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Leia o texto abaixo para responder às questões 01, 02 e 03:

Texto I

FELICIDADE SUPREMA
Às vezes vale a pena pensar sobre a vida. Não sobre o que temos ou não
consumido, tampouco a respeito do que fizemos ou deixamos de fazer. São aspectos
factuais que, mais do que ajudar em uma reflexão mais profunda, tornam-se barreiras
ao pensamento abstrato, aquele em que vamos encontrar as verdadeiras
significações. Chegamos quase à ideia de Platão, mas aí já o terreno é extremamente
perigoso e podemos nos enredar.
Tentar entender o que é a felicidade talvez seja um dos caminhos para se
chegar ao sentido da vida. É um assunto para o qual não há dona de álbum de
pensamentos que não tenha uma resposta pronta: a felicidade não existe. Existem
momentos felizes. Essa é uma verdade chocantemente inofensiva, pois não chega a
pensar o que seja a felicidade como também não esclarece o que são tais momentos
felizes.
Pois bem, o assunto me ocorre ao me lembrar de que vivemos em uma
sociedade excessivamente consumista, sociedade em que a maioria se considera feliz
se pode comprar. Assim é o capitalismo: entranha-se em nossa consciência essa
aparência de verdade fazendo parecer que os interesses de alguns sejam verdades
inquestionáveis. O que é bom para mim tem de ser bom para todos. Isso tem o nome
de ideologia, palavra tão surrada quão pouco entendida. E haja propaganda para que
a máquina continue girando. Não sou contra o consumo, declaro desde já, mas contra
o consumismo. Elevar o consumo de bens materiais (principalmente) como o bem
supremo de um ser humano é tirar-lhe toda a humanidade.
[...]
Schopenhauer, filósofo do século XIX, já vislumbrava nossa época, a
sociedade do consumismo desenfreado. Ele afirmava que o desejo é a regência do
mundo. E que desejamos o que não temos. Portanto, somos infelizes. E se o desejo é
satisfeito com a obtenção de seu objeto, novos objetos surgem em seu caminho. Esta
insaciabilidade do ser humano é que o vai manter preso à infelicidade.
Bem e a que chegamos? Enquanto alguém que circule melhor do que eu pela
filosofia, que mal tangencio como curioso, vou continuar pensando que a vida não tem
sentido, apenas existência. E isso, um pouco à maneira do Alberto Caeiro, para quem
pensar é estar doente.
Menalton Braff. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso em: 22 fev.
2012 (adaptado).

1) Explique qual a temática central abordada pelo texto. Indique, também, a


estratégia argumentativa utilizada pelo autor para trazer maior credibilidade aos
seus argumentos. (1,0)
A ideia central do texto é a compreensão do que seja felicidade, o que se infere da estratégia
argumentativa apoiada na autoridade de filósofos sobre o tema.

2) Tendo em vista as ideias contidas no texto, é correto afirmar que: (1,0)


(a) a felicidade, em resumo, é a capacidade de transformar interesses de alguns em
benefício de todos.
(b) o pensamento abstrato atrapalha na busca pela felicidade.
(c) o capitalismo leva, sem dúvida, o ser humano a alcançar uma vida feliz.
(d) o desejo está para o consumismo, assim como a insatisfação, para a
infelicidade.
(e) o bem supremo só é alcançado com o consumismo desenfreado de bens materiais.

3) Analise as afirmativas sobre o texto. (1,0)

I. O segundo parágrafo já apresenta algumas causas para a insatisfação do ser


humano e sua constante busca pela felicidade.
II. O quarto parágrafo elabora uma relação em que duas afirmações feitas por
Schopenhauer
remetem a uma conclusão lógica acerca do que se discute no contexto.
III. As ideias do quarto parágrafo se contrapõem àquelas do terceiro.

Assinale a opção correta:


(a) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
(b) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
(c) Apenas a afirmativa III é verdadeira.
(d) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
(e) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

I. Falsa – o 2º parágrafo não apresenta causa alguma para a insatisfação do ser humano.
Apenas conceitua felicidade. II. Verdadeira – no 4º parágrafo, o autor elabora uma
argumentação baseada na lógica: saciedade incompleta = infelicidade. III. Falsa – O 4º
parágrafo ratifica e amplia as ideias do 3º.

4) Em “Você fala que saudade é sensação de perda. Pois é. E eu lhe digo que não
sinto nada, não perdi nada. Gastei, gastei tempo, emoções, corpo e alma. E gastar
não é perder, é usar até consumir.”
QUEIROZ, Rachel. “A velha amiga”. Folha de S. Paulo, 2001.

Qual a classificação sintática das orações destacadas no texto, respectivamente? (1,0)


oração subordinada substantiva objetiva direta ; oração subordinada substantiva
objetiva direta

5) Analise o período a seguir e responda: (1,0)

Todos os dias, normalmente, os médicos verificavam que as taxas de oxigênio


dos pacientes melhoravam.

a) O período é simples ou composto? A oração destacada é coordenada ou


subordinada? Justifique. (0,5)

Composto por apresentar dois verbos: verificar e melhorar. Subordinada por


apresentar uma relação de dependência sintática entre as duas orações.

b) Escreva a classificação completa da oração destacada. (0,5)

Oração subordinada substantiva objetiva direta.

6) Um período pode ser formado por uma ou mais orações. Quando se trata de um
período composto, pode ser formado por coordenação ou por subordinação. Marque a
alternativa em que se observa um período composto por subordinação: (1,0)
(a) “Cibernéticos e virtuais, nadamos num rio de novidades e nos consideramos
moderníssimos.”
(b) “A tecnologia abre territórios fascinantes e ameaça nos controlar:”
(c) “se pensarmos um pouco, sentiremos medo”
(d) “a civilização anda segundo seu próprio arbítrio.”
(e) “Relacionamentos pessoais começam e terminam, bem ou mal, nesse campo
virtual não muito diferente do mundo dito real, dos bares, festas e trabalho, faculdade
e escola.”

7) Preencha as lacunas com a correta classificação das orações substantivas


destacadas: (1,0)
( ) Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.
( ) Pesquisas recentes indicam que o número de obras literárias de poesia e ficção
tem crescido consideravelmente dentro do espaço cibernético nos últimos anos.
( ) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.
( ) Mas também, por outro lado, não podemos duvidar de que a internet nos
possibilita a leitura de livros que não poderiam chegar às nossas mãos a não ser
por ela.
( ) Verificou-se que houve uma falha na comunicação.
( ) Meu desejo é que haja paz.

1. Objetiva direta.
2. Completiva nominal.
3. Predicativa.
4. Objetiva indireta.
5. Apositiva.
6. Subjetiva.

Marque a opção com a sequência correta:

(a) 2-1-5-4-6-3
(b) 1-5-6-3-4-2
(c) 2-3-5-6-4-1
(d) 1-2-3-4-6-5
(e) 5-4-3-6-2-1

Observe o texto abaixo e responda à questão 08:


Texto II
8) A associação entre o texto verbal e as imagens da garrafa e do cão configura
recurso expressivo que busca:
(a) a estimular denúncias de maus-tratos contra animais.
(b) desvincular o conceito de descarte da ideia de negligência.
(c) incentivar campanhas de adoção de animais em situação de rua.
(d) sensibilizar o público em relação ao abandono de animais domésticos.
(e) alertar a população sobre as sanções legais acerca de uma prática criminosa.

9) Observe os trechos abaixo e responda as alternativas: (1,0)

I-A empresa necessita de que todos os funcionários verifiquem os crachás novos.

II-A empresa tem necessidade de que todos os funcionários verifiquem os


crachás novos.

a) Classifique sintaticamente as orações acima. (0,5)


I – ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA
II- ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL

b) Explique a diferença entre a oração I e a II apontando a relação regencial que


cada uma possui. (0,5)

A I, por completar um verbo transitivo indireto, é uma oração que exerce a função
de objeto indireto da Oração principal ; Já a II, por completar um nome, é uma
oração que exerce a função de complemento nominal em relação a oração
principal.

Leia o poema a seguir:

Pássaro em Vertical

Cantava o pássaro e voava


cantava para lá
voava para cá
voava o pássaro e cantava
de
repente
um
tiro
seco
penas fofas
leves plumas
mole espuma

e um risco
surdo
n
o
r
t
e
-
s
u
l

(Libério Neves)

10) Neste haicai de Libério Neves, explique a relação da palavra “vertical”, presente no
título, com a organização de “norte-sul” estar na posição vertical.
A palavra “vertical” se refere à queda do pássaro, que, após o tiro, cai em queda-livre.

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