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Classificação Biológica

Perspetiva histórica

As primeiras classificações conhecidas baseadas nas características apresentadas pelos seres


vivos foram feitas na Grécia antiga, por Aristóteles (animais), e pelo seu discípulo Teofrasto
(plantas).

Sistema de classificação de Lineu

No séc. XVIII, Lineu desenvolveu um sistema de classificação em que os seres vivos eram
divididos em grupos, ou em categorias taxonómicas, dispostos hierarquicamente - do mais
abrangente, o Reino, até ao menos abrangente, a espécie (indivíduos que se cruzam
originando descendência fértil), há uma redução da diversidade nas categorias e um aumento
da semelhança entre os organismos.

Em cada categoria taxonómica (a negrito) são definidos vários grupos - os taxa.

Nota: táxon -

Neste sistema de classificação, quanto maior for o número de categorias taxonómicas


partilhadas entre dois seres vivos, maior é o grau de semelhança e afinidade entre eles.
Regras de nomenclatura, ou seja, conjunto de regras que unificam as designações dos taxa:

- As espécies são designadas por dois nomes (nomenclatura binominal). O primeiro termo é o
nome do género, sendo escrito com inicial maiúscula. O segundo termo, escrito com inicial
minúscula, constitui o epíteto ou restritivo específico, que identifica a espécie dentro do
género (ex.: Nepeta cataria);

- o nome da espécie pode ser complementada pelo nome do autor, ou a sua abreviatura,
podendo ser acompanhado da data da sua primeira identificação:

-O nome científico de um género, ou de uma espécie, deve ser escrito com uma letra diferente
da utilizada no texto envolvente, frequentemente em itálico. No caso de o texto ser
manuscrito, essas designações devem ser sublinhadas.

- os taxa superiores à espécie são designados apenas por uma palavra, escrita com a letra
inicial maiúscula, o que corresponde, neste caso a uma designação uninominal (ex.: Filo
Chordata)

- sempre que se considera que uma espécie está subdividida em subespécies utiliza-se uma
nomenclatura trinominal para as designar, acrescentando, ao nome da espécie, um terceiro
termo denominado restritivo subespecífico (ex.: Canis lupus familiaris)

Sistemas de classificação

 Horizontais (não têm em conta o fator tempo, são fixistas) - fenéticos


 Artificiais- baseado em semelhanças entre os seres vivos, no entanto
indivíduos com poucas características em comum encontram-se no mesmo
grupo)
 Naturais- Têm em conta uma quantidade maior característica
 Verticais (têm em conta o fator tempo, evolucionistas) - filogenéticos

Sistemas de classificação fenéticos

Consideram um número muito elevado de características (morfológicas, fisiológicas,


bioquímicas, entre outras), determinando a percentagem de semelhança entre os grupos,
representada em fenogramas. Não consideram a evolução dos grupos ao longo do tempo –
classificações horizontais.
Sistemas de classificação filogenéticos

Baseados em evidencias que refletem a ancestralidade dos seres vivos, como dado
morfológicos, anatómicos, comparação de sequencias de DNA ou de proteínas.

Organizam as categorias taxonómicas de forma a refletirem a sua evolução a partir da


ancestrais comuns.

A representação das relações evolutivas entre os diferentes grupos é feita com recurso a
cladogramas ou a árvores filogenéticas, construídos com base em:

 características herdadas ou ancestrais que podem ser


obtidas a partir da paleontologia, da analise da morfologia
e da fisiologia, bem como na analise bioquímica, como a
comparação de sequencias de DNA ou de proteínas
(mandíbulas)
 características derivadas, ou seja, características que
surgiram apos a separação do ancestral comum (penas).

Num cladograma, os taxa são apresentados, geralmente, nas extremidades dos ramos que os
constituem. A conexão entre os ramos representa o ancestral comum a partir do qual esses
taxa evoluíram.

Consideram a evolução dos grupos ao longo do tempo – classificações verticais.

Classificações fenéticas Classificações filogenéticas


Vantagens -Integração de grande quantidade de -Tendem a refletir a evolução dos diferentes
dados de muitas fontes grupos e a sua maior ou menor proximidade
- Processamento informático das evolutiva
características dos organismos, tornando - O seu caracter vertical permite compreender
eficiente o tratamento de dados a historia evolutiva de diferentes grupos de
seres vivos ao longo do tempo.
Limitações - Não considera as relações evolutivas ao - As relações de parentesco evolutivo entre os
longo do tempo (classificações grupos são, por vezes difíceis de estabelecer
horizontais) - A inexistência de um registo fóssil
- Não distingue características herdadas de suficientemente detalhado não possibilita a
um ancestral de características derivadas comprovação da existência de ancestrais
que evoluíram numa ou em várias comuns a grupos atuais afastados
linhagens

Sistema de classificação de Whitaker modificado

Divide os seres vivos em cinco reinos de acordo com os seguintes critérios:

• Nível de organização celular e estrutural;

• Tipo de nutrição;

• Interações que os organismos estabelecem nos ecossistemas.


Sistema de classificação em três domínios ( Woese)

A comparação das sequências nucleotídicas de RNA ribossómico, bem como da natureza


química da membrana celular, mostrou que os procariontes não são um grupo homogéneo.
Estes dados levaram à divisão deste grupo em Eubacteria e em Archaebacteria, um grupo que
apresenta maiores semelhanças com os eucariontes do que com o grupo Eubacteria.

Esta diversidade justificou a criação de uma categoria taxonómica superior ao reino, o


domínio, tendo sido proposta a divisão dos seres vivos em três domínios:

• Eukarya – engloba todos os reinos de que fazem parte os seres eucariontes;

• Archaebacteria (atualmente Archaea), do qual fazem parte os procariontes conhecidos como


arqueas (ex.:organismos que vivem em condições extremas de temperatura);

• Eubacteria (atualmente Bacteria), onde se inserem as bactérias.


Minerais, materiais constituintes das rochas

Características dos minerais

• São corpos sólidos.

• Têm estrutura cristalina.

• São materiais naturais- sem intervenção humana.

• Têm origem inorgânica (não há substancias orgânicas: lípidos, proteinas,…)

• Possuem composição química definida.

Propriedades dos minerais

– Cor - Resulta da interação do mineral com a luz (reflexão da cor)

Quanto à constância da cor, os minerais podem ser classificados em:

• Alocromáticos, quando têm cor variável (ex.: quartzo)

• Idiocromáticos, quando apresentam cor constante, em qualquer amostra (ex.: pirite)

– Risca ou traço- Cor do mineral quando reduzido a pó.

Geralmente, para determinar esta propriedade, risca-se a superfície de um mineral


numa placa de porcelana não vidrada.

A risca é constante, mesmo em minerais alocromáticos.

Pirite - Cor: amarelo-latão - Traço: negro

- Clivagem

É a propriedade segundo a qual um mineral tem tendência para quebrar (clivar) ao


longo de planos paralelos entre si.

Depende do tipo de forças que existem entre os elementos químicos em diferentes


planos da rede cristalina do mineral (ligações fracas ou fortes).

Perfeita: Calcite(forma superfícies lisas e perfeitas) Indistinta/Pobre: magnetite

Distinta/ boa: barite


Fratura – os minerais que não apresentam clivagem fragmentam-se em formas que
não se assemelham umas às outras ou ao cristal original (ex.: quartzo)

– Dureza - Grau de facilidade com que um mineral se deixa riscar por outros minerais
ou materiais.

A dureza relativa corresponde à resistência que um mineral oferece ao ser riscado por
outros minerais ou por alguns objetos.

É condicionada pela estrutura e pelo tipo de ligações entre as partículas

Para a medição da dureza, utiliza-se frequentemente a escala de Mohs, na qual vários


minerais estão organizados por ordem crescente de dureza.

- Cada termo na escala de Mohs risca o anterior mas não é riscado por ele

- Se 2 minerais se riscam um ao outro, ou não se riscam mutuamente têm a mesma


dureza

- Se o mineral risca determinado termo, mas não é riscado por ele e é riscado pelo
termos imediatamente superior , não o riscando, a dureza do mineral fica
compreendida entre 2 termos

- Densidade (razão entre a massa e o volume do mineral)

- Brilho (metálico, submetálico, não-metálico)

Propriedades químicas

- Efervescência com ácido (minerais carbonatados – calcite)

- Sabor ( Halite - sal )

-Cheiro (Minerais de argila)

-Magnetismo (Íman – magnetite)


Isomorfismo

Na estrutura cristalina dos minerais, alguns iões podem ser substituídos por outros
com raio iónico semelhante.

A composição química do mineral modifica-se, embora a estrutura cristalina se


mantenha idêntica.

Minerais com diferente composição química e a mesma estrutura cristalina designam-


se por minerais isomorfos.

As olivinas possuem diferente composição química e a mesma estrutura cristalina.

Polimorfismo

Minerais com a mesma composição química e redes cristalinas diferentes designam-se


por minerais polimorfos.

Por exemplo, a grafite e o diamante, apesar de constituídos por carbono, têm origem e
características muito distintas.

Utilidade dos minerais

Os minerais são utilizados como fonte de matérias-primas, tendo sido essenciais ao


longo da História da Humanidade.

Atualmente, é raro o material ou a substância de produção humana que não resulte,


direta ou indiretamente, da extração de minerais.
Génese e classificação das rochas sedimentares

Rochas sedimentares – Origem

Resultam da deposição de materiais provenientes de rochas preexistentes, da


precipitação química de substâncias dissolvidas nas águas ou da transformação de
restos de seres vivos.

Formação

Meteorização

Corresponde à modificação física e química das rochas, quando à superfície ou perto


dela. Pode ser:

• Física – sempre que ocorre fraturação das rochas, formando diáclases;

• Química – sempre que ocorre mudança na composição química das rochas / ocorrem
reações químicas entre os minerais e os factores de meteorização

Meteorização física

Vários processos contribuem para a fragmentação das rochas:

- Ação dos sais minerais ou haloclastia: a água rica em sais nas fraturas, os sais podem
precititar e iniciar o crescimento o que origina uma força expansiva que degrada a
rocha

- Variação da temperatura ou termoclastia: as variações de volume causadas pela


variação de temperatura (exposta ao sol, aquece e expande mais do que o seu interior)
fracturam rochas

- Ação do gelo ou crioclastia: a água que penetra no estado liquido, ao congelar


aumenta de volume e aumenta as fissuras
- Atividade dos seres vivos: as raízes das árvores que fazem fraturas no solo;
construção de tocas (bivaldes, coelhos, formigas)

- Alívio de pressão: a redução de pressão sobre uma massa rochosa pode causar a sua
expansão e posterior fragmentação – formação de diáclases (fraturas provocadas por
forças tectónicas ou alivio de pressão)

Disjunção esferoidal:

Meteorização química

Vários processos contribuem para a alteração química das rochas:

- Dissolução

Modelado cársico

O modelado cársico é característico de regiões calcárias sujeitas a meteorização


química, da qual resultam formas muito características.

Oxidação

Hidrólise

Hidratação
Erosão

A erosão corresponde ao processo de remoção de fragmentos e de solutos da rocha


originária, causado por agentes como a água e o vento.

Tipos de erosão:

 Caos de blocos
 Chaminés de fada
 Pedúnculos

Transporte

Corresponde ao deslocamento dos materiais resultantes da erosão.

A água, o gelo, o vento e gravidade são os principais agentes de transporte.

O transporte pode ser: em solução, em suspensão (insolúveis mas pequenos), em


saltação ou rolamento

Ao longo do transporte, os detritos sofrem arredondamento e granotriagem (selecção


dos detritos em função do seu peso e tamanho; calibragem: tamanho do detrito, um
sedimento é bem calibrado quando os
detritos tem aproximadamente o
mesmo tamanho).

Porosidade: n.º de poros

Menor diâmetro - maior n.º de poros

Mais poros – menos permeabilidade

Mais permeabilidade – menos poros

Amontante: antes

Ajuzante: depois

Sedimentação

A sedimentação ocorre sempre que o agente de transporte perde energia.

As partículas depositam em bacias de sedimentação, zonas baixas, planas e tranquilas,


passando a constituir os sedimentos.

A deposição de sedimentos origina estratos.


Estes consistem em camadas, de espessura variável, com características litológicas
distintas.

Os estratos são, geralmente, delimitados por superfícies planares designadas por


superfícies de estratificação.

A superfície de estratificação superior corresponde ao teto do estrato e a inferior


corresponde ao muro.

Estratificação entrecruzada ou oblíqua:

Diagénese

Os sedimentos da base da sequência estratigráfica são sujeitos a um aumento da


pressão e da temperatura.

A intensificação da ação daqueles agentes possibilita a diagénese do depósito


sedimentar.

A diagénese é constituída por processos como a compactação e a cimentação.

Compactação: devido à pressão das camadas subjacentes os sedimentos vão-se juntar


o que vai provocar a diminuição da porosidade, diminuição do volume e aumento da
densidade.

Desidratação: quando os sedimentos são compactados, os seus poros perdem ar e


água (por evaporação)

Cimentação: os espaços vazios entre os detritos podem ser preenchidos por materiais
de neoformação, resultantes da precipitação de substâncias dissolvida em água. Estes
materiais constituem o cimento que liga os detritos.

Classificação das rochas sedimentares

As rochas sedimentares podem ser de origem:

 Detrítica
 Quimiogénica
 Biogénica

Rochas sedimentares detríticas

Constituídas por sedimentos de origem detrítica. Resultantes da meteorização e erosão de


rochas preexistentes.
As rochas sedimentares detríticas são classificadas de acordo com o tamanho dos clastos ou
detritos constituintes.

Rochas sedimentares quimiogénicas

Resultam de materiais que resultam da precipitação de substâncias em solução.

Constituem o grupos das rochas carbonatadas e o dos evaporitos.

- Rochas carbonatadas

As rochas carbonatadas resultam da precipitação de vários iões com o ião bicarbonato (HCO3),
em meio aquoso, como resultado de variações no pH e na temperatura da água.

– Evaporitos

Os evaporitos resultam da precipitação de sais minerais em:

• ambientes aquáticos de água salgada ou salobra;

• áreas quentes e áridas de intensa evaporação.


Rochas sedimentares biogénicas

Resultam, direta ou indiretamente, da atividade dos seres vivos.

São exemplo, os calcários biogénicos e os carvões.

Alguns dos calcários biogénicos são designados por calcários conquíferos.

Evolução dos carvões:

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