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PR SB-2.11 – Item 3.3.

2 – Número de circuitos de restrição igual ao número de TCs função 87T


O item 3.3.2 do submódulo 2.11 dos Procedimentos de Rede do ONS define que unidades transformadoras de potência devem possuir
proteção principal e alternada compostas de função diferencial percentual (87) por fase, com número de circuitos de restrição igual ao número
de TCs da malha diferencial.
Recorte da página 9 do SB 2.11 dos PR:

A interpretação desse item, impõe que em subestações com arranjo de disjuntor e meio, por exemplo, não se pode realizar a soma
física das correntes dos TCs central e lateral, e disponibilizar a corrente somada ao IED de proteção, deve-se disponibilizar para o IED de
proteção cada corrente de maneira independente.
Consultando os manuais dos IEDs: 7UT8x da Siemens e RET-670 da Hitachi/ABB, que são IEDs de proteção de trafos/autotrafos/reatores,
estes manuais também recomendam que em arranjos de disjuntor e meio, por exemplo, as correntes dos TCs central e lateral, sejam
disponibilizadas de maneira individualizada aos IEDs.
Recorte da página 128 do manual de aplicação do IED RET-670:

Recorte da página 576 do manual de aplicação do IED 7UT8x:


Ambos manuais dos IEDs (7TU8x e RET-670) supracitados recomendam disponibilizar as correntes dos TCs central e lateral em arranjos
de disjuntor e meio de maneira individualizada, ao invés de realizar a soma física das mesmas, visando que a função 87T não atue indevidamente
no caso de saturação de um desses TCs para uma falta externa.
Tendo em vista o exposto acima, considere um IED 7UT8x com função 87T, que respeita os ajustes e a curva abaixo.
Considere também o arranjo fictício abaixo de um autotransformador 500/230 kV protegido pela função 87T do 7UT8x supracitada.
Agora considere uma falta externa de 1pu na barra A do arranjo acima, em dois casos:
1) Correntes do setor de 500kV disponibilizadas de maneira independentes ao IED
2) Correntes do setor de 500kV disponibilizadas somadas ao IED
Note que em ambos os casos (1 e 2) a função 87T não opera.
Entretanto, considere agora uma falta externa de 5pu na barra A, porém assumindo que o TC-X sature e não entregue 5pu, mas 4,7pu,
para os mesmos casos mostrados acima.
3) Correntes do setor de 500kV disponibilizadas de maneira independentes ao IED
4) Correntes do setor de 500kV disponibilizadas somadas ao IED
Note agora que a saturação do TC-X causa a atuação indevida da função 87T quando as correntes do setor de 500kV são disponibilizadas
já somadas ao IED (Caso 4), que não ocorre no caso 3, onde as correntes são disponibilizadas de maneira individualizadas ao IED.
Portanto, manter o número de circuitos de restrição iguais ao número de TCs aumenta a SEGURANÇA da função 87T para faltas
externas, justificando o item 3.3.2 do SB 2.11 do PR do ONS.

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