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A CONTABILIDADE GERENCIAL COMO INSTRUMENTO DE APOIO À TOMADA


DE DECISÃO: PROPOSTA DE MELHORIA DA INFORMAÇÃO EM UMA
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA CATARINENSE

Conference Paper · November 2015

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5 authors, including:

José Donizetti de Lima Mauro Lizot


Federal University of Technology - Paraná/Brazil (UTFPR) Federal University of Technology - Paraná/Brazil (UTFPR)
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Carolina Sales Magacho

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A CONTABILIDADE GERENCIAL COMO
INSTRUMENTO DE APOIO À TOMADA DE
DECISÃO: PROPOSTA DE MELHORIA DA
INFORMAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
CATARINENSE
MAURO LIZOT - maurolizot@yahoo.com.br
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - UTFPR - PATO
BRANCO

CAROLINA SALES MAGACHO - carolinamagacho@gmail.com


UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - UTFPR - PATO
BRANCO

PEDRO PAULO DE ANDRADE JUNIOR - pedropaulo@utfpr.edu.br


UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - UTFPR - PONTA
GROSSA

JOSÉ DONIZETTI DE LIMA - donizetti@utfpr.edu.br


UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ - UTFPR - PATO
BRANCO

DANIELA DANELUZ - daniela@nutrisul.com.br


FACULDADE DE PATO BRANCO - FADEP

Resumo: O OBJETIVO GERAL DESTA PESQUISA FOI NO SENTIDO DE


DEMONSTRAR A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE
GERENCIAL, BEM COMO DOS INDICADORES FINANCEIROS E
ECONÔMICOS NA EMPRESA EM ESTUDO. POR MEIO DE RELATÓRIOS
CONTÁBEIS, QUADROS E GRÁFICOOS FOI POSSÍVEL FAZER
COMPARATIVOS ENTRE OS ÍNDICES DOS ANOS ESTUDADOS, 2012,
2013 E 2014. A METODOLOGIA DA PESQUISA SE DEU, UTILIZANDO AS
INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELA EMPRESA OBJETO DE ESTUDO
SERVINDO COMO BASE PARA ELABORAÇÃO DE CONTROLES
GERENCIAIS, POSSIBILITANDO UMA VISÃO MAIOR DO DESEMPENHO
DA EMPRESA DE FORMA GLOBAL. OS RESULTADOS OBTIDOS PELO
ESTUDO APONTARAM QUE OS ÍNDICES FORAM POSITIVOS NO
PERÍODO EM ESTUDO, TAIS COMO: LIQUIDEZ, RENTABILIDADE,
LUCRATIVIDADE, SENDO QUE O TESTE DE SOLVÊNCIA DEMONSTROU
REDUZIDAS POSSIBILIDADES DE FALÊNCIA. OBSERVOU-SE NA
ANÁLISE QUE EM 2014 HOUVE UMA QUEDA CONSIDERÁVEL NOS
ÍNDICES, DEVIDO AOS GRANDES INVESTIMENTOS REALIZADOS NA
CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA PLANTA INDUSTRIAL. E POR FIM
CONSTATOU-SE QUE, COM A APLICAÇÃO DAS TÉCNICAS
MENCIONADAS, ALIADA A INTERPRETAÇÃO ADEQUADA DOS
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INDICADORES ECONÔMICOS E FINANCEIROS, A CONTABILIDADE


GERENCIAL TORNA-SE UM INSTRUMENTO ESSENCIAL NA TOMADA DE
DECISÃO.

Palavras-chaves: CONTABILIDADE GERENCIAL; INDICADORES ECONÔMICOS E


FINANCEIROS; TOMADA DE DECISÃO.

Área: 3 - GESTÃO ECONÔMICA


Sub-Área: 3.4 - GESTÃO DE INVESTIMENTOS

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ACCOUNTING MANAGEMENT AS SUPPORT


INSTRUMENT DECISION MAKING: PROPOSAL FOR
IMPROVEMENT OF INFORMATION ON A FOOD
INDUSTRY CATARINENSE
Abstract: THE OVERALL OBJECTIVE OF THIS RESEARCH WAS MADE TO
DEMONSTRATE THE IMPORTANCE OF USING MANAGEMENT
ACCOUNTING AS WELL AS FINANCIAL AND ECONOMIC INDICATORS
IN THE COMPANY UNDER STUDY. THROUGH ACCOUNTING REPORTS,
CHARTS AND GRAPHS WAS POSSIBLEE TO MAKE COMPARISONS
BETWEEN THE INDICES OF THE YEARS STUDIED, 2012, 2013 AND 2014.
THE RESEARCH METHODOLOGY IS GIVEN, USING THE INFORMATION
PROVIDED BY THE SUBJECT MATTER NOW SERVING AS THE BASIS
FOR PREPARATION OF MANAGEMENT CONTROLS ENABLING A
LARGER VIEW OF THE COMPANY´S PERFORMANCE GLOBALLY. THE
RESULTS OF THE STUDY SHOWED THAT THE INDEXES WERE
POSITIVE IN THE PERIOD UNDER STUDY, SUCH AS: LIQUIDITY,
PROFITABILITY, PROFITABILITY, AND THE SOLVENCY TEST SHOWED
REDUCED FAILURE POSSIBILITIES. IT WAS OBSERVED IN THE
ANALYSIS THAT IN 2014 THERE WAS A CONSIDERABLE DROP IN RATES
DUE TO LARGE INVESTMENTS IN THE CONSTRUCTION OF A NEW
INDUSTRIAL PLANT. FINALLY IT WAS FOUND THAT, WITH THE
APPLICATION OF THE TECHNIQUES MENTIONED, COMBINED WITH
PROPER INTERPRETATION OF ECONOMIC AND FINANCIAL
INDICATORS, MANAGEMENT ACCOUNTING BECOMES A KEY TOOL IN
DECISION MAKING.

Keyword: MANAGEMENT ACCOUNTING; ECONOMIC AND FINANCIAL


INDICATORS; DECISION TAKING.

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1. Introdução

A contabilidade gerencial se vale de informações sobre todas as áreas em que a


contabilidade empresarial atua, administração da produção, financeira e estrutura
organizacional (MÁRIO, et al., 2013). De maneira geral, todo o relatório contábil elaborado
para que os administradores possam utilizar na tomada de decisão, ou na avaliação de
desempenho, recai na contabilidade gerencial. Assim, entende-se que as informações
fornecidas pelos usuários da contabilidade, em especial a gerencial, estão cada vez mais
presentes, possibilitando aos tomadores de decisão mecanismos eficazes para melhor dirigir
os negócios (WANDERLEY; CULLEN, 2013).
Por meio das informações gerenciais, os gestores, acionistas e demais usuários obterão
o feedback sobre o desempenho da organização como um todo. Atualmente para as empresas
alcançarem o sucesso, são necessárias várias medidas, entre elas está o desenvolvimento de
estratégias adequadas à cultura organizacional (REIS, PEREIRA, 2014; ANDRADE, et al.,
2013). Deve-se também escolher instrumentos gerenciais eficazes, pois poderá regular a
forma de relacionamento entre vários níveis hierárquicos da organização, os quais vão exigir
padrões de informações que sustentem a trajetória pré-estabelecida a fim de atingir os
objetivos propostos (MÁRIO, et al., 2013).
Pode-se considerar ainda, que o movimento da economia mundial e a evolução
tecnológica tiveram participação decisiva e com importantes reflexos, especialmente no
comportamento do consumidor, com exigências por mais qualidade e agilidade dos itens de
consumo. Com isso, aumentou a concorrência onde protagonizam empresas dos mais diversos
países disputando mercado, cujo êxito é reservado àquelas que possuírem um conjunto de
fatores com melhores condições na arena da competição (AGUIAR, et al., 2012;
WANDERLEY; CULLEN, 2013).
Neste sentido, os gestores precisam estar atentos a qualquer modificação que houver
na economia, possibilitando acompanhar as tendências com estratégias diferenciadas e
visando também o desempenho global da empresa. Nesta conjuntura, se existir falhas poderá
ocasionar sérios problemas para a organização. Por isso, as informações geradas pela
Contabilidade Gerencial devem ser confiáveis, relevantes e fornecidas em tempo hábil aos
responsáveis pelas tomadas de decisões (WANDERLEY; CULLEN, 2012).

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Frente ao contexto exposto, surge o questionamento de pesquisa, o qual norteia a


elaboração deste trabalho científico: como a contabilidade gerencial pode auxiliar a empresa
em estudo, no processo de tomada de decisão?
Com o propósito de responder a pergunta de pesquisa, tem-se como objetivo de
pesquisa: Propor e aplicar indicadores usuais da Contabilidade Gerencial para auxiliar na
tomada de decisão, além de descrever o processo gerencial atual da empresa em estudo.
Motiva-se a elaboração deste estudo, justificado pelo fato de pretender contribuir com a
empresa e complementar a demonstração gerencial já existente, além da necessidade desta
empresa em elaborar um relatório gerencial contábil, por regime de competência, pois
atualmente as decisões são tomadas através de um relatório financeiro, por regime de caixa.

2. Revisão bibliográfica

2.1 Contabilidade gerencial versus contabilidade financeira

Os procedimentos da Contabilidade Gerencial e da Contabilidade Financeira foram


desenvolvidos para diferentes propósitos e diferentes usuários.
A Contabilidade Gerencial está voltada para o âmbito interno da empresa, fornecendo
informações destinadas aos gerentes administradores e diretores, dando ênfase à necessidade
da entidade e preocupando-se com a forma que os gestores irão interpretar os relatórios
(CHING (2006). Enquanto que a Contabilidade Financeira está relacionada ao fornecimento
de informações mais direcionadas aos usuários externos, como: bancos, governo,
fornecedores, clientes, entre outros públicos que se preocupam com os resultados financeiros
de uma certa empresa (ANDRADE, et al., 2013).

2.2 Análise das demonstrações contábeis

Para esclarecer as informações constantes nos demonstrativos contábeis, é necessário


utilizar-se de algumas técnicas de análise: a) análise por meio dos índices; b) análise vertical;
c) análise horizontal; d) alavancagem financeira; e) lucro antes dos juros, impostos,
depreciações e amortizações (EBITDA) (PADOVEZE, 2010; MARION, 2012).
De acordo com Matarazzo (2003, p. 147) “os índices constituem a técnica de análise
mais empregada, tendo como característica fundamental, fornecer visão ampla da situação
econômica ou financeira da empresa”. No entendimento de Matarazzo (2003), Padoveze
(2010) e Marion (2012), os índices gerenciais subdividem-se em dois grupos, os que

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evidenciam a situação financeira, no aspecto de estrutura e liquidez, e os que evidenciam a


situação econômica, no aspecto de rentabilidade, apresentando-se desta forma:
I – Estrutura de capital - por meio desses índices é possível verificar a estrutura da
empresa, ou seja, qual o montante do capital dos sócios está comprometido com o permanente
da empresa, a dependência do capital de terceiros, o percentual das obrigações a curto prazo,
bem como o de recursos não correntes aplicados no ativo permanente.
II - Índices de liquidez – o cálculo destes índices expõe a base da situação financeira
da empresa. A capacidade da empresa em pagar suas dívidas no curto prazo, é calculada pelo
índice de liquidez corrente (LC), por meio da fórmula: LC = AC / PC, onde, AC = Ativo
Circulante e PC = Passivo Circulante.
Assim assegura-se que, não se pode ter como base para decisão somente a análise de
um único índice. Contudo, se a empresa sofresse uma paralisação das vendas, ou seu estoque
se tornasse obsoleto, seria necessário verificar quais as chances de pagar suas dívidas com o
disponível e duplicatas a receber, por meio do índice de liquidez seca (LS), calculado com a
fórmula: LS = AC – E / PC, onde, AC = Ativo Circulante, E = Estoques e PC = Passivo
Circulante.
Para calcular a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo, considerando tudo
o que ela converterá em dinheiro (a curto e longo prazo), relacionando-se com tudo o que já
assumiu como dívida (a curto e longo prazo), utiliza-se o índice de liquidez geral (LG), obtido
por meio da fórmula: LG = AC + RLP/PC + ELP, onde, AC = Ativo Circulante, PC =
Passivo Circulante, RLP = Realizável a Longo Prazo e ELP = Exigível a Longo Prazo.
III – Índices de rentabilidade - por meio destes índices é possível verificar se a
empresa está gerando rendimentos tanto ao capital total investido, quanto aos sócios, além de
saber qual a margem líquida em relação às vendas.
A rentabilidade do ativo (TRI) é calculada pela fórmula: TRI = LC / AT * 100, onde,
AT = Ativo e LC = Lucro líquido. E a rentabilidade do patrimônio líquido (TRPL) pode ser
calculada pela fórmula: TRPL = LL / PLM * 100, onde, LL = Lucro Líquido e PLM =
Patrimônio Líquido Médio
Para fazer a análise dos indicadores de resultados devem-se considerar as perspectivas
dos gestores. Por isso, é importante que se tenha conhecimento das expectativas da empresa.
Da mesma forma que a estrutura de capital, a liquidez, a rentabilidade, a lucratividade, enfim,
todos os índices variam de uma empresa para outra, dependendo do ramo de atividade, da
estrutura, do perfil do gestor (PADOVEZE, 2010).

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A alavancagem financeira indica o grau de lucratividade, positiva ou negativa, gerada


pela utilização de capitais de terceiros. Assim, pode-se afirmar que, a alavancagem financeira
é negativa e prejudicial à empresa quando a rentabilidade operacional é inferior ao custo
médio dos juros. O grau de alavancagem financeira é obtida por meio da fórmula: GAF =
RsPL / RsA, onde, GAF= Grau de Alavancagem Financeira, RsPL = Retorno sobre o
Patrimônio Liquido e RsA = Retorno sobre o Ativo.
Para interpretá-la, verifica-se o resultado, sempre que o GAF for maior que 1, denota-
se que o capital de terceiros está influenciando positivamente o retorno do capital próprio da
empresa pelo aumento de seus resultados líquidos. Neste caso, o endividamento tem um efeito
de alavanca sobre o lucro, que é levado para os acionistas (MATARAZZO, 2003).
EBITDA, sigla em inglês de Eearnings Before Interest, taxes, Depreciation and
Amortization, é a forma de medir a capacidade de geração de caixa da empresa pelos ativos
operacionais.
O EBITDA, é o lucro operacional mais as depreciações e amortizações:
Lucro operacional
( + ) Depreciações e Amortizações
É importante lembrar quando feita a análise do EBITDA, que esse conceito de
avaliação de geração de lucros não leva em consideração os impostos. Portanto, sempre dá a
medida de rentabilidade bruta antes dos impostos.

3. Metodologia

A metodologia proporciona buscar informações que vão direcionar o andamento da


pesquisa. Este artigo baseia-se em um estudo de caso, o qual busca investigar o problema
proposto por meio da coleta de dados no ambiente estudado. A base conceitual de todo
embasamento teórico da presente pesquisa se dá através da utilização e consulta de artigos
científicos, livros, sites e revistas relacionadas ao tema em estudo.
A pesquisa será realizada em uma empresa da região oeste do estado de Santa Catarina,
a qual tem como atividade a industrialização, comercialização e distribuição de produtos
alimentícios, esta foi fundada no ano de 1988, como Sociedade Anônima de Capital Fechado,
atualmente é administrada por 2 diretores, possuindo um quadro funcional de 342
colaboradores. O faturamento médio anual da empresa, gira em torno de R$ 50.000.000,00
(cinqüenta milhões de reais).

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Os dados serão coletados dos relatórios contábeis existentes, Balanço Patrimonial e


Demonstrativo de Resultados referentes aos anos de 2012, 2013 e 2014. Tais relatórios foram
fornecidos pelo departamento de contabilidade, os quais serão analisados, observados, e terão
como objetivo desenvolver um novo relatório gerencial, por meio de gráficos, planilhas
auxiliares desenvolvidas com o auxílio da ferramenta Microsoft Excel e tabelas, para auxiliar
os gestores no processo da tomada de decisão.
Neste sentido a pesquisa delimitou-se em demonstrar a importância da contabilidade
gerencial como instrumento para a tomada de decisão. A qual irá envolver dados e relatórios
administrativos já existentes na empresa, para elaboração de um novo modelo de relatório
gerencial com base nas informações contábeis.

4. Análise e interpretação dos resultados

Como o objetivo principal da pesquisa era demonstrar a importância da contabilidade


gerencial como instrumento de apoio à tomada de decisão, procurou-se saber se os gestores
estavam fazendo uso da mesma. Constatou-se que há relatórios, os quais são utilizados para a
tomada de decisão, porém esses não são originados da contabilidade e sim do departamento
financeiro da empresa. Desta forma, procurou-se evidenciar, a importância da análise
econômica e financeira, por meio dos indicadores, fazendo comparações com os índices
padrões de empresas do mesmo ramo. Sendo assim, o resultado da pesquisa remete a
realidade da empresa nos exercícios de 2012, 2013 e 2014.

4.1 Receita operacional líquida

É a receita bruta descontando as devoluções de vendas, os descontos concedidos


incondicionalmente e os impostos sobre a venda. A Figura 01 apresenta a evolução da receita
operacional líquida da empresa em estudo.

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Receita Operacional Liquida


R$ 45.000.000,00
R$ 40.000.000,00
R$ 35.000.000,00
R$ 30.000.000,00
R$ 25.000.000,00
R$
R$ 20.000.000,00 R$ R$ 41.535.281,00
R$ 15.000.000,00 35.180.123,00 33.928.158,00
R$ 10.000.000,00
R$ 5.000.000,00
R$ -
2012 2013 2014

Figura 01 – Receita operacional líquida da empresa em estudo no triênio. Fonte: Dados da Pesquisa.

Por meio da Figura 01, é possível observar que a receita operacional líquida em 2013
reduziu em aproximadamente 4%, já em 2014 houve um aumento de mais de 18% com
relação ao ano de 2012. Esse crescimento se deu pelo fato da empresa ter começado a
terceirizar seus produtos, além de possibilitar o lançamento de novas linhas de produtos.
Os índices de liquidez demonstram a situação financeira da empresa. Entre eles estão
os índices de liquidez corrente, seca e geral. É importante lembrar que, a análise feita de
forma isolada dos indicadores não demonstra a situação real da empresa, por isso os mesmos
devem ser analisados em conjunto e se possível comparando-os com os índices padrões, tais
como Liquidez Corrente, Liquidez Seca e Liquidez geral (PADOVEZE, 2010). Sendo assim,
a Figura 02 representa os índices de liquidez.

Ínidices de Liquidez
8,00
6,97
7,00
5,65 5,68
6,00

5,00 4,44
Liquidez
3,7 Corrente
4,00 3,23 3,13 Liquidez Seca
2,71
3,00
Liquidez
2,00 Geral

0,74
1,00

0,00
2012 2013 2014

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Figura 02 - Principais Índices de Liquidez da empresa em estudo no triênio. Fonte: Dados da pesquisa.

Considerando a liquidez corrente, como sendo a capacidade de pagamento do passivo


circulante a curto prazo, conforme demonstrado na Figura 02, pode-se perceber que a empresa
no ano de 2014 apresentou uma queda de aproximadamente 47% com relação a 2012. Apesar
desta redução, em todos os períodos o índice manteve-se equilibrado, pois mesmo em 2014,
quando este foi o menor, é possível afirmar que para cada R$ 1,00 de dívida, a empresa possui
R$ 3,70 de recursos para cobri-la.
Já o índice de liquidez seca (capacidade da empresa pagar suas dívidas excluindo os
estoques) representou uma redução de 52% com relação ao ano de 2012, porém este índice
também manteve-se equilibrado, pois se houvesse uma paralisação das suas vendas ou seu
estoque fosse obsoleto, ainda assim a empresa teria condições de cumprir com suas
obrigações nos devidos prazos, pois para cada R$ 1,00 de dívida, a empresa possui R$ 2,71 de
disponível e valores a receber no ativo circulante.
A liquidez geral mostra a capacidade de pagamento das dívidas de curto e de longo
prazo, considerando tudo o que a empresa converterá em dinheiro e relacionando com tudo o
que a empresa já assumiu de dívida. Ainda pode-se perceber que a redução foi de
aproximadamente 77%. O índice demonstra que não há no ativo o suficiente para cobrir o
passivo no ano de 2014, fator decorrente das aquisições efetuadas para a construção de uma
nova unidade, o que aumentou consideravelmente o passivo exigível a longo prazo, sendo que
estes valores serão aplicados em equipamentos que gerarão os ativos para melhorar a
capacidade de pagamento destas dívidas.

4.2 Índices de endividamento

Os índices de endividamento demonstram o perfil das dívidas da empresa, informam


se a mesma utiliza mais recursos de terceiros ou dos proprietários, além de demonstrar qual
percentual corresponde ao curto e longo prazo. Por meio da Figura 03, pode-se observar tais
índices.

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Índices de Endividamento
300,00%
250,00%
200,00%
2012
150,00%
2013
100,00%
50,00% 2014
0,00%
Geral sobre o Garanatia de De curto prazo
ativo capital próprio sobre o total

Figura 03 - Índices de endividamento da empresa em estudo no triênio. Fonte: Dados da pesquisa.

Analisando a Figura 03, pode-se constatar que em 2012 a empresa possuía baixos
índices de endividamento, visto que apenas 26% era composto de capital de terceiros, bem
como a garantia do capital próprio representava quase 300%, o que significava que a empresa
poderia saldar todas as dívidas e os acionistas ainda ficariam com praticamente dois terços do
patrimônio líquido. A composição do endividamento era de aproximadamente 42% no curto
prazo e 58% no longo prazo.
Este cenário manteve-se praticamente o mesmo em 2013. Porém em 2014 houve
alterações significativas em virtude da construção da nova unidade de produção, e da
distribuição dos lucros, aumentando o endividamento de terceiros de 26% para 73%, fazendo
o capital próprio reduzir para 36%.
Este aumento é justificável, ainda que elevado, pois as aplicações produtivas deverão
gerar recursos para saldar o compromisso assumido

4.3 Índices de rentabilidade

Observando a Figura 04, pode-se perceber que a taxa de retorno sobre os


investimentos mantém-se elevada, pois em 2012 representava para cada R$ 1,00 um ganho de
19,1% para a empresa. Em 2013 essa taxa aumentou para 20,3%, isso significa que, em
média, haverá uma demora de apenas 5 anos para que empresa obtenha de volta o seu
investimento.

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Índices de Rentabilidade

30,00%
25,00%
20,00%
2012
15,00%
2013
10,00%
2014
5,00%
0,00%
Taxa de Taxa de Ret./PL
Ret./Investimento

Figura 04 - Índices de Rentabilidade da empresa em estudo no triênio. Fonte: Dados da pesquisa.

A taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido também é considerada favorável a


empresa, pois em 2012 ela representou 25,9%, ou seja, para cada R$ 1,00 investido pelos
proprietários houve um ganho de aproximadamente R$ 0,26. Em 2013 ela passou para 27,5%,
representando um ganho de mais de R$ 0,27 para cada R$ 1,00 investido. Já em 2014, os dois
índices obtiveram uma redução considerável, a taxa de retorno sobre investimentos passou a
ser de 5,9%, originando um payback de aproximadamente 17 anos, e a taxa de retorno sobre o
patrimônio líquido foi de 12,2%.

4.4 Índices de lucratividade

Os índices de lucratividade evidenciam o quanto a empresa ganha por cada real


vendido, conforme demonstrado na Figura 05.

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Índices de Lucratividade
42,20%
45,00%
38,00%
40,00% 35,70%
35,00%
30,00%
25,00%
17,50% Margem Bruta
20,00% 13,80%
15,00% Margem Liquida
10,00% 5,10%
5,00%
0,00%
2012 2013 2014

Figura 05 - Índices de Lucratividade da empresa em estudo no triênio. Fonte: Dados da pesquisa.

Como se pode observar pela Figura 05, em 2012 a margem bruta foi de 38%, ou seja,
para cada R$ 1,00 vendido a empresa ganhou R$ 0,38 para remunerar as despesas, os bancos,
o imposto de renda e os proprietários. Em 2013 este índice aumentou para 42,2%. Em 2014,
houve uma queda, mas ainda assim ficou em 35,7%, ou seja, acima do recomendado.
A margem líquida em 2012 representou 13,8%, ou seja, para cada R$ 1,00 vendido
sobrou aos proprietários aproximadamente R$ 0,14 de lucro líquido. Em 2013 subiu para
17,5%, já em 2014 houve uma queda de 12,4%, pois as despesas foram maiores, devido às
aquisições efetuadas para a construção da nova fábrica.

4.5 EBITDA

É a forma de medir o desempenho da empresa por meio da capacidade de geração de


caixa, antes dos juros, apuração do imposto de renda, depreciações e amortizações. Assim
pode-se afirmar que este indicador está diretamente relacionado com as atividades
operacionais da empresa e é considerado como mais importante para fazer comparação entre
as empresas.
Analisando o triênio, nota-se que o melhor desempenho da empresa foi em 2012, onde
gerou um EBITDA de R$ 6.709.694, nos anos seguintes houve uma redução, conforme
representa a Figura 06.

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Capacidade de geração de caixa (EBITDA)


R$ 8.000.000,00
R$ 7.000.000,00
R$ 6.000.000,00
R$ 5.000.000,00
R$ 4.000.000,00 R$ R$
R$ 3.000.000,00 6.709.694,00 6.522.175,00 R$
R$ 2.000.000,00 5.169.711,00
R$ 1.000.000,00
R$ -
2012 2013 2014

Figura 06 – Capacidade de geração de caixa da empresa em estudo no triênio. Fonte: Dados da


pesquisa.

Conforme demonstrado na Figura 06, os três períodos foram positivos, porém em


todos eles houve uma queda, em 2014 essa redução foi de aproximadamente 21% com relação
a 2013, e acredita-se que esse fato ocorreu deu devido o aumento nos custos e nas despesas
operacionais. É importante ressalvar que o EBITDA assim como os outros indicadores, não
deve ser analisado de forma isolada, para que a análise obtida proporcione maior
confiabilidade
A situação da empresa referente ao EBITDA versus necessidade de capital de giro
apresentou-se da seguinte forma:
a) Em 2012, a empresa possuía uma necessidade de capital de giro de R$ 4.869.468 e
tinha um EBITDA de R$ 6.709.694, significa que a capacidade de geração de caixa estava
superior em R$ 1.840.226,00.
b) Em 2013, a necessidade de capital de giro era de R$ 6.996.870 e possuía um
EBITDA de R$ 6.522.175. Nesse período o potencial de caixa baixou e estava deficitário em
R$ 474.695,00.
c) Em 2014 a empresa continuou com o potencial de caixa menor que sua necessidade,
onde a necessidade de capital de giro era de R$ 6.381.220 e o EBITDA R$ 5.169.711, ou seja
um déficit de R$ 1.211.509,00.
Com esses dados é possível constatar que, embora a empresa tenha apresentado saldos
do ativo circulante operacional superiores aos do passivo, ela possui uma capacidade de
geração de caixa menor que a necessidade de capital de giro.

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XXII SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Política Nacional de Inovação e Engenharia de Produção
Bauru, SP, Brasil, 09 a 11 de novembro de 2015

5. Conclusões

A contabilidade gerencial tem assumido um importante papel dentro das organizações


que buscam ter melhores resultados e maior eficiência na gestão.
Em relação à questão que orientava a pesquisa constatou-se que a análise por meio dos
indicadores pode ser considerada relevante para as empresas que buscam formas de
acompanhar seu desempenho nos mais diversos ângulos.
Entretanto, na empresa objeto de estudo, pela pesquisa ficou demonstrado que os
indicadores econômicos e financeiros não eram utilizados como instrumento de apoio a
tomada de decisão. Assim é possível afirmar que isso pode trazer algumas desvantagens para
ela, pois a falta dessas informações dificulta estudar suas condições competitivas e
impossibilita elaborar novas estratégias e tendências que possam trazer melhores resultados
para a empresa.
Pela pesquisa e com base na análise das demonstrações contábeis, foram apresentadas
várias formas de efetuar cálculos de índices que expõem a realidade da empresa e que podem
ser adaptados conforme sua necessidade. Foram utilizados os índices: desempenho das
atividades operacionais, retorno de investimentos, necessidade de capital de giro, índices de
rentabilidade, lucratividade e também endividamento, entre outros.
Na presente pesquisa, foram utilizadas planilhas elaboradas com base na literatura,
adaptadas pelos autores conforme a necessidade, também construídos gráficos que
representaram a variação de cada índice entre os anos de 2012, 2013 e 2014.
Este estudo deixa algumas lacunas que poderão ser pesquisadas em estudos futuros,
tais como, fazer análise comparativa, ou comparando o mês atual com mesmo mês em
períodos anteriores e analisar os índices fazendo comparação com outras empresas do mesmo
ramo de atividade. E por fim, recomenda-se a elaboração de novas pesquisas referente aos
indicadores econômicos e financeiros para contribuir com o tema e com a empresa. Além da
realização de pesquisas com os decisores destas empresas, a fim de verificar a mudança de
percepção quanto à tomada de decisão após a implantação das melhorias gerenciais.

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