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3.

2 Conhecendo Antônio Almeida: a capital do calcário piauiense

Figura 1: Localização da cidade de Antônio Almeida-PI

Fonte: Site oficial


da prefeitura de
Antônio Almeida-
PI, 2023

Município
localizado no
estado do Piauí há
aproximadamente
400 km da capital
Teresina, localiza-se a uma latitude 07º13º09º sul e uma longitude 44º11º51º
oeste, estando a uma altitude de 240 metros.

Elevado à categoria de município e distrito com a denominação de


Antônio Almeida, pela lei estadual nº 2514, de 02-12-1963, desmembrado do
município de Guadalupe, instalado em 21/03/1964.
A cidade tem uma característica peculiar, o relevo da mesma é
acidentado e a cidade é localizada no meio de um vão, cercada de
depressões qualquer parte é possível ver morros e serras na mesma. No
passado Antônio Almeida se chamava Vão do Urucu por causa do relevo e
por que tinha o urucu (planta usada para fazer coloral), conta ainda com sitos
arqueológicos com pinturas rupestres, conta ainda com três banhos de
cachoeira no período chuvoso e piscinas naturais e o festejo de nossa
senhora Sant’Ana no período de 17 a 26 de julho.
O município conta com 3.039 habitantes sendo que a população rural
815 habitantes e urbano 2.224 (IBGE, 2010).
Escolas para atender um público que vai do Ensino Fundamental ao
Ensino Médio, onde as mesmas possuem uma boa estrutura física e
educacional para atender as necessidades dos estudantes.
A cidade é banhada pelo rio Parnaíba, sendo a única cidade que não é
cortada pelo rio, ou seja, sua sede não é banhada pelo Rio Parnaíba, que fica
mais de 20 km da sede.
A principal fonte de renda advém da mineração do calcário dolomitíco
mineral utilizado para corrigir a acidez dos solos da região sudoeste piauiense
e uma parte para o sul do maranhão.

4 HISTÓRICO DA MINERAÇÃO NO BRASIL

O Brasil é um país privilegiado em recursos naturais e desde muito


tempo e uma das atividades desenvolvidas é a mineração, a procura e
descoberta de jazidas, bem como a produção de minerais, sempre foram
ligadas à história e ao desenvolvimento do Brasil, desde seus primórdios,
quando ele ainda era colônia, por parte dos europeus quando aqui chegaram,
e logo viram que era uma terra inexplorada surgiu a oportunidade de lucrar
bastante com os recursos naturais (IBRAM,2003)
A mineração, marcada pela extração de ouro e diamantes nas regiões
de Goiás, Mato Grosso e principalmente Minas Gerais, atingiu o apogeu entre
os anos de 1750 e 1770, justamente no período em que a Inglaterra se
industrializava e se consolidava como uma potência hegemônica, exercendo
uma influência econômica cada vez maior sobre Portugal.
Desde muito tempo, a extração mineral é uma atividade importante
para o desenvolvimento social e econômico. Ela é a base da formação da
cadeia produtiva, do processo de transformação de minérios até os produtos
industrializados e na medida em que as cidades crescem, criam-se demandas
por uma infraestrutura e serviços.
A história da mineração brasileira mostra vários fatos marcantes, com
destaque para mudanças na regulação e planejamento do setor e alterações
nas instituições de governo, sempre repercutindo o momento econômico do
País, com impactos significativos no desenvolvimento das atividades do setor
mineral, (Ministério de Minas e Energia, 2014)
O interesse do governo pela mineração também se refletiu na esfera
administrativa. No processo de reestruturação do Ministério da Agricultura,
Indústria e Comércio, foi criada a Diretoria Geral da Produção Mineral. Quase
um ano depois, em março de 1934, criou-se o Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM), encarregado do estudo de todos os assuntos
relativos à produção mineral do país e o ensino técnico correspondente, bem
como os que se referiam ao conhecimento da geologia do território nacional e
ao aproveitamento de águas para fins de produção de energia ou de irrigação.
1942 Criada a Companhia Vale do Rio Doce – CVRD, que No
momento em que o presidente Getúlio Vargas empunhou a caneta para
assinar o Decreto-Lei n o 4.352, 1 que criava a Companhia Vale do Rio Doce,
em 1 o de junho de 1942, a Vale – ao lado da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), criada um ano antes – era mais que uma peça no tabuleiro
das relações internacionais.
No artigo 4 o do Estatuto de Criação da Companhia Vale do Rio Doce
(anexo ao Decreto-Lei n o 4.352, de 1 o de junho de 1942) estava escrito: “O
prazo de duração da Companhia será de 50 (cinquenta) anos e seu principal
minério produzido para a exportação foi o ferro, sendo a maior empresa
mineração do país e durou mais anos que o previsto (MME,2014)
O primeiro bloco de pedra foi retirado pela Vale em 24 de outubro de
1944. Era o marco inicial de um projeto que iria além da mina em si e
começaria a traçar a própria história da mineração no Brasil.
A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em 7 de maio de 1997,
por meio de leilão realizada na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, com a
alienação de 41,73% das ações ordinárias do Governo Federal pelo preço de
R$ 3,338 bilhões. Sagrou-se vencedor do leilão o Consórcio Brasil, se
transformando sé em VALE.
 Um confronto entre 600 policiais militares e cerca de cinco mil
manifestantes transformou as proximidades da praça XV, onde fica a sede da
Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) e local da privatização, num
autêntico campo de guerra. O confronto terminou com 33 pessoas feridas e a
privatização da Vale.
A concessão de lavra só seria dada após parecer favorável do DNPM e
a partir da publicação do próprio decreto de concessão. O início da lavra
deveria ocorrer dentro do prazo máximo de um ano, salvo em circunstâncias
de impedimento justificado e aceito pelo governo.
A fiscalização dos trabalhos de pesquisa e lavra de jazidas seria
igualmente realizada pelo DNPM, que deveria receber relatórios anuais de
lavra. As empresas de mineração organizadas sob o regime do Código de
Minas ficariam isentas de impostos de importação para máquinas e
ferramentas que não existissem no país e pagariam tarifas mínimas nas
estradas de ferro, nas companhias de navegação e nos serviços de cais e
baldeação nos portos.
Para usufruir desses favores, as empresas eram obrigadas a admitir no
seu serviço um mínimo de dois terços de engenheiros e três quartos de
operários. Isso não durou muito. Logo depois, o contrato foi revisto e a
caducidade foi suspensa.
Em 1967 Descoberto minério de ferro na Serra dos Carajás. O Decreto-
Lei nº 227, de 28 de fevereiro, denominado de Código da Mineração, regula
os direitos sobre as massas individualizadas de substâncias minerais ou
fósseis, encontradas na superfície ou no interior da terra formando os
recursos minerais do País; o regime de seu aproveitamento; e a fiscalização
pelo Governo Federal, da pesquisa, da lavra e de outros aspectos da indústria
mineral (Dá nova redação ao Decreto-lei nº 1.985, de 29 de janeiro de 1940,
Código de Minas). O monopólio sobre a pesquisa e a lavra de petróleo passa
a ser exigência constitucional
As reservas de ferro no Brasil situam o país em quinto lugar em relação
às reservas mundiais. Entretanto, considerando-se o teor de ferro encontrado
no minério, ou seja, sua qualidade, o Brasil assume posição de destaque,
especialmente com o minério encontrado na Serra dos Carajás, no Pará
(DNPM,2008).
Em 1990 Reforma administrativa extingue o Ministério das Minas e
Energia e suas atividades são incluídas no recém-criado Ministério da
Infraestrutura. A Lei nº 8.001, de 13 de março, define os percentuais da
distribuição da compensação financeira de que trata a Lei nº 7.990, de 28 de
dezembro de 1989.
Em 1992 A Medida Provisória nº 302 extingui o Ministério da Infraestrutura e
recria o Ministério de Minas e Energia – MME. O DNPM é incorporado à
estrutura do MME e instituído como autarquia por meio do decreto n° 1.324.
Em 2013 Enviado ao Congresso Nacional Projeto de Lei que dispõe sobre a
atividade de mineração, a participação no resultado da exploração de
recursos minerais assegurada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, nos termos do art. 20, § 1º, da Constituição Federal, cria o
Conselho Nacional de Política Mineral – CNPM e a Agência Nacional de
Mineração – ANM.
“A mineração provê a humanidade de um elevado número de matérias
primas e insumos, imprescindíveis à manutenção da vida, ao conforto e ao
progresso das civilizações” (TANNO; SINTONI, 2003).
Atualmente o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de
vários minérios, com destaque para o nióbio e minério de ferro a mineração
no Brasil é capaz de oferecer produtos que são amplamente utilizados em
indústrias bem diversificadas, tais como, fertilizantes, siderúrgicas e,
principalmente as petroquímicas.
O Brasil, detentor de território com extensão continental e de notável
diversidade geológica propícia à existência de jazidas de vários minerais,
algumas de classe mundial, conquistou posição de destaque no cenário
global, tanto em reservas quanto em produção mineral, tendo atingido no ano
de 2014 o valor de US$ 40 bilhões, o que representou cerca de 5% do PIB
Industrial do país. No Comércio Exterior, a indústria extrativa mineral
contribuiu com mais de US$ 34 bilhões em exportações de minérios, sendo
somente o minério de ferro responsável por US$ 25,8 bilhões deste valor
(IBRAM,2014).
Os recursos minerais são expressivos e abrangem uma produção de
72 substâncias minerais, das quais 23 são metálicas, 45 não metálicas e 4
energéticas. São 1.820 lavras garimpeiras; 830 complexos de água mineral; e
13.250 licenciamentos (DNPM,2015).
O Brasil é um player global importante do setor, tanto que sua
produção mineral é uma das maiores do mundo. A mineração é um dos
pilares da sustentação econômica do Brasil.

5. SURGIMENTO DA MINERAÇÃO EM ANTÔNIO ALMEIDA-PI

O ciclo forte do calcário no município de Antônio Almeida-PI se


acentuou nos anos 2000 e 2001, com a implantação da Mineradora Ouro
Branco Mineração Graúna ltda, Mineração Ouro Branco ldta, Mineração de
Calcário Antônio Almeida ltda.
No início da atividade mineradora o transporte do produto era feito por
dentro do município ou seja os caminhões adentravam o município, o que
gerava muitos conflitos com os moradores por causa de problemas como:
barulho, ruído, infraestrutura preocupação da população por conta dos carros
serem de grande porte e podiam causar acidentes. Porém em 2010 esse
problema foi solucionado o Governo do estado fez um desvio para por fora da
cidade com pavimentação asfáltica dando acesso direto na PI- 240, para o
escoamento da produção (Figura ).

Figura 2: Desvio da PI 240 cidade Antônio Almeida-PI.

Fonte: SANTOS, 2016.

5.1 Características das empresas

Mineração Graúna
Endereço: Mineração Graúna ltda-PI-240, Km 9 S/N- Antônio Almeida-
PI, a empresa possui 30 funcionários diretamente, produz cerca de 100.000
(mil) toneladas de calcário anualmente e supera as expectativas da mesma,
mas nos últimos ouve um decréscimo da produção por fatores como a falta de
chuva e crise que está se instalada no país.

Figura 3: Estrada que dá acesso a mineradora Graúna.

Fonte: SANTOS, 2016


Foi instalada no município em 01 de agosto de 1991 a empresa chegou
ao município através de informações que o proprietário obteve na cidade de
São Paulo já começaram produzindo calcário, depois partiram pra outros
ramos de atividade na agricultura no período de implantação foi feito testes do
mineral(calcário dolomitico) para comprovar a eficácia do mesmo e é feito
semanalmente testes em laboratório para medir o PRNT(Poder Relativo de
Neutralização Total), ou seja, o calcário deve ter características que lhe
confiram qualidade.
A neutralização da acidez do solo requer um corretivo que neutralize a
acidez do solo, no menor espaço de tempo, e que apresente um efeito
residual durante dois a três anos e tem que está acima de 60% no caso do
mineral produzido em Antonio Almeida o PRNT chega a 80%.

É feito replantio na área onde foi explorada a rocha empresa plantam as novas plantas
e espera crescer novamente para explorar novamente é feito uma espécie de reversa
mento, já foi plantado plantas a 10 anos atrás, estima-se que as reservas de calcário
dolomítico da mineração da forma que está sendo explorada seja de 30 anos.
(Entrevistado 1, 2016).

Figura 4: Área de reflorestamento da mineradora Graúna

Fonte: SANTOS, 2016.


A empresa conta com uma estrutura organizacional para atender todos
os trabalhadores conta com (alojamento, plano de saúde, acompanhamento
de RH, técnico em segurança do trabalho, cursos básicos de segurança,
primeiros socorros e etc.), como mostra afigura abaixo

Figura 5: Homens trabalhando com EPI(Equipamento de Proteção


Individual), mineradora Graúna

Fonte: SANTOS, 2016.

5.2 Mineradora de calcário Antônio Almeida-ltda MINACAL


Endereço- Gleba Vão do Urucu- Zona Rural S/N, Antonio Almeida-PI,
foi criada em 1983 foi criada e possui 48 funcionários diretamente, produz
cerca de 200.000(mil) toneladas por ano, a empresa começou a produzir o
calcário para corrigir o solo na propriedade do fundador Oscar Medeiros, pois
havia necessidade, com o passar dos tempos os outros produtores foram
tendo a mesma necessidade para também usar nas suas fazendas e assim
foi criada a empresa de calcário dolomitico.

Figura 6: Acesso a empresa de mineração Antônio Almeida-Minacal

Fonte: SANTOS, 2016.

É feito constantemente testes do mineral pra comprovar a eficácia do mesmo


confirmando o PRNT(Poder Relativo de Neutralização Total), adequado para o
principal uso do mineral que é corretivo.
“ Realizamos estudos para a conservação do Meio Ambiente que uma das
exigências da SAMAR(Secretária de Meio Ambiente) que só libera a licença
ambiental para o funcionamento se estiver cumprido todas as exigências ambientais”
(Entrevistado 2,2016)

Ainda não se tem um prazo determinado pela empresa de quando se


esgotarão as reservas, mais a estimativa é em torno de 25 a 30 anos. Possui
uma estrutura organizacional adequada para atender todos os trabalhadores
com sede administrativa com sede no município e em São Paulo que fica a
matriz da empresa,

“Nos últimos três anos a empresa não vem atendendo as expectativas por causa da
seca na região e, os produtores vem consumido bem menos calcário, mais a
expectativa para os próximos anos esperamos cumprir por causa de novos
fenômenos que virão”.
(Entrevistado 2, 2016)

No que se trata de escoamento da produção do minério a mineradora


em sua distribuição atinge um raio de 300 km e distribui no sul do maranhão,
na região de Uruçuí, Baixa Grande do Ribeiro, Bom Jesus. Quando se
esgotarem as reservas a empresa pretende pesquisar novas áreas para evitar
parar os trabalhos.

Figura 7: Usina de beneficiamento na empresa Minacal

Fonte: SANTOS,2016.

Mineradora Ouro Branco- ltda

Endereço-Calcário dos Cerrados, Fazenda Tigre, Zona Rural S/N


Antonio Almeida-PI, tem 60 funcionários diretamente, produz cerca de
200.000 (mil) toneladas anualmente.
Os proprietários foram para Antonio Almeida por volta de 2004,
procurando terra para plantar soja, quando chegaram no município logo
perceberam que havia uma necessidade dos produtores de usar o calcário
para corrigir o solo, como já existia muitas pesquisas resolveram viabilizar a
implantação da empresa de para a produção do calcário agrícola para
beneficiar os outros produtores.
“ A gente tem estudo de impacto ambiental, tem as devidas adequações
da SEMA( Secretária de Meio Ambiente), cumpre as exigências junto
com as particularidades que o IBAMA( Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), e temos uma parte de
reflorestamento depois que a área deixa de ser utilizada por que acabou
o calcário ou ficou inviável para fazer a retirada desse material estéreo a
gente faz uma adequação e tenta devolver ela para a natureza”
(Entrevistado 3,2016)

É feito diariamente o controle tecnológico primeiro a empresa faz da


pedra que foi encontrada no nível esperado, e passa por um rigoroso sistema
de pesquisa para ver PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total).E depois
de produzida e feito ainda uma checagem para ver de bateu o resultado com
o esperado só então vender o mineral para o produtor de soja.
Quanto ao prazo para terminar as reservas no ritmo que é produzido
na empresa é de 15 a 20 anos, a empresa possui toda uma estrutura para
atender os trabalhadores com: (alojamento, refeição, EPIS (Equipamento de
Proteção Individual, acompanhamento técnico e etc.)
Figura 8: Pedreira na mineradora Ouro Branco (mostrando uma parte da rocha
calcária)

Fonte: SANTOS 2016.

O calcário produzido na empresa é destinado para a produção de soja no Piauí


e Maranhão.

“Quando se esgotarem as reservas á empresa pretende: procurar na região


outros meios de produção como por exemplo produzir brita para a construção
civil, ou conseguir áreas fora do estado e continuar a produzir o calcário”
(Entrevistado 3,2016)
5.3 Métodos de lavra

As minerações a céu aberto fora do Brasil, notadamente nos Estados


Unidos, Canadá, África do Sul e Austrália, tiveram um desenvolvimento, de
modo geral, mais harmônico por terem tido muitas delas uma decisão
arrojada, desde sua implantação, de utilizar equipamentos mais adequados
em menor número e de maior porte (Germani, 2002.apud).
O método de lavra empregado no município é a céu aberto e a
extração se dar através da perfuração de buracos profundos nas rochas com
uma perfuratriz pneumática ou de compressores, onde são colocados
explosivos a fim de fragmentar a rocha em pedaços com dimensões menores
que a entrada do britador primário. Logo em seguida ocorre a fragmentação
secundária, que consiste em diminuir o tamanho das pedras, através de um
rompedor mecânico acoplado a uma escavadeira, para que se possa fazer
uma melhor seleção das pedras para logo em seguida ser levado para a usina
de beneficiamento, de acordo com a figura abaixo.

Figura 9 : Pedreira na Mineradora de Calcário Antonio Almeida- Minacal

Fonte: Extraído do site notícias de Uruçuí.


6. A IMPORTÂNCIA DA MINERAÇÃO DO CALCÁRIO DOLOMITÍCO PARA
A ECONOMIA DE ANTÔNIO ALMEIDA-PI

No que se refere aos aspectos socioeconômicos, a maior ou menor


aceitação da atividade mineralógica é parcialmente condicionada pela
situação econômica da região, pelo perfil das comunidades no entorno e pelo
grau de dependência delas em relação a mineração. Destacam-se nesse
quesito a criação de empregos, em especial para os moradores locais e em
menor grau a circulação de riquezas, o incremento do comercio e serviços e o
fortalecimento do setor publico mediante a arrecadação de impostos entre
outros fatores(VIANA,2012).
Mesmo vigorando como o Estado mais pobre do Brasil, o Piauí
surpreendeu com a liberação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB)
referente ao ano de 2011. Duas cidades, Uruçuí e Antônio Almeida, possui
PIB per capita superior à média nacional. Na prática, isso quer dizer que a
média de riqueza por cada habitante das cidades piauienses chega a ser
superior do que o mesmo índice para cada brasileiro. Uruçuí registrou per
capita de R$ 29.552,15; Antônio Almeida ficou R$ 21.409,89; e a média
nacional é R$ 21.252(CEPRO, 2014).

Tabela 1: Os 10 municípios com o maior PIB per capita do Piauí


A soja e o milho foram as principais fontes de riqueza de 7 dos 10
municípios com maiores PIBs per capita - Uruçuí, Baixa Grande do Ribeiro,
Ribeiro Gonçalves, Antônio Almeida, Sebastião Leal, Santa Filomena e Bom
Jesus - todas na região dos Cerrados(CEPRO,2014)
Segundo Oliveira e Souza Lima (2003, p. 40), o desenvolvimento se
constitui em um processo complexo e dinâmico de mudanças e
transformações “de ordem econômica, política e, principalmente, humana e
social”, na qual o incremento da produção deve reverter em satisfação das
diversas necessidades da comunidade, em termos de “saúde, educação,
habitação, transporte, alimentação, lazer, dentre outras”.
No caso de Antônio Almeida é fundamental, nesse sentido, pôr em
evidência a relação entre a atividade extrativa mineral e a trajetória recente da
economia do município de modo a compreender, o valor dos minerais
produzidos no município.

A indústria da mineração trouxe para o município e para a região várias


melhorias, como por exemplo: fortalecimento da economia com o incremento
da produção agrícola dos cerrados, gerando vários postos de trabalho para
nossa gente, bem como agregando valores na produção do agronegócio e
consequentemente deixando alguns impostos para os governos municipais,
estadual e federal

Ao longo de décadas a extração mineral (de Antônio Almeida), tem se


firmado como atividade que, além de gerar empregos e ser fonte de renda para
pequenos proprietários rurais, sobretudo na localidade onde não havia
desenvolvimento e era considerado uma das mais pobres do estado a principal
renda é obtida pela retirada do calcário, mineral utilizado para a correção do
solo. Por possui cálcio e magnésio em sua composição ajuda a diminuir a
acidez da terra.
6.1 Fatores de desenvolvimento

Falar de desenvolvimento, atualmente, implica aceitar variáveis e


indicadores antes desprezados, agora é importante também avaliar os níveis
de educação, saúde, as liberdades sociais, políticas, os níveis de
desemprego, em outras palavras, os níveis de bem estar oferecidos à
população como um todo e de forma sustentada, sendo isso considerado
qualidade de crescimento.
De acordo com Rafaela Ribeiro e Friedhil de Manolescu (2008), o
conceito de desenvolvimento econômico.

[...] é o que mais aproxima a economia das demais ciências


sociais. Sua principal característica não é restrita ao
crescimento da produção em uma região, na realidade esta
trata principalmente de aspectos relacionados com a qualidade
do crescimento econômico. (RIBEIRO; MANOLESCU, 2008, p.
1).

Para que o desenvolvimento signifique qualidade de vida às pessoas é


primordial que haja crescimento de produto e consequentemente da renda per
capita, resultando na diminuição as desigualdades e favorecendo o acesso
das pessoas aos bens e serviços, e melhorias em seu bem estar.

Segundo Thomas (2000) A qualidade do crescimento é mais


importante do que somente o crescimento em si, como se mostra na figura
abaixo

Figura 11: Praça Central Agostinho Varão


Fonte: SANTOS 2016

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