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Resumo:
No interior do território brasileiro surgem cidades em diferentes momentos, mas que
apresentam como fator predominante da sua origem, as fazendas, a criação e a
comercialização de gado e posteriormente a comercialização de algodão e de café. Muitas
destas cidades se constituíram em Bocas de Sertão, cuja denominação revela a sua localização
e a sua importância no processo de urbanização brasileiro. No final do Oitocentos são
instaladas ferrovias em algumas destas cidades. Este trabalho tem como principal objetivo
apresentar e discutir as marcas e as implicações provocadas por este incremento técnico nas
cidades localizadas no denominado interior do Brasil no final do século XIX. Elegeram-se
como objeto de análise as cidades: Feira de Santana, Bahia; Uberlândia, Minas Gerais;
Sorocaba, São Paulo; e Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
Palavras-chave: Boca de Sertão; Ferrovia; Morfologia Urbana.
Resumen:
En interior del territorio brasileño surgen ciudades en diferentes momentos, pero que
presentan como factor predominante de su origen, las haciendas, la creación y
comercialización de ganado y posteriormente la comercialización de algodón y café. Muchas
de estas ciudades se constituyeron como “Bocas de Sertão”, cuya denominación revela su
localización y su importancia en el proceso de urbanización de Brasil. En los fines del siglo
XIX se instalan ferrocarriles en algunas de estas ciudades. El presente artículo tiene como
objetivo principal presentar y discutir las marcas y las implicaciones provocadas por este
incremento técnico en las ciudades localizadas en el denominado interior de Brasil por esta
época. Se eligieron como objetos de análisis las ciudades: Feira de Santana, Bahia;
Uberlândia, Minas Gerais; Sorocaba, São Paulo; y Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
Palabras Clave: Boca de Sertão; Ferrocarriles; Morfología Urbana.
1
De entroncamento de caminhos de gado e de tropeiros a cidades bocas de sertão
2
(Município de Uberaba)
Alguns desses pousos deram origem às feiras de gado, como em Sorocaba e Feira de
Santana. As feiras de gado constituíram o “circuito mercantil do boi” e eram o local onde o
primeiro boiadeiro - “aquele que comprava os animais nos centros de cria” - vendia os
animais ao “segundo boiadeiro” - muitas vezes “fazendeiros locais que se tornavam
responsáveis pela engorda e pelo encaminhamento dos bovinos aos centros consumidores”
(PERINELLI NETO, 2010, p. 55). Assim, os caminhos abertos para darem passagem ao gado
conduziram à formação de vilas e povoados e, por conseguinte, de cidades que por sua vez
tornaram-se ativos centros de comércio de gado. (CASCUDO, 1956).
De acordo com Straforini (2001), em Sorocaba, o traçado estreito das ruas e dos
quarteirões, bem como a importância das vias comerciais foram marcados pelo caminho dos
3
tropeiros, o que a diferencia do padrão colonial brasileiro, em que as principais ruas eram as
da proximidade da Igreja Matriz e da Câmara. (STRAFORINI,2001).
4
ruas não eram calçadas e as praças serviam principalmente de estacionamento de carros-
de-boi, uma vez que as casas comerciais se localizavam defronte a estes espaços:
Já no sul do Brasil, Passo Fundo surge a partir da instalação de uma fazenda de gado
em 1827 ou 1828 em terras indígenas. Em 1830, o então povoado de Passo Fundo constitui-se
enquanto um local de passagem que servia “de pouso para tropeiros e caravanas,
especialmente do circuito das mulas que se dirigiam para Sorocaba no estado de São Paulo.
[...]. Em 1847, quando o distrito de Passo Fundo contava com 1.159 habitantes, foi elevado à
condição de freguesia.” (SOBARZO, 2008, p. 4). A elevação da então freguesia a município
e, portanto de Passo Fundo acidade dá-se em 1891. Neste período, a principal atividade
econômica era o comércio de erva-mate, fumo, couros e crinas, “secos e molhados”
(alimentos, tecidos e utensílios) e a agricultura. (FERREIRA, 2008)2. Assim, no final do
século XIX, a cidade de Passo Fundo era estruturada principalmente pelo Caminho das
Tropas, caminho este que deu origem à atual Avenida Brasil.
As quatro Bocas de Sertão ainda no século XIX recebem um incremento técnico que
se em algum caso não trouxe grande impulso econômico, alterou a morfologia da cidade e por
conseguinte a dinâmica urbana que passa a ser ritmada pelos horários das chegadas e das
partidas dos trens e ainda o tempo de ir e vir à capital da província também se modifica. Sem
dúvidas, mesmo tendo um traçado curto, a ferrovia impõe um novo tempo e uma nova
dinâmica urbana tanto no que se refere às atividades econômicas como ao direcionamento da
expansão urbana. São estas alterações que serão foco de nossa análise.
1
http://www3.uberlandia.mg.gov.br/cidade_cidade.php?id=429 (Acesso em 09 de dezembro de 2008).
2
Texto escrito por Mariluci Melo Ferreira para subsidiar as escolas municipais de Passo Fundo.
http://www.pmpf.rs.gov.br/secao.php?p=1196&a=3&pm=158. (Acesso em 08 de dezembro de 2008).
5
A Ferrovia nas Cidades Bocas de Sertão: quando o “progresso” adentra o território
brasileiro
No período denominado por Hobsbawm (2011) de “Era dos Impérios (1875 a 1914)”,
há uma grande expansão do capital britânico: “O investimento estrangeiro na América Latina
atingiu níveis assombrosos nos anos 1880, quando a extensão da rede ferroviária argentina foi
quintuplicada, e tanto a Argentina como o Brasil atingiram até 200 mil imigrantes por ano”.
(p. 65).
Além da dominação política e econômica, o referido autor chama atenção para o fato
da “Era dos Impérios” ter sido também um fenômeno cultural: “a conquista do globo pelas
imagens, ideias e aspirações de sua minoria ‘desenvolvida’, tanto pela força e instituições
como por meio do exemplo e da transformação social.” (HOBSBAWM, 2011, p. 128). Tal
fato atinge diretamente as elites dos Estados “dependentes”, reforçando o que já vinha se
constituindo como processo de ocidentalização: “Por várias décadas fora claro, para todos os
governos e elites confrontados à dependência ou à conquista, que eles tinham que se
ocidentalizar, caso contrário desapareceriam”. (HOBSBAWM, 2011, p. 129).
Bethel (2012, p. 141) ao dissertar sobre o Brasil no mundo, destaca que até 1860 “os
investimentos diretos no Brasil foram modestos” e que a partir de então os primeiros bancos
comerciais britânicos se instalam no Rio de Janeiro (capital do império) e “as primeiras
sociedades anônimas começaram a investir no desenvolvimento de ferrovias e serviços de
utilidade pública.” No período de 1865 e 1885 o investimento estrangeiro e particularmente o
britânico praticamente triplica segundo o autor, sendo quase 80% deste capital (24,4 milhões
de libras) investido na construção da rede ferroviária brasileira a exemplo da Estrada de Ferro
6
Recife – São Francisco; Bahia – São Francisco; Minas – Rio e a São Paulo Railway Company
(São Paulo – Jundiaí). Esta última representou significativa importância para a expansão do
café na então Província de São Paulo. Além do investimento na via férrea, o capital britânico
investiu na construção de portos e em serviços/equipamentos urbanos – telégrafo, transporte,
água, esgoto – e em fábricas de tecidos, cervejas, pisos e ainda em empresas de seguros.
Assim, complementa o autor, no “final do Império, o London & Brazilian Bank (fundado em
1862), por exemplo, tinha filiais por todo o Brasil, de Manaus e Belém a Curitiba e Porto
Alegre”. (BETHEL, 2012, p. 141).
Nas cidades Bocas de Sertão espera-se a chegada da ferrovia como artefato técnico e
moderno, ou em outras palavras, um elemento que trará e garantirá o progresso para o
município, para a província e para a economia agrícola. Trata-se, portanto de um advento que
representa a aspiração pela modernidade. A ferrovia no sentido mais amplo constituiu de
acordo com Berman (1987), um equipamento da modernidade que avança em escala global,
compondo o movimento da economia mundial determinado pelos Estados já consolidados e
onde a industrialização se deu desde o final do século anterior, consolidando-se no início do
Dezenove. Vale lembrar que o período entre o final do século XIX e início do XX é
caracterizado segundo Hobsbawm por um fato maior:
8
[…] a criação de uma economia global única, que atinge progressivamente
as mais remotas paragens do mundo, uma rede cada vez mais densa de
transações econômicas, comunicações e movimentos de bens, dinheiro e
pessoas ligando os países desenvolvidos entre si e ao mundo não
desenvolvido”. (HOBSBAWM, 2011 [1987], p. 106).
9
A estação de Sorocaba era “o ponto final da linha original da Sorocabana, que não por
acaso tem esse nome”. (Figura 1). O traçado da linha e o local da estação sofreram alterações
desde o primeiro projeto, buscando uma posição mais afastada da cidade, sobreposição do
ribeirão Superery também em área mais distante e, além disso, deixa a maior parte das ruas
que seriam atingidas segundo o primeiro projeto, “do seu lado esquerdo”. Evitou-se ainda a
“expropriação de muitas parcelas de quintais de numerosos proprietários (SPETZLER,1873,
s.p.). Em 1892 ocorre a fusão das companhias Ituana e Sorocabana, dando origem a
Companhia União Sorocabana e Ituana, passando a integrar 820 Km de linhas férreas e mais
de 220 Km de vias fluviais (GERODETTI & CORNEJO, 2005, p. 121). A E. F. Sorocabana
expandiu-se até 1922, quando chega à Presidente Epitácio.
Estação Ferroviária em Feira de Santana no canto esquerdo da imagem, localizada atrás da igreja
matriz. Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/ba_monte%20azul/fotos/feira9402.jpg [ Acesso em 05 de
junho de 2014].
Muito embora sejam instaladas em áreas ainda não urbanizadas, a E. F. da Bahia, a
Sorocabana e a Mogiana (Quadro 2) passam nas suas proximidades, mais exatamente no
limite da malha urbana. Em Sorocaba a ferrovia imprime-se para além do tecido urbano, mas
não muito distante conforme se pode visualizar na Figura 1. Entretanto, a sua instalação não é
um fato isolado, pois tal incremento requer uma estação, armazéns e vias que lhe deem
acesso, o que modifica substancialmente a morfologia da cidade e a sua dinâmica urbana. A
estação ferroviária de Feira de Santana é construída em terreno atrás da Igreja Matriz,
principal edifício da cidade e que demarcava o perímetro da cidade. (Figura 2). Portanto,
configurou-se como linha limítrofe, porém sem deixar espaços vazios a serem ocupados.
11
posterior a sua inauguração, foi instalada a estação ferroviária de Araguari (1896) dando
continuidade à linha do Catalão3 .
3
Denominação atribuída em função do projeto de se prolongar a “ linha do Rio Grande a partir da estação de
Jaguara, às margens do rio Grande e já em território mineiro, a idéia da Mogiana era alcançar Catalão, em Goiás
(daí o nome)”.
4
Disponível em: <http://www.pmpf.rs.gov.br>
12
Fonte: MARTINS, 1998 (adaptado de SOARES, 1988).
Sabe-se que as repercussões da instalação da estrada de ferro nas cidades são sempre
veementes inclusive para o direcionamento da expansão urbana, constituindo-se em um
importante elemento na morfologia urbana. Capel (2002) ao tratar da morfologia das cidades
escreve sobre os limites e barreiras que tanto podem ser físicas (pântanos, morros, mares, rios,
etc.) ou construídas. Entre estas últimas, o autor destaca a ferrovia que a partir do século XIX
converteu-se muitas vezes em uma barreira bastante eficaz. Complementa o autor:
En el caso de ciudades que eran simple estación de tránsito, las líneas han
constituido desde el primer momento cinturones que han planteado
obstáculos a la expansión de la ciudad. En las que eran cabecera de línea la
estación se situaba muchas veces en el borde del espacio construido, pero
bien pronto en las grandes ciudades la necesidades de conectar las terminales
de las diferentes líneas se realizó a través de conexiones internas o de
cinturones periféricos. (CAPEL, 2002, p. 85).
De fato, a análise morfológica das cidades anotadas revelam características
consonantes com a descrição do autor. Em três cidades aqui tratadas - Sorocaba, Feira de
Santana e Uberlândia - a ferrovia instala-se na borda do espaço urbanizado, configurando-se
por um largo período como um limite ou uma barreira para a expansão urbana, revelando-se
posteriormente um elemento segregador. Nas três cidades, nas proximidades da estação são
construídos armazéns, algumas indústrias e estabelecimentos comerciais voltados para o
transporte das mercadorias seja o ferroviário, seja o de “montadas”. Tal fato constata-se ao ler
os anúncios nos jornais locais como o Correo de Noticias de Feira de Santana em 1885:
Para Viagens
Alfredo Carneiro da Silva tem na granja do Coração de Jesus, contigua á
estação d´esta cidade, optimus montadas, competentemente arreiadas, por
preços razoáveis, ajustados antes de qualquer viagem; é o logar mais
prompto e commodo para quem precisar alugar, por ser o mais perto nesta
cidade. (Correo de Noticias, 25 de outubro de 1885).
Além de atrair estabelecimentos comerciais e também alguns serviços, a ferrovia
mesmo constituindo-se em uma barreira para a expansão urbana, esta é ultrapassada com a
aquisição de terras rurais que serão loteadas e onde serão construídas indústrias a exemplo das
tecelagens e dos curtumes, bem como poderão transforma-se em área de residência para
trabalhadores.
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A respeito das implicações da ferrovia na dinâmica urbana das cidades observam-se
singularidades. Sorocaba, cidade até então caracterizada pela feira de muares e pelo
tropeirismo, apresenta profundas transformações. No Relatório apresentado ao então
Presidente da Província de São Paulo pela Comissão Central de Estatísticas de 1888, escreve-
se sobre a decadência da importância das feiras em Sorocaba: “Aquele comercio ativo,
cosmopolita finou-se totalmente e o descrédito da indústria da criação começou a fazer-se
sentir por meio de repetidos insucessos.” Acrescenta-se que a partir de então, “a cidade vai-se
tornando fabril, os negócios comerciais tomam outro giro, as casa reconstruídas em grande
número, mostram um despertar desusado e novo”.5 As fábricas vão se instalar em terras
situadas após a estrada de ferro e o Córrego Sorocaba: Fábrica São Paulo, Fábrica de Fogos,
Fábrica Santa Rosália e Fábrica Santa Maria.
Sorocaba apresenta no final do XIX crescimento urbano impulsionado pelos dois tipos
de transporte: muares e ferroviário. Houve, portanto, “crescimento viário nas proximidades da
Estação Central da Estrada de Ferro Sorocabana e em direção ao leito ferroviário, a noroeste
da ponte de Sorocaba”, (CELLI, 2012, p. 79) mas também ao longo dos caminhos dos
tropeiros. Celli revela através de croquis que “as fábricas de tecidos localizavam-se nas
proximidades da linha férrea e da estação ferroviária central”. Além disso, a autora confirma a
assertiva de que nas proximidades das fábricas foram criados loteamentos e que “a instalação
de fábricas têxteis induziu a formação de vilas operárias em seu entorno a norte e a noroeste”.
(CELLI, 2012, p. 79).
5
Relatório executado pela Comissão Central de Estatísticas e apresentado ao Exmo. Sr. Presidente da Província
de São Paulo, 1888.
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Em Uberlândia, a ferrovia e particularmente a estação ferroviária
ria atraíram inicialmente
o comércio proporcionando o prolongamento das ruas e da malha urbana na sua direção: “A
estrada de ferro lá no alto da rampa, atraindo, chamando os habitantes para mais perto.
Agitando novidades com a chegada dos comboios.” (O REPÓRTER,02/07/44 apud SOARES,
1995, p. 101). Verifica-se que nas proximidades da rede ferroviária foram instaladas fábricas
de equipamentos agrícolas e armazéns de estocagem de mercadorias, particularmente na
direção Norte. (SILVA & RIBEIRO FILHO, 2012, p. 71). Os autores acrescentam que os
trabalhadores das fábricas e também dos armazéns residiam em vilas operárias nos arredores
das fábricas. (Figura 4).
Figura 4: Uberlândia
ndia (MG): Fábrica de Tecidos e Vila Operária de São Pedro do
Uberabinha, (1920).
15
Figura 5: Estação Ferroviária. Passo Fundo em princípios do século XX.
Assim, “nas proximidades da estrada de ferro que cruzava a nossa cidade foram
construídos armazéns, hotéis, restaurantes, cafés e muitas lojas. […]". (Ferreira, 2008 In:
Página Eletrônica da Prefeitura Municipal de Passo Fundo). A instalação da estação férrea vai
reforçar o deslocamento do eixo principal de crescimento urbano, do Boqueirão e do antigo
caminho das tropas para o setor leste, que passou a atrair as serrarias, os depósitos e indústrias
da madeira – principal atividade produtiva do município no começo do século XX – e os
hotéis de viajantes. (GOSCH, 2005, apud SOBARZO, 2008, p. 5). Segundo análise de Oscar
Sobarzo, a instalação da estação ferroviária deslocou o antigo centro, aquele constituído pelo
caminho das tropas, no entorno da atual Praça Marechal Floriano direcionando para a área
próxima à estação ferroviária, promovendo por sua vez o aparecimento de novos bairros
residenciais para a classe trabalhadora. (SOBARZO, 2008, p. 5).
Observa-se que nas cidades que se originam e se expandem a partir do caminho das
tropas de burros ou de passagem do gado – Sorocaba, Feira de Santana e Passo Fundo - a
ferrovia ao ser implantada promove alterações na morfologia e na dinâmica urbana e
territorial com diferentes intensidades. Em Uberlândia, cuja expansão inicial dá-se pelas
condições favoráveis – naturais e a criação de patrimônio - à fixação de trabalhadores,
inclusive ex-escravos recebe impulso com a implantação da ferrovia. Nas cidades de
Sorocaba, Feira de Santana e Uberlândia, a localização da estrada de ferro e da estação
ferroviária se assemelham no que se refere à posição na margem da malha urbana,
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configurando-se a princípio como uma linha limítrofe e que, posteriormente ,promove a
expansão na sua direção. Expansão esta com qualificações também similares: comércio de
artigos para o transporte de mercadorias, armazéns e fábricas que por sua vez promovem o
surgimento de vilas operárias. A área então que se expande desde a ferrovia vai sendo
ocupada por habitações para trabalhadores, além dos estabelecimentos comerciais e fabris.
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19