Sistemas de classificação

A sistemática- corresponde à separação dos seres vivos em grupos consoante as suas características,
tendo em conta o seu processo evolutivo, isto é, a comparação das características de diferentes seres
vivos de forma a definir a sua linha evolutiva.

Filogenia (corresponde à história Taxonomia (ramo da Biologia que se ocupa

evolutiva de uma espécie ou de um da classificação dos seres vivos em grupos,
grupo de espécies relacionadas) segundo critérios definidos, e lhes atribui um
nome-nomenclatura)

Diversidade de critérios

Classificações

Biológicas Empíricas
(Baseiam-se em características (Não se baseiam em características observadas, mas
observadas nos seres vivos) por exemplo, na ordem alfabética dos seres vivos)

Racionais Práticos
(Baseiam-se em características (Baseiam-se em características de acordo com o
estruturais observadas nos seres vivos) seu interesse para o Homem)

Horizontais ou fenéticas Verticais ou filéticas

(Privilegiam os caracteres diretamente (Traduzem a posição de um ser vivo em
observáveis; Privilegiam os critérios morfológicos. relação aos seus antepassados. Atribuem
O fator tempo não é importante, não admitindo a grande valor às relações evolutivas. O
evolução nos seres vivos.) tempo é um fator muito importante.

Filogenéticas
(Baseiam-se nas relações evolutivas
Artificiais Naturais entre várias espécies)
(Baseiam-se na observação de muitos
(Baseiam-se na observação
caracteres, procurando exprimir as inter-
de poucos caracteres)
relações ou afinidades naturais entre os seres
vivos)

Pós-darwinista
Pré-darwinista
 Classificações fenéticas: Classificações filogenéticas:

•Baseiam-se em numerosos caracteres •É uma classificação dinâmica, vertical, ou

fenotípicos, anatómicos e fisiológicos, de modo
a definirem a afinidade entre os seres vivos.
•Os caracteres utilizados necessitam,
obrigatoriamente, de ser objetivos, para que
deste modo possam ser medidos e comparados
•Esta classificação não admite a existência de
evolução nos seres vivos, sendo por tal motivo
uma classificação horizontal, estática, pois não
considera à existência da linha vertical do
tempo.
•Pode ser representada por um diagrama
encaixante, por dendrogramas e por chaves
dicotómicas
seja, tem em consideração o fator tempo,
pelo que admite a ocorrência de evolução nos
seres vivos.
•Tem como objetivo determinar a história
evolutiva dos seres vivos.
•A classificação filética utiliza, como forma
de representação, cladogramas e árvores
filogenéticas.

Taxonomia e nomenclatura
Atualmente as categorias taxonómicas são: *Divisão- nas plantas

Filo/
Reino Classe Ordem Família Género Espécie
Divisão*

Complexidade crescente e maior nº de semelhanças

As referidas categorias constituem um sistema hierarquizado,
isto é, o reino contém os filos, os filos contêm as classes, e
assim sucessivamente.
A hierarquia taxonómica começou a ampliar-se, sendo
também de considerar as categorias acima e abaixo das
categorias principais:

• Categorias intermediárias inferiores- prefixos infra

e sub
• Categorias intermediárias superiores- prefixo super Nota:
Taxon (categoria taxonómica)
Taxa=plural de taxon

O número de seres vivos em cada categoria taxonómica vai diminuindo do reino para a espécie; no
entanto, as suas semelhanças vão sendo cada vez maiores. A espécie é, por isso, o único agrupamento
natural, sendo a base da classificação.

Nomenclatura - regras básicas

A existência de regras de nomenclatura a nível mundial, tal como a atribuição de um nome científico,
permite que em qualquer parte do mundo se identifique facilmente não só o ser vivo, mas também a
grupo taxonómico a que este pertence, e, deste modo, um conjunto de características.
Lineu foi responsável pela citação do sistema que ainda hoje se usa e que obedece a um conjunto de
regras de nomenclatura, nomeadamente:

• O nome da espécie escreve-se com duas palavras latinas, sendo a primeira um substantivo escrito
com inicial maiúscula, e corresponde ao nome do género a que a espécie pertence; a segunda
palavra escrita com inicial minúscula, designa-se por epíteto ou restritivo específico.
(nomenclatura binomial)
• O nome dos grupos superiores à espécie consta de uma única palavra, um substantivo escrito com
inicial maiúscula (nomenclatura uninominal)
• O nome da subespécie escreve-se colocando à frente do nome da espécie um terceiro termo,
designado por epíteto ou restritivo subespecifico (nomenclatura trinominal)
• Os nomes genéricos, específicos e subespecificos devem ser escritos em itálico e, quando em
manuscritos, devem ser sublinhados.
• O nome do género corresponde à primeira palavra da espécie
• À frente da designação científica pode escrever-se o nome, ou a sua abreviatura, do taxonomista
que, pela primeira vez, atribuiu o nome científico à espécie.

Nomenclatura binominal

Nomenclatura trinominal
Sistema de classificação de Whittaker modificado
Evolução das classificações dos seres vivos em reinos:

Critérios de classificação de Whittaker – 1979

Critério Característica Reino

Nível de Sem núcleo bem organizado (procariontes) Monera
organização celular Com núcleo bem organizado (eucariontes) Plantae, Fungi, Animalia e
Protista
Heterotróficos Ingestão (captam e Animalia e alguns protistas
(utilizam digiram o alimento)
carbono Absorção (captam o Fungi e alguns Monera e
Tipo de nutrição orgânico) alimento já digerido) Protistas
Autotróficos Fotossintéticos (utilizam Plantae e alguns dos Monera e
(utilizam energia luminosa) Protistas
carbono Quimiossintéticos Alguns do Monera
inorgânico) (utilizam energia química)
Produtores (são autotróficos) Plantae e alguns do Monera e
Interação nos Protista
ecossistemas Consumidores ou Macroconsumidores (são Animalia e alguns do Protista
heterotróficos por ingestão)
Decompositores ou Miroconsumidores (são Fungi e alguns do Monera,
heterotróficos por absorção) Protista e Animalia
 Principais características dos reinos:

Monera Protista Fungi Plantae Animalia

Tipo de Procariótica Eucariótica Eucariótica Eucariótica Eucariótica
célula
Nível de Unicelulares Unicelulares Unicelulares Multicelulares Multicelulares
organização coloniais ou coloniais ou Multinucleados
celular solitários solitários Multicelulares
multicelulares
Diferenciação Sem Sem diferenciação Sem diferenciação Progressiva Progressiva
tecidular diferenciação tecidular de tecidos somático diferenciação diferenciação
tecidular Com diferenciação tecidular tecidular
de tecidos
reprodutores
Tipo de Heterotróficos Heterotróficos Heterotróficos Autotróficos Heterotróficos
nutrição (absorção) (absorção e (absorção) (fotossíntese) (ingestão)
Autotróficos ingestão)
(quimiossíntese Autotróficos
e fotossíntese) (fotossíntese)

Interação nos Produtores Produtores Macroconsumidores Produtores Macroconsumidores

ecossistemas Macroconsumi- Macroconsumidores
dores Miroconsumidores

O sistema de classificação de Whittaker em cinco reinos reuniu um grande consenso e ainda hoje é utilizado.
No entanto, evidências bioquímicas (comparação do rRNA e de sequências de DNA de numerosos seres
vivos) apontam para a existência de duas linhas distintas de procariontes, o que determinou a necessidade
de revisão da sua classificação. Surgiu, então, a proposta de divisão dos seres vivos em três domínios, sendo
o Domínio uma categoria taxonómica ainda mais abrangente do que o Reino. Esta proposta considera os
seguintes domínios:

• Bacteria (eubactérias) - inclui os procariontes mais diversificados e com maior distribuição.

• Archaea (arqueobactérias) - inclui os procariontes metanógenos e as que vivem em ambientes
extremos de temperatura (termófilos extremos), salinidade (halófilos extremos) ou pH (acidófilos
extremos).
• Eukarya (eucariontes) - inclui todos os eucariontes.