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História das Mulheres, com a doutora Maria Antónia Lopes

História das Mulheres

A idade média do casamento dos homens e mulheres era elevada e obrigava os casais a
esperar uma herança do pai ou da mãe. Sabendo a idade média das mulheres no primeiro filho
eram muito baixas. A idade da mãe quando tinha o último filho dependia da idade de quando
chegam à menopausa. Não havia formas de impedir a natalidade, tirando a abstinência e o coito
interrompido. Numa determinada época, as mulheres têm os filhos até aos 40 anos e passado
cem anos, mulheres que estão também casadas e têm os primeiros filhos e depois têm um aos 35
e não temos mais. A contraceção começou nos grupos sociais mais elevados e foi muito
gradualmente que se foi passando a ser investimento comum nas classes baixas. Em Portugal
isto só aconteceu no século XX. O primeiro país onde a contraceção atingiu largas massas da
população foi em França.
Segundo a legislação portuguesa, se tivessem filhos antes do casamento, os filhos desse
casal passavam a ser legitimados com o casamento. Normalmente, nos campos, tinham uma
taxa de ilegitimidade muito baixo, sendo que nos centros urbanísticos eram mais altas. As taxas
de celibato feminino eram muito altas no noroeste da Península Ibérica. (ver apontamentos de História
Moderna de Portugal) As mulheres casavam em média já com 20 anos e pouco, tinham uma relação
média conjugal muito curta, havia o segundo casamento e as núpcias eram muito importantes
para o sexo masculino.
A vida normal das mulheres na época moderna não era ter 10 filhos, era ter 5 ou 6, nada
mais. Os ritmos sazonais das conceções não eram uniformes ao longo do ano, há fatores que
influenciam os ritmos sazonais. Há mais nascimentos nos primeiros meses dos anos, ou seja,
Janeiro, Fevereiro e Março. O casamento não é um ato biológico, é um ato cultural. A igreja não
permitia casamentos durante os dias de celebração como o advento e a páscoa, só permitia os
casamentos urgentes, mas não fazia a cerimónia completa. As pessoas não casavam nas sextas-
feiras por causa das superstições e, nesta época, ninguém podia comer carne neste dia de
semana.

As práticas matrimoniais e outros comportamentos reduzem a dimensão das famílias:


I. Idade tardia de acesso ao casamento;
II. Certas zonas com celibato definitivo elevado;
III. Mortalidade na vida adulta, reduzindo a duração das uniões conjugais;
IV. Emigração de um dos cônjuges;
V. Menopausa precoce;
VI. Mortalidade infantil e infantojuvenil;
VII. Abortos espontâneos;
VIII. Aleitamentos prolongados e fomes: duração de intervalos intergenésico;
IX. Abandono de crianças;
X. Crianças de ambos os sexos saem de casa para o ingresso no mundo do trabalho;

No início do século XVIII até ao século XX, a prática de


abandonar crianças tem uma grande proporção em Portugal.

Os católicos eram obrigados a confessar-se e a comungar, pelo menos, uma vez por ano. Por
essa mesma razão existiam listas para poder apontar aqueles que o faziam – ró de confessados.

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