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Aluno: Nota:

Prof: Diego Prezia Conteúdo: Interpretação e leitura


Turma e ano:
Valor: 5 pontos Data:
CONSIDERAÇÕES:
1. PROVA B: Esta prova contém 9 questões. Prova:
2. Redija suas respostas com tinta azul ou preta, com letra legível e evite (_x__) Calendário
rasuras.
(___) Substitutiva
3. Questões a lápis não serão corrigidas.
4. A primeira coisa a fazer é: se identificar: nome e turma. (___)

5. Cada resposta sem a estruturação de resposta completa SERÁ ANULADA. Recuperação.


6. A cada três desvios de norma-padrão 0,3 será descontado da nota total.
7. Concentre-se e BOM TRABALHO!!!

[ INTERPRETAÇÃO – 0,5 PONTO] TEXTO I: TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o trecho de Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda.

Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois princípios que se combatem e regulam
diversamente as atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aventureiro e
do trabalhador. Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância, na
distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. Para uns, o objeto
final, a mira de todo esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que chega a dispensar,
por secundários, quase supérfluos, todos os processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem
plantar a árvore.
Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo se apresenta a ele em generosa
amplitude e, onde quer que se erija1 um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe transformar esse
obstáculo em trampolim. Vive dos espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes.
O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo
a alcançar. O esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no entanto, mede todas as
possibilidades de desperdício e sabe tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido
para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte maior do que o todo.
Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética da aventura. Assim, o indivíduo do tipo
trabalhador só atribuirá valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar, e, inversamente, terá
por imorais e detestáveis as qualidades próprias do aventureiro – audácia, imprevidência,
irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem. Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem
a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventureiros; as energias que visam à estabilidade, à
paz, à segurança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido proveito material passam, ao
contrário, por viciosos e desprezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mesquinho do que o
ideal do trabalhador.

(Raízes do Brasil, 2014. Adaptado.)


De acordo com o texto,
a) a persistência constitui o traço mais característico do indivíduo do tipo aventureiro.
b) a ética derivada do trabalho mostra-se mais elaborada e complexa do que aquela oriunda da
aventura.
c) o horizonte de visão do indivíduo do tipo trabalhador revela-se mais amplo do que aquele do tipo
aventureiro.
d) o indivíduo do tipo trabalhador tende a ver com desconfiança a possibilidade de uma recompensa
imediata.
e) o ideal do indivíduo do tipo aventureiro seria, em última instância, a busca da segurança pessoal.

2) [ LITERATURA – 0,5 PONTO] Considere o poema de Adélia Prado, do livro Bagagem.

TEXTO II: GRANDE DESEJO


Não sou matrona, mãe dos Gracos, Cornélia,
sou mulher do povo, mãe de filhos, Adélia.
Faço comida e como.
Aos domingos bato o osso no prato pra chamar cachorro
e atiro os restos.
Quando dói, grito ai,
quando é bom, fico bruta,
as sensibilidades sem governo.
Mas tenho meus prantos,
claridades atrás do meu estômago humilde
e fortíssima voz pra cânticos de festa.
Quando escrever o livro com o meu nome
e o nome que eu vou pôr nele, vou com ele a uma igreja,
a uma lápide, a um descampado,
para chorar, chorar, e chorar,
requintada e esquisita como uma dama.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre o poema.

( ) A semelhança entre as figuras femininas nomeadas no primeiro e no segundo versos é reforçada


pela rima.
( ) Os versos 2 e 16 representam imagens díspares e inconciliáveis do eu lírico.
( ) A voz poética representa a luta das mulheres para se afirmarem como escritoras, em um campo
literário predominantemente masculino.
( ) O eu lírico se reconhece como mulher do povo e poeta, vivendo com a mesma intensidade o
cotidiano e a criação.

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é


a) F – F – F – V.
b) F – V – V – F.
c) V – F – V – V.
d) V – V – F – V.
e) V – F – V – F.

3) [ INTERPRETAÇÃO – 0,5 PONTO] TEXTO III: Modernidade

O homem moderno tem a sensação constante de sempre estar sendo ultrapassado e sempre perdendo
algo. Essa incompletude faz crescer a necessidade de renovar nossos conhecimentos, nossos valores,
pontos de vista e nossos corpos. Temos que ter o ritmo das máquinas, eis o que a sociedade exige do ser
humano, uma constante renovação e aperfeiçoamento. Não podemos assimilar, sedentariamente, o
que se nos apresenta. O passado e a história não têm mais sentido, e o presente é o que importa. Hoje,
a presentificação é o único tempo vivenciado pelos homens.
Embora programados para a eternidade, poderemos morrer. Não nos permitimos o ócio, o tempo de
parar e refletir e entender qual o ritmo próprio de cada um de nós. Estamos condicionados a produzir.

FALCHETTI, S.; Dl LASCIO, R. H. C. Disponível em: www.psicologia.pt. Acesso em: 12 ago. 2017
(adaptado).

O ritmo acelerado em que vive o homem moderno é tema de interesse de todos, e suas consequências
são objeto de discussão constante. Esse trecho de artigo alerta para o fato de o homem
a) desconsiderar seus próprios limites.
b) ser programado para a eternidade.
c) precisar de constante renovação.
d) exceder o ritmo das máquinas.
e) estar preparado para desafios.
4) [ INTERPRETAÇÃO – 0,5 PONTO] TEXTO IV: Chega um momento em que a tensão eu/mundo se
exprime mediante uma perspectiva crítica, imanente à escrita, o que torna o romance não mais uma
variante literária da rotina social, mas o seu avesso; logo, o oposto do discurso ideológico do homem
médio. O romancista “imitaria” a vida, sim, mas qual vida? Aquela cujo sentido dramático escapa a
homens e mulheres entorpecidos ou automatizados por seus hábitos cotidianos. A vida como objeto de
busca e construção, e não a vida como encadeamento de tempos vazios e inertes. Caso essa pobre vida-
morte deva ser tematizada, ela aparecerá como tal, degradada, sem a aura positiva com que as palavras
“realismo” e “realidade” são usadas nos discursos que fazem a apologia conformista da “vida como ela
é”... A escrita da resistência, a narrativa atravessada pela tensão crítica, mostra, sem retórica nem
alarde ideológico, que essa “vida como ela é” é, quase sempre, o ramerrão de um mecanismo alienante,
precisamente o contrário da vida plena e digna de ser vivida.
É nesse sentido que se pode dizer que a narrativa descobre a vida verdadeira, e que esta abraça e
transcende a vida real. A literatura, com ser ficção, resiste à mentira. É nesse horizonte que o espaço da
literatura, considerado em geral como lugar da fantasia, pode ser o lugar da verdade mais exigente.

Alfredo Bosi. “Narrativa e resistência”. Adaptado.

O conceito de resistência, expresso pela tensão do indivíduo perante o mundo, adquire perspectiva
crítica na escrita do romance quando o autor
a) rompe a superfície enganosa da realidade.
b) forja um realismo rente à vida mesquinha.
c) forja um realismo rente à vida mesquinha.é neutro ao figurar a vacuidade do presente.
d) conserva o discurso positivo da ordem.
e) consegue sobrepor a fantasia à verdade.

5) [ INTERPRETAÇÃO – 0,5 PONTO] TEXTO V: A condição humana compreende algo mais que as
condições nas quais a vida foi dada ao homem. Os homens são seres condicionados: tudo aquilo com o
qual entram em contato torna-se imediatamente uma condição de sua existência (...). O impacto da
realidade do mundo sobre a existência humana é sentido e recebido como força condicionante. A
objetividade do mundo - o seu caráter de coisa ou objeto - e a condição humana complementam-se uma
à outra; por ser uma existência condicionada, a existência humana seria impossível sem as coisas, e
estas seriam um amontoado de artigos incoerentes, um não-mundo, se esses artigos não fossem
condicionantes da existência humana.

ARENDT, H. A Condição Humana, RJ: Forense-Universitária, 1987.

Com base nas premissas apresentadas pelo texto, a conclusão necessariamente correta é:
a) As condições sociais e ambientais condicionam a experiência humana, já que determinam suas ações
e suas iniciativas.
b) O intenso desenvolvimento tecnológico promovido pela humanidade, na medida em que altera as
condições da experiência, amplia a condição humana.
c) Após importantes eventos históricos, como a Revolução Industrial, a condição humana se modifica, já
que as condições que dialogam com a experiência se alteram.
d) O mundo relaciona-se à coerência dos artigos que o compõem, figurando como causa organizadora
da experiência humana.
e) A condição humana condiciona a existência do mundo, uma vez que estabelece relações necessárias
entre os objetos.

6) [ INTERPRETAÇÃO – 0,5 PONTO] TEXTO VI


Com base na tirinha Mamu e Le Fan, de autoria de Digo Freitas, assinale a alternativa correta.
a) Os personagens discutem sobre as inovações tecnológicas e como a Internet tem facilitado o acesso a
conteúdos, antes encontrados apenas em livros raros e estrangeiros.
b) A facilidade de acesso à informação por parte das novas gerações, por si só, justifica a falência do
sistema educacional independentemente da plataforma utilizada.
c) Há ironia na fala do personagem, no segundo quadrinho, ao apresentar uma alternativa de estudo
que possa suprir as necessidades de aprendizado de seu interlocutor.
d) Um dos personagens deveria ser excluído da cena e suas falas canceladas, uma vez que sua opinião
contraria a expectativa do colega e torna a tirinha politicamente incorreta.
e) É evidente o preconceito dos personagens em relação à educação a distância, pois ambos assumem
que é impossível aprender algo de qualidade pela Internet, por mais que se assistam aos vídeos
tutoriais.

7) [ LITERATURA – 0,6 PONTO] Classifique os textos da prova em literário e não-literário

Texto I - _____________________________________________________________________
Texto II - _____________________________________________________________________
Texto III -____________________________________________________________________
Texto IV -____________________________________________________________________
Texto V - _____________________________________________________________________
Texto VI -____________________________________________________________________

8) [ LITERATURA – 0,4 PONTO] Durante a II Guerra Mundial, o número de pessoas exterminadas por
motivos raciais nos campos de concentração nazistas eleva-se a milhões. Sobre esse tema, Eric
Hobsbawm, no livro Era dos Extremos, fez o seguinte questionamento:

Seria menor o horror do Holocausto se os historiadores concluíssem que exterminou não 6 milhões [...],
mas 5 ou mesmo 4 milhões?
(HOBSBAWM, E. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras,
1995, p. 50.)

Em relação à política eugenista praticada pelos nazistas descrita em Maus, considere as afirmativas a
seguir.

I. A política de seleção racial atingiu os prisioneiros russos que foram enviados aos campos de
concentração e guetos.
II. Judeus que apresentavam características físicas arianas foram poupados dos campos de
concentração.
III. O isolamento nos guetos somou-se aos campos de concentração como formas de extermínio da
população não ariana.
IV. Populações ciganas que viviam nos territórios ocupados pelos alemães foram enviadas aos campos
de concentração.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

9. [ LITERATURA – 1,0 PONTO] Escolha uma das afirmações da questão anterior e explique como
ela aparece no livro literário lido.
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