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Ata da Reunião da Tripartite realizada em 06 de julho de 1993.

Aos seis dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e três, na sala
de reuniões da Secretaria Executiva, às 10 (dez) horas, reuniu-se a Comissão
Tripartite com as presenças dos Conselheiros e convidados constantes na lista de
presença. Constatado o quorum regimental o presidente, Conselheiro José Alberto
Hermógenes de Souza, abriu os trabalhos pedindo ao Secretário para proceder a
leitura da ata da reunião anterior. Lida e posta em discussão a ata foi aprovada,
tendo, porém o Conselheiro Ronei Ribeiro feito a ressalva que a reunião da
Secretaria de Saúde do seu estado, Goiás, fora com o Conselho Estadual de
Saúde. No tempo destinado ao expediente foram lidas as correspondências
expedidas e recebidas. Entre as correspondências recebidas destacaram-se
aquelas que apontaram as formações dos Conselhos Estaduais de Saúde dos
estados de São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Piauí. Com a palavra o presidente
abordou o tema de pagamento da divida do INAMPS com os hospitais. O
conselheiro Gilson Carvalho falou sobre o assunto já resolvido inclusive já
noticiado por toda imprensa do país. A seguir discutiu-se a questão dos
coordenadores do INAMPS nos Estados e a dos auditores que têm criado alguns
problemas. Todos concordaram no ponto de vista que os coordenadores poderiam
ser indicados pelos partidos, porém os próprios partidos deveriam indicar pessoas
competentes para assumirem os cargos. O presidente afirmou que os convênios
deveriam voltar a serem como no passado, isto é, único por Estado. Os
conselheiros Ronei Ribeiro e Cairo de Freitas e o assessor do CONASS, Nelson
Rodrigues apoiaram a idéia. O presidente do CONASS e também conselheiro,
Benício Parente afirmou que na última reunião o órgão que preside propôs a
revisão do convênio, assim como solicitou ao Ministério da Saúde que fosse criada
a comissão, constituída por vários órgãos para analisar as ordens de
recolhimento. Disse textualmente “Está na hora de separar o joio do trigo”. Foram
analisados a seguir os entendimentos havidos com os conselheiros do Tribunal de
Contas da União, Marcos Vilaça e Carlos Átila objetivando encontrar solução
favorável no que concerne às contas da saúde. Chegou-se a conclusão que o
melhor seria o contrato de gestão, uma vez que é mais flexível, já que as compras
são feitas pela área e não por produtos isoladamente. O item constante da pauta
“Apreciação da minuta das instruções normativas números um e dois” foi
transferido para outra oportunidade. Prosseguindo a doutora Maria Cecília,
coordenadora da comissão de alta complexidade da SAS discorreu sobre a lei dos
transplantes e o que seriam incluídos nos credenciamentos. Respondeu às
perguntas sobre transplantes e teve a aprovação unânime dos presentes. O
assessor da SAS Dr. Silvain Levy fez em seguida vasta explanação do estado do
estudo realizado para a apresentação dos valores das Ucas. Os estados foram
divididos em três grupos São Paulo e Paraná ficaram no primeiro, Minas Gerais,
Bahia, Santa Catarina, Pernambuco, Espirito Santo e Pará no segundo, enquanto
os demais estados ficaram no terceiro. A coordenadora do Planejamento Dra.
Elizabeth Barros achou muito difícil um exame sem ter a metodologia por escrito.
Solicitou que os parâmetros “fossem colocados no papel”. O conselheiro Gilson
Carvalho foi ao quadro e apresentou critérios baseados na Lei 8.080 com
cinqüenta por cento (50%) da população e cinqüenta por cento (50%) com outras
alternativas. Foi concedida a palavra ao Conselheiro Edmilson Leão para relatar o
processo em que a Associação Paulista de Secretários Municipais de Saúde
denuncia a inexistência do Conselho Estadual de Saúde de São Paulo. O
conselheiro em questão aduziu que quando recebeu o processo não existia ainda
o Conselho em São Paulo, mas mesmo assim, achava a denúncia pertinente
tendo em vista a demora da criação do órgão estadual. Quanto ao conselho criado
recentemente diz ser um projeto votado de emergência cheio de erros, pois em
nenhum momento o CES é deliberativo e também não paritário conforme manda a
lei. O conselheiro Caio Freitas opinou que a criação de um conselho é positivo,
pois torna-se mais adequá-lo à legislação do que a criação de um novo. Sugeriu
ainda que fosse realizada uma reunião da Tripartite em São Paulo para que o
Estado ficasse mais informado sobre a municipalização e descentralização da
Saúde. O Conselheiro Ronei Ribeiro afirmou que iria conversar com o Secretário
de Saúde de São Paulo, Dr. Vicente Amato de quem era amigo. Voltando a
reunião da Tripartite em São Paulo, o presidente assegurou que é da sua intenção
realizar reuniões nos Estados, todavia iria conversar com aqueles que já
estivessem bem estruturados. Usou da palavra a seguir o secretário de saúde do
Pará, Dr. Ernani Mota para dizer que estava encontrando dificuldades para formar
a comissão Bipartite uma vez que seu estado possuía dois órgãos representativos
das secretarias municipais de saúde. Afirmou que no Pará, no entanto, existiam
seis associações que cobrem toda a área estadual sugeriu que os mesmos,
justamente com o secretário municipal de saúde de Belém compusessem a
Bipartite. O Conselho deu poderes ao Senhor Presidente José Alberto para
autorizar, em caráter excepcional, a formação da Bipartite do Pará com a sugestão
apresentada pelo secretário da saúde. Finalizando a reunião o Conselheiro Gilson
Carvalho deu como primeiro informe sobre o programa do leite: que o Governo
Federal chamaria os estados que por sua vez trariam as listas dos desnutridos
para receberem dinheiro para leite e óleo. Somente os municípios já organizados
na área da saúde receberiam os recursos. Nada mais havendo a tratar o
presidente deu os trabalhos por encerrados, tendo eu secretário lavrado a
presente ata que será posta em discussão e depois de aprovada por todos,
assinada.

Brasília, 06 de julho de 1993


Em tempo - Foram feitas as seguintes observações:
Gilson Carvalho - Em vez de 50% da população é 30% por população.
Edmilson Leão - Existe a paridade só que esta é distorcida pois a escolha recai
sobre uma lista tríplice quando trata-se dos representantes dos usuários.

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