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CASA BERTHA LUTZ

CENTRO DE ACOLHIMENTO
AS MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II


DAIENE CRISTINA PIRES CARNEIRO
BERTHA LUTZ. FONTE: GAZETA ARCADA.
CASA BERTHA LUTZ

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Campus Poços de Caldas

Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação II


Aluna: Daiene Cristina Pires Carneiro


Orientadora: M.a. Rosana Soares Bertocco Parisi


Coorientador: Daniel Mattoso Argoud

Poços de Caldas, 2021


MULHERES EM PASSEATA NO ANO DE 1968, RIO DE JANEIRO.

FONTE: JORNAL OGLOBO.


dedicatória

Dedico esse trabalho a todas as mulheres que

lutam e acreditam em um futuro de igualdade,

respeito e justiça.
MULHERES EM PASSEATA.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE


introdução

Fruto de um fenômeno histórico e cultural, a O medo e a dependência econômica, é necessário um trabalho em conjunto de todos

violência contra a mulher tem se arrastado ao decorrentes da ausência de realizações pessoais, os serviços, como DEAM, CREAS, Juizado

longo dos anos mesmo com alguns avanços no impõe o silêncio às mulheres. Ou por várias vezes, Especializado, Defensoria Pública, psicólogos e

âmbito legislativo. Observa-se que mesmo nos o agressor coloca a vítima em situação de hospitais. Não basta cada setor ter a consciência

dias atuais, o modelo familiar repercute uma culpabilidade, fazendo-a sentir ser merecedora dos atendimentos oferecidos na cidade, é preciso

hierarquia entre seus membros, de maneira em de tal punição quando deixa de cumprir tarefas que a passagem das vítimas nestes serviços seja

que o homem é o provedor do lar e “chefe” da que acredita serem de sua exclusiva feita de forma ininterrupto, como um

casa, enquanto a mulher mantém seu papel de responsabilidade. O sentimento de culpa a prosseguimento do primeiro atendimento

dona de casa e educadora dos filhos, mesmo que impede de realizar a queixa e buscar ajuda. oferecido a ela.

trabalhe fora e tenha uma forma de renda No brasil, a Constituição da República de 1988, no

própria. Ao analisar o viés social e cultural no artigo 5 º determina que “Todos são iguais

qual estamos inseridos, podemos notar que a perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

violência contra a mulher faz parte do cotidiano garantindo-se (...) do direito à vida, à liberdade, à

das pessoas e ainda é vista como algo normal, igualdade, à segurança e à propriedade”

muitas vezes sendo tratada de forma banal. Pois, (CONSTITUIÇÃO, 1988). Assim, fica garantida na

mesmo com evoluções sociais e jurídicas, não há Lei a igualdade jurídica entre o homem e a

desconstrução concreta dos papeis impostos mulher. Nesse contexto, alguns serviços são

para cada gênero épocas atrás. oferecidos, tanto pelo estado como pelo

Quando a violência contra mulher ocorre dentro município, afim de acolher as vítimas para que

do âmbito familiar, seu início é silencioso e não tenham apoio ao denunciar e para se

recebe a devida atenção. As estatísticas recuperarem dos danos negativos causados pela

relacionadas a violência de gênero não violência.

demonstram a real situação social, pois em geral, Entre esses serviços está a implementação das

as vítimas só procuram unidades de saúde ou casas de acolhimento a mulher, onde cada

instituições públicas quando a violência já atingiu processo da rede de atendimento é importante e

um nível crítico, como agressões verbais ou eficaz no acolhimento, portanto para interromper

físicas. efetivamente o quadro de violência da paciente,


MULHERES DA SEGURIDADE SOCIAL PARTICIPAM DOS ATOS

FONTE: CNTSS.
justificativa

Na maioria das vezes, a vítima não busca a Por isso, a mulher, quando toma a iniciativa de Mesmo que, com algumas iniciativas do estado

separação do agressor no momento em que buscar auxílio, já sofreu e apanhou muito e se vê quanto a criação de leis para o combate a

realiza a queixa, nem deseja sua prisão, apenas completamente impotente diante de toda violência contra mulher, podemos constatar como

quer que as agressões sofridas cessem. Portanto, violência sofrida e submissão em que se encontra essa pratica é aceita na sociedade, com altos

a mulher só recorre ao judiciário após todas as na relação. índices de subnotificação, o que aumenta o risco

tentativas anteriores demonstrarem falha, pois a Uma pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa de morte das vítimas. Portanto, torna-se essencial

crença na mudança e melhora de Econômica Aplicada) de 2014 mostra que a a criação de centros que abriguem essas

comportamento do agressor já não sustenta mais conivência com essa violência é socialmente mulheres que estão em situações vulneráveis,

sua submissão a tal violência. Após ter perdoado aceita. Na pesquisa “Tolerância social à violência mesmo que dentro de seu próprio lar.

o agressor por diversas vezes acreditando em um contra as mulheres”, 63% dos entrevistados

potencial melhoramento, após diversas tentativas concordam, de forma parcialmente ou total, que

de melhorar a relação tentando agradá-lo, “casos de violência dentro de casa devem ser

quando a violência chega em um nível quase discutidos somente entre os membros da família”,

trágico, a mulher percebe que jamais conseguirá enquanto 82% consideram que “em briga de

mudar o companheiro sozinha, e então busca marido e mulher não se mete a colher”. Já 65%

ajuda externa, fora da relação conjugal. acreditam que que “mulher que é agredida e

Segundo o entendimento da autora Heleieth continua com o parceiro gosta de apanhar”.

Saffioti:

“as pessoas envolvidas na relação violenta devem “o medo da denúncia, acompanha a mulher

ter o desejo de mudar. É por esse motivo que não durante a concretização da violência do seu

se acredita numa mudança radical de uma parceiro. Muitas vezes, a mesma não acredita, ou

relação violenta, quando se trabalha não sabe da existência de políticas públicas de

exclusivamente com a vítima. Sofrendo estas acolhida por parte do governo, o que a leva ao

algumas mudanças, enquanto a outra parte silencio. Dessa forma, a necessidade na rapidez

permanece o que sempre foi mantendo seus do atendimento e salvaguarda dessa mulher, é

hábitos, a relação pode, inclusive, tornar-se mais um meio de confiança da vítima com os meios de

violenta.” (SAFFIOITI, 2015, p. 71). acolhimento.” (CARLOTO, CALÃO, 2006.)


conceituação temática - a violência contra mulher

“A violência contra a mulher não é um fato novo. mulher, o que abre um abismo cada vez maior em A violência, segundo a análise de Stela Valéria

Pelo contrário, é tão antigo quando a relação as desigualdades econômicas, sociais e Soares de Farias Cavalcanti,

humanidade. O que é novo, e muito recente, é a políticas entre os sexos, onde a mulher ocupa “é um ato de brutalidade, abuso,

preocupação com a superação dessa violência uma posição de inferioridade em relação ao constrangimento, desrespeito, discriminação,

como condição necessária para a construção da homem. Os primeiros meios de controle masculino impedimento, imposição, invasão, ofensa,

nossa humanidade.” (WALISELFISZ, 2015, p.7). sobre as mulheres era a força bruta. proibição, sevícia, agressão física, psíquica, moral


Gradativamente, foram sendo introduzidos novos ou patrimonial contra alguém e caracteriza

Há pelo menos 2500 anos começou a construção métodos de controle masculino como cultura, leis, relações intersubjetivas e sociais definidas pela

ideológica da superioridade do homem em religião, filosofia, ciência e política. ofensa e intimidação pelo medo e terror”

detrimento da mulher, e consequentemente a sua A violência contra a mulher envolve qualquer tipo (CALVACANTI, 2007, p.29)

subordinação ao mesmo. A mulher era tida como de violação dos direitos humanos, seja físico ou .

instrumento de procriação e serviçal. Era vista psicológico, como agressão verbal, física, sexual De diferentes agentes surge a violência, assim

como reflexo do homem tendo pouca expressão, e emocional. Também são exemplos de violência como abrange todas as esferas sociais. Na

sendo muitas das vezes comparada mais a um os crimes encobertos por costumes e tradições e análise de Maria Berenice Dias,

animal do que um ser humano. que são justificados como práticas pedagógicas, “a sociedade ainda cultiva valores que incentivam

Nas civilizações Gregas, a mulher era vista como como o apedrejamento de mulheres por adultério, a violência, o que impõe a necessidade de se

inferior ao homem, menosprezada moral e relacionadas com o pagamento de dote, a tomar consciência de que a culpa é de todos. O

socialmente, não tendo direito algum. Na Idade mutilação genital e os crimes “em defesa da fundamento é cultural e decorre da desigualdade

Média, sua função era de obedecer ao marido e honra” (Diana E.H. Russell). Violência essa que no exercício do poder, o qual gera uma relação

gerar filhos, nada além lhe era permitido. A pode ocorrer tanto publicamente como no de dominante e dominado”. (DIAS, 2015, p. 24)

história nos relata que a violência doméstica tem privado, em seus lares, causadas por seus

suas raízes alicerçadas de forma a definir o papel companheiros. Um estudo realizado pela A violência contra a mulher em seu nível mais

da mulher no âmbito familiar, visando também Organização Mundial da Saúde sobre a violência extremo, é chamado de feminicídio, nome dado

resguardar o homem de forma a não lhe trazer doméstica, com mais de 24.000 mulheres, tanto ao homicídio da mulher motivado por um conflito

inquietação, o que garante assim, o poder do meio urbano como do meio rural, em mais de de gênero, ou seja, apenas por ser mulher. Dentro

masculino na sociedade patriarcal. (DIAS, 2010) 10 países, revela que os parceiros das vítimas são de sociedades onde impera o regime patriarcal,

Compreender o fenômeno da violência contra a os maiores causadores dessas agressões. (UNRIC, mesmo que velado, o assassinato de mulheres é

mulher é reconhecer a discriminação histórica da 2005). habitual.

Crime esse, causado não por condições a questão das mulheres que sofriam violência privada, o que até então não era considerada um crime

patológicas dos agressores, mas por seu desejo especifico. Em 1980 esse tipo de violência passou a ser uma questão de Justiça e Segurança Pública,

de posse sobre a mulher, com um misto de tornando-a crime. Com a criminalização desses atos, vários serviços de atendimento às mulheres vítimas

sentimentos por vezes inexplicáveis, tais como de violência foram criados, possibilitando também que fossem mensuráveis dados sobre os casos de

ódio, desprezo e prazer. E muitas vezes violência doméstica que antes eram desconhecidos ou negligenciados.

colocando as vítimas em situação de culpa

quando não cumprem os papeis de gênero

designados a ela, pela própria cultura machista e

patriarcal.

Os parceiros íntimos são os principais assassinos

de mulheres. Aproximadamente 40% de todos os

homicídios de mulheres no mundo são cometidos

por um parceiro íntimo. Em contraste, essa

proporção é próxima a 6% entre os homens

assassinados. Ou seja, a proporção de mulheres

LUTAS FEMINISTAS
assassinadas por parceiro é 6,6 vezes maior do

que a proporção de homens assassinados por

parceira. (IPEA, 2013)

Pode-se comparar estes óbitos à “ponta do VIOLÊNCIA PRIVADA SE


iceberg”, onde o “lado submerso do iceberg”
TORNA CRIME
esconde um mundo de violências não-

declaradas. O estudo feito pela OMS, revela que

as agressões cometidas pelo cônjuge ou parceiro,


SERVIÇOS DE
além de causarem mais danos à saúde da mulher ATENDIMENTO A
do que parceiros sem relação afetiva, são os mais
MULHER
ocultados (UNRIC, 2005).

Contudo, por volta dos anos 70, movimentos de

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


mulheres feministas deram visibilidade para
MULHERES EM PASSEATA.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE


referências projetuais

CASA DA MULHER BRASILEIRA CENTRO DE ACOLHIMENTO / CYS.ASDO ABRIGO PARA VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

DOMÉSTICA

LOCAL: BRASÍLIA DISTRITO DE CHUPEI, TAIWAN. ANO: 2014 ISRAEL, ANO: 2014

ÁREA CONSTRUÍDA: 3.671 M ² ÁREA CONSTRUÍDA: 3.000 M2 ÁREA CONSTRUÍDA: 3.000 M2

ARQUITETOS: CYS.ASDO ARQUITETOS: AMOS GOLDREICH ARCHITECTURE

+ JACOBS YANIV ARCHITECTS

Por integrar, no mesmo espaço, serviços As características desse projeto que serviram de O jardim central, o “coração” terapêutico do

especializados e prestar atendimento a mulheres inspiração foram a estratégia de aberturas; a boa abrigo e cada nova família receber uma pequena

que sofram qualquer tipo de violência de gênero, qualidade de luz solar e a vegetação se funde casa, foram os aspectos desse projeto que

a casa da mulher brasileira serviu como com a estrutura; e experiência interior e exterior serviram de referência.

referência. simultânea.

Figuras: fAchDaily. Acesso em 20/09/2020.


localização

FIGURA: LOCALIZAÇÃO DO TERRENO.

FONTE ELABORADO PELA AUTORA.


O projeto será inserido na cidade de São José dos Campos, no estado de São Paulo que em 2020, sua população foi estimada pelo IBGE em 729 737

º de todo o país, além de ser o segundo município mais populoso do interior do Brasil, ficando
habitantes, sendo o quinto mais populoso de São Paulo e o 23.

atrás somente de Campinas. O recorte a ser trabalhado fica na zona leste da cidade, a segunda região mais adensada, ficando atrás apenas da zona sul. A

escolha do terreno se deu incialmente através da identificação da região com maior ocorrência de casos de violência contra mulher e posteriormente

analisando os vazios urbanos.

Atualmente, na parte esquerda do terreno está um canteiro de obras da URBAM (Urbanizadora Municipal), que se pretende que seja retirado e transportado

para outro local mais adequado. A parte direita do terreno, pertence ao clube de futebol de São José dos Campos, onde hoje está sem uso e com placas de

venda.

SÃO PAULO terreno

CAÇAPAVA

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

JACAREÍ

FIGURA: LOCALIZAÇÃO DO TERRENO.

FONTE ELABORADO PELA AUTORA.


panorama da violência doméstica em São José dos Campos

É fundamental analisar os desafios e problemáticas da cidade de São José dos Campos sob um olhar mais atento e minucioso, para que seja possível criar

meios para enfrenta-los e superá-los. Dados coletados através do Jornal OVALE, cedidos pela Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher mostra

a preocupante realidade em que a cidade se encontra. De janeiro a novembro de 2019, 10 mulheres foram mortas na região em ocorrências de feminicídio. O

número é maior do que em todo o ano de 2018, que foram sete mortes e o dobro dos casos registrados em 2017, cinco. Enquanto em 2016 ocorreram duas

mortes e em 2015 apenas uma. Em uma rápida reflexão sobre esses dados, notamos que em curto período de tempo, cinco anos, os casos aumentaram

1000%. De acordo com levantamento feito pelo OVALE através de informações de Boletins de Ocorrência, a maioria das vítimas foi morta dentro de casa, no

período da tarde. As vítimas tinham em sua maioria de 30 a 40 anos e moravam na zona leste da cidade, onde também foram vítimas do crime. A maioria das

mulheres eram brancas e foram vítimas de seus companheiros, esposos ou namorados.

Objetos caseiros, como facas, machados ou pedaços de pau foram as armas mais comuns utilizadas nos crimes. No total, em 2019, cinco vítimas foram mortas

dessa maneira e todas elas foram encontradas com sinais de violência extrema. Três das mortes foram causadas por tiros de arma de fogo (OVALE, 2020),

um dado importante que nos deixa em alerta sobre a não obrigatoriedade de o agressor possuir uma arma de fogo para que seja consumada a morte da

vítima.

Pelo menos cinco vítimas de feminicídio nesse mesmo ano não registraram Boletim de Ocorrência contra o companheiro antes do homicídio. Contudo, na

maioria dos casos, as mulheres já haviam relatado para testemunhas que seus esposos ou namorados tinham comportamento violento durante a relação.

outros
outros
16%
24%

via pública
solteiras
16%
união estável 52%
8%

residencia
68%
casadas Gráficos: Elaborado pela autora com

16% dados do Jornal OVALE, acesso em

11/08/2020.
panorama da violência doméstica em São José dos Campos

A MAIORIA NÃO REGISTROU BOLETIM DE OCORRÊNCIA

MULHERES BRANCAS 72% E PARDAS 16%

MAIOR PARTE DOS CASOS OCORREU NA ZONA LESTE

OS PRINCIPAIS AGRESSORES FORAM MARIDOS, NAMORADOS E COMPANHEIROS

FACAS, PEDAÇOS DE MADEIRA E MACHADOS FORAM OS MAIS USADOS

ENSINO MÉDIO COMPLETO 20% E ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO 16%

Figuras: Elaborado pela autora com dados do Jornal OVALE, acesso em 11/08/2020.

A abordagem da violência contra a mulher na cidade de São José dos Campos assume uma dimensão de extrema gravidade. Enquanto esforços

significativos têm sido empreendidos nos últimos anos, percebe-se que ainda há muito trabalho a ser feito para prevenir e reagir ao problema.

Tendo em vista que a maior parte das violências ocorreram dentro de casa, causadas por companheiros e armas brancas de fácil acesso, o ambiente familiar

torna-se um ambiente hostil e de vulnerabilidade para a mulher, causando uma aparente sensação de impunidade para o companheiro e de inércia para a

vítima. Nesse contexto, fica evidente a necessidade da retirada das mulheres desses locais para que sejam abrigadas em um ambiente que possibilite uma

fuga, para que esse ciclo da violência seja quebrado.


análise do entorno

Analisando o entorno imediato ao terreno, nota-se um grande número de equipamentos institucionais e serviços públicos, assim como pontuado no plano

diretor. Podemos encontrar equipamentos que fazem parte do processo de abrigamento da mulher, que estando próximo ao Centro de Acolhimento facilitam

o encaminhamento e tornam esse processo mais rápido e eficiente, como Hospital da Mulher, Pronto Socorro Municipal, UBS e CREAS.

Fonte: elaborado pela autora com dados do Google Earth., 2020,


Nota-se uma boa estrutura disponível tanto de pontos de ônibus como de ciclovias e ciclofaixas próximas ao terreno, tornando assim o acesso facilitado das

mulheres que necessitarem chegar à casa por essas vias.

Grande parte do transporte público que dá acesso à rua Dr. Ricardo Edwards, na qual está inserido o terreno, utiliza das vias arteriais Av. Presidente Juscelino

Kubitschek e Saigiro Nakamura como rota.

Dentro do macro sistema viário a rua na qual está inserida o terreno, é classificada como uma via local (pequeno porte) caracterizada pelo baixo fluxo de

veículos, mesmo sendo de mão dupla. A principal via de acesso ao terreno é a via arterial Av. Presidente Juscelino Kubitschek, de mão dupla, que liga a rua

Dr. Ricardo Edwards na qual está localizada o terreno. A rua arterial Saigiro Nakamura também se mostra importante, tendo menor fluxo por ser de mão

única.

Fonte: elaborado pela autora com dados do Plano Diretor LEI COMPLEMENTAR N. 612/2018.
legislação

O terreno escolhido possui 3.442m ² e fica na rua Dr. Ricardo Edwards, no Bairro Vila Industrial que se classifica como uma Centralidade Local Consolidada,

sendo uma área mais dinâmicas da cidade e que exerce atratividade sobre a população concentrando, principalmente, diversidade e intensidade de

atividades.

Dentro do macrozoneamento estabelecido pelo Plano Diretor LEI COMPLEMENTAR N. 612, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2018, a área escolhida se encaixa como

Macrozona de Consolidação - MC: perímetro caracterizado pela continuidade da malha urbanizada, por sua melhor acessibilidade e pela elevada oferta de

equipamentos, serviços públicos e maior concentração de empregos. Em que também se prevê uma ocupação de vazios urbanos com diversidade de usos,

principalmente de interesse social.

Fonte: elaborado pela autora com dados do Plano Diretor LEI COMPLEMENTAR N. 612/2018.
eixos visuais

O terreno escolhido possui 3.442m ² e fica na rua Dr. Ricardo Edwards, no Bairro Vila Industrial que se classifica como uma Centralidade Local Consolidada,

sendo uma área mais dinâmicas da cidade e que exerce atratividade sobre a população concentrando, principalmente, diversidade e intensidade de

atividades.

Dentro do macrozoneamento estabelecido pelo Plano Diretor LEI COMPLEMENTAR N. 612, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2018, a área escolhida se encaixa como

Macrozona de Consolidação - MC: perímetro caracterizado pela continuidade da malha urbanizada, por sua melhor acessibilidade e pela elevada oferta de

equipamentos, serviços públicos e maior concentração de empregos. Em que também se prevê uma ocupação de vazios urbanos com diversidade de usos,

principalmente de interesse social.

podemos visualizar

nessa foto trecho

da rua Dr. Ricardo

Edwards e o muro

branco do terreno

a esquerda.

nesse eixo

visualizamos o

outro trecho da

rua Dr. Ricardo

Edwards e o

terreno com gradil

do lado direito.

nos mostra a

calçada em frente

ao terreno, do

outro lado da rua

Dr. Ricardo

Edwards, onde

Fonte: elaborado pela autora com dados do Google Earth., 2020, está a URBAM.
proposta de projeto - programa de necessidades

Analisando o projeto da Casa da Mulher Brasileira de Brasília e como foram divididos os serviços dentro

da mesma, foi elaborado esse programa de necessidades. Contudo, alterações julgadas de extrema

necessidade foram feitas, como a inclusão de uma enfermaria com atendimento de emergência para as

mulheres, espaço para animal de estimação e uma área maior destinada para o alojamento, sendo o

foco do projeto.
Acolhimento e triagem: O serviço da equipe Defensoria pública: O Núcleo Especializado Central de transportes: Possibilita o

de acolhimento e triagem é a porta de da Defensoria Pública orienta as mulheres deslocamento de mulheres atendidas na

entrada da Casa. Forma um laço de sobre seus direitos, presta assistência jurídica Casa Bertha Lutz para os demais serviços da

confiança, agiliza o encaminhamento e inicia e acompanha todas as etapas do processo Rede de Atendimento: saúde, rede

os atendimentos prestados pelos outros judicial, de natureza cível ou criminal; socioassistencial (CREAS), medicina legal e

serviços da Casa, ou pelos demais serviços da abrigamento, entre outros;

rede, quando necessário; Ministério público: A Promotoria

Especializada do Ministério Público promove Brinquedoteca: Acolhe crianças de 0 a 12

Apoio psicossocial: A equipe multidisciplinar a ação penal nos crimes de violência contra anos de idade, que acompanhem as

presta atendimento psicossocial continuado e as mulheres. Atua também na fiscalização mulheres;

dá suporte aos demais serviços da Casa. dos serviços da rede de atendimento;

Auxilia a superar o impacto da violência Alojamento: Espaço de abrigamento para

sofrida; e a resgatar a autoestima, autonomia Promoção da autonomia econômica: Esse mulheres em situação de violência,

e cidadania; serviço é uma das “portas de saída” da acompanhadas ou não de seus filhos;

situação de violência para as mulheres que

Delegacia: Delegacia Especializada de buscam sua autonomia econômica, por meio Saúde: Os serviços de saúde atendem as

Atendimento à Mulher (DEAM) é a unidade da de educação financeira, qualificação mulheres em situação de violência. Nos casos

Polícia Civil para ações de prevenção, profissional e de inserção no mercado de de violência sexual, a contracepção de

proteção e investigação dos crimes de trabalho. As mulheres sem condições de emergência e a prevenção de doenças

violência doméstica e sexual, entre outros; sustento próprio e/ou de seus filhos podem sexualmente transmissíveis/aids devem

solicitar sua inclusão em programas de ocorrer em até 72h. Além do atendimento de

Juizado e/ou vara especializada: Os assistência e de inclusão social dos governos urgência, os serviços de saúde também

juizados/varas especializados de Violência federal, estadual e municipal; oferecem acompanhamento médico e

Doméstica e Familiar contra a Mulher são psicossocial.

órgãos da Justiça responsáveis por processar,

julgar e executar as causas resultantes de

violência doméstica e familiar, conforme

previsto na Lei Maria da Penha.


partido e conceito

Considerando os levantamentos e a necessidade de tornar a área um local mais seguro e agradável para as mulheres da cidade de São José dos Campos,

adequando o entorno e as necessidades em um projeto arquitetônico de um Centro de Acolhimento que visa a segurança, bem estar, tratamento mais

humanizado e acolhimento para mulheres em situação de violência. A concepção do projeto nasce a partir da ideia de proporcionar um espaço que ofereça

todos os cuidados necessários para o processo de acolhimento da mulher, desde o acolhimento, o judicial a psicológico e a reinserção social das mulheres

vítimas de violência. A ideia final se baseia na separação de serviços em blocos.

Quanto a linguagem formal, partiu-se da ideia da proteção, onde o maior bloco com serviços gerais se encontra na parte frontal do terreno, sendo um bloco

maior e mais alto que os outros, fazendo uma barreira e garantindo assim maior privacidade as mulheres. Os blocos privados se encontram na lateral e ao

fundo do terreno, formando um grande pátio central descoberto, que visa proporcionar maior convivência entre as mulheres e seus filhos. O paisagismo e o

projeto de iluminação entram como auxiliares na busca por um local que proporciona o bem estar para aquelas que ali estarão.

DIRETRIZES DO PROJETO

⦁ Separar os ambientes públicos e privados, para

maior conforto e segurança dos usuários.

⦁ Dispor de áreas de lazer e áreas de convivência


interna privadas para que as usuárias utilizem o JURÍDICO

Centro por completo, utilizando da arquitetura e RECEPÇÃO E SERVIÇOS INICIAIS

do paisagismo como forma de tratamento e


HABITAÇÕES

reabilitação.
FUNCIONÁRIOS
⦁ Utilizar do paisagismo como estratégia para
SERVIÇOS COMUNITÁRIOS
mascarar formas de segurança (além do uso de

ADMINISTRAÇÃO
muros, gradis, policiais).

⦁ Utilizar de todas os benefícios da iluminação

natural, visando a economia de energia e

conforto térmico.

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


A partir das diretrizes e do programa, percebeu-se a necessidade de implantação de duas edificações diferentes, porém conectadas de forma a responder a

necessidade de órgãos que funcionassem 24h de forma pública e a habitação de forma privada, que devem ter acesso mais restrito afim de garantir a

segurança das usuárias. Assim estabeleceu-se dois grandes blocos onde o primeiro reuniria as funções de Delegacia da mulher, Juizado especializado,

triagem, enfermaria, apoio psicossocial, administração e área de funcionários. Enquanto o segundo abriga as habitações e atividades internas.

A vegetação proposta visa a proteção solar de algumas áreas como o playground e também como barreira visual para as habitações, assim como para

proporcionar um ambiente mais acolhedor para aquelas que ali viverão. A escolha de localizar os blocos de habitação de forma escalonada, se dá por conta

da necessidade de aproveitar melhor o sol da manhã da face leste do terreno.

telha térmica

sanduiche
telha térmica

telha térmica
2 sanduiche

sanduiche 3
telha térmica
telha térmica

1
sanduiche
sanduiche
LEGENDA

telha térmica

sanduiche
1 administração e funcionários

2 recepção e apoio psicossocial

3 jurídico

telhado
4 espaço de convivência
verde

4
6 5 habitações
5
6 estacionamento

7 playground

8 espaços comunitários

9 9 caixa d'agua
7 telhado

verde
8

IMPLANTAÇÃO

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


muro

Em torno de todo o terreno foi proposto um muro, cumprindo tanto a função de proteção física quanto visual. Este muro consiste em estruturas verticais de

alvenaria com 13cm de largura x 40cm de comprimento x 3m de altura, que de acordo com o ângulo do observador (que está no interior ou exterior da Casa),

o vão de visão se torna maior ou menor, sendo muitas vezes zero.

A ideia partiu da intenção de ter o muro como uma barreira física para dificultar o acesso e a visão de fora para dentro da casa, mas que não trouxesse uma

sensação de "prisão" para as mulheres que ali moram. Para tal, além da forma do muro, por dentro do terreno em toda a extensão do mesmo, foram

plantados arbustos e árvores de pequeno porte.

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


Fonte: Elaborado pela autora, 2021.
quadro de áreas insolação

SERVIÇO ÁREA

JURÍDICO 828,60m ²
RECEPÇÃO E SERVIÇOS INICIAIS 1.879,75m ²

HABITAÇÕES 1136,34m ²

FUNCIONÁRIOS 589,98m ²

SERVIÇOS COMUNITÁRIOS 388,87m ²


ADMINISTRAÇÃO 480,41m ²

Fonte: Elaborado pela autora, 2021. Fonte: Elaborado pela autora, 2021.
soluções de conforto ambiental

Por conta da grande amplitude térmica da cidade de São José dos Campos, várias foram as estratégias de forma a trazer conforto ambiental para o edifício.

Primeiro, o edifício ser composto por duas peles, onde a externa, sendo um painel de cobogó tipo votú (vide figura), funciona como sombreamento sem

impedir a ventilação por toda a edificação. O sombreamento é uma estratégia para redução dos ganhos solares através do envelope da edificação, sem no

entanto, obstruí-los, e sem prejudicar a iluminação natural através das aberturas.

Segundo, a vegetação foi utilizada também como barreira física, além da barreira visual, para a incidência solar em certos lugares sem cobertura voltados

para o norte, como playground e espaço de convivência.

Foi empregado também o uso de telha de metal termo acústica tipo sanduiche que possuem baixo coeficiente de condutividade térmica, ou seja, possuem

maior resistência na entrada do calor do meio externo para o interior.

E por fim, a utilização de telhado verde, que de forma sustentável e estética, auxilia no controle térmico e acústico da edificação.

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


plantas

PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO


Fonte: Elaborado pela autora, 2021.
PLANTA BAIXA 1° PAVIMENTO

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


plantas - layout

PLANTA BAIXA PAVIMENTO TÉRREO - LAYOUT


Fonte: Elaborado pela autora, 2021.
PLANTA BAIXA 1° PAVIMENTO - LAYOUT
Fonte: Elaborado pela autora, 2021.
tipologias de habitação

TIPO 1
9,7 m²

TIPO 2
11,2 m²

TIPO 3
16,1 m²

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


elevações

ELEVAÇÃO FRONTAL

ELEVAÇÃO LATERAL ESQUERDA Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


cortes

CORTE BB

CORTE AA

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


PLATIBANDA EM ALVENARIA

TELHA TERMOACÚSTICA TIPO SANDUICHE

LAJE

COBOGÓ CIMENTÍCIO TIPO VOTÚ

PLATIBANDA EM ALVENARIA

VEGETAÇÃO

SUBSTRATO
MANTA DRENANTE
DRENAGEM
PROTEÇÃO MECÂNICA PAINEL DE VIDRO COM ESQUADRIA EM ALUMÍNIO
MANTA IMPERMEABILIZANTE
(CONCRETO)
LAJE

DETALHE 1

DETALHE 2

Fonte: Elaborado pela autora, 2021.


FACHADA FRONTAL SEM MURO
FACHADA FRONTAL COM MURO
ÁREA DE CONVIVÊNCIA E PRÉDIOS DE

ADMNSTRAÇÃO E APOIO PSICOSSOCIAL


ÁREA DE CONVIVÊNCIA E PRÉDIO DE

HABITAÇÕES AO FUNDO
ÁREA DE CONVIVÊNCIA E PRÉDIO DE HABITAÇÕES

AO FUNDO COM ESQUADRIAS DE VIDRO ABERTAS


PLAYGROUND E PRÉDIO DE HABITAÇÕES

COM ESQUADRIA DE VIDRO ABERTA


ÁREA DE CONVIVÊNCIA VISTA DE DENTRO

DO EDIFÍCIO DE HABITAÇÕES
ÁREA DE CONVIVÊNCIA VISTA DE DENTRO DO EDIFÍCIO

DE HABITAÇÕES COM A ESQUADRIA DE VIDRO ABERTA


VISTA DE DENTRO DO EDIFÍCIO DE HABITAÇÕES
considerações finais

A violência contra mulher é uma das preocupações da sociedade brasileira que vem sendo notada através das recentes mobilizações de grupos de mulheres.

Nesse sentido, a arquitetura pode contribuir ao propor espaços acolhedores e seguros em Centros de Atendimento e Delegacias da Mulher entre outros

equipamento públicos que oferecem qualquer tipo de atendimento para esse público.

A Casa Bertha Lutz visa, portanto, criar esse espaço ideal na cidade de São José dos Campos, tendo em vista a demanda crescente e os pouquíssimos locais

adaptados para prestar esse serviço. Através dos extensos estudos realizado sobre a temática, foi possível propor um edifício que atenda as questões

técnicas sem deixar de lado o caráter subjetivo para sua compreensão.

A partir da articulação de diretrizes contraditórias, onde se mostrar e se proteger são duas faces do mesmo problema, é que buscou-se subverter a ideia de

que abrigos/delegacias/centros de atendimento para mulher em situação de violência precisam ser locais infelizes - muitas vezes semelhante a agressão.

Em vista disso, a casa Bertha Lutz reúne diversas funções em um mesmo ambiente de forma a integralizar o atendimento e dar visibilidade ao problema,

demonstrando o potencial e capacidade desse equipamento e sua necessidade no cotidiano da população.


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Nas ruas por mais direitos, feministas buscam ressignificar o Dia da Mulher. https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/03/08/interna-

brasil,664641/nas-ruas-por-mais-direitos-feministas-buscam-ressignificar-o-dia-da-m.shtml

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