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Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam
diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e
do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na
distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto
final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar,
por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem
plantar a árvore.
Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo se apresenta a ele em generosa
amplitude e, onde quer que se erija1 um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse
obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes.
O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo
a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as
possibilidades de desperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido
para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo.
Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo
trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar, e, inversamente, terá
por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia, imprevidência,
irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem
a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à
paz, à segurança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao
contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o
ideal do trabalhador.
O homem moderno tem a sensação constante de sempre estar sendo ultrapassado e sempre perdendo
algo. Essa incompletude faz crescer a necessidade de renovar nossos conhecimentos, nossos valores,
pontos de vista e nossos corpos. Temos que ter o ritmo das máquinas, eis o que a sociedade exige do ser
humano, uma constante renovação e aperfeiçoamento. Não podemos assimilar, sedentariamente, o
que se nos apresenta. O passado e a história não têm mais sentido, e o presente é o que importa. Hoje,
a presentificação é o único tempo vivenciado pelos homens.
Embora programados para a eternidade, poderemos morrer. Não nos permitimos o ócio, o tempo de
parar e refletir e entender qual o ritmo próprio de cada um de nós. Estamos condicionados a produzir.
FALCHETTI, S.; Dl LASCIO, R. H. C. Disponível em: www.psicologia.pt. Acesso em: 12 ago. 2017
(adaptado).
O ritmo acelerado em que vive o homem moderno é tema de interesse de todos, e suas consequências
são objeto de discussão constante. Esse trecho de artigo alerta para o fato de o homem
a) desconsiderar seus próprios limites.
b) ser programado para a eternidade.
c) precisar de constante renovação.
d) exceder o ritmo das máquinas.
e) estar preparado para desafios.
4) [ INTERPRETAÇÃO – 0,5 PONTO] TEXTO IV: Chega um momento em que a tensão eu/mundo se
exprime mediante uma perspectiva crítica, imanente à escrita, o que torna o romance não mais uma
variante literária da rotina social, mas o seu avesso; logo, o oposto do discurso ideológico do homem
médio. O romancista “imitaria” a vida, sim, mas qual vida? Aquela cujo sentido dramático escapa a
homens e mulheres entorpecidos ou automatizados por seus hábitos cotidianos. A vida como objeto de
busca e construção, e não a vida como encadeamento de tempos vazios e inertes. Caso essa pobre vida-
morte deva ser tematizada, ela aparecerá como tal, degradada, sem a aura positiva com que as palavras
“realismo” e “realidade” são usadas nos discursos que fazem a apologia conformista da “vida como ela
é”... A escrita da resistência, a narrativa atravessada pela tensão crítica, mostra, sem retórica nem
alarde ideológico, que essa “vida como ela é” é, quase sempre, o ramerrão de um mecanismo alienante,
precisamente o contrário da vida plena e digna de ser vivida.
É nesse sentido que se pode dizer que a narrativa descobre a vida verdadeira, e que esta abraça e
transcende a vida real. A literatura, com ser ficção, resiste à mentira. É nesse horizonte que o espaço da
literatura, considerado em geral como lugar da fantasia, pode ser o lugar da verdade mais exigente.
O conceito de resistência, expresso pela tensão do indivíduo perante o mundo, adquire perspectiva
crítica na escrita do romance quando o autor
a) rompe a superfície enganosa da realidade.
b) forja um realismo rente à vida mesquinha.
c) forja um realismo rente à vida mesquinha.é neutro ao figurar a vacuidade do presente.
d) conserva o discurso positivo da ordem.
e) consegue sobrepor a fantasia à verdade.
5) [ INTERPRETAÇÃO – 0,5 PONTO] TEXTO V: A condição humana compreende algo mais que as
condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o
qual entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência (...). O impacto da
realidade do mundo sobre a existência humana é sentido e recebido como força condicionante. A
objetividade do mundo - o seu caráter de coisa ou objeto - e a condição humana complementam-se uma
à outra; por ser uma existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as coisas, e
estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um não-mundo, se esses artigos não fossem
condicionantes da existência humana.
Com base nas premissas apresentadas pelo texto, a conclusão necessariamente correta é:
a) As condições sociais e ambientais condicionam a experiência humana, já que determinam suas ações
e suas iniciativas.
b) O intenso desenvolvimento tecnológico promovido pela humanidade, na medida em que altera as
condições da experiência, amplia a condição humana.
c) Após importantes eventos históricos, como a Revolução Industrial, a condição humana se modifica, já
que as condições que dialogam com a experiência se alteram.
d) O mundo relaciona-se à coerência dos artigos que o compõem, figurando como causa organizadora
da experiência humana.
e) A condição humana condiciona a existência do mundo, uma vez que estabelece relações necessárias
entre os objetos.
Texto I - _____________________________________________________________________
Texto II - _____________________________________________________________________
Texto III -____________________________________________________________________
Texto IV -____________________________________________________________________
Texto V - _____________________________________________________________________
Texto VI -____________________________________________________________________
8) [ LITERATURA – 0,4 PONTO] Durante a II Guerra Mundial, o número de pessoas exterminadas por
motivos raciais nos campos de concentração nazistas eleva-se a milhões. Sobre esse tema, Eric
Hobsbawm, no livro Era dos Extremos, fez o seguinte questionamento:
Seria menor o horror do Holocausto se os historiadores concluíssem que exterminou não 6 milhões [...],
mas 5 ou mesmo 4 milhões?
(HOBSBAWM, E. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras,
1995, p. 50.)
Em relação à política eugenista praticada pelos nazistas descrita em Maus, considere as afirmativas a
seguir.
I. A política de seleção racial atingiu os prisioneiros russos que foram enviados aos campos de
concentração e guetos.
II. Judeus que apresentavam características físicas arianas foram poupados dos campos de
concentração.
III. O isolamento nos guetos somou-se aos campos de concentração como formas de extermínio da
população não ariana.
IV. Populações ciganas que viviam nos territórios ocupados pelos alemães foram enviadas aos campos
de concentração.
9. [ LITERATURA – 1,0 PONTO] Escolha uma das afirmações da questão anterior e explique como
ela aparece no livro literário lido.
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