá-la.
U2 = tensão alternada obtida e que será utilizada pelo
No intervalo de tempo t, a variação do fluxo consumidor.
magnético será A corrente alternada que alimenta o primário produz
 = 2 – 1 no núcleo do transformador um fluxo magnético
alternado. Esse fluxo atravessa o enrolamento
 = B  (s2 – s1)
secundário, induzindo aí a tensão alternada U2.
 = B  s Chamando de N1 e N2 o número de espiras dos en-
rolamentos primário e secundário e admitindo-se que não há
A f.e.m. média induzida nesse intervalo de tempo terá perdas de energia, vale a seguinte razão, chamada RAZÃO
valor absoluto. DE TRANSFORMAÇÃO.

 B .  . s U1 N1 I2
Em = —— = ———— = B .  . vm –––– = —— = ––––
t t U2 N2 I1

120 –
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1. Um trilho condutor de resistência elétrica nula, dobrado em forma mento ΔΦ. Usando a regra da mão direita, verificamos que a
de U, está fixo numa mesa horizontal. Deitada sobre os lados paralelos, corrente induzida deverá ter sentido anti-horário.
foi colocada uma haste móvel MN, de material condutor, que está sendo
→ b) Num intervalo de tempo t, a haste desloca-se x:
transladada para a direita com velocidade constante V, como nos mostra

a figura. Um campo magnético uniforme de indução B, de direção Δx
V = –––
vertical, está penetrando no plano da figura . Observemos que a haste Δt
divide o trilho em U em duas espiras retangulares: uma fechada à
Δx = V . Δt
esquerda, e outra aberta, à direita.
A variação da área é:
ΔA = Δx . L = V . Δt . L

A variação do fluxo é:
ΔΦ = B . ΔA = B. L . V . Δt

O módulo da fem induzida é:


ε = –––– ⇒ ε = B . L . V
t

FÍSICA
Respostas: a) anti-horário
b) ε = B L V

Haste móvel MN sobre o trilho fixo em forma de U.


O movimento da haste MN gera uma corrente elétrica induzida na espira
fechada e uma ddp nos terminais da espira aberta.
a) Determine o sentido da corrente elétrica induzida na espira fechada.
b) Determine o módulo da fem induzida na espira aberta. Adote
MN = L.

RESOLUÇÃO:
a) A determinação do sentido da corrente poderá ser feita pela
força magnética ou pela variação de fluxo; em ambos os casos,
usamos a Lei de Lenz.
1.o modo: Usando a força magnética e a Lei de Lenz:

A força magnética Fm que surge na haste móvel se opõe ao
deslocamento da haste, de acordo com a Lei de Lenz. Assim,
→ →
conhecidos os sentidos de B e Fm , determinamos, pela regra da
mão esquerda, o sentido de i na haste móvel.

Obtemos, na figura a seguir, uma corrente no sentido anti-


horário

2.o modo: Usando a variação de fluxo e o contra fluxo induzido:


Com o movimento da haste MN, haverá aumento da área da
espira fechada da esquerda, aumentando o fluxo do campo
magnético. Pela Lei de Lenz, a corrente induzida deverá produzir
uma variação de fluxo oposto, a fim de compensar esse cresci-

– 121
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2. Temos uma espira retangular de dimensões (a X b) metálica e dota- c) Quando a espira sair totalmente da região do campo magnético,
da com uma lâmpada de led (L) de baixa tensão. Acende facilmente. não haverá mais fluxo e teremos  =0
Inicialmente, estando a espira totalmente imersa no campo magnético, Logo, pela Lei de Faraday, não haverá fem induzida (ε = 0) e, pe-
ela será arrastada por uma operadora, para fora do campo como nos la Lei de Ohm, não se tem corrente elétrica: lâmpada apagada.
mostra a figura 1.
Respostas:a)  = 0
b) Acesa
c) Apagada

a) Enquanto não sair do interior do campo, a lâmpada vai permanecer


apagada. Justifique.

Considere as situações a seguir:


b) Quando a espira já estiver parcialmente fora do campo, a lâmpada
permanecerá apagada ou vai acender? Justifique.
FÍSICA

c) Estando a espira totalmente fora do campo, a lâmpada ficará acesa


ou apagada? Fig. 2.

RESOLUÇÃO:
a) No interior do campo (fig 1), a lâmpada estava apagada. Mesmo
que posta em movimento, não havia variação de fluxo no
interior do retângulo da espira.

b) A operadora puxa a espira para fora do campo e, durante o


intervalo de tempo em que ela está saindo (fig 2), ocorre uma
diminuição de fluxo magnético. De acordo com a Lei de Faraday,
aparece uma fem induzida e a lâmpada vai acender.

122 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 123

3. (MODELO ENEM) – Um anel de raio R será deslocado de modo a Curiosidade


atravessar uma região retangular (6,0 cm x 12,0 cm) na qual há um campo Desde a entrada do anel na região do campo, até a sua saída, o seu

magnético representado pelo vetor indução B, cuja direção é perpendicular centro geométrico percorreu a seguinte distância total:
ao plano desta folha e sentido emergente para o leitor (fig 1). O anel D = R + 12,0 cm + R
atravessa toda a extensão do campo em MRU. Ele iniciou a sua entrada no D = 2,0 cm + 12,0 cm + 2,0 cm
instante T1 = 0 e chegou ao limite final do campo no instante T2 = 4,0 ms.
D = 16,0 cm
Estima-se que para entrar totalmente no campo ele tenha demorado
1,0 ms e para sair, também 1,0 ms.

NOTE E ADOTE
R = 2,0 cm (raio do anel)
B = 2,0 x 102 T
Para o cálculo do fluxo no anel, adote a equação (Φ = B . A) em

FÍSICA
que A = área do anel.
Adote π = 3,0
Para o cálculo do módulo da fem média induzida use a Lei de

Faraday – Lenz |εm| = ––––


ΔΦ
Δt
 
Durante o intervalo de tempo ΔT , compreendido entre os instantes T1 e
T2, o valor aproximado do módulo da fem média εm induzida no anel é:
a) 6,0 . 10–1 V b) 4,0V c) 6,0V d) 40,0V e) 60,0V

RESOLUÇÃO:
1) Geração da fem no Intervalo de tempo (T1 ; T2):
ΔT = T2 – T1
ΔT = 4,0s – 0 = 4,0s

2) Cálculo do fluxo eletromagnético:


Φ1 = 0 (fora do campo)
Φ2 = B . A = B . (π . R2)
Φ2 = 2,0 . 102 . 3,0 . (2,0 . 10–2)2
Φ2 = 24,0 . 10–2 Wb
ΔΦ = Φ2 – Φ1
ΔΦ = 24,0 . 10–2 Wb – 0
ΔΦ = 24,0 . 10–2 Wb
ou

ΔΦ = 2,4 . 10–1 Wb

3) Cálculo do módulo da fem média nesse intervalo de tempo:

 
ΔΦ
εm = ––––
Δt

=  –––––––––  = ––––––––––
–1
2,4 . 10 24,0 . 10 –2
εm –3 –3
4,0 . 10 4,0 . 10

εm = 60,0V

Resposta: E

– 123
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4. Um trilho em forma de U, confeccionado em cobre maciço está b) Determinação da massa do bloco A


disposto horizontalmente sobre uma mesa plana. Devido à presença de
um grande ímã sob a mesa, forma-se um campo magnético, represen-

tado pelo vetor indução B, de direção perpendicular ao seu tampo, como
mostra a figura 1.

Como a haste tem movimento de translação retilíneo uniforme,


A haste MN apresenta uma resistência elétrica R. a força resultante é nula.
A resistência elétrica do trilho em U é desprezível, bem como são
Fmag = T 
FÍSICA

desprezíveis todos os atritos durante o movimento da haste apoiada no


trilho. Temos, T = P = m . g 
Verifica-se que a haste é transladada pelo bloco A em movimento Temos ainda, Fmag = B . i . L 
retilíneo e uniforme.
Use os dados a seguir e responda.
a) qual é a intensidade da corrente induzida na haste? Substituindo as equações  e  em 
b) qual é a massa do bloco A? B.i.L=m.g
Note e adote os seguintes dados: B.i.L
m = ––––––––
comprimento MN = L = 50 cm = 0,50 m g
módulo do campo magnético: B = 2,0 T
velocidade escalar de translação da haste: V = 20,0 m/s
Usando os valores dados:
módulo da aceleração da gravidade g = 10,0 m/s2
resistência elétrica da haste MN: R = 0,50 Ω B = 2,0 T; i = 40,0A; L = 0,50m, g = 10,0m/s2
A fem E induzida é dada por: 2,0 . 40,0 . 0,50
m = ––––––––––––––– (kg)
E=B.L.V 10,0
sendo L o comprimento MN da haste

RESOLUÇÃO: m = 4,0 kg
a) 1) Cálculo do módulo da f.e.m. induzida durante a variação de
fluxo na espira retangular fechada MNXY.
Respostas: a) 40,0 A
E = B L . V ⇒ E = 2,0 . 0,50 . 20,0 (unid. SI) b) 4,0 kg

E = 20,0 V

2) Cálculo da intensidade da corrente elétrica que circula na


espira fechada:

E
i = ––– (Lei de Pouillet)
R

20,0 V
i = –––––––
0,50 Ω

i = 40,0 A

124 –
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MÓDULO 12 Eletrização por Atrito e Contato

1. Introdução 3. Princípios da Eletrostática

A Eletrostática estuda os fenômenos que ocorrem Sistema eletricamente isolado


com cargas elétricas em repouso, em relação a um dado Não troca cargas elétricas com o meio exterior.
sistema de referência.
Como vimos na Eletrodinâmica, a carga elétrica é Princípios
uma propriedade associada a certas partículas elemen- São leis básicas que se verificam na prática, cujas
tares, tais como prótons e elétrons. demonstrações teóricas não são possíveis por serem as
Verifica-se que tais partículas possuem as seguintes primeiras leis relativas ao assunto.
cargas elétricas:
• Princípio da atração e repulsão
próton + 1,6 . 10–19 C
–––––––––––––––––––––––––––––––– Cargas elétricas de mesmo sinal repelem-se (Fig. 4).
elétron – 1,6 . 10–19 C

2. Corpo Eletrizado

FÍSICA
De uma maneira geral, os corpos com os quais
lidamos cotidianamente são neutros, isto é, possuem
Fig. 4.
igual quantidade de prótons e de elétrons (Fig. 1).

Cargas elétricas de sinais contrários atraem-se (Fig. 5).

Fig. 5.
Fig. 1 – Corpo neutro.
Dizemos que um corpo está eletrizado negativa-
• Princípio da conservação das cargas elétricas
mente quando possui um número de elétrons maior que
Em um sistema eletricamente isolado, a soma
o de prótons.
algébrica de cargas elétricas (positivas e negativas) per-
manece constante, ainda que se verifique variação de
Nesse caso, há excesso de elétrons no corpo.
quantidade das cargas positivas e das negativas.

Exemplo: temos, em um sistema isolado, inicial-


mente

Fig. 2 – Corpo eletrizado negativamente.

Dizemos que um corpo está eletrizado posi-


tivamente quando possui um número de elétrons inferior
ao de prótons. Nesse caso, há falta de elétrons no corpo. ∑ Q = (+ 5) + (– 8) = – 3

Após algum tempo, devido a trocas internas

Fig. 3 – Corpo eletrizado positivamente. ∑ Q = (– 1) + (– 2) = – 3

– 125
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 126

Observemos que variou a quantidade de cargas de


cada um deles, porém não se alterou a soma algébrica.

∑Q=–3 permaneceu constante.

Obs.: uma decorrência imediata do princípio de


repulsão de cargas homônimas é que, num corpo cons-
tituído de material condutor, as cargas em excesso ficam
na sua superfície externa (Fig. 6).

Fig. 7c.

• Série triboelétrica
A série triboelétrica é uma sequência ordenada de
substâncias que nos dá o sinal da carga que cada corpo
FÍSICA

adquire quando duas substâncias neutras são eletrizadas


por atrito.

Fig. 6 – Cargas em excesso permanecem na superfície externa do con-


dutor.

4. Processos de Eletrização

São processos de eletrização mais comuns: atrito,


contato e indução.

Eletrização por Atrito


Se atritarmos dois corpos constituídos de materiais
diferentes, um deles cederá elétrons ao outro (Fig. 7).

Eletrização por contato


Se encostarmos um corpo neutro, constituído de
material condutor (sólido metálico, por exemplo), em um
outro corpo eletrizado, haverá passagem de elétrons de
um corpo para o outro e o corpo neutro ficará eletrizado
(Fig. 8).

Fig. 7a.

Fig. 8a.
Fig. 7b.

126 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 127

cada um deles ficará com metade da carga total inicial


(Fig. 9).

Fig. 8b.

Fig. 9a.

FÍSICA
Fig. 8c.

• Caso particular
Se ambos os corpos, (A) e (B), forem esféricos, do
Fig. 9b.
mesmo tamanho e constituídos de metal, após o contato,

1. -2021 Por qual motivo ocorre a eletrização ilustrada na tirinha?


a) Troca de átomos entre a calça e os pelos do gato.
b) Diminuição do número de prótons nos pelos do gato.
c) Criação de novas partículas eletrizadas nos pelos do gato.
d) Movimentação de elétrons entre a calça e os pelos do gato.
e) Repulsão entre partículas elétricas da calça e dos pelos do gato.

RESOLUÇÃO:
O processo ilustrado na tirinha é o da eletrização por atrito. Nesse
processo, ocorre a movimentação de elétrons entre a calça e os
pelos do gato.
Apenas para ilustrar, suponha que a calça seja de algodão.
Na série triboelétrica temos:
1. vidro
EU ODEIO ELETRICIDADE
ESTÁTICA. 2. lã
3. pelo de gato
4. seda
5. algodão

O atrito do pelo do gato com a calça de algodão deixará:


o gato eletrizado
calça de algodão

Ou seja, elétrons sairam dos pelos do gato e foram para a calça de


algodão.
DAVIS, J. Disponível em: http://garfield.com.
Acesso em: 10 fev. 2015. Resposta: D

– 127
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 128

2. Dispomos de duas pequenas esferas idênticas eletrizadas. A esfera 3. Consideremos um conjunto de pequenas esferas metálicas e idên-
1 possui uma carga elétrica Q1 = +2,0 µC, ao passo que a esfera 2, uma ticas sobre a bancada do laboratório de Física. Algumas delas estão
carga elétrica Q2 = –6,0 µC. eletrizadas com um valor impresso na própria figura que se segue.
O objetivo é fazermos experimentos de contato entre as esferinhas
desse conjunto.

Colocando-as em contato, suas novas cargas elétricas serão, respecti-


vamente: a) determine a carga elétrica de cada uma delas após um contato
a) –2,0 µC; +6,0 µC simultâneo das cinco esferinhas.
b) –6,0 µC; +2,0 µC b) retome a situação inicial e determine a carga elétrica das esferinhas
c) –4,0 µC; –4,0 µC 1, 2 e 5 após um contato simultâneo apenas dessas três.
d) –2,0 µC; –2,0 µC
e) zero; –4,0 µC RESOLUÇÃO:
a)
RESOLUÇÃO:
1. Vale o princípio da conservação das cargas elétricas
∑Qfi = ∑Qin
FÍSICA

2. As esferas podem ser consideradas pontos materiais e


adquirem cargas iguais ao final da operação
As esferinhas são idênticas e ficarão todas com a mesma carga
Q’1 = Q’2 = Q
elétrica final: Q
O princípio da conservação da carga elétrica nos garante:

∑Qfi = ∑Qin
5Q = + 2,0 pC + 4,0 pC + 0 + (–4,0 pC) + (–6,0 pC)
5Q = –4,0 pC

Logo
Q = –0,80pC
Q + Q = Q1 + Q2
2Q = +2,0µC + (–6,0µC)
b)
2Q = –4,0µC

Q = –2,0µC

Então

Q’1 = –2,0µC e Q’2 = –2,0µC

Resposta: D

As três ficarão com a mesma carga elétrica final.

Princípio da Conservação da Carga elétrica:

∑Qfi = ∑Qin
3Q = (+2,0 pC) + (+4,0 pC) + (–6,0 pC)
3Q = 0

Q=0

Resposta: As três ficarão neutras.

128 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 129

4. (MODELO ENEM) – Dispomos de quatro pequenas esferas


metálicas idênticas. A primeira delas possui uma carga elétrica de +64
pC e as demais estão neutras.

A B C D

+64 pC

Fazemos um contato da esfera A, sucessivamente com B, depois com


C e finalmente com D. A carga elétrica final da esfera D é:
a) +32pC b) +16pC c) +8,0pC
d) +4,0pC e) –8,0pC

RESOLUÇÃO:
1) Contato entre A e B:
+64pC + 0
–––––––––– = +32 pC (para cada uma delas)
2

2) Contato entre A e C, após o contato anterior:


+32pC + 0
–––––––––– = +16 pC (para cada uma delas)
2

FÍSICA
3) Contato de A com D, após os contatos anteriores:

A D +16pC + 0
–––––––––––– = +8,0pC (para cada uma delas)
+16 pC 2

Concluindo, a carga elétrica adquirida pela esfera D é +8,0pC.

Resumindo: a cada novo contato com esfera neutra a carga elétrica


vai dividindo por 2.
Generalizando: para n contatos sucessivos com esferas neutras, a
carga elétrica final ficará reduzida a:
Q0
Qf = ––––
2n

Resposta: C

– 129
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MÓDULO 13 Eletrização por Indução

1. Eletrização por Indução Elétrons de B foram atraídos e “po- Convém observar o seguinte:
voaram” a região esquerda do corpo B, 1.o) Na indução, os corpos “ter-
Indução é uma separação de car- ao passo que prótons foram mantidos, minam” com cargas elétricas de sinais
gas elétricas que ocorre em um corpo por repulsão, na região direita de B. contrários.
condutor, sem que ele tenha tocado Se ligarmos à terra, ou mesmo to-
Indutor Induzido
outro corpo, mas apenas tenha sido carmos o dedo em B, haverá subida de
colocado nas proximidades de um elétrons (ou passagem de elétrons), positivo negativo
corpo eletrizado (Fig. 1). como mostra a Fig. 2.
negativo positivo

2.o) Após o término da indução,


ou mesmo durante ela, verifica-se
uma atração entre o indutor e o indu-
zido.

Fig. 1a.
FÍSICA

Fig. 2 – Ligando o induzido à terra.

Se desligarmos o fio-terra na pre-


sença do indutor, então as cargas do
induzido se manterão.
Fig. 4.

Fig. 1b. 3.o) Na eletrização por contato,


os corpos “terminam” com cargas de
Ao aproximarmos o corpo B (con- mesmo sinal.
dutor, neutro) do corpo A, eletrizado, as
4.o) Na eletrização por atrito, os
cargas elétricas do primeiro separam-
Fig. 3 – Desligando o fio-terra na presença do corpos “terminam” com cargas de si-
se e ocorre a indução eletrostática.
indutor. nais opostos.

2. O Eletroscópio de Folhas

O eletroscópio é um aparelho que se usa para detectar a presença de cargas elétricas num corpo.

Fig. 5a – Eletroscópio de folhas, longe de cargas elétricas. Fig. 5b – Eletroscópio na presença de cargas elétricas.

130 –
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1. Um pente plástico é atritado com papel toalha seco. 2. (MODELO ENEM) – Dois alunos, colegas de classe, após assisti-
A seguir ele é aproximado de pedaços de papel que rem à brilhante aula do Prof Hélio Tross Táticus , decidiram realizar o ex-
estavam sobre a mesa. Observa-se que os pedaços perimento citado pelo professor durante a mesma.
de papel são atraídos e acabam grudados ao pente, como mostra a Penduram, com fios de seda, três esferinhas ocas, de metal muito leve,
figura. tipo bola de árvore de natal, com a finalidade de pesquisar a existência
de cargas elétricas em cada uma delas. Sabia-se previamente, que
apenas duas delas estavam eletrizadas . Qual seria a neutra?
Então se puseram a fazer a pesquisa.

Usando um canudinho de refresco da cantina, eles o eletrizaram por


atrito com um papel toalha. Segurando esse canudinho eletrizado,

FÍSICA
aproximaram sucessivamente das esferas 1, 2 e 3. Eis o resultado:
Disponível em: http://ogostoamargodometal.wordpress.com. • Esferinha 1: foi repelida
Acesso em: 10 ago. 2012. • Esferinha 2: foi atraída
• Esferinha 3: foi repelida.
Nessa situação, a movimentação dos pedaços de papel até o pente A conclusão correta do experimento é:
comprova que: a) As esferinhas 1 e 3 tinham cargas elétricas do mesmo sinal que as
a) os papeizinhos foram influenciados pela força de atrito que deixou do canudinho, enquanto a esferinha 2 tinha carga elétrica de sinal
cargas elétricas no pente. contrário.
b) os papeizinhos foram influenciados pela força de resistência do ar b) A esferinha 1 tinha carga oposta à do canudinho, a 2 carga do mesmo
em movimento. sinal e a 3 estava neutra.
c) o pente ficou eletrizado pelo atrito com o papel toalha e, uma vez c) As esferinhas 1 e 3, bem como o canudinho, tinham carga elétrica
eletrizado, passou a atrair os papeizinhos picados (indução). positiva; a esferinha 2 era a neutra.
d) pentes de material plástico possuem eletricidade natural, por isso d) O canudinho tinha carga positiva, as esferinhas 1 e 3, positivas e a
atraem os papeizinhos, bem como atraem os nossos cabelos quando esferinha 2 negativa.
nos penteamos. e) As esferinhas 1 e 3 tinham cargas do mesmo sinal que as do canu-
e) tanto o pente quanto os papeizinhos adquiriram cargas elétricas, dinho, ao passo que a esferinha 2 estava neutra e foi atraída por
sendo que elas tinham sinais contrários e por isso se atraíram. indução eletrostática.

RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO: Apenas duas esferas estavam eletrizadas.
O fenômeno é conhecido por “indução eletrostática”. O pente foi Vale lembrar que uma das esferas está neutra, o que invalida as
eletrizado por atrito. alternativas: (a) e (d). A esferinha (3) foi atraída por indução eletros-
A comprovação da existência de carga elétrica sobre um corpo tática e não por ter carga oposta à do canudinho.
(pente) se faz pela atração ou repulsão elétrica de um outro corpo. Não se conhece a carga elétrica do canudinho, então não se pode
O item a está errado, pois a influência não é da força de atrito”, descobrir qual era a carga elétrica das esferinhas 1 e 3. Apenas
mas das cargas elétricas que ficaram no pente. podemos ter certeza de que a repulsão ocorreu por terem elas
Resposta C carga elétrica do mesmo sinal que as do canudinho.
Resposta E

– 131
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3. (FUVEST) – Um grupo de alunos, em uma aula de laboratório, 4. (FUVEST-2021-1.a fase-MODELO ENEM) – Dois balões negati-
eletriza um canudo de refrigerante por atrito, com um lenço de papel. vamente carregados são utilizados para induzir cargas em latas
Em seguida, com o canudo, eles eletrizam uma pequena esfera metálicas, alinhadas e em contato, que, inicialmente, estavam
condutora, E1, inicialmente neutra, pendurada em um fio de seda eletricamente neutras.
isolante, de comprimento L, preso em um ponto fixo P. No final do
processo, a esfera e o canudo estão com cargas de sinais opostos. O
lenço ficou eletrizado com carga elétrica positiva (+Q)

canudinho E1
Conforme mostrado na figura, os balões estão próximos, mas jamais
a) Descreva o processo de eletrização do canudinho e compare a sua chegam a tocar as latas. Nessa configuração, as latas 1, 2 e 3 terão,
carga elétrica com a do papel toalha. respectivamente, carga total:
b) Descreva as possíveis etapas do processo de eletrização da esfera a) 1: zero; 2: negativa; 3: zero.
E1. Durante esse processo, poderia algum aluno ter tocado na es- b) 1: positiva; 2: zero; 3: positiva.
fera? c) 1: zero; 2: positiva; 3: zero.
d) 1: positiva; 2: negativa; 3: positiva.
RESOLUÇÃO:
FÍSICA

e) 1: zero; 2: zero; 3: zero.


a) Inicialmente os alunos eletrizaram o canudo por atrito, esfre-
gando nele o lenço de papel por diversas vezes.
Ambos estavam neutros e durante o processo de atrito, um de- Note e adote:
les ”roubou" elétrons do outro e ficou eletrizado negativamente. O contato entre dois objetos metálicos permite a passagem
O outro, que perdeu os elétrons, ficou eletrizado positivamente. de cargas elétricas entre um e outro.
Assim, canudinho e papel adquiriram cargas elétricas de mesmo Suponha que o ar no entorno seja um isolante perfeito.
módulo e de sinais opostos. Como o lenço ficou com carga posi-
tiva, +Q, concluímos que o canudinho ficou com carga negativa,
–Q.
RESOLUÇÃO:
b) Etapas de eletrização da esfera E1:
1) Uma vez eletrizado, o canudo foi aproximado da esfera E1 ,
sem, contudo, tocar nela. Ocorreu indução eletrostática e
a esfera foi atraída pelo canudo (fig. 1)

situação inicial

As bexigas produzem nas latas uma indução eletrostática.


A bexiga da esquerda é a indutora da lata 1 e empurra os elétrons
dessa lata para a direita, onde se encontra a lata 2.
Do mesmo modo, a bexiga da direita é a indutora da lata 3 e
empurra os elétrons dessa lata para a esquerda, onde se encontra
a lata 2.
Concluindo:
A lata 1 perdeu elétrons e ficou eletrizada positivamente.
A lata 3 também perdeu elétrons e também ficou eletrizada
2) Para que a esferinha E1 adquirisse uma carga elétrica positivamente.
oposta à do papel , isto é negativa, certamente um dos A lata 2 recebeu elétrons das duas latas e ficou eletrizada
alunos tocou nela, com um dedo por exemplo, fazendo o negativamente.
papel de fio-terra e retirou-lhe elétrons. Assim ela ficou
positiva. A seguir tira-se o dedo.
3) Depois disso, o canudo é afastado da esfera E1 e a carga dela
permaneceu a mesma, sendo redistribuída na esfera.
Respostas: a) Carga elétrica final do papel toalha: +Q
Carga elétrica final do canudinho: -Q
Resposta: D
b) Quatro etapas
1 – indução por aproximação
2 – aterramento com o dedo
3 – tira o terra
4 – afastamento do canudinho

132 –
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MÓDULOS 14 e 15 Força Eletrostática – Lei de Coulomb

1. A história da LEI DE COULOMB

COULOMB E A BALANÇA DE TORÇÃO

Até meados do século XVIII, os fenômenos elétricos


eram explicados qualitativamente, sem a existência de
nenhuma lei da Física. Isto começou a mudar a partir de
1767, quando Benjamin Franklin dirigiu uma carta a um
químico inglês, Joseph Priestley, consultando-o sobre
alguns fenômenos elétricos. Por coincidência Priestley
conhecia um resultado da Mecânica do Newton:
“A intensidade da força gravitacional entre dois corpos
esféricos era proporcional ao produto das duas massas e Fig. 1 – A balança de torção de Coulomb Instrumento essencial para se
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre comprovar a Lei de Coulomb.

FÍSICA
seus centros”
...então, Prestley supôs, por analogia entre a força 2. Lei de Coulomb
gravitacional e a força elétrica, o seguinte:
“A força elétrica” também deveria diminuir a sua A intensidade da força elétrica entre duas esferas
intensidade com o inverso do quadrado da distância entre eletrizadas é:
as esferas eletrizadas.” • .. proporcional ao produto das quantidades de
Embora tivesse surgido uma pista teórica quantitativa, cargas de cada esfera.
a hipótese de Prestley carecia ainda de uma demonstração • .. inversamente proporcional ao quadrado da
prática, um experimento, para que pudesse ser distância que separa os centros das esferas
“reconhecida”. eletrizadas
Somente em 1777, o Físico e inventor Charles
Augustin Coulomb construiu uma balança de torção e pode Usando a balança de torção Coulomb conseguiu
então realizar com ela diversos experimentos que o levaram comprovar experimentalmente a segunda parte da lei
a concluir a lei fundamental da eletrostática, que hoje leva
o seu nome: a Lei de Coulomb. Nota final:
Em 1785, após realizar centenas de medições com sua
balança de torção e, com o intuito de oficializar a sua
descoberta, apresentou oficialmente um vasto relatório de Academie de Scienses, na França, é uma academia
seu trabalho à Académie de Sciencies, na França. científica , e foi fundada por Luis XIV em 1666 (um
Inicialmente apresentou e descreveu a sua balança e século antes da Tomada da Bastilha). Sua finalidade era
depois realizou ali alguns experimentos que comprovavam promover a investigação científica francesa.
oficialmente a Lei Fundamental da Eletrostática. Ela esteve na vanguarda nos séculos XVII, XVIII,
abrigando os mais iminentes cientistas e
investigadores franceses e alguns estrangeiros.
Hoje ela é parte do Institut de France.

– 133
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 134

3. Força Eletrostática Em outros meios, a constante eletrostática será


indicada apenas por K e seu valor é menor do que K0.
Consideremos duas cargas puntiformes q e Q
separadas uma da outra por uma distância d e situadas no Neste caso, temos
vácuo.
q.Q
F’ = K –––––––––––– (2)
d2
Entre elas, existe uma força eletrostática que pode
ser de atração ou de repulsão, conforme os sinais das car- Mantidos os valores de q, Q e d e sendo K < K0 ,
gas (Fig. 2). resulta de (1) e (2): F’ < F.

5. Unidades Importantes do SI

q Q d F K

unidades do SI C C m N N . m2/C2

6. Gráfico da Força Eletrostática


Fig. 2 – Entre as cargas, existe a força eletrostática.
FÍSICA

Mantidos os valores de q e Q e supondo o meio o


vácuo, vamos construir uma tabela, variando o valor de d.
4. Lei de Coulomb
d F

A intensidade da força eletrostática depende dos 2d F/4


seguintes fatores: 3d F/9
1.o) da distância que separa as partículas;
4d F/16
2.o) das quantidades de eletricidade q e Q;
3.o) do meio em que as partículas se encontram.
Assim, temos o gráfico
Geralmente, o meio é o vácuo, a menos que se
mencione o contrário.

A Lei de Coulomb diz:

A intensidade da força eletrostática entre as duas


cargas é diretamente proporcional ao produto
delas e inversamente proporcional ao quadrado
da distância que as separa.

q.Q
F = K0 –––––––––––– (1)
d2 Fig. 3

Na expressão anterior, K0 é uma constante de


proporcionalidade, denominada constante eletrostática
do vácuo.

No SI, o seu valor é

K0 = 9,0 . 109 N.m2/C2

134 –
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 12:24 Página 135

MÓDULO 14 2. Duas partículas eletrizadas com cargas idênticas de +8,0nC estão


inicialmente distanciadas em 4,0 cm uma da outra, no vácuo (fig. 1). A
intensidade da força elétrica é F1.
1. Duas partículas, A e B, estão fixas numa mesa de laboratório, a A seguir, a distância é dobrada (fig. 2) e a nova força tem intensidade F2.
uma distância de 2,0cm uma da outra. O meio é o ar, para o qual a a) usando a constante eletrostática K0 = 9,0 . 109 N.m2/C2 determine
constante eletrostática é K = 9,0 x 109 N.m2/C2. F 1.
b) determine a razão (F1/F2), qualquer que seja o meio ambiente em
que estiverem as partículas. Use, genericamente, uma constante
eletrostática K.

Suas cargas elétricas são, respectivamente: 4,0 . 10–4 C e 8,0 . 10–9 C.


Determine a intensidade da força eletrostática entre as duas partículas.

RESOLUÇÃO:
Dados:

FÍSICA
QA = 4,0 . 10–4 C
QB = 8,0 . 10–9 C
RESOLUÇÃO:
d = 2,0 cm = 2,0 . 10–2 m
a) Usando a fig. 1
K = 9,0 . 109 N . m2/C2

Lei de Coulomb:
K . QA . QB
F = ––––––––––
d2

Substituindo os valores dados:


(9,0 . 109) . (4,0 . 10–4) . (8,0 . 10–9)
Q
temos Q1 = +8,0 nC = +8,0 . 10–9 C
F = –––––––––––––––––––––––––––––––– (unid. SI) = Q2 = Q
1
(2,0 . 10–2)2 Q2 = +8,0 nC = +8,0 . 10–9 C
d1 = 4,0 cm = 4,0 . 10–2 m
288 . 10–4
F = –––––––––– (N)
4,0 . 10–4
Q1 . Q2 K0 . Q2
F1 = K0 –––––––– = ––––––––
d2 d2
F = 72,0 N 1 1

9,0 . 109 . (8,0 . 10–9)2 9,0 . 109 . 64 . 10–18


Resposta: 72,0 N F1 = ––––––––––––––––––––– (N) = ––––––––––––––––––– (N)
(4,0 . 10–2)2 16 . 10–4

10–9
F1 = 36 . –––––– (N)
10–4

F1 = 36 . 10–5 N ⇒ F1 = 3,6 . 10–4 N

b) Usando a fig. 1 novamente

Q2
F1 = K ––––– 
d2
1
temos:
Usando a fig. 2:
d1 = 4,0 cm, d2 = 8,0 cm
Q2
F2 = K ––––– 
d2
2

– 135
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Dividindo-se  por  RESOLUÇÃO:


1) Primeira situação:
Q2 1 F1 = força elétrica entre as cargas elétricas da fig. 1
K . –––– ––––

 
F1 d12 d12 d2 2
–––– = –––––––––– = –––––– = ––––
F2 Q2 1 d1
K . –––– ––––
2 2
d2 d2

Lei de Coulomb:

   
F1 8,0 2 2 2
–––– = –––– = ––– q.Q
F2 4,0 1 F1 = k . –––––
d12

K.q.Q
F1 20 = ––––––––––– ⇒ K . q . Q = 2,88 . 10–3 (unid. SI)
–––– = 4 (1,2 . 10–2)2
F2

2) Segunda situação:
Observação: Não há necessidade de conversão para metro pois F2 = força elétrica entre as cargas elétricas da fig. 2
é uma razão entre distâncias.

Respostas:
a) F1 = 3,6 . 10–4 N
F1
FÍSICA

b) –––– = 4 d2 = 0,4 . 10–2m


F2
Lei de Coulomb na fig. 2:
Observação: Quando forem mantidas as cargas elétricas, mas
q.Q 2,88 . 10–3
a distância for dobrada, o módulo da força ficará reduzida a (1/4) F2 = k . ––––––– ⇒ F2 = ––––––––––– (N) 
2
do valor inicial. d2 (0,4 . 10–2)2

F2 = 180N

Resposta: A

3. (FAMEMA-2021) – Em determinado meio, uma carga elétrica q é


colocada a uma distância de 1,2 . 10–2 m de outra carga Q, ambas
pontuais e positivas (fig. 1). A essa distância, a carga q é submetida a
uma força repulsiva de intensidade 20 N.

Se a carga q for reposicionada a 0,4 . 10–2 m da carga Q (fig. 2) no


mesmo meio, a força repulsiva entre as cargas terá intensidade de
a) 180N b) 360N c) 480N d) 520N e) 660N

136 –
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4. Dispomos de quatro esferinhas condutoras idênticas. Elas estão Como são ambas positivas, a força elétrica será de repulsão.
previamente eletrizadas e foram acomodadas num suporte isolante com Módulo da força:
formato de suporte de ovos (fig. 1). Q1 . Q4
F = K0 ––––––––
d2

Temos: K0 = 9.0 . 109 unid. SI


Q1 = +3,0C = +3,0 . 10–6C
Q4 = +1,0C = 1,0 . 10–6C
Fig. 1 – quatro esferinhas eletrizadas no suporte isolante. d = 3,0cm = 3,0 . 10–2m

3,0 . 10–6 . 1,0 . 10–6


Carga da esferinha 1: +2,0μC Carga da esferinha 2: +4,0μC F = 9,0 . 109 ––––––––––––––––––– (N)
Carga da esferinha 3: –2,0μC Carga da esferinha 4: +4,0μC (3,0 . 10–2)2

9,0 . 3,0 . 10–3


a) As esferinhas 1 e 2 são colocadas em contato por alguns segundos F = –––––––––––––
9,0 . 10–4
e a seguir são repostas no seus lugares. Determine a carga adquirida
por ambas. F = 30N
b) Do mesmo modo 3 e 4 são colocadas em contato e depois
separadas. Determine a carga adquirida por elas.
Respostas: a) +3,0C e +3,0C
c) A esferinha 1 e a esferinha 4 são colocadas próximas uma da outra,
b) +1,0C e +1,0C
a 3,0cm, como mostra fig. 2. Determine o módulo da força elétrica
entre ambas. Atração ou repulsão? c) 30N (repulsão)

FÍSICA
Dado: k0 = 9,0 . 109 unid. SI

RESOLUÇÃO:

a) Contato entre as esferinhas 1 e 2:

Q1 = carga final da esferinha 1

Q2 = carga final da esferinha 2

∑Qdepois = ∑Qantes

Q1 + Q2 = +2,0C + 4,0C

Sendo Q1 = Q2

2Q1 = +6,0C

Q1 = +3,0C e Q2 = +3,0C

b) A esferinha (4) é colocada em contato com a (3).


Carga adquirida por ambas:

∑Qdepois = ∑Qantes

Q3 + Q4 = –2,0C + 4,0C

Q3 = Q4 ⇒ 2Q3 = +2,0C

Q3 = +1,0C e Q4 = +1,0C

c) Determinação da força elétrica entre as esferinhas (1) e (4).


Dado: k0 = 9,0 . 109 unid. SI.

– 137
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5. (UEA-MODIFICADO) – O gráfico mostra como varia a intensidade RESOLUÇÃO:


da força eletrostática (F) entre duas partículas eletrizadas em função da

 –––––––––– 
distância (d) entre elas. K . Q 1 . Q2 1 K . Q1 . Q2
F1 = ––––––––– = ––– .
(3a)2 9 a 2

F2 =  ––––––––––
K.Q .Q
a
1
2  2


Dividindo-se a equação  pela 

K . Q1 . Q2
–––––––––––
F2 a2
–––– = –––––––––––––––––

 
F1 1 K . Q1 . Q2
––– . ––––––––––
9 a2

Baseando-se nas informações do gráfico, pode-se afirmar que a razão


F2 1 F2
–––– = ––––– ⇒ –––– = 9
F2 F1 1 F1
––– é igual a –––
F1 9
3 1
a) 18 b) 9 c) 6 d) ––– e) –––
2 9 Resposta: B
FÍSICA


MÓDULO 15 1) Módulo de F1
K0 . Q1 . |Q2| 9,0 . 109 . 6,0 . 10–9 . 1,0 . 10–9
F1 = ––––––––––––– ⇒ F1 = –––––––––––––––––––––––––––– (N)
1. (MODELO ENEM) – Três esferinhas eletrizadas estão alinhadas d 2 (1,0)2
sobre uma superfície horizontal, como se mostra na figura. As
F1 = 54,0 . 10–9 N
esferinhas 1 e 3 estão fixas, enquanto a esferinha 2 está livre para se
mover. →
2) Módulo de F3
K0 . |Q2| . |Q3| 9,0 . 109 . 2,0 . 10–9 . 1,0 . 10–9
F3 = ––––––––––––– ⇒ F3 = –––––––––––––––––––––––––––– (N)
d 2 (1,0)2

F3 = 18,0 . 10–9 N

3) Módulo da força resultante na esferinha 2:


Suas cargas elétricas são: Q1 = +6,0 nC; Q2 = –1,0 nC e Q3 = –2,0 nC.
A constante eletrostática do meio é K0 = 9,0 . 109 N.m2/C2. Observando-se os sentidos das forças atuantes na esferinha 2,
concluímos que a força resultante terá módulo igual à soma dos
→ →
O módulo da força elétrica resultante sobre a esfera 2, decorrente da módulos de F1 com F3, pois estas têm o mesmo sentido.
ação das cargas elétricas 1 e 3, vale:
a) 1,8 . 10–8 N b) 3,6 . 10–8 N c) 4,8 . 10–8 N Em Q2: Fres = F1 + F3
–8 –8
d) 5,4 . 10 N e) 7,2 . 10 N Fres = 54,0 . 10–9 N + 18,0 . 10–9 N

Fres = 72,0 . 10–9 N ou Fres = 7,2 . 10–8 N


RESOLUÇÃO:
Forças relevantes nas esferinhas: Resposta: E

F1 = força de atração entre as esferinhas 1 e 2

F3 = força de repulsão entre as esferinhas 2 e 3
Não é relevante, para o que se pede no exercício, a força de atração
entre as esferinhas 1 e 3.

138 –
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2. Três cargas elétricas Q1, Q2 e Q3 estão alinhadas sobre uma linha Ainda
imaginária (eixo de abscissas) no ar seco, como mostra a figura a seguir. y + x = 1,20 
As cargas Q1 e Q2 estão fixas, ao passo que a carga Q3 está livre para
se mover sobre o eixo, entre as outras duas. A primeira carga, Q1, está Substituindo-se  em , vem:
na origem e Q2, na abscissa 1,20 m.
3x = 1,20 ⇒ x = 0,40 m

y = 0,80 m

Resposta: A

Dados: Q1 = 1,6 . 10–19C


Q2 = 6,4 . 10–20C
Q3 < 0

A constante eletrostática no ar seco vale K.


Para que a carga Q3 permaneça em equilíbrio sobre o eixo, a distância
entre ela e a carga Q1 deve ser igual a:
a) 0,40 m b) 0,60 m c) 0,80 m
d) 1,20 m e) 1,40 m

FÍSICA
RESOLUÇÃO:

3. (FCMMG-2021-MODELO ENEM) – Duas pequenas esferas


metálicas estão suspensas por bastões isolantes, eletrizadas com
cargas de q1 = 36␮C e q2 = 64␮C e separadas por uma distância de
7,0cm. Uma terceira carga eletrizada q3 é colocada entre elas, suspensa
por um fio isolante, de forma que ela permaneça em equilíbrio, como na
figura abaixo.

K . Q1 . |Q3|
F31 = –––––––––––––
x2
F31 = F32 (equilíbrio da carga Q)
K . Q2 . |Q3|
F23 = –––––––––––––
y2

K . Q1 . |Q3| K . Q2 . |Q3|
––––––––––––– = –––––––––––––
x 2 y2
Para que tal fato ocorra, a distância entre a carga q1 e a carga suspensa
Q1 Q2 q3 deve ser de:
–––– = ––––
x 2 y2 a) 1,0cm b) 2,0cm c) 3,0cm d) 7,0cm e) 21,0cm

Q1 Q2 
Q1 
Q2
–––– = –––– ⇒ ––––– = ––––– RESOLUÇÃO:
x2 y 2 x y

x a distância entre q1 e q3
Sejam:
y a distância entre q2 e q3
Temos
Q1 = 1,6 . 10–19 C = 16 . 10–20 C
Q2 = 6,4 . 10–19 C = 64 . 10–20 C


16 . 10–20 
64 . 10–20
–––––––––––– = ––––––––––––
x y

4,0 . 10–10 8,0 . 10–10 1 2


–––––––––– = –––––––––– ⇒ ––– = ––– K . q1 . |q3| K . q2 . |q3|
x y x y F1 = ––––––––––– F2 = –––––––––––
x2 y2
y = 2x 

– 139
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 15:29 Página 140

Para que a carga q3 permaneça em equilíbrio 4. Três cargas elétricas puntiformes estão dispostas numa figura
formando um triângulo retângulo. Na figura é indicado o sinal de cada
F1 = F2
carga elétrica. Suponha que as cargas estejam no vácuo.
K . q1 . |q3| K . q2 . |q3|
––––––––––– = –––––––––––
x2 y2

q1 q2
–––– = ––––
x2 y2

q1 = 36␮C q2 = 64␮C

36 64
–––– = ––––
x2 y2

Sendo x e y positivos:

36 64
––– = –––
x2 y2

6,0 8,0
–––– = –––– ⇒ 8,0 . x = 6,0y ⇒ 4,0x = 3,0y 
x y
FÍSICA

Por outro lado, da figura, temos: Note e adote: Q1 = 64,0nC Q2 = –27,0nC q = 1,0nC
nano = 10–9 k0 = 9,0 . 109 unid. SI
x + y = 7,0cm 


4,0x = 3,0y
Sistema Determine:
x + y = 7,0 ⇒ y = 7,0 – x a) o módulo da força entre q e Q1.
b) o módulo da força entre q e Q2.
4,0x = 3,0 (7,0 – x)
c) o módulo da força resultante em q.
4,0x = 21,0 – 3,0x ⇒ 7,0x = 21,0
RESOLUÇÃO:
x = 3,0cm →
a) Seja F1 a força elétrica de Q1 em q:

Resposta: C
q . Q1 (1,0 . 10–9) . (64,0 . 10–9)
F1 = k0 ––––––– ⇒ F 1 = 9,0 . 10 9 –––––––––––––––––––––– (N)
d12 (4,0 . 10–2)2

9,0 . 109 . 64,0 . 10–9 . 10–9


F1 = ––––––––––––––––––––––––– (N)
16,0 . 10–4

F1 = 36,0 . 10–5N ou F1 = 3,6 . 10–4N


b) Seja F2 a força elétrica de Q2 em q:

q . Q2 9,0 . 109 . (1,0 . 10–9) . (27,0 . 10–9)


F2 = k0 ––––––– ⇒ F2 = –––––––––––––––––––––––––––––– (N)
d22 (3,0 . 10–2)2

F2 = 27,0 . 10–5N ou F2 = 2,7. 10–4N

140 –
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c) Seja Fres a força elétrica resultante em q: RESOLUÇÃO:

1) Forças relevantes:

F1 = força elétrica de repulsão de A em C
O módulo da força resultante pode ser calculado pelo Triângulo →
→ → F2 = força elétrica de atração de B em C
de Pitágoras, pois F1 e F2 são perpendiculares. →
2 = F 2 – F2 Fres = força elétrica resultante em C
F res 1 2
2 2

FÍSICA
2 = (36,0 . 10–5) + (27,0 . 10–5) (N2)
F res → →
2) Determinação dos módulos de F1 e F2:
Fres = 45,0 . 10–5N QA . QC 5,0 . 10–6 . 5,0 . 10–6
F1 = K –––––––– ⇒ F1 = 9,0 . 109 –––––––––––––––––––––– (N)
L2 (1,5 . 10–2)2
Respostas: a) 36,0 . 10–5N ou 3,6 . 10–4N
b) 27,0 . 10–5N ou 2,7. 10–4N F1 = 1,0 . 103N
c) 45,0 . 10–5N ou 4,5 . 10–4N

Observação: pode se comparar com o triângulo 3, 4 e 5 e se tem


uma resolução mais rápida. QB . QC
F2 = K ––––––––
L2 F2 = F1 = 1,0 . 103N
QB = QA
5. (MODELO ENEM) – A figura geométrica A, B, C representa um
triângulo equilátero de lado L. Em seus vértices foram fixadas três
esferinhas eletrizadas, cujo sinais estão na própria figura. 3) Determinação do módulo da força resultante:

Fres = F1 . cos 60° + F2 . cos 60°


Fres = 2 F1 . cos 60°


1
Fres = 2 . F1 –––
Note e adote: 2
QA = QB = QC = 5,0μC
Fres = F1 = F2 = 1,0 . 103N
L = 1,5 . 10–2m
Resposta: B
K0 = 9,0 . 109 unid. SI

O módulo da força elétrica resultante na esferinha C, vale:


a) 1,0 . 103 
3N b) 1,0 . 103N c) 9,0 . 102N
d) 5,0 . 10 
2 3N e) 3,0 . 10 
2 3N

– 141
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MÓDULO 16 Campo Elétrico


1. Introdução Definição

Chamamos de carga de prova (q) →


→ F → →
a uma partícula eletrizada ou corpo E = –––– ou F =q.E
q
puntiforme eletrizado que se utiliza
para verificações e observações (son-
dagens). Convém observar que

→ →
1.o) F e E são vetores de mesma
Fig.3 – Na região que envolve a esfera fixa,
há um campo elétrico.
direção.

2.o) Quando a carga de prova


4. Analogia → →
(q) for positiva, F e E têm o mesmo
sentido.
O campo elétrico de uma esfera é
análogo ao campo gravitacional de um
Fig.1 – O pesquisador e a carga de prova (q). 3.o) Quando a carga de prova (q)
planeta. → →
FÍSICA

for negativa, F e E têm sentidos opos-


Envolvendo o planeta, há um
2. Conceito de Campo Elétrico tos.
“campo gravitacional”. Se usarmos
um objeto qualquer como "corpo de
Dizemos que numa região do prova", o planeta o atrairá, transmi-
espaço há um campo elétrico quando, tindo-lhe uma força gravitacional.
ao sondarmos a região com a carga
Envolvendo uma esfera eletrizada,
de prova, notamos o aparecimento de
há um campo eletrostático. Se apro-
uma força eletrostática agindo na → →
ximarmos dela uma carga de prova, a Fig.5 – Sentido de F e de E com relação ao
carga de prova.
esfera a atrairá (ou a repelirá), trans- sinal de (q).
mitindo-lhe uma força eletrostática.

→ 6. Módulo ou Intensidade do
5. Vetor Campo Elétrico: E Vetor Campo Elétrico

Para melhor definir a direção, o Fixemos uma carga puntiforme Q.


sentido e a intensidade do campo elé- Em sua volta, há um campo elétrico.

trico, definimos um vetor E , deno- Coloquemos uma carga pontual q
minado vetor campo elétrico. a uma distância d de Q.

Fig.2 – Na região R, há um campo elétrico. Para tanto, seja F a força eletros-
tática do campo elétrico sobre a carga
3. Onde encontramos de prova q nele colocada (Fig. 4).
o Campo Elétrico

Os campos elétricos são encon- Sobre (q), bem como sobre (Q),
trados em torno dos corpos eletriza- aparece uma força eletrostática.
dos.
Por exemplo: fixemos uma esfera Temos
de alumínio, eletrizada, sobre um →
pedestal. Em torno dela, haverá um Fig. 4 – Carga de prova no campo elétrico. → F F
E = –––– ⇒ E = ––––– (1)
campo elétrico e isso se confirma na q 앚q앚
sondagem com a carga de prova.

142 –
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Sendo 3.a) O vetor campo elétrico E não é
uma força, mas apenas uma represen-
앚q앚.앚Q앚 tação simbólica de uma direção e um
F = K0 –––––––––– (2)
d2 sentido de um agente transmissor de
força.

Vamos substituir (2) na (1): 8. Gráfico do Campo Elétrico

Fig.6 – Campo de afastamento para Q > 0.


앚q앚 앚Q앚 Variando-se a distância d, varia a
K0 ––––––– intensidade E do vetor campo elétrico.
d2
E = ––––––––––––– O gráfico de E em função de d é um
앚q앚 b) Quando a “carga-fonte” Q for
ramo de uma hipérbole cúbica, confor-
negativa, o campo elétrico será de
me indica a Fig. 8.
aproximação. Os vetores campo
Por cancelarmos q, afirmamos elétrico apontarão para o centro da
que o módulo do vetor campo inde- carga-fonte.
pende da carga de prova. Restará

앚Q앚

FÍSICA
E = K0 ––––––
d2

Observação
A unidade do campo eletrostático,
no SI, é newton por coulomb.
Fig. 7 – Campo de aproximação para Q < 0. Fig. 8.
7. Sentido do Vetor Campo
Elétrico Observações Já o gráfico de E em função de d2
é um ramo de “hipérbole equilátera”
O seu sentido dependerá exclusi- 1.a) Quando representamos um (Fig. 9).

vamente do sinal da "carga-fonte" (Q). ponto P e um vetor E , é bom ressaltar
a) Quando a "carga-fonte" Q for que, mesmo não havendo carga em P,
positiva, o campo elétrico será de há um campo elétrico no local.
afastamento. Os vetores campo elé- 2.a) Não devemos dizer que os

trico apontarão "para fora", isto é, são vetores E da Fig. 6 estão "repelindo" os
centrífugos em relação à carga-fonte. pontos P. Analogamente, eles não os
estão atraindo na Fig. 7.

Fig. 9.

1. Uma carga elétrica uniforme puntiforme Q = +6,0 nC é uma fonte d) 6,0 . 102 N/C, sentido oposto ao eixo x.
geradora de campo elétrico numa região do espaço. O meio é o vácuo e) 6,0 . 10–7 N/C, sentido do eixo y.
e a constante eletrostática é K0 = 9,0x109 N.m2/C2. RESOLUÇÃO:
Considere um ponto P situado a 30 cm dessa carga, conforme mostra Distância: d = 30 cm = 3,0 x 10–1 m
a figura. K0 . Q
E = –––––––
d2
9,0 x 109 x 6,0 . 10–9
E = ––––––––––––––––––– (unidades SI)
(3,0 . 10–1)2
O campo elétrico no ponto P tem módulo:
a) 6,0 . 10–1 N/C, sentido do eixo x. E = 6,0 x 102 N/C
b) 6,0 . 10–1 N/C, sentido do eixo y. A carga Q é positiva e o vetor campo elétrico é de afastamento.
c) 6,0 . 102 N/C, sentido do eixo x. Resposta: C

– 143
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2. Considere uma carga elétrica Q positiva gerando um campo 3. Uma carga elétrica puntiforme Q, positiva gera em um ponto P, a
elétrico em seu entorno. Próxima a ela, consideremos os pontos P1 e P2. uma distância d, um campo elétrico de intensidade E1 (fig. 1).
Um operador traz uma carga puntiforme q1 > 0 e q2 < 0 e as coloca, Dobra-se o valor da carga e afasta-se P a uma nova distância 4d (fig. 2).
respectivamente em P1 e P2. Seja E2 a nova intensidade do campo elétrico em P.
Sendo:

E1 o vetor campo elétrico em P1.

E2 o vetor campo elétrico em P2.

F1 a força elétrica em q1.

F2 a força elétrica em q2.

Podemos afirmar que:


1 1
a) E2 = ––– E1 b) E2 = ––– E1
16 8

1
c) E2 = ––– E1 d) E2 = 4 E1
4

e) E2 = 16 E1
→ →
a) Desenhe em P1 e P2 os respectivos vetores campo elétrico E1 e E2.
→ → RESOLUÇÃO:
FÍSICA

b) Desenhe nas cargas q1 e q2 os vetores força elétrica F1 e F2.


1.o caso: fig. 1
RESOLUÇÃO: K.Q
E1 = ––––––– 
a)
d2

2.o caso: fig. 2


K . (2Q) 2 K.Q
E2 = ––––––– = ––– . –––––––
(4d) 2 16 d2

 ––––––– 
1 K.Q
E2 = –––
8 d 2

Como a carga fonte Q é positiva, o campo elétrico é de


Substituindo-se  em 
afastamento.
1
b) E2 = –––– E1
8

Resposta: B

1) Em P1 a carga de prova q1 é positiva.


→ →
Os vetores F1 e E1 têm o mesmo sentido

Ainda: F1 é força de repulsão pois q1 e Q são positivas.

O vetor E1 é de afastamento pois a carga fonte Q > 0.

2) Em P2 a carga de prova q2 é negativa.


→ →
Os vetores F2 e E2 têm sentidos opostos.

Ainda: F2 é força de atração pois q2 e Q têm sinais
contrários.

O vetor E2 é de afastamento pois a carga fonte Q > 0.

144 –
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4. Um próton (+e) foi colocado num ponto A de um campo elétrico



uniforme, de direção e sentido representados pelo vetor E, como mos-

tra a figura. Ele ficou sujeito a uma força elétrica F. Nas proximidades
de A, foram colocadas outras partículas, como se descreve a seguir:
Em B, colocou-se um elétron (–e)
EM C, colocou-se uma partícula alfa (+2e)
Em D, há uma antipartícula de alfa, de carga (–2e).

Usando a figura dada, determine a força elétrica nas partículas B, C e D.


Desenhe um vetor para representar a direção e o sentido. O módulo de
cada uma deve ser dado em função de F, módulo da força no próton
colocado em A.

FÍSICA
RESOLUÇÃO:
F = | q | . E (vale para todas as quatro partículas)
O sentido da força dependerá do sinal da carga q da partícula.

1) Para o próton (partícula A):

F = | +e | . E ⇒ F=e.E


Como o próton tem carga positiva, a força F é representada no

mesmo sentido do vetor campo elétrico E.

2) Para o elétron (partícula B):

F = | –e | . E ⇒ FB = F

Como o elétron tem carga negativa, a força tem o sentido



oposto ao do vetor campo elétrico E.

3) Para a partícula (C) (partícula alfa):

FB = +2e . E ⇒ FB = 2F

Sendo uma carga positiva, o sentido da força acompanha o


sentido do vetor campo elétrico.

4) Para a partícula D (antipartícula de alfa):

FD = | –2e | . E ⇒ FD = 2F

Como a carga de D é negativa, o vetor força terá sentido oposto



ao do campo elétrico E.
Representação dos vetores força elétrica de cada uma das
partículas.

– 145
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5. Uma carga elétrica Q, isolada no vácuo, gera em seu entorno um Il) Falsa. Não devemos usar o termo “força à distância”, embora
campo elétrico. Em cada um dos seus pontos, definimos um vetor não haja contato entre as cargas q e Q. Não se trata de uma
→ ação exclusivamente entre as duas cargas q e Q. Também não
campo elétrico E 0 qual indicará a direção e o sentido do campo naquele
→ há o que se falar de ação e reação, pois temos um outro
ponto (fig.1) . O módulo do vetor E será o módulo do campo elétrico no →
elemento: a presença do campo elétrico E da carga Q.
ponto P.
K . Q
E = –––––––
d2

Ill) Verdadeira. A sequência é a seguinte: A carga fonte gerou o


campo elétrico em seu entorno, este por sua vez, atuou sobre
a carga de prova q e surgiu, em decorrência, a força elétrica de
atração ou de repulsão.
Então, como devemos enunciar?
As cargas Q e q estavam separadas (não se tocavam) e o campo

elétrico E, da carga Q, causou o aparecimento da força elétrica

F em q.

IV) Verdadeira. Esta relação vetorial (equação) envolvendo a carga


→ →
de prova q, o vetor campo elétrico E e a força elétrica F, não
pode ser contestada, pois isto é uma definição. Ela mostra

Fig. 1 também que não se separa o conceito de força elétrica F do
conceito do campo elétrico.
FÍSICA

→ A Lei de Coulomb pode ser aplicada entre as cargas q e Q.


P1: vetor E1

P2: vetor E2
E assim sucessivamente…

P: vetor E
F: força elétrica transmitida à carga de prova q
k . |q| . |Q|
F = –––––––––––
Uma carga de prova q foi introduzida na região de domínio do campo d2

elétrico e apareceu nela uma força elétrica F ao ser fixada em um ponto Resumindo:
P (fig. 1 – destaque).
Estão corretas apenas as afirmativas: (I), (III) e (IV).
A respeito do fenômeno, podemos elaborar algumas afirmativas. Analise
cada uma delas e indique se ela é verdadeira ou falsa. Resposta: C
I) O campo elétrico foi gerado exclusivamente pela carga Q, daí o
seu nome: carga fonte. Seu campo elétrico não é limitado, não se
restringe à figura dada (fig 1) e, para cada um de seus pontos

podemos definir um vetor campo elétrico E.
II) Ao se introduzir uma carga de prova na região do campo elétrico
surgiu nesta uma força elétrica cuja principal propriedade é a de
ser uma “força à distância”, pois as cargas q e Q não se tocam,
estão separadas.
III) A força elétrica que apareceu na carga de prova q é decorrente da

ação do campo elétrico E sobre essa carga q.

IV) A relação vetorial entre o campo elétrico E (agente causador), a

carga de prova q e a consequente força elétrica F é por definição:
→ →
F=Q.E
São verdadeiras:
a) Apenas I e II b) Apenas l, II, II c) Apenas I, Ill e IV
d) Apenas Ill e IV e) Todas

RESOLUÇÃO:
I) Verdadeira. A região do campo não é limitada. Apenas a inten-
sidade do vetor campo elétrico nos pontos mais afastados da
fonte Q diminui, pois o módulo do campo elétrico é inversa-
mente proporcional ao quadrado da distância até a carga Q.

K . Q
E = –––––––
d2

146 –
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MÓDULO 17 Campo Elétrico Resultante – Diversas Cargas


1. O choque elétrico no carro Mas o choque também poderá ocorrer quando o
motorista vai entrar no seu carro, estando ele com a
Muitas pessoas reclamam de choques elétricos ao lataria eletrizada. Relou e a faísca saltou.
descer do carro. Como isto está acontecendo? Será que Como é que o veículo ficou eletrizado?
o carro estava cheio de cargas elétricas quando elas
Notadamente, nas regiões de clima seco, como por
entraram? Será que estas cargas elétricas penetraram no
exemplo em Brasília, a eletrização dos carros e dos
carro durante o seu abastecimento? Ou foi o cachorrinho
ônibus, ocorre com muita frequência devido ao atrito do
que as espalhou?
ar em sua lataria.
O fenômeno é devido a uma eletrização, ou seja, um
Assim, quando o motorista tocar na sua porta, vai
acúmulo de cargas elétricas em algum lugar.
saltar aquela faísca imperceptível, mas doída, em sua
Vamos pesquisar. mão.
A eletrização de qualquer objeto pode ocorrer por Por outro lado, poderá até acontecer que um passageiro,
contato com outro objeto já eletrizado, ou mesmo por ao descer do carro eletrizado, leve ainda um choque ao
atrito entre dois corpos neutros, de materiais diferentes. fechar a porta, tocando na lataria.
Neste último caso, esfregando-se um tecido contra outro
Em tempo, não há nenhuma possibilidade de que as

FÍSICA
tecido, ambos ficarão eletrizados com cargas elétricas
cargas elétricas externas do carro, estando ele eletrizado
opostas: um deles ficará positivo e o outro negativo.
pelo atrito do ar, penetrem no seu interior, pois a sua
Por exemplo, a roupa do motorista, durante uma carcaça de metal se constitui numa blindagem
viagem, é atritada no tecido do banco do carro. Então, elétrostática. Ela tem as mesmas propriedades de uma
tanto sua roupa como o banco se eletrizam e adquirem gaiola de Faraday.
cargas elétricas opostas. Do mesmo modo, um
Mesmo que um raio caia no veículo, suas cargas
passageiro poderá ficar com a roupa eletrizada.
elétricas jamais penetrarão no seu interior. Lá dentro do
Ao descerem do carro, acabam por colocar a mão na carro ou de um ônibus é o seu melhor abrigo. Não desça
porta que é de metal. Imediatamente salta uma faísca, dele, pois aí sim você levará um choque.
imperceptível, dando-lhe um inesperado choque.

Fig. 1

– 147
C2_3a_serie_LARANJA_FISICA_Carlos_2023.qxp 14/02/2023 15:29 Página 148

Quando várias cargas são gerado-


앚Q2앚
ras de um mesmo campo elétrico, E2 = K . ––––
então, em cada ponto do campo, o ve- d 22
tor campo elétrico resultante será a
O módulo do vetor campo elétrico
soma dos vetores produzidos pelas
resultante é dado pela expressão
cargas individualmente.

Eres = 
E12 + E22 + 2 . E1 . E2 cos α
2. Campo Elétrico Gerado por
Duas Cargas Puntiformes
Observação: se as cargas fossem
Sejam as cargas puntiformes Q1 e
ambas positivas ou ambas negativas,
Q2, de sinais opostos, criando campo
apenas mudariam a direção e o
elétrico em P. →
sentido do vetor Eres.
A carga positiva (Q1) gera em P Na figura (a) a seguir, temos duas Fig b.

um vetor campo elétrico (E1) de afas- partículas eletrizadas com cargas elé- EA = EB = E
tamento. tricas positivas e iguais a + Q e na figu- Eres = E . 
3
A carga negativa (Q2) gera em ra (b) as partículas estão eletrizadas

3. Campo Elétrico Gerado por N
FÍSICA

P um vetor campo elétrico (E2) de com cargas elétricas +Q (positiva) e


aproximação. –Q (negativa). Elas estão situadas nos Cargas Puntiformes

O vetor campo elétrico resultante vértices A e B de um triângulo equi-


→ Sejam agora n cargas puntifor-
látero. Nas figuras representamos os
em P (E res) será dado pela soma veto- → → mes, Q1, Q2, Q3, …, Qn, criando
→ → vetores campo parciais EA e EB, ambos
rial de E1 e E2. campo elétrico em um ponto P.
de mesmo módulo E e o vetor campo
→ As cargas negativas criarão, indivi-
resultante Eres. →
dualmente, vetores (E j) de aproxima-
→ → → ção.
E res = E 1 + E 2
As cargas positivas→criarão, indi-
vidualmente, vetores (E i) de afasta-
mento.
O vetor campo elétrico resultante
será dado pela soma vetorial de todos
os vetores parciais.

→ → → → →
E res = E 1 + E 2 + E 3 + ... + E n

Cada campo parcial tem intensida-


de dada por
Fig a.
앚Q1앚
E1 = K . ––––– EA = EB = E
d 12 Eres = E

148 –
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1. Duas cargas elétricas de mesmo módulo e sinais contrários, geram RESOLUÇÃO:


um campo elétrico no ponto P, como mostra a figura. Esboce o desenho Para a carga positiva +Q, o campo elétrico é de afastamento
do vetor campo elétrico resultante nesse ponto. Para a carga negativa –Q, o campo é de aproximação.

RESOLUÇÃO:

FÍSICA
O campo da carga positiva é de afastamento.
O campo da carga negativa é de aproximação.
→ →
Os dois vetores E1 e E2 devem ser somados pela regra do paralelo-
gramo.

3. (FAMERP-MODELO ENEM) – Quatro cargas elétricas


puntiformes, Q1, Q2, Q3 e Q4, estão fixas nos vértices de um quadrado,
de modo que |Q1| = |Q2| = |Q3| = |Q4|. As posições das cargas e seus
respectivos sinais estão indicados na figura.

2. Na figura temos duas cargas elétricas puntiformes gerando um


campo elétrico na região em que estão fixadas. O ponto P é mero ponto
geométrico e não está eletrizado.
Esboce o desenho do vetor campo elétrico, no ponto P, gerado pelas
Se E for o módulo do campo elétrico no ponto P, centro do quadrado,
duas cargas elétricas. Admita que a carga +Q seja positiva e a carga –Q,
devido à carga Q1, o campo elétrico resultante no ponto P, devido à
negativa.
presença das quatro cargas, terá módulo
a) zero b) 4 . E c) 
2.E
d) 2 . 
2 .E e) 4 . 
2 .E

RESOLUÇÃO:
Na figura estão representados os vetores campo gerados pelas
respectivas cargas elétricas Q1, Q2, Q3 e Q4.

– 149
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5. (PUC-RJ-MODELO ENEM) – Duas cargas elétricas, +Q e +4Q,


estão fixas sobre o eixo x, respectivamente nas posições x = 0,0 m e
x = 1,0 m. Uma terceira carga positiva ou negativa poderá ser colocada
no ponto P entre as duas, sobre o eixo x, e ficará em equilíbrio
eletrostático. Qual é a posição (abscissa) do ponto P?
a) 0,25 b) 0,33 c) 0,40 d) 0,50 e) 0,66

Assim, nas direções x e y temos:

RESOLUÇÃO:
O ponto P é local onde o campo elétrico resultante será nulo. Logo,
→ →
nessa posição os módulos de E1 e de E2 deverão ser iguais.
FÍSICA


KQ K (4Q)
Como se trata de um quadrado: E1 = ––––– E2 = ––––––– 
equações x2 y2
2
Eres = (2E)2 + (2E)2 x + y = 1,0m 
p

Eres = 2E 
2 → →
p
E1
=
E2

KQ 4KQ 1 4
Resposta: D ––––– = –––––– ⇒ ––– = ––––
x2 y2 x 2 y2

4. Retomando a figura anterior, colocou-se uma carga de prova positiva


→ y2 = 4 x2 ⇒ y = 2 x 
no ponto P. Esboce o vetor F da força na carga de prova e escreva a
equação do módulo da força. Substituindo-se  em :
x + 2x = 1,0
3x = 1,0
1,0 m
x = ––––––
3

x 0,33 m

Concluindo, a abscissa do ponto P é x = 0,33 m.

Resposta: B

RESOLUÇÃO:
Como a carga de prova q é positiva, a força terá direção e sentido

do vetor campo Eres como na figura a seguir.

150 –
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MÓDULO 18 Potencial Elétrico e Energia Potencial


1. Definição Ao cancelarmos q, podemos dizer que o potencial em
P não dependerá do valor da carga de prova.
Potencial elétrico é a medida do nível de energia
potencial elétrica associada a um ponto do campo elétrico. Q
V = K0 ––––
Tomemos uma carga de prova (q) e a coloquemos em d
um ponto P de um campo elétrico. Ela adquire uma energia
potencial elétrica (εpot). Definimos o potencial elétrico (V) 5. Observações sobre o Potencial
associado ao ponto P como a grandeza escalar dada por
1a.) Trata-se de uma grandeza escalar.
εpot
V = –––––– ⇒ εpot = q . V 2 a.)Seu valor em P não depende de uma eventual
q carga de prova ali colocada.
3 a.) O sinal do potencial elétrico acompanha o da
2. Unidades do SI carga-fonte.
Q>0 → V>0
unid. (εpot) = joule (J)
Q<0 → V<0
unid. (V) = volt (V)
4a.) Agora temos em P duas grandezas associadas:

FÍSICA
uma vetorial, o campo elétrico (E ), e a outra escalar, o
3. Energia Potencial
potencial elétrico (V).
Consideremos o campo elétrico gerado pela carga Q 5 a.) Se o meio não for o vácuo, a constante eletros-
e o ponto P a uma distância d, no vácuo (Fig. 1) tática (K) assume um valor diferente de K0.

6. Gráfico do Potencial

Obedecendo à equação:
Q
V = K0 ––––
d
o potencial colocado em gráfico em função da distância d
Fig.1. nos dará uma hipérbole equilátera.
A energia potencial elétrica que a carga elétrica
puntiforme q adquire ao ser colocada em P é dada por
q.Q
εpot = K0 –––––––
d

O referencial adotado para a medida da energia


potencial que q adquire é o infinito.

4. Potencial Elétrico

Para calcular o potencial elétrico em P, retomemos as


equações seguintes.
qQ
εpot = K0 –––––– (1)
d
εpot
V = –––––– (2)
q

Substituindo (1) em (2), vem


q.Q
K0 –––––––
d
V = ––––––––––––––– Fig.2.
q
– 151
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7. Energia Potencial
Q1 . Q2
de um par de Cargas Puntiformes εpot = K0 –––––––––
d
O sistema de duas cargas puntiformes, Q1 e Q2, no
vácuo, colocadas próximas uma da outra, conforme a Fig.
3, adquire a energia potencial elétrica igual a
Fig.3 – Par de cargas puntiformes.

1. (FEI) – No vácuo, qual é o potencial elétrico gerado por uma carga 2. (MODELO ENEM) – Uma carga elétrica Q, positiva puntiforme está
puntiforme Q = 50␮C a 5,0m de distância da carga? isolada no vácuo e gera à sua volta um campo elétrico. Um ponto
a) 9,0 . 104 V b) 4,5 . 105 V c) 1,1 . 106 V geométrico P está situado a uma distância d de carga Q.
d) 3,0 . 106 V e) 4,5 . 106 V

Note e adote:
Constante eletrostática do vácuo = 9,0 . 109 N m2/C2 Sabe-se que o potencial elétrico em P, gerado pela carga Q vale 12,0V.
Potencial elétrico no infinito igual a zero. O módulo do campo elétrico em P é Ep = 6,0N/C.
A distância d do ponto P à carga Q, vale:
FÍSICA

a) 0,50m b) 1,0m c) 2,0m d) 4,5m e) 6,0m


RESOLUÇÃO:
Q RESOLUÇÃO:
V = k . ––– O potencial (Vp) é dado por:
d
Q
9,0 . 109 . 50 . 10–6 Vp = k ––– 
V = –––––––––––––––––– volts d
5,0
O módulo do campo em P é dado por:
V = 9,0 . 104V Q
Ep = k ––– 
d2
Resposta: A
Dividindo-se  por , membro a membro:
k.Q
–––––
VP d VP d
––– = ––––––– ⇒ ––– = –––
EP k.Q EP 1
–––––
d2

VP 12,0
d = ––– = –––– (m)
EP 6,0

d = 2,0m

Resposta: C

152 –
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3. (MODELO ENEM) – Na figura temos uma distribuição de seis 4. (UFPE-MODELO ENEM) – O gráfico mostra a dependência do
cargas elétricas nos vértices de um hexágono regular. O potencial potencial elétrico criado por uma carga elétrica Q, pontual, no vácuo,
elétrico que cada carga gera no centro C do hexágono tem valor ⫾V, em função da distância à carga.
sendo +V positivo e –V negativo.

Dada a constante eletrostática k0 = 9,0 . 109 unidades SI, pode-se


afirmar que o valor da carga elétrica Q é:
a) –2,0 nC b) +3,0 nC c) +4,5 nC
d) +5,0 nC e) +6,0 nC
O potencial resultante no centro C, gerado pelas seis cargas vale:
a) –2V b) –V c) zero d) V e) 2V RESOLUÇÃO:
O potencial elétrico gerado por uma carga puntiforme é dado por:

FÍSICA
k0 . Q
Note e adote: V = ––––––– , em que Q é a carga fonte.
d
Q1 = +Q Q2 = –Q Q3 = –Q Q4 = +Q
Q5 = –Q Q6 = –Q +Q > 0 –Q < 0 Usando-se o gráfico, obtemos o par ordenado:
V1 = 300V e d1 = 0,15m.

Ou seja:
RESOLUÇÃO:
Sendo R o raio da circunferência circunscrito ao hexágono, o po- k0 . Q 9,0 . 109 . Q
V = ––––––– ⇒ 300 = ––––––––––––– (unidades SI)
tencial resultante no centro C é: d 0,15
Vres = V1 + V2 + V3 + V4 + V5 + V6
Q = 5,0 . 10–9C = 5,0nC
Sendo:
Resposta: D
Q1 k (+Q) Q
V1 = k –––– = –––––– = +k ––– = +V
R k R

Q2 k (–Q) Q
V2 = k –––– = –––––– = –k ––– = –V
R R R

Analogamente, para as cargas 3, 4, 5 e 6

V3 = –V V4 = +V V5 = –V V6 = –V

O somatório dos potenciais será o potencial resultante no centro C:

Vres = +V – V – V + V – V – V = +2V – 4V

Vres = –2V negativo

Resposta: A

– 153
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5. (MODELO ENEM) – Para um par de cargas elétricas idênticas


iguais a Q, separadas por uma distância d, a energia potencial
eletrostática é igual a E.
A figura mostra três cargas elétricas, de valores iguais a (+Q), (–Q) e
(+Q), dispostas nos vértices de um triângulo equilátero de lado igual a
d. Considere que (+Q) seja uma carga elétrica positiva e que (–Q) seja
uma carga elétrica negativa.

Note e adote:
Energia potencial eletrostática de um par de cargas q e Q:

K.q.Q
Epot = –––––––––
FÍSICA

A energia potencial eletrostática do sistema formado pelas três cargas


elétricas, dada em função de E, vale:
a) +3E b) +E c) zero d) –E e) –2E

RESOLUÇÃO:
1) Para o par de cargas idênticas +Q e +Q (ambas positivas), a ener-
gia potencial é calculada por:
K . (+Q) . (+Q)
Epot = –––––––––––––– = +E
d

2) Para o par de cargas idênticas (+Q) e (–Q), de sinais contrários:

K . (+Q) . (–Q)
Epot = –––––––––––––– = –E
d

3) Para o sistema, temos 3 pares de cargas: (+Q; +Q), (+Q; –Q) e


(–Q; + Q), cujas energias potenciais valem respectivamente:
+E, –E e –E.
A energia potencial do sistema de três cargas é dada pela soma
algébrica:
Epot = + E – E – E

Epot = –E

Resposta: D

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