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Tendo emergido nas manifestações populares de 2013, a mídia ninja surgiu com a

premissa de dar visibilidade e voz a pautas não contempladas pelas mídias tradicionais. O
movimento tem grande identificação com o atual momento da mídia, conectado, ubíquo e
nômade. Vale lembrar que toda essa movimentação só é viável graças à internet, onde todos
com acesso à rede se tornam potenciais produtores de conteúdo independente. O padrão de
consumo desse conteúdo também muda completamente, com a instantaneidade e o suporte a
diversos tipos de mídias das redes sociais e plataformas digitais, as quais permitem também
uma maior interatividade. O público deixa de ser passivo e passa a ter diálogo direto com o
produtor de conteúdo.

COMENTÁRIO

Veículos e iniciativas como a mídia ninja são fundamentais para o exercício pleno da
democracia. A comunicação, em uma lógica capitalista que visa essencialmente o lucro, é
pautada pelo capital. No frigir dos ovos, o dinheiro é quem manda. Imparcialidade, como
aprendemos desde as primeiras disciplinas da faculdade, não existe, partindo do pressuposto
que a apuração dos fatos é realizada por um ser humano que tem em sua essência concepções
e opiniões que vão influenciar no conteúdo. Isenção é um ideal a ser perseguido, também
dificílimo de ser atingido. Há ainda o desafio das linhas editoriais, aí que o fator dinheiro entra
com mais agressividade como mais um atrapalhativo à informação.

Aí entra a importância dos veículos independentes. Geralmente constituídos sem visar


o lucro em primeiro lugar, um dos fatores que pesam no sentido de atrapalhar, no caso o
dinheiro, sai de cena. Ademais, o status underground ou alternativo de tais veículo permite
que certas “sabonetadas” sejam deixadas de lado. O veículo tem maior facilidade em assumir
um lado ou ideologia, sem precisar maquiar esse quesito. Com essa clareza, se joga mais limpo
com o público.

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