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Ata de reunião da Comissão Tripartite, realizada em 27 de

julho de 1993

Aos vinte e sete dias do mês de julho de mil novecentos e noventa e três,
reuniu-se a Comissão Tripartite com a presença dos membros e convidados
constantes da lista de presenças. Verificado o “quorum” regimental o presidente,
José Alberto Hermógenes de Souza deu início aos trabalhos solicitando ao
secretário para proceder a leitura da ata. Discutida e posta em votação foi
aprovada com pequenas ressalvas já constantes da mesma. Na leitura do
expediente, destacou-se correspondência da Associação Paulista de Secretários
Municipais de Saúde ”Dr. Sebastião de Moraes” existente no estado há muitos
anos que continha informações a respeito da função de uma similar naquele
estado, inclusive com respaldo do governador. Com a palavra, o representante do
CONASEMS, Edmilson Leão fez considerações a respeito da correspondência,
informando que esteve com o novo secretário de saúde e seu adjunto,
assegurando que a nova administração da saúde do Estado de São Paulo deseja
corrigir algumas distorções havidas quanto ao entrosamento com o Ministério e a
atual política de saúde. Como prova do que afirmava seria a presença, na parte da
tarde, do Dr Jordão Pellegrino Junior, secretário adjunto, à reunião. Ronei Ribeiro
representante do CONASS, disse, conforme o prometido na reunião anterior, que
esteve como Dr. Vicente Amato antes de sua saída da secretaria de saúde de São
Paulo. O ex-secretario pediu-lhe para agradecer a preocupação da Tripartite, mas
estava deixando o cargo pelas dificuldades de conversar com o meio político
chegando mesmo a afirmar ter sido a mais triste experiência de sua vida. Voltando
a discussão sobre a duplicidade de representações municipais da saúde o
representante da SAS, Gilson Carvalho, indagou que atitude tomaria a Comissão
Tripartite diante de tais casos. Mozart Oliveira Junior, representante do
CONASEMS, sugeriu que o Conasems deveria oficiar as Bipartites listando quais
as entendidas oficiais segundo os seus registros. Ronei Ribeiro do Conass
também opinou pelo mesmo expediente por parte do órgão que representa,
observando aquelas representações inscritas até a publicação do NOB-01/93 .
Nelson Rodrigues dos Santos disse que seria de bom alvitre obedecer a praxe
democrática de reconhecer a minoria de até vinte por cento dentro da divergência.
Disse que isso evitaria o surgimento de várias representações como vem
acontecendo. O presidente apoiou a idéia, afirmando que iria solicitar aos
Secretários de Saúde dos Estados a observarem estes princípios de buscar o
consenso dentro das divergências. Em seguida foram abordados os diversos
aspectos de como seriam remunerados os clientes não SUS dos grupos de seguro
de saúde. Nelson Rodrigues informou que os gastos com esses pacientes são
mais elevados do que com os medicamentos de alta complexidade. Gilson
Carvalho revelou que a tendência será a regulamentação da matéria,
exemplificando que a promotoria de São Paulo já adotou alguma providência
neste sentido e que existe ainda uma proposta do deputado Reynolds Stephane.
Ronan Ribeiro prometeu trazer projeto do senador Iran Saraiva. Em seguida
Gilson Carvalho apresentou, para apreciação na próxima reunião: a) portaria que
dispõe sobre o fornecimento de informações necessárias ao processo de
planejamento e orçamento do SUS, b) primeira versão sobre o convênio padrão
para o SUS, c) decreto que explicita as condições e a forma de repasse regular e
automático de recursos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e
municipais de saúde. Este chegou a ser apreciado sendo feitas algumas
alterações. Nas discussões sobre medicamentos de alto custo, Gilson Carvalho
informou que os estados serão responsáveis pelas compras, uma vez que não
mais seria como no passado, inclusive por ser constitucional. Mozart Oliveira disse
que os medicamentos não poderiam ser discutidos isoladamente, mas sim ao
mesmo tempo que as órteses, próteses e vacinação. Que também teria de ser
uma discussão geral para estabelecer o limite do Teto por estados. Sugeriu
reunião com o CENEPI para tratar do assunto. Continuando a reunião, usou da
palavra Silvain Levy, da SAS para apresentação dos critérios de distribuição das
UCAs, disse inicialmente que único indicador ficou sendo a poupança do mês,
face a substituição da TR. Anunciou que no estudo realizado constatou uma
defasagem de cinco a seis por cento da população de Goiás e que para o Estado
de São Paulo foi feita a correção da perda desde 1991. Solicitou colaboração do
CONASS e CONASEMS para aperfeiçoamento dos critérios. José Alberto
Hermógenes de Sousa, Edílson Leão e Mozart de Oliveira discorreram ainda
quanto aos critérios, técnicos e políticos do caráter redistributivo das UCAs. O
presidente concedeu a palavra ao secretário adjunto da saúde de São Paulo,
Jordão Pellegrino que inicialmente disse da satisfação de estar presente a reunião
da Comissão Tripartite, afirmou a seguir que tanto ele como o secretário Cármino
Sousa, são da área universitária e conseqüentemente sempre estiveram em
defesa da instituição pública. Quanto a ele isto vem se dando desde que foi o
responsável pela hemoterapia no Estado. Revelou que a secretaria de saúde de
São Paulo passa por um momento político muito delicado, mas o compromisso
maior é com a municipalização. Afirmou que já houve entendimento com o
Governador do Estado sobre os assuntos pertinentes ao SUS, inclusive solicitação
para a composição do Conselho Estadual de Saúde. Finalizou dizendo que se São
Paulo esteve ausente até o momento, de agora em diante não mais estaria. Fez
convite ao Presidente para a reunião que haverá em Ribeirão Preto no próximo dia
treze do mês de agosto. O presidente agradeceu a presença do Dr Jordão e
revelou-se satisfeito com sua presença, principalmente pelas perspectivas que se
abriam quanto a participação de São Paulo. Fez um apelo para que o CES fosse
logo composto. Depois de discutir sobre o assunto ficou confirmado o calendário,
isto é, a próxima reunião seria no dia três do próximo mês. Nada mais havendo a
tratar, lavrei a presente ata que será por todos apreciada e, se aprovada,
assinada.

Brasília, 27 de julho de 1993.

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