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SAFARI CULTURAL – TROPA ESCOTEIRA

GE AGNES BADEN-POWELL
01/07/2023

1.1 Estação da Estrada de Ferro Sorocabana e Armazém de Bagagens


O Complexo Ferroviário de Sorocaba é o maior e dos mais completos conjuntos remanescentes da
antiga Estrada Ferro Sorocabana (EFS), uma das principais ferrovias paulistas. Em Sorocaba se
conectaram a EFS e a antiga Estrada de Ferro Votorantim, cidade vizinha de matriz industrial,
entroncamento que simboliza a secular confluência de caminhos e atividades que marcam a história
da cidade, como as rotas de tropeiros e o comércio de muares.

O Complexo de Sorocaba é representativo da expansão ferroviária pelo Estado vinculada ao cultivo


do algodão, à produção pioneira da Imperial Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, e
posteriormente ao café. A implantação da ferrovia em Sorocaba marca o declínio da histórica feira
de animais, responsável por tornar a cidade um dos polos principais das rotas de tropeiros no Brasil.

A ferrovia em Sorocaba contribuiu de forma decisiva para a industrialização do seu território e da


região circunvizinha, potencializando sobretudo o setor têxtil, cujos remanescentes ainda são visíveis
em seu entorno. O Complexo Ferroviário de Sorocaba é um dos melhores exemplares em São Paulo
e no Brasil, pois sintetiza, em espaço contínuo, programas múltiplos e diversificados afetos a um
empreendimento férreo – como oficinas, estação, residências, armazéns, centro administrativo,
pátio de estacionamento e manobras, dentre outros edifícios.

O conjunto das Oficinas da EFS em Sorocaba, consideradas em seu tempo as maiores edificações do
tipo na América do Sul, expressam fisicamente programas específicos de espaços racionais para o
labor manual e de formação de mão-de-obra especializada, que contribuíram para a constituição do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI. Complexo sinaliza, por suas dimensões, para a
importância de Sorocaba no panorama ferroviário paulista, contribuindo decisivamente para
transformar a cidade em grande polo urbano, econômico e industrial do Estado de São Paulo.

O Complexo de Sorocaba é um dos principais marcos da EFS, junto ao de Botucatu e à Estação Júlio
Prestes em São Paulo, ambos tombados pelo CONDEPHAAT, e bem essencial para a compreensão da
companhia. O Complexo Ferroviário de Sorocaba congrega espaços do trabalho, do saber e da
sociabilidade operários em diversas dimensões, materializados nas oficinas, na escola de aprendizes
e no estádio e seu campo de futebol.

Em 1870, empresários sorocabanos foram convidados a integrar a Companhia Ituana que pretendia
estender os trilhos da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí até Itu. O empresário Luiz Matheus Maylasky
liderou os sorocabanos nessa reunião e condicionou a entrada do capital sorocabano à extensão da
estrada até Sorocaba. Como os ituanos não aceitaram sua proposta, ele declarou que construiriam
sua própria estrada de ferro interligando Sorocaba a São Paulo. Em fevereiro de 1870 foi fundada a
Companhia Sorocabana com Maylasky como presidente. A ferrovia é inaugurada em 1875. No início
do século XX, a Sorocabana foi arrendada a Farquhar que, após concordata, perde seu controle para
o Estado, passando a se chamar Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). Na presidência de Júlio Prestes,
vive seus anos dourados, experimentando nova expansão. Seus edifícios passam por grandes
transformações. Em 1971, o governo aglutina todas as empresas ferroviárias numa única, a FEPASA.
Em 1998 ela é transferida para a União. Em 2006 quem assume a sua gestão é a América Latina
Logística ALL, só operando com cargas.
1.2 Museu da Estrada de Ferro Sorocabana
A casa foi construída no início do século, em 1910, com a finalidade de abrigar engenheiros e
supervisores da Estrada de Ferro Sorocabana. De estilo arquitetônico inglês, é toda erigida de tijolos
e cal. Os tijolos foram confeccionados pelos funcionários da Cia Sorocabana, já as telhas são
originalmente francesas, vindas de Marselha.

Localizada no Jardim Matheus Maylasky, em homenagem ao fundador da Estrada de Ferro


Sorocabana, a casa é composta de 11 cômodos, todos ocupados com objetos pertencentes à
memória da Ferrovia Sorocabana. As obras de restauro tiveram início em maio de 1997.

1.3 Chalé Francês


Construído por volta de 1910 para servir de moradia aos engenheiros-chefes da ferrovia, foi
habitado até 1999. Ficou assim conhecido por seus aspectos formais e decorativos que refletem uma
inspiração bucólica e romântica, características das residências de campo francesas, mas tem, na
realidade, arquitetura inglesa como as demais construções ferroviárias da época. De 2000 a 2007
ficou praticamente abandonado. Em 2008, a partir de uma iniciativa voluntária do IAB (Instituto de
Arquitetos do Brasil – núcleo Sorocaba), foi iniciado um restauro com apoio da prefeitura e doações
de empresas privadas. Em 2010, em troca da manutenção e restauro, os arquitetos conseguem
cessão de uso para fins culturais, assinado pela prefeitura. Durante o restauro, verificou-se, através
de prospecção, a existência de pintura decorativa em motivos florais, escondidos sob sucessivas
camadas de tinta. De 2010 a 2017, o local foi compartilhado com o MACS (Museu de Arte
Contemporânea de Sorocaba) que utilizava o local como sua sede provisória.

2. Estação Ferroviária Paula Souza e Locomotiva 58 (agendamento)


3. Palacete Scarpa
Resumo: Na década de 1920, a pedido do industrial italiano Nicolau Scarpa, o palacete foi construído
pelos arquitetos Marquezzini e Scapone para abrigar o Banco União. Foi o primeiro prédio da região
com três pavimentos a possuir um elevador, do tipo gaiola, que não existe mais. As janelas se
mantiveram originais até por volta de 1938, quando o prédio passou por reformas, substituindo as
de duas folhas por basculantes e inutilizando as sacadas. Possui estilo eclético, com imitação da
cultura greco-romana. Na fachada temos dois tipos de ordens, coríntio e compósita, além de
diversos outros detalhes. Teve várias funções ao longo dos anos como, sede do Partido Nacional
Fascista no final dos anos 20, Hotel Pereira Inácio de 1932 a 1935, primeira loja de enfeites natalinos
e presentes da cidade, sede do Sindicato dos Citricultores, posto provisório dos Correios entre 1937
e 1945. Em 1949, a família Pereira Ignácio, do Grupo Votorantim, que era a atual proprietária, doou
o edifício para o Governo do Estado que implantou a sede da Delegacia Regional Tributária da
Secretaria da Fazenda. Em 2005 foi cedido ao município e ocupado pela Secretaria da Cultura e
atualmente, a Secretaria de Esporte e Lazer.

Descrição: O Palacete Scarpa é uma obra arquitetônica possuidora de rara beleza e que precisava ser
valorizada e conservada, por isso é um dos imóveis recém-tombado na Cidade. Parte da história de
Sorocaba está concentrada nele além de ser um dos cartões-postais que sobrevive ao tempo.

O edifício teve sua construção iniciada em 1921, a pedido do Sr. Nicolau Scarpa, foi construída em
função de sua família, que necessitava, naquele momento de um sistema financeiro para apoiá-los
nos negócios. Naquela época era bastante comum as indústrias possuírem bancos próprios. Foi no
Palacete Scarpa que funcionou um dos primeiros sistemas bancários na cidade. A edificação atraiu a
atenção de todos os cidadãos, mesmo àquela época, pois seria o primeiro imóvel a possuir três
pavimentos e a ter elevador, do tipo gaiola.

No passado, a região era um dos pontos de referência para a cidade e por vários motivos, um deles,
era que os sorocabanos sabiam das notícias do resto do país e do mundo através dos jornais que
chegavam diariamente pelos trens que vinham da capital.

No decorrer dos anos, o Palacete Scarpa passou por diversas modificações, todas na tentativa de
abrigar melhor suas inúmeras atividades. Além do Banco, também abrigou o Hotel Pereira Inácio,
além de também sediar, anos depois, a primeira loja de enfeites Natalinos e presentes na Cidade. O
Palacete também foi sede do Sorocaba Hotel, e quase todos os dormitórios possuíam varanda,
diferente de hoje que apenas as janelas da esquina a possuem. Nessa época o imóvel já era
propriedade das Indústrias Têxteis Votorantim.

Até por volta de 1924, o edifício não possuía relógio em sua fachada. O terceiro pavimento do
prédio, possuía um salão nobre, onde foram realizados grandes bailes. Um dos mais importantes foi
o baile de formatura dos atiradores do Tiro de Guerra, ocorrido em 10 de setembro de 1927.

As janelas do palacete Scarpa se mantiveram originais até aproximadamente 1938, quando o prédio
passou por reformas, trocando as janelas de duas folhas por basculantes e inutilizando as sacadas

Até 1945 abrigou um posto provisório para recebimento e entrega de correspondência. E em 1950 o
imóvel foi doado ao Governo do Estado – Secretaria da Fazenda, onde por alguns anos foi instalada a
Delegacia Regional Tributária e depois seu Arquivo, até finalmente ser repassado a Prefeitura de
Sorocaba, onde desde 2007 passou a funcionar o Gabinete da Secretaria de Cultura.

A arquitetura do Palacete Scarpa é de estilo eclético, ou seja, imita a cultura greco-romana,


baseando-se em seus templos, por isso, pode-se observar a cúpula em bronze, colunas na varanda,
vitrais e escadarias em mármore italiano. Infelizmente seu elevador em estilo gaiola já não existe
mais e não se sabe o paradeiro de tal peça, atualmente possui um elevador em caixa de madeira,
datado de 1960, aproximadamente.

A fachada do edifício é composta por dois tipos de ordens: coríntio e compósita. Nas sacadas, são
utilizados balaústres, réplicas da ordem coríntio em escala menor.

A arquitetura do prédio é repleta de detalhes, os detalhes no teto de onde saíam os grandes lustres,
foram feitos à mão. E as folhas esculpidas nas portas e fachada foram feitas para darem à sensação
de estarem soltas e fluídas.

Um grande cartão postal como é o Palacete Scarpa à cidade, recebeu através do decreto nº 20.884
de 2013 seu tombamento definitivo, com grau de proteção 02, perpetuando seu valor histórico-
cultural e importância à cidade.

4. Praça Artur Fajardo (Praça do Canhão)


Praça Conhecida popularmente como Largo do Canhão. Pertencia à família do Brigadeiro Rafael
Tobias de Aguiar, que doou o terreno à Câmara da época com a condição de que permanecesse para
uso público e não se edificasse no local. Em homenagem à mãe do Brigadeiro, recebeu o nome de
Largo Santa Gertrudes e, a partir de 1900, Pça. Artur Fajardo, em homenagem ao médico sanitarista
que veio com Emílio Ribas à Sorocaba para combater o surto de febre amarela em 1897 e 1900.

Na praça estão colocados dois canhões fundidos na Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema,
que seriam utilizados na Revolução Liberal de 1842. Não foram, felizmente, com a chegada do
Duque de Caxias que veio para combater os revoltosos. DIZ A PLACA: Estes canhões foram fundidos
na Fábrica de Ferro de Ipanema pelo Diretor Major João Bloen, comemorando o 1º aniversário da
maioridade de D. Pedro II e homenageando o Presidente da Província de São Paulo, Coronel Rafael
Tobias de Aguiar, em 1841.

Um monumento relembra a figura importante do brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, sorocabano


que foi por duas vezes Presidente (Governador) da Província de São Paulo, criador dos Correios e
da Força Pública (atual Polícia Militar de São Paulo). Casou-se em Sorocaba, na esquina da Rua
Quinze com a Praça Fajardo, com Domitila de Canto e Mello, a Marquesa de Santos.

Rafael Tobias de Aguiar: político e militar brasileiro, nasceu em Sorocaba, em 04 de outubro de


1794 e morreu em 07 de outubro de 1857, a bordo do vapor Piratininga, próximo às costas do Rio de
Janeiro. Descendente de Brás Cubas, era filho do Capitão Mor Antonio Francisco de Aguiar e de
Gertrudes Eufrosina Aires de Aguirre. Serviu no regimento de milícias de Sorocaba, onde chegou à
comandante, estudou latim, retórica, filosofia e matemática. Como partidário de Diogo Antonio
Feijó, deu-se seu voto para a Constituinte de Lisboa. Equipou às suas expensas, 100 homens que
combateram no Rio de Janeiro, às tropas portuguesas de Jorge de Avilez. Em 1826 obteve uma
cadeira no Conselho Provincial de São Paulo. Foi reeleito em 1830 e, em 1834, quando teve por
companheiro Diogo Feijó. Depois da abdicação de Dom Pedro I, Feijó deu a Tobias de Aguiar a
presidência de São Paulo, de 1831 a 1834. Casou-se com a Marquesa de Santos, Domitíla de Castro
Canto e Mello (1797-1867). Fundou a Força Pública, em 1835, criou o correio oficial para as cidades
do interior e queira que os escravos tivessem a proteção da lei.

5. Palacete José Miguel


O Imóvel tem sua construção datada da década de 30, sendo um exemplar bastante requintado do
ecletismo, movimento arquitetônico que chegou ao Brasil na virada do século XIX para o século XX.
Representa uma fase da história da arquitetura de Sorocaba, a da arquitetura em alvenaria de tijolos
que sucedeu a de taipa de pilão, sendo um dos pouquíssimos edifícios restantes dessa época na
cidade. Sendo assim, é importante também na história da técnica construtiva, não só de Sorocaba,
mas de todo o Estado, porque é nessa fase que a nossa arquitetura começa a mostrar ornamentação
mais elaborada, como consequência da tecnologia advinda e mão-de-obra especializada, recém-
chegadas da Europa. Lembramos que até então a arquitetura paulista era de extrema simplicidade,
já que produzida quase que exclusivamente de barro. Dentre alguns usos, já foi sede provisória da
Rádio Clube em 1933, cedido à Câmara Municipal dos Vereadores na década de 50, e hoje é alugado
para fins comerciais.

6. Sorocaba Clube
Clube fundado em 1926, ocupou o edifício na praça principal do centro da cidade apenas em 1943,
ano de sua inauguração. A construção arquitetônica da fachada mostra manifestações ecléticas com
técnicas gregas e barrocas, uma demonstração da tendência e gosto socioeconômico, com
platibandas vazadas, vãos em arcos de volta plena, sacadas e detalhes ornamentais das cornijas que
ladeiam a escadaria. Edifício implantado próximo ao alinhamento da rua, com escadaria de
mármore, portão de ferro, bronze detalhando a inscrição do clube e seus avarandados laterais. No
andar superior, a sacada dá vista às janelas geminadas de arco de volta plena e molduras em
ressalto. Telhado com telhas de barro, presença de cachorros e dois ponteiros com luminárias
laterais. Possui portas envidraçadas que dão acesso às dependências do salão, servindo de passagem
para iluminação natural.
O prédio com sua imponente e suntuosa fachada, é uma das mais tradicionais e cobiçadas da cidade,
foi inaugurada em 20 de fevereiro de 1943, teve como construtor o mestre Tibério da Silva.

A sociedade teve e tem utilizado o imóvel para grandes bailes, ponto de encontro, e para grandes
comemorações; o edifício com sua construção arquitetônica de estilo eclético, mistura de estilo em
alvenaria de tijolos argamassado, ganhou a denominação de “O PALACIANO”, devido suas
características em relação aos grandes palácios.

“O PALACIANO”; assim chamado serviu de palco para as grandes autoridades do Estado e do Brasil,
até mesmo personalidades mundiais; ali aconteceram os pomposos e saudosos bailes; sessões
solenes, formaturas, baile das debutantes, etc.

A construção arquitetônica de sua fachada mostra manifestações ecléticas com notáveis técnicas
gregas e barrocas; uma demonstração da tendência e gosto socioeconômico: com platibandas
vazadas, vãos em arcos de volta plena, sacadas, mantendo detalhes ornamentais das cornijas que
flanqueiam a escadaria. Edifício implantado na dimensão relativamente próximo ao alinhamento da
rua com escadaria de mármore, portão de ferro na composição com bronze detalhando a inscrição
do clube, e seus avarandados laterais.

No andar superior a sacada dá vista as janelas geminadas de arco de volta plena e molduras em
ressalto; telhado com telhas de barro, vê-se nitidamente a presença dos cachorros e dois ponteiros,
com luminárias laterais, possuindo portas envidraçadas que dão acesso as dependências do salão
servindo de passagem da iluminação.

Na decoração interna seguem os arcos e janelas, azulejos de estilo romântico português, visível no
bar e no banco da sacada superior, influência da imigração italiana, merece grande destaque não só
na razão da planta do novo edifício, como dos materiais construtivos, e sua oferta plástica.

7. Prédio dos Correios e Telégrafos


O prédio localiza-se na esquina da Rua São Bento com a Rua Padre Luiz, no centro da cidade. Passou
por diversas reformas e ampliações, porém mantendo-se conservado no prédio a sua arquitetura
art-deco.

8.1 Igreja de Sant’Anna e Mosteiro de São Bento


O Mosteiro de São Bento de Sorocaba foi fundado em 21 de abril de 1660, por doação de sesmaria
efetuada pelo bandeirante Baltasar Fernandes, fundador de Sorocaba, à Ordem Beneditina do
Mosteiro de Parnaíba. Antes mesmo que Sorocaba fosse elevada à categoria de Vila, em 3 de março
de 1661, os Beneditinos já estavam presentes na região. Vieram para tomar posse o Frei Anselmo da
Anunciação e Frei Mauro. Baltazar Fernandes queria um progresso rápido para a nascente Vila e
para isso trouxe os beneditinos. Eles então teriam terras e poderiam distribuir aos pobres. Os
Beneditinos seriam os professores de seus filhos, ensinando-lhes canto e latim, permitindo-lhes a ser
'Homens Bons'. Também prestariam assistência religiosa tal como casamentos, batizados, assistência
a moribundos, além doze missas anuais e mais uma no dia do orago, como exigência de Baltasar
Fernandes em troca da doação.

A cidade de Sorocaba teve sua fundação em 1654, e cresceu a partir do entorno do Mosteiro de São
Bento e sua Igreja. Sorocaba é a única localidade do Brasil que nasceu e se desenvolveu em torno de
um mosteiro, isso na Europa e no oriente não era algo de raro. O mosteiro situa-se no Largo de São
Bento, no início da Rua de São Bento, no centro de Sorocaba. No portal de entrada da igreja há a
seguinte inscrição: Operi Dei Nihil Praeponatur, ou seja, "Nada se anteponha à obra de Deus"
O Mosteiro de São Bento representa um marco histórico dos mais importantes ao Município de
Sorocaba, e a comunidade Beneditina, ao Estado de São Paulo, ao Brasil, e à história monástica e
patrimonial mundial. Trata-se de um dos poucos exemplares de edificação monástica, ainda original,
em todo o mundo e, desde sua fundação, em 1660, com a presença ininterrupta de monges
beneditinos. Vem sendo totalmente restaurado e com a manutenção da presença beneditina, nunca
interrompida.

O pai do Bandeirante sorocabano Pascoal Moreira Cabral está sepultado no Mosteiro de São Bento.
No mosteiro também residiu inicialmente o empreendedor europeu Luís Mateus Maylasky,
fundador da Estrada de Ferro Sorocabana.

Em 23 de abril de 2010, os Correios do Brasil lançaram um selo comemorativo em homenagem aos


350 anos do mosteiro de São Bento.

8.2 Monumento a Baltazar Fernandes


Baltazar Fernandes era filho do fidalgo português Manuel Fernandes Ramos ou Morão e de Suzana
Dias, filha do português Lopo Dias. Baltazar Fernandes nasceu aproximadamente em 1580, numa
fazenda onde hoje é o Parque Ibirapuera, em São Paulo. Em 1654, já octogenário, veio para
Sorocaba, onde fixou residência com sua segunda esposa, Isabel Proença, seus filhos, genros,
parentes e cerca de 400 escravos. Segundo Aluísio de Almeida, a fundação de Sorocaba pode ser
parcialmente confirmada em 1654, tendo em vista o testamento de Isabel Proença, feito em 1654,
onde constavam a casa grande e a igreja da fazenda, dedicada à Nossa Senhora da Ponte. A primeira
Câmara Municipal de Sorocaba foi composta por: Baltazar Fernandez e seu genro André de Zunega,
atuando como juízes; Cláudio Furquim e Pascoal Leite Garcia, procurador e Francisco Sanches, como
escrivão. Baltazar Fernandez faleceu aproximadamente em 1667 e seu corpo foi sepultado junto ao
altar principal da sua capela, hoje Igreja de Sant’Anna, do Mosteiro de São Bento. DIZ A PLACA:
Neste histórico local, onde em 1654, paulistas e espanhóis fundaram o povoado de Nossa Senhora
da Ponte de Sorocaba, os membros da colônia espanhola e seus descendentes perpetuam neste
monumento, todo seu amor e todas as homenagens a esta pujante e acolhedora cidade. Aos 15 de
agosto de 1954.

9. Escola Estadual Antonio Padilha


O primeiro grupo escolar de Sorocaba, o Grupo Escolar Antônio Padilha, foi inaugurado em 1896,
instalado inicialmente em prédios alugados. Somente em 1910 é construída a sede própria, com
caráter inovador, que representava as políticas educacionais republicanas. A escola é de autoria de
Manuel Sabater, possui técnica construtiva de alvenaria de tijolos, linguagem estilística simplificada
da tradição clássica e aplicação de conceitos de higiene, iluminação e ventilação. Possuía ala
separada para meninos e meninas. Atualmente, as dependências antigas abrigam a Diretoria
Regional de Ensino, e a escola funciona em prédio novo, edificado ao lado do antigo, oferecendo
ensino fundamental e médio.

Em 1909 Manuel Sabater elaborou um projeto para 10 salas que foi implantado em alguns
municípios, Tatuí, Mococa, Iguape e Sorocaba. Devido ao crescente desenvolvimento do estado de
São Paulo, proporcionadas pela cultura cafeeira do início do século passado, começou- se a investir
na instrução primária.

O usual na época era o estado comprar imóveis destinados a residências ou outros fins e adaptá-los
para escola. Porém em 1910 foi aprovada a lei de n°1214 de 24 de janeiro de 1910 que autorizava o
poder executivo a fazer uma operação de crédito para prover e prédios escolares a capital e os
municípios do interior do estado.

A partir daí muitos arquitetos passaram a elaborar projetos para novos grupos escolares e imprimir
uma nova identidade a produção público escolar.

O Antônio Padilha foi instalado solenemente em 1896 e funcionou preliminarmente na esquina do


Boulevard Braguinha chamada então Rua Direita com a Rua Souza Pereira, antiga Rua do Comércio
de Tropas.

Funcionou ali por pouco tempo, sendo depois instalado na esquina da Rua Monsenhor João Soares,
antiga Rua das Flores, com a Rua Brigadeiro Tobias, chamada Rua do Teatro. Em 1903, o grupo se
mudou-se novamente para outro quarteirão na mesma rua das flores onde hoje está construído o
prédio da Sociedade Médica, ficando ali até 1911.

Em 1910, inicia-se a construção do prédio na Rua Cesário Mota, esquina com a Rua Professor
Toledo. O imponente edifício construído pelo Cel. José de Barros, que era construtor na ocasião era
também presidente da Câmara Municipal, foi concluído no mesmo ano, ampliando na década de 70,
permanecendo nesse local até hoje.

Esse edifício passou por uma grande reforma nos anos 70 com trocas de madeiramento, telhado e
refeito instalações elétricas; mantendo- se intacta a arquitetura original. Historicamente esse prédio
possui grande valor na cidade de Sorocaba, foi a primeira reforma do ensino público da república,
recém – proclamada, seu nome foi dado em função da luta do então intendente Municipal e
comerciante Antônio Padilha de Camargo em instalar um grupo escolar na cidade, tendo sido
tombado por decreto municipal no ano de 1996, e mais recentemente pelo CONDEPHAAT, através
da notificação publicada em 2010

É uma das integrantes de conjunto de 126 escolas públicas construídas pelo Governo do Estado de
São Paulo entre 1890 e 1930 que compartilham significados cultural, histórico e arquitetônico. Essas
edificações expressam o caráter inovador e modelar das políticas públicas educacionais que, durante
a Primeira República, reconheceram como inerente ao papel do Estado a promoção do ensino
básico, dito primário, e a formação de professores bem-preparados para tal função. Quanto às
políticas de construção de obras públicas, são representativas pela estruturação racional de se
instalar edificações adequadas ao programa pedagógico por todo o interior e capital do Estado.

Destaca-se a qualidade do conjunto caracterizado pela técnica construtiva simples, consolidando o


uso de alvenaria de tijolos e por uma linguagem estilística que simplificou os atributos da tradição
clássica acadêmica. A organização espacial era concebida incorporando preceitos e recomendações
de higiene, insolação e ventilação previstos na cultura arquitetônica que vinha se firmando desde o
século XIX. O programa pedagógico distribuía essencialmente salas de aulas ao longo de eixos de
circulação em plantas simétricas. Aos poucos se firmaram em projetos arquitetônicos padronizados
que se repetiam com pouca ou nenhuma variação em mais de um município.

10. Fórum Velho e Obelisco aos Pracinhas 2ª Guerra Mundial


A sede da justiça, antes localizada no prédio da Câmara e Cadeia, depois ao lado do Mosteiro de São
Bento, teve sua construção iniciada em 1937, mas só inaugurada em 1946. Em 1973, muda-se para
um novo prédio no bairro do Mangal. Possui características da arquitetura modernista, aliadas a um
forte apelo clássico, onde se destacam as quatro colunas romanas, a escadaria de acesso e a palavra
“FORVM” grifada em latim. A Praça Frei Baraúna, onde está localizado o edifício, foi construída em
1889. Já abrigou o “Jardim dos Bichos”, que foi o primeiro jardim público da cidade com plantas e
animais e a famosa Feira da Barganha. Nela está localizado o Obelisco em homenagem aos pracinhas
da Força Expedicionária Brasileira que lutaram na Segunda Guerra Mundial na Itália.

11. Abrigo de Bondes e Monumento a Revolução Constitucionalista de 1932


A Antiga Estação de Bonde fica localizada na Praça Nove de Julho (antigo Largo da Independência),
no cruzamento das avenidas Eugênio Salerno, Moreira César e General Carneiro. A Estação foi
construída no começo do século 20, servindo de ponto de espera e guichê aos passageiros de
bondes elétricos.

Os bondes circularam em Sorocaba de 30 de dezembro de 1915 a 29 de fevereiro de 1959, servindo


os bairros da Vila Hortência, Centro até a Praça Nove de Julho, prologando-se, posteriormente, para
outros locais como Jardim Vera Cruz. Os bondes elétricos pertenciam à São Paulo Eletric Company
(SPEC) e, a partir 1951 passaram a ser administrados pela Prefeitura de Sorocaba.

12. Biblioteca Infantil Municipal


Construído em 1896, teve uso residencial até novembro de 1927, quando passou por adaptação
para ser sede do Banco Comercial do Estado de SP. Após vários usos, ao longo dos anos,
principalmente para fins culturais, foi adquirido pela Prefeitura, nascendo assim, o primeiro Centro
Municipal de Cultura. Em 1979, inaugurou-se no local a Biblioteca Municipal. Em 1990, a Biblioteca
Infantil é transferida para o local, permanecendo até os dias atuais. Da construção original,
preservaram-se os cômodos, as esquadrias e o traçado do jardim. Do período do banco, manteve-se
a fachada em estilo eclético, a porta principal e o cofre. Hoje a Biblioteca Infantil também conta com
um espaço para atrações artísticas, tenda de circo e uma cozinha caipira onde são ministrados
cursos e oficinas, sendo um dos poucos prédios públicos a possuir características do século XIX.

13. Pelourinho
Um pelourinho é uma coluna de pedra erigida em lugar público, junto à qual se expunham e
castigavam os criminosos. Era o símbolo máximo da dignidade municipal e era costume estar na
praça principal de uma cidade ou vila. Os pelourinhos foram, pelo menos desde finais do século XV,
considerados o padrão ou o símbolo da liberdade municipal.

Em 1661, estando o Governador Salvador Corrêa de Sá e Benevides em São Paulo, Baltazar


Fernandes rumou para lá, para encontrar-se com ele. Por iniciativa própria ou por recomendação
dele, que era grande amigo da família, requereu a 2 de março a elevação de Sorocaba à categoria de
Vila, conseguindo o despacho no dia seguinte, em que se permitia a mudança do pelourinho do
Itavuvu para cá, com o nome de Vila de Nossa Senhora da Ponte de Sorocaba.

14. Teatro São Rafael


De acordo com o Aluísio de Almeida, o teatro São Rafael teve sua fundação em 1835, pela Sociedade
“Bela União Sorocabana”, tendo em sua maior parte membros das famílias Tobias e Lopes de
Oliveira. O nome do teatro foi em honra ao Brigadeiro, pois além do dinheiro, sua família deu o
terreno que fazia parte do quintal da Casa de Dona Gertrudes, sua mãe. Por ser uma obra tão
grandiosa, demorou a ser inaugurado, e talvez por isso, em ocasião da reforma ocorrida em 1909,
tenha sido gravado em uma soleira de mármore a data de 1844.
Após essa reforma, foi inaugurado em 05 de janeiro de 1909, quinta-feira, pela Companhia
Tommazo Salvini, que viera de Montevidéu. Tornou-se assim, um teatro municipal. Tinha 18 frisas,
14 camarotes, 145 cadeiras, 50 balcões e 300 lugares nas galerias.

O teatro ficou bastante famoso pela sua arquitetura, que se equiparava em elegância e qualidade
aos grandes teatros de São Paulo, pelas pessoas que ali frequentaram, como o Imperador D. Pedro
II, em março de 1846 e pelas companhias que ali se apresentaram, como a Lírica Italiana que
realizou em 10 de julho de 1875, os festejos de inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana.

O teatro teve sua duração até 1928, sendo após seu fechamento, servido para alguns bailes
carnavalescos, voltando para ser a Prefeitura Municipal de Sorocaba em 1935 a 1980, e
posteriormente, tornando-se Câmara Municipal, de 1981 a 2000.

A partir de 2001, o prédio que um dia foi o Teatro e realizou diversas apresentações voltava às suas
origens culturais, passando a ser sede da Fundec, uma entidade civil de direito privado e sem fins
lucrativos, que tem como objetivo patrocinar e incentivar o desenvolvimento da cultura e das artes
da cidade.

15. Mercado Municipal


O Mercado Municipal foi inaugurado em 1938, em linhas art-déco, estilo este bastante moderno à
época. O prédio substituiu o antigo Mercado, no mesmo local, que já não comportava o volume de
mercadorias. Nessa época o Mercado era o principal centro comercial de Sorocaba e região. A sua
construção foi iniciada no governo do prefeito Alcino Oliveira Rosa e concluída na administração de
seu sucessor, Augusto César do Nascimento. Custou aproximadamente 600 contos de réis e,
atualmente, abriga intenso comércio de produtos alimentícios, acessórios em geral, artesanato entre
outros produtos.

O prédio do Mercado é grande, soberbo e suntuoso, sendo considerado na época como um dos mais
belos do interior do Estado, para o fim que foi construído.

Tombado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico em 1988, o Mercado


Municipal passou por restauração e revitalização de seu entorno em 2000, com projeto de
iluminação que destaca e valoriza suas linhas arquitetônicas.

Localizado na rua Francisco Scarpa, no centro da cidade, o Mercado Municipal foi restaurado e ainda
hoje é um grande centro comercial onde são vendidos diversos tipos de produtos O ponto é um dos
cartões-postais da cidade que, em conjunto com o monumento do relógio doado pela imigração
japonesa, concentra um grande valor cultural.

Além de ter destaque em sua arquitetura e de ser utilizado por moradores de Sorocaba, é também
muito procurado por habitantes de cidades vizinhas que vêm à cidade em busca da grande
variedade de produtos que o mercado oferece.

A reforma, ocorrida de 2000 a 2003, recuperou totalmente o prédio histórico, dotando-o de novo
piso, caixa d’água, sanitários, nova fiação elétrica e novo telhado.

O mercado oferece hoje todo e qualquer tipo de produto, desde alimentos até eletrônicos, o que o
torna tão famoso e procurado. Encontra-se peixes, aves, carnes, todos os tipos de grãos, cereais,
plantas medicinais, especiarias, temperos em geral. Há também boxes que oferecem produtos no
setor de tabacaria, acessórios, presentes, bolsas, malas, botas, sapatos e até flores.
16. Catedral Metropolitana
No mesmo local de uma antiga de taipa construída a mando de Baltazar Fernandes, foi edificada a
atual igreja, inaugurada em 1783. É a segunda Matriz da cidade, sendo que a primeira é a Igreja de
Sant’Anna. Seu altar principal em estilo barroco, abriga a imagem de Nossa Senhora da Ponte de
1771, vinda de Portugal. Passou por várias reformas ao longo do tempo, alterando
significativamente a fachada. De 1918 a 1925, a igreja passa por modificações para tornar-se a
Catedral da cidade. Em 1930 a cúpula começa a ser decorada com pinturas utilizando técnica de
estêncil de autoria de Ernesto Tomazzi e, posteriormente, pinturas de Bruno de Giusti. Na década de
50, a torre é ampliada, acrescentando um módulo para instalação de um grande relógio, além de
elementos neoclássicos. A fachada destaca-se pelas quatro imagens dos evangelistas Mateus,
Marcos, Lucas e João. Em 1975, em sua parte superior, foi inaugurado o Museu de Arte Sacra.
Atualmente o Museu está fechado, mas a igreja segue em funcionamento normal.

A Igreja Catedral de Sorocaba foi antes conhecida como a Paróquia Nossa Senhora da Ponte e é
datada de 1771, quando chegou de Portugal a imagem que ocupa o trono principal.

Esta é a segunda Igreja Matriz; a primeira foi a Igreja de Santana, no Mosteiro de São Bento, que foi
doada aos padres de São Bento pelo fundador da cidade, Baltazar Fernandes.

Por falta de condições financeiras, a Igreja ficou sem a torre que não pôde ser construída. Em 1812
as obras foram reiniciadas, vindo de Santos vários construtores, foi uma das primeiras obras em
alvenaria da cidade. Tempos depois foi colocada a abóbada e a cruz de bronze, com hastes e
bandeira. Entre 1836 e 1839 reergueram suas paredes laterais.

Inaugurou-se também o relógio, que foi adquirido no Rio de Janeiro, e que está funcionando até os
dias de hoje na Igreja de São Carlos Borromeu.

No século XIX o Monsenhor João Soares do Amaral fez mais uma reforma na Igreja. Neste período, a
Matriz se transferiu para a Igreja de Santo Antonio, que existia no Largo do mesmo nome, hoje
chamado de Nicolau Scarpa. Em 13 de janeiro de 1924, a atual Catedral foi sagrada por Dom Duarte
Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo.

Aproximadamente em 1946 a Igreja foi novamente reformada, recebendo novos sinos, fundidos em
Sorocaba, sendo um grande, um médio e dois pequenos, que repicavam em festas e celebrações.
Também foi nessa ocasião que se colocou o relógio que até hoje funciona ali.

Na fachada estão os quatro Evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João. Também pode-se ver dois
anjos, o da Salvação e o do Silêncio, ambas doações de famílias sorocabanas.

Fontes (consulta 27/06/2023):

https://www.ipatrimonio.org/category/pm-sorocaba-sp/

https://pt.wikiloc.com/trilhas-cicloturismo/bike-tour-sorocaba-107605652

https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo.html?id=446461&view=detalhes

https://turismo.sorocaba.sp.gov.br/visite/historia-de-sorocaba/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pelourinho

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