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Teoria do Direito
e Direito Penal
Roberto Lyra Filho
Escritor e professor universitário (UnB)
Sob outro ângulo, cum pre lem brar que há todo um sabor
clássico nessas elucubrações, pois a ênfase pu n itiva m ais uma
vez contrasta com a índole e a te le o lo g ia tu te la re s de m uitos
in s titu to s penais, se não com todo o seu predom inante ende
reço contem porâneo, desde a Scuola Positiva à Défense Sociale
Nouvelle. (4> O sistem a de m edidas de segurança, por exem plo,
cria dificu lda d es irisuperáveis para um enquadram ento como
sanções p u n itiv a s ", em que pese a dim inuição de um ou m ais
bens jurídico s. Resolver a questão, apelando para o a rtifíc io de
designa-las como form as do poder coativo do Estado não pa
rece resolver sa tisfa to ria m e n te a questão. Vejam -se, por exem
plo, as interdições, que aparecem no campo do D ire ito Penal,
como no do A d m in is tra tiv o e até do C iv il: a adotar-se o esque
ma, como elem ento de lógica ju ríd ica , chegaríam os à conclusão
de que ha sanções c rim in a is " de D ire ito A d m in is tra tiv o e até
. re '* ° C iv il. . . Há “ sanções p u n itiv a s " c iv is aplicáveis ju-
risd icio n a lm e n te (basta lem brar o art. 395 do Código C iv il, por
exem plo).
Foi todo esse itin e rá rio que levou o autor destas linhas a
esboçar uma construção, partindo dos conceitos de Homem,
Ética e D ire ito , para chegar à desobstrução dos cam inhos de
um co nce ito de crim e , a que a Teoria Geral do D ire ito , em sen
tid o clássico , não poderia tra ze r elucidação. Daí todo o sentido
de uma C rim in o lo g ia D ia lética , (5) em que o m estre de Bolonha,
Prof. LUIGI BAGOLINI quis ver, generosam ente, uma “ c o n trib u i
ção pessoal, o rig in a l" e em que o Prof. DENIS SZABO, d ire to r
do C entro Internacion al de C rim in o lo g ia Comparada, com igual
m unificência , reconheceu um adm inículo b ra s ile iro a debate de
porte internacion al.