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A família no passado
A família, na sua forma atual, não é outra coisa senão uma das ruínas do
passado. Sólida, encerrada em si mesma e indissolúvel, já que se considera
como tal o matrimônio abençoado pelo pope , era também necessário que assim
fosse para todos os membros. Se a família não tivesse existido, quem teria
alimentado, vestido e educado as crianças e quem as teria guiado através da
vida? A sorte do órfão era no passado a pior de todas as sortes. Na família a que
estamos acostumados, o marido trabalha e mantém a mulher e os filhos,
enquanto a mulher se ocupa da casa e educa os filhos, de acordo com o que
pensa desta missão.
A mulher, a mãe operária, sua sangue para cumprir três tarefas ao mesmo
tempo: trabalhar durante oito horas num estabelecimento, o mesmo que seu
marido; depois, ocupar-se da casa e, finalmente, tratar dos filhos. O capitalismo
pôs nos ombros da mulher uma carga que a esmaga; fez dela uma assalariada,
sem ter diminuído o seu trabalho de dona de casa e de mãe. Assim, a mulher
dobra-se sob o triplo peso insuportável, que lhe arranca amiúde um grito de dor
e que, às vezes, também lhe faz verter lágrimas. O afã foi sempre a sorte da
mulher, mas nunca houve sorte de mulher mais terrível e desesperada que a de
milhões de operárias sob o julgo capitalista durante o florescimento da grande
indústria...
Que fazia tão forte a família no passado? Em primeiro lugar, o fato de que o
marido-pai mantinha a família; em segundo lugar, que o lar comum era
necessário para todos os membros da família, e finalmente, a educação dos
filhos por parte dos pais. Que fica hoje de tudo isto? Dissemos já que o marido
deixou de ser o único amparo da família. Neste sentido, a operária é igual ao
homem; aprendeu a ganhar a vida para si mesma e até, às vezes, para o marido
e filhos. Fica a casa e a educação, assim como a criação dos filhos de tenra
idade.
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Fonte
Inclusão 13/03/2014