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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Contribuições da reunião da Comissão Tripartite Ampliada realizada nos dias


08 e 09 de fevereiro de 1993

I - INTRODUÇÃO
A propósito de ampliar ao máximo o processo de
discussão do documento Municipalização das Ações e Serviços de Saúde - A Ousadia
de Cumprir e Fazer Cumprir a Lei - O Ministro da Saúde, seguindo orientação do
Conselho Nacional de Saúde participou da primeira, de uma série de reuniões com
entidades representativas dos prestadores e órgãos gestores que acontecerão no mês de
fevereiro.
O produto destas reuniões será encaminhado à Comissão
relatora do Conselho Nacional de Saúde.

II – ASPECTOS ABORDADOS E PROPOSTAS

1. Ratificando a posição colocada no documento, houve


consenso entre os participantes, de que os acordos firmados entre Secretarias Estaduais de
Saúde e suas Secretarias Municipais no que se refere ao aprofundamento do processo de
descentralização, prevalecerão sobre as regras estabelecidas para o âmbito nacional.

2. - DISTRIBUIÇÃODAS AIH’s AOS MUNICÍPIOS E ESTADOS

a) A proposta inclusa no documento de 8% das AIH para o


município, somente se aplica em caso de não haver acordo entre Estados e Municípios.
b) Deverá haver um Sistema Nacional de Compensação das
AIH interestaduais e um Sistema de Compensação Intermunicipal a nível do estado. Para
viabilizar a proposta a SAS orientará o DATASUS quanto a circulação nacional da AIH,
dentro das regras a serem estabelecidas posteriormente.
c) Os parâmetros estabelecidos pela portaria 3046 deverão
ser revistos, conjuntamente com os órgãos gestores mantendo como premissa grau de
flexibilização, adaptada a cada situação loco-regional e estadual.
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d) Cabe exclusivamente aos gestores públicos a


administração das AIH, eliminando a antiga noção de quotas hospitalares e criando,
definitivamente, mecanismos de controle da disponibilidade de leitos públicos e privados;
e) No caso de pacientes atendidos fora do seu município de
residência, sem encaminhamento e, portanto sem levar a respectiva AlH ficou estabelecido
que a partir da obrigatoriedade de preenchimento do campo código do município; com o
CEP correspondente, será possível gerenciar a câmara de compensação entre as quotas e o
uso de cada município ou estado;

3. - REPASSE DA REDE DE UNIDADES AMBULATORIAIS

a) No caso em que o gestor municipal e o seu conselho se


declaram inaptos a receberem a rede ambulatorial, sendo que o Conselho Estadual de
Saúde avalie o oposto, tal município será penalizado com a suspensão do repasse de
recursos de custeio das unidades próprias, bem como da gerência das AIH e dos
contratos privados correspondentes.

4. – MECANISMO PARA A MUDANÇA DA SITUAÇÃO

a) a habilitação de municípios à mudança da situação atual


para as situações transicionais parcial e semi-plena da nova sistemática será avaliada por
uma Comissão Bipartite a ser criada em cada UF cabendo, em caso de discordância,
recurso do município interessado à Comissão Tripartite na esfera federal;
b) o processo de mudança de situação dos estados será
avaliado pela Comissão Tripartite;

5. CREITÉRIO PARA ESTABELECIMENTO DO TETO FINANCElRO


(AMBULATORIAL E HOSPITALAR)

Considerando que o critério de média do gasto histórico cristaliza as atuais distorções e o


reconhecimento da atual impossibilidade técnica de definição de um outro critério mais
equânime ficou acordado que alguns estados e municípios, além da SAS, farão uma
apreciação comparativa entre os valores da série histórica de uma RCA municipal a ser
calculado. Ratificou-se que a programação integrada entre estado e municípios prevalece
sobre a fixação de tetos.
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6. CONTROLE E AVALIAÇÃO
Ressaltado como aspecto de alta importância, ficou
acordada a necessidade de elaboração, por parte dos estados e municípios, de um plano
de absorção dos técnicos das CCTC, bem como de um amplo programa de treinamento de
recursos humanos para a criação e consolidação de sistemas eficazes de controle e
avaliação nos estados e municípios.

7. CONTRATOS COM PRESTADORES PRIVADOS

Com o fito de viabilizar a gestão da contratação de


serviços por parte dos municípios e dos estados, ainda antes do repasse global de
recursos de custeio, foi ressaltada a necessidade de retomar o processo de
estabelecimento de cláusulas mínimas padronizadas sobre as quais já houve consenso
entre a Comissão Tripartite e a representação dos prestadores privados em 92.
Ressaltou-se ainda a necessidade de definir a forma e instrumentos de relacionamento
com entidades filantrópicas, hospitais universitários, pessoas físicas e pessoas jurídicas
na área de apoio diagnóstico e terapêutico.

8. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Reconhecida a dificuldade de obtenção de dados


confiáveis e suficientemente desagregados sobre a produção de serviços, especialmente
por serem utilizados (SIA e SIH) como suporte do pagamento e não como base de
informações, ficou consensuado uma revisão deste comportamento por parte dos
gestores das três esferas, dando lugar a uma co-responsabilidade pela coleta e análise
dos dados daqueles sistemas.

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