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ARACAJU, SE – BRASIL
Setembro de 2022.
INTRODUÇÃO
O seguinte estudo tem como principal objetivo resgatar a memória do Sergipe
novecentista e demonstrar de que forma os Bondes foram introduzidos e como desenvolveram-
se na cidade de Aracaju, sua capital. Nesse contexto, serão abordadas as principais observações
enfatizadas nos escritos que relatam o processo de adesão dos Bondes enquanto o primeiro meio
de transporte público da sociedade aracajuana, tal como a sua influência nos hábitos sociais
(para além de suas transformações no fluxo e na configuração geográfica da cidade).
No estado de Sergipe, esta transição é observada durante a primeira metade do século XX, entre
os anos de 1908 (ano de sua implementação) e 1950 (quando as suas atividades parecem ter
sido, de fato, encerradas). No dia 24 de outubro de 1908, na cidade de Aracaju, é iniciado o
tráfego de bondes puxados por animais (os quais permaneceram em função do tráfego
aracajuano até o ano de 1926) disponibilizados por uma empresa chamada Carris Urbanos, a
qual foi encarregada pelo serviço de locomoção da cidade até o ano de 1919 (ano em que o
governo assume este setor com a intensão de melhora-lo).
Durante este período, a capital sergipana contou com cerca de quatorze bondes para
atuação no serviço público, sendo estes, segundo Amâncio Cardoso dos Santos Neto, divididos
da seguinte forma: “09 para passageiros; 03 especiais, para atender ao governo do Estado; 01
para transporte de carne do matadouro ao mercado; e 01 para o serviço funeral.” (CARDOSO,
p 300).
abertos de passageiros e dois carros de mercadorias motorizados da Van der Zypen & Charlier
em Köln. Cada carro com oito bancos reversíveis e um arco para coletar a corrente do fio aéreo
que conduz a eletricidade para o seu funcionamento” (MORRISON, 1989).
Cabe, ainda, ressaltar que a estatal “Serviços de Luz e Força” assume, em 1936, o
serviço de trânsito do estado e passa a administrar o tráfego de Aracaju.
Nesse contexto, por intermédio dos registros de Amâncio Cardoso dos Santos Neto,
em Aracaju no Tempo do Bonde: entre História e Memórias, 1908 – 1950, é possível tomar
conhecimento sobre o primeiro trecho de bonde puxado por burros da capital sergipana.
Murillo Melins, em Aracaju romântica que vi e vivi (2007), discorre sobre os caminhos
pelos quais percorriam os bondes elétricos. Para quem conhece as ruas da capital sergipana será
muito fácil criar o imaginário de seus percursos (uma vez que considerada a intimidade do autor
ao escrever sobre as 5 linhas dos veículos elétricos existentes na cidade de Aracaju).
Nesse sentido, foram procuradas fotos da cidade de Aracaju que mostrassem os trechos
pelos quais circulavam os bondes. A ideia é utilizar estas imagens para transmitir o
conhecimento histórico sobre o primeiro serviço de transporte público da cidade por intermédio
da identificação local (com o intuito de introduzir os visitantes do Memorial nos principais
aspectos deste núcleo de forma lúdica).
MORRISON, Allen. The Tramways of Brazil: a 130 yar survey. New York ; Forty Fort :
Bonde Press : American distributor, Harold E. Cox, 1989. Disponível em
http://www.tramz.com/br/ac/ac.html. Ultimo acesso em 04/09/2022.
MELLINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. 3. ed. Aracaju: Unit, 2007.
SILVA, Clodomir. Album de Sergipe, 1820-1920. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1920.
MENDONÇA, Jouberto Uchôa de; SILVA, Maria Lúcia Marques Cruz e. Caminhos da
Capital: 150 Motivos Para Viver as Ruas de Aracaju. Universidade Tiradntes, 2007.
Aracaju, Sergipe.
Memorial de Sergipe – Universidade Tiradentes. Acervo Rosa Faria. Aracaju: Unit 2022.