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27/03/2023 FÍSICA II (Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia)

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣

Aula 4: Lei de Gauss


GUILHERME CAÑETE VEBBER
guilherme-vebber@uergs.edu.br
https://moodle.uergs.edu.br
Aula Passada
1. Campo Elétrico (𝐸) F
E≡
q
2. Linhas de Campo 𝐸

3. Campo 𝐸 de uma carga pontual


F Q
E≡ = k 2 𝑟Ƹ
q r

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Aula Passada
4. Momento de Dipolo Elétrico 𝑝Ԧ ≡ 𝑞𝑑Ԧ

𝒑
5. Campo 𝐸 de um Dipolo E𝑃 = 2𝑘
𝒛𝟑𝟎

6. Densidade de Carga Elétrica 𝑞


𝜆≡
𝑙
𝑞 𝑞
7. Expressão Geral de 𝐸 𝜎≡ 𝛾≡
𝐴 𝑉
𝑘 𝑟Ƹ
𝐸 = න𝑑𝐸 = න 2 𝑑𝑞
𝑟
𝑘𝑄
8. Exemplo 1 𝐸𝑃 = 0,83 2 𝑖Ƹ
𝑟

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Aula Passada
9. Carga ou Dipolo sob ação de E
𝐹Ԧ𝑒 = 𝑞𝐸

10.Torque sobre um Dipolo


𝑥Ԧ
𝜏Ԧ = 𝑝Ԧ × 𝐸 𝑑Ԧ − 𝑥Ԧ

11.Energia Potencial de um Dipolo

𝑈 = −𝑝Ԧ ∙ 𝐸 H2O
(Dipolo Elétrico)

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Lei de Gauss
DESAFIO INICIAL 1
Antes do que será visto na aula de hoje, você saberia responder à
pergunta abaixo?

O que a carga total em um volume do espaço tem a ver


com o campo elétrico na superfície desse volume?

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Lei de Gauss
DESAFIO INICIAL 2
Você saberia responder o problema abaixo?

Um próton se encontra a uma distância vertical 𝑑/2 do centro de um quadrado


de aresta d.
Qual o módulo do fluxo elétrico através do quadrado?
(Sugestão: Pense no quadrado como uma das faces de um cubo de aresta d.)

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Objetivos de Aprendizagem
Após esta aula, você deverá saber:

1. O que é uma superfície gaussiana;


2. O que representa um fluxo de campo elétrico;
3. O que é expresso pela Lei de Gauss;
4. A vantagem e as limitações da Lei de Gauss;
5. A diferença entre cargas livres e cargas em excesso;
6. O campo elétrico dentro de condutores elétricos;
7. Como usar a Lei de Gauss para descobrir o campo
elétrico de distribuições de carga elétrica simétricas.

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1. Superfície Gaussiana
É uma superfície fechada e imaginária que pode ter qualquer
forma e tamanho. Superfície gaussiana é sempre imaginada fechada.

𝑞 =? ?

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2. Fluxo (φ)
A definição de fluxo depende da grandeza física associada.

Exemplo: Imagine o vento atravessando uma janela ou uma corrente


de água percorrendo a secção de um tubo:

Fluido (ar, água)

O vetor área 𝐴Ԧ tem módulo igual à área e aponta


Seção de um tubo ou janela sempre para fora, perpendicular ao plano

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2. Fluxo (φ)
Neste caso, o fluxo representa a vazão (volume por unidade
de tempo) de um fluido através de uma área, sendo definido por:

Φ ≡ 𝑣Ԧ ∙ 𝐴Ԧ (1) Φ = 𝑣𝐴 cos 𝜃 (1.2)

Fluxo Volumétrico O fluxo é máximo quando o


escoamento do fluido é
por que fluxo é perpendicular à área (𝜃 = 0)!
maximo (θ=0)?

OBS: Mas podemos reinterpretar o fluxo como o


produto de um campo de velocidades pela área, e não
mais como a passagem de um fluido por ela.

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Fluxo de um Campo
Questão Conceitual 1

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3. Fluxo de Campo Elétrico (𝜙𝐸 )
Considere uma superfície gaussiana imersa em um campo elétrico não
uniforme:
Φ𝐸 ≡ 𝐸 ∙ 𝐴Ԧ (2)

Fluxo Elétrico através de uma área 𝐴Ԧ


Considerando a área
fechada da superfície Φ𝐸 ≡ ෍ 𝐸 ∙ ∆𝐴
gaussiana:
Considerando o limite em que ∆𝐴 → 0:

Φ𝐸 ≡ ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 (3)

Integral fechada Fluxo Elétrico através de uma


(sobre uma área) Gaussiana

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3. Fluxo de Campo Elétrico (Φ𝐸 )
Φ𝐸 ≡ ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 (3) Unidade (SI): 𝑁. 𝑚2
Φ𝐸 =
𝐶

Respostas
(a) +EA
(b) -EA
(c) 0
Φ𝐸 = 𝐸 ∙ 𝐴Ԧ (d) 0

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Lei de Gauss
Questão Conceitual 2

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3. Fluxo de Campo Elétrico (𝜙𝐸 )
Pergunta 1

Respostas
Φ𝐸 ≡ 𝐸 ∙ 𝐴Ԧ (a) 8 𝑁. 𝑚2 /𝐶
(b) 0

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Comentário
A lei de Gauss é uma lei geral. Ela vale
para qualquer distribuição de cargas e
qualquer superfície fechada. O fluxo
elétrico depende do campo elétrico,
ou seja, a lei de Gauss estabelece uma
maneira de relacionar o campo
elétrico em torno de uma dada região
(superfície) com a distribuição de
cargas que o produz.

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4. Lei de Gauss
A lei de Gauss relaciona o fluxo total 𝜱𝑬 de um campo
elétrico através de uma superfície gaussiana com a carga total
𝒒𝒆𝒏𝒗 envolvida pela gaussiana:
poderia
𝜀0 Φ𝐸 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 (4) explicar
o qenv.?
1 −12
𝐶2
𝜀0 = = 8,85 × 10
4𝜋𝑘 𝑁𝑚2

3 → 4 :
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 (5)

Lei de Gauss
Obs: O fator “𝜀0 ” só vale para o vácuo e, numa boa aproximação, para o ar.
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4. Lei de Gauss
Superfície S1: Φ1 𝑆1 > 0 , logo: 𝒒𝒆𝒏𝒗 > 𝟎
(todas linhas apontam para fora)

Superfície S2: Φ2 𝑆2 < 0 , logo: 𝒒𝒆𝒏𝒗 < 𝟎


(todas linhas apontam para dentro)

Superfície S3: Φ3 𝑆3 = 0 , logo: 𝒒𝒆𝒏𝒗 = 𝟎


(mesmo nº de linhas que entram saem da gaussiana)

Superfície S4: Φ4 𝑆4 = 0 , logo: 𝒒𝒆𝒏𝒗 = 𝟎


(mesmo nº de linhas que entram saem da gaussiana)

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Lei de Gauss
Questão Conceitual 3

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4. Lei de Gauss: Teste 1

𝜀0 Φ𝐸 = 𝑞𝑒𝑛𝑣

Respostas
(a) 2
(b) 3
(c) 1

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Lei de Gauss
Questão Conceitual 4

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5. Lei de Gauss e Lei de Coulomb
Considere uma carga pontual envolvida por uma gaussiana esférica centrada nela:

Da equação (5):
Lei de Gauss

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝜀0 ර 𝐸 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 (6)

𝐸 ∥ 𝑑𝐴Ԧ ∶ 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝐸 𝑑𝐴

Como 𝑞𝑒𝑛𝑣 = 𝑞 (no centro da casca esférica) e E varia radialmente com a


distância, sendo constante a uma distância r fixa (raio da casca esférica), podemos
reescrever (6) como:

1 𝑞
𝜀0 ර 𝐸 𝑑𝐴 = 𝜀0 𝐸 ර 𝑑𝐴 = 𝑞 E= (7)
4𝜋𝜀0 𝑟 2

(área superficial de uma casca esférica) = 4𝜋𝑟 2 Lei de Coulomb


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Lei de Gauss
Questão Conceitual 5

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5. Lei de Gauss e Lei de Coulomb
Teste 2

Φ𝑖

r Respostas
(a) igual
q (b) igual
(c) igual

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Um Condutor Carregado

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Um Condutor Carregado
Antes de aprofundarmos o estudo de condutores elétricos, você saberia
responder:

Qual o campo elétrico no interior de um condutor?


Qual a diferença entre cargas livres e cargas em excesso?

Teorema:

Prova:
Devemos lembrar que um condutor possui elétrons livres (de condução),
que estão presentes em todo volume dele.

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Um Condutor Carregado
Além disso, se ele estiver em equilíbrio eletrostático, todas cargas livres
devem estar paradas, em repouso.
Nessa situação, o campo elétrico dentro do condutor deve necessariamente
ser nulo (𝑬 = 𝟎), caso contrário elétrons livres seriam acelerados por uma força
eletrostática.
Agora, se considerarmos uma gaussiana S1 dentro
de um condutor (muito próxima da superfície),
podemos aplicar a lei de Gauss:

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 𝑞𝑒𝑛𝑣 = 0 (1)


𝑆1
S1 0 (sobre toda gaussiana)

Ou seja, toda carga em excesso deve estar fora da gaussiana


e, portanto, na superfície do condutor.

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Um Condutor Carregado
Cavidade Interna
Aplicando novamente a lei de Gauss para a gaussiana
S2 da figura ao lado, temos:

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 𝑞𝑒𝑛𝑣 = 0 (2)


S2
𝑆2
0 (sobre toda gaussiana)

Ou seja, como S2 pode estar tanto próximo da cavidade interna quanto da


superfície externa, conclui-se que a presença de uma cavidade interna não afeta a
distribuição de cargas em excesso, não importando a forma e o tamanho dela.

Obs: O caso limite seria o da remoção completa do condutor devido ao aumento da


cavidade. Se pudéssemos “congelar” as cargas em excesso antes de removê-lo por
completo, veríamos que o campo continuaria nulo na região interna às cargas.

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Um Condutor Carregado
Campo 𝐸 próximo de um Condutor
Mesmo que um condutor tenha distribuição não uniforme de cargas,
podemos considerar que numa área bem pequena ela seja uniforme e em pontos
bem próximos fora da superfície, o campo elétrico também seja uniforme.

Consideremos a gaussiana
cilíndrica S3 da figura ao lado.
S3
Pela lei de Gauss:

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 (3)
𝑆3

Podemos dividir essa integral em 3 partes, uma para cada superfície do


cilindro gaussiano (2 bases e uma lateral):
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Campo 𝐸Ԧ próximo de um Condutor
Base interna Lateral Base externa

ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑖𝑛𝑡 + න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡 + න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑒𝑥𝑡


S3 𝑆3
0 (E = 0) 0 (E = 0 ou
E ⊥ 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡 ) = 𝐸𝐴𝑒𝑥𝑡 (𝐸 ∥ 𝐴Ԧ𝑒𝑥𝑡 )
ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝐸𝐴𝑒𝑥𝑡 (4)
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 𝑆3
𝑆3
(3)

𝑞𝑒𝑛𝑣 = 𝜎𝐴𝑒𝑥𝑡 (5) (𝜎 = densidade superficial de carga)

Substituindo (4) e (5) em (3), obtemos:

𝜎
𝜀0 𝐸𝐴𝑒𝑥𝑡 = 𝜎𝐴𝑒𝑥𝑡 𝐸= (6)
𝜀0
Campo Elétrico próximo de uma Superfície Condutora

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Um Condutor Carregado
Pergunta 2

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣
𝑆
Resposta:
𝐸1 = 𝐸2 = 𝐸3

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Um Condutor Carregado
Pergunta 3

𝜀0 𝜙𝐸 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 𝜙𝐸 ≡ ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴

Respostas:
(a) todos iguais
(b) Ea (uniforme) > Eb (variável) > Ec (uniforme) > Ed (variável)

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Um Condutor Carregado
Exemplo:

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Um Condutor Carregado: Exemplo
Solução: Lei de Gauss aplicada a S1:

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 = 𝑞 + 𝑞𝑖𝑛𝑡 = 0
𝑆 1
S1 0 (pois E = 0 no interior de um condutor)

Logo: 𝑞𝑖𝑛𝑡 = −𝑞 = − −5,0 𝜇𝐶 = +5,0 𝜇𝐶

𝑞 = −5,0 𝜇𝐶 𝑞𝑖𝑛𝑡 = +5,0 𝜇𝐶

Como a casca esférica é eletricamente neutra:


𝑞𝑖𝑛𝑡 + 𝑞𝑒𝑥𝑡 = 0 𝑞𝑒𝑥𝑡 = −𝑞𝑖𝑛𝑡 = −5,0 𝜇𝐶

Padrões: Dentro: Assimétrico (carga deslocada do centro)


Fora: Simétrico (não há interação entre as cargas
interna e externa da casca, pois E = 0 dentro)

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Aplicações: Simetria Cilíndrica
Pela simetria do sistema, consideramos uma gaussiana S4, que simplifica bastante os
cálculos. A barra carregada tem densidade linear de cargas (λ) uniforme, o que produz um
𝐸 perpendicular à direção dela. Aplicando a lei de Gauss, temos:

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 (1)
𝑆4
S4
Base inferior Base Superior Lateral
= 𝜙𝐸 𝑆4

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝜀0 න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑖𝑛𝑓 + න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑠𝑢𝑝 + න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡


𝑆4
0 (E ⊥ 𝐴Ԧ𝑖𝑛𝑓 ) 0 (E ⊥ 𝐴Ԧ𝑠𝑢𝑝 )
= 𝐸𝐴𝑙𝑎𝑡 (𝐸 ∥ 𝐴Ԧ𝑙𝑎𝑡 )
𝜀0 𝜙𝐸 𝑆4 = 𝜀0 E. Alat (2)

𝑞𝑒𝑛𝑣 = 𝜆. ℎ (3) (𝜆 = densidade linear de carga)

Alat = 2𝜋𝑟. ℎ (4) (Área lateral de um cilindro)

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Aplicações: Linha de Cargas
Substituindo (4 → 2) e (3) em (1), obtemos:

𝜆 1
𝜀0 𝐸 2𝜋𝑟. ℎ = 𝜆ℎ 𝐸= (5)
2𝜋𝜀0 𝑟
S4
Campo Elétrico devido a uma linha de cargas infinita

Obs: Uma barra finita (real) terá em 1ª aproximação (próxima à


barra e longe das borda) o campo 𝐸 dado pela equação (5) para
uma barra infinita.

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Aplicações da Lei de Gauss
Pergunta 4

𝜆 1
𝐸=
2𝜋𝜀0 𝑟

Resposta:
E1 = E2 = E3

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Aplicações: Simetria Planar
1. Placa (superfície) Isolante Infinita
Pela simetria do sistema, se 𝜎 = uniforme, 𝐸 também é uniforme e perpendicular à
placa (dos dois lados). Escolhendo por conveniência novamente a gaussiana S5, obtemos
pela lei de Gauss: Base esquerda Base direita Lateral

𝜙𝐸 𝑆5 = ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑒𝑠𝑞 + න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑑𝑖𝑟 + න 𝐸 ∙ 𝑑𝐴𝑙𝑎𝑡


𝑆5
0 (E ⊥ 𝐴Ԧ𝑙𝑎𝑡 )
S5 = 𝐸𝐴 (𝐸 ∥ 𝐴Ԧ𝑒𝑠𝑞 ) = 𝐸𝐴 (𝐸 ∥ 𝐴Ԧ𝑑𝑖𝑟 )

𝜙𝐸 𝑆4 = 2𝐸𝐴 (6) 𝑞𝑒𝑛𝑣 = 𝜎𝐴 (7)

6, 7 → 1 :
𝜎
S5
𝜀0 2𝐸. 𝐴 = 𝜎𝐴 𝐸= (8) Independente de 𝑟Ԧ !
2𝜀0
Campo Elétrico de uma placa isolante infinita

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Aplicações: Simetria Planar
2. Duas Placas Condutoras
Na aula passada, vimos que o 𝐸 devido a uma placa condutora uniformemente
carregada (𝜎1 = uniforme) e “infinita” (ou seja, com E0 = uniforme) é igual a:

𝜎1
𝐸0 = 𝑟Ƹ , (9)
𝜀0

onde “𝑟”Ƹ é um vetor unitário apontando para


fora e 𝜎1 pode ser (+) ou (-).

Duas placas condutoras e isoladas

O que deve ocorrer quando aproximamos duas placas condutoras carregadas com
cargas opostas (como na figura acima)?

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Simetria Planar: 2 Placas Condutoras
Ao aproximarmos duas placas condutoras com cargas opostas, as cargas em excesso
nas faces de fora serão atraídas pela outra placa, resultando em densidades de carga (𝜎)
iguais ao dobro da inicial:
𝜎 = 2𝜎1 (10)

Como os campos E0 são uniformes (não dependem da distância para as placas), a


soma vetorial dos campos produzidos pelo par de placas resulta em:

𝐸=0 (11) 𝐸 = 2𝐸0 (12)


(Fora da região (Dentro da região
entre placas) entre placas)

O campo resultante dentro é, portanto (9, 10 → 12):

2𝜎1 𝜎
𝐸= = (13)
𝜀0 𝜀0

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Aplicações da Lei de Gauss
Teste 3

Resposta:
E3 = E4 > E2 > E1

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Aplicações: Simetria Esférica
Vamos agora demonstrar com a Lei de Gauss os 2 teoremas para cascas esféricas:

Teorema 1:

Prova 1: Pela lei de Gauss aplicada a S1:

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞
𝑆1 área superficial
da gaussiana

= ර 𝐸. 𝑑𝐴 = 𝐸 ර 𝑑𝐴 = 𝐸 (4𝜋𝑟 2 )
𝑆1 𝑆1

(𝐸 ∥ 𝑑𝐴)
𝐸 = uniforme (simetria esférica!)
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Aplicações: Simetria Esférica
Prova 1:
Reescrevendo:
1 𝑞
𝜀0 𝐸 4𝜋𝑟 2 = 𝑞 𝐸= (14)
4𝜋𝜀0 𝑟 2

Casca esférica com carga q (𝑟 > 𝑅)

Ou seja, o campo gerado pela casca esférica é idêntico ao de uma partícula


com mesma carga q situada no ponto central da casca.

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Aplicações: Simetria Esférica
Teorema 2:

Prova 2: Aplicando a lei de Gauss a S2:

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 = 0
𝑆2
0
Logo: 𝐸 = uniforme = 0

ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 0 𝐸=0 (15)
𝑆2
≠0 Casca esférica com carga q (𝑟 < 𝑅)
Ou seja, o 𝐸 é nulo no interior da casca. Se qualquer carga for colocada
nessa região, ela não sofrerá qualquer força de atração ou repulsão.
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Aplicações: Simetria Esférica
Vamos aplicar agora esses 2 teoremas para calcular o campo elétrico de uma
distribuição esférica (volume) uniforme de cargas, de raio R.

Aplicando a lei de Gauss à gaussiana externa S3:

1 𝑞
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 𝜀0 𝐸 4𝜋𝑟32 =𝑞 𝐸= (16)
𝑆2 4𝜋𝜀0 𝑟32
(𝑟3 ≥ 𝑅)
Aplicando a lei de Gauss à gaussiana interna S4:

1 𝑞′
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 𝜀0 𝐸 4𝜋𝑟42 = 𝑞′ 𝐸= (17)
𝑆2 4𝜋𝜀0 𝑟42
(𝑟4 ≤ 𝑅)

𝑞’ = ?

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Aplicações: Simetria Esférica
Como a distribuição esférica de cargas é UNIFORME, podemos escrever:

𝑞
𝜌 = = constante (18) 𝑞′ = න 𝜌 𝑑𝑉 = 𝜌 න 𝑑𝑉 (19)
𝑉
𝑆4 𝑆4
4 3
න 𝑑𝑉 ≡ 𝑉 = 𝜋𝑟 (20)
3 4
𝑆4

Substituindo (18, 20) em (19), temos: 4 3


𝑞 4 3 𝑞 𝜋𝑟 3
3 4 𝑟4
𝑞′ = 𝜋𝑟4 = =𝑞
𝑉 3 4 3 𝑅
E substituindo em (17): 𝜋𝑅
3

𝑞
𝐸= 𝑟 (21)
4𝜋𝜀0 𝑅3 4
(𝑟4 ≤ 𝑅)

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Lei de Gauss
Questão Conceitual 6

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Aplicações da Lei de Gauss
Pergunta 5

𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣
𝑆2
𝑞
𝜌=
𝑉 Respostas:
(a) 𝜌𝑎 > 𝜌𝑏 > 𝜌𝑐 > 𝜌𝑑
(b) E𝑎 = 𝐸𝑏 > 𝐸𝑐 > 𝐸𝑑

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Lei de Gauss
RESPOSTA DO DESAFIO INICIAL
Você saberia responder o problema abaixo?

Um próton se encontra a uma distância vertical 𝑑/2 do centro de um quadrado


de aresta d.
Qual o módulo do fluxo elétrico através do quadrado?
(Sugestão: Pense no quadrado como uma das faces de um cubo de aresta d.)

Lei de Gauss: Φ𝐸,𝑐𝑢𝑏𝑜


Φ𝐸,𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜 =
6
𝜀0 Φ𝐸,𝑐𝑢𝑏𝑜 = 𝑞𝑒𝑛𝑣
𝑒
𝑞𝑒𝑛𝑣 = +𝑒 Φ𝐸,𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑎𝑑𝑜 =
6𝜀0

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Lei de Gauss
Problema 1

Resposta
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 −1,70 𝑛𝐶

2
𝐶
𝜀0 = 8,85 × 10−12
𝑁𝑚2

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Aplicações da Lei de Gauss
Problema 2
Um fio reto longo possui cargas negativas fixas com uma densidade linear
de 3,6 nC/m.
O fio é envolvido por uma casca coaxial cilíndrica, não condutora, de
paredes finas, com 1,5 cm de raio.
A casca possui uma carga positiva na superfície externa com uma
densidade superficial , que anula o campo elétrico do lado de fora da
casca.
Determine o valor de .

𝑞
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 𝜎≡
𝐴 Resposta:
𝑆4
𝜎 = 3,8 𝑥 10−8 𝐶/𝑚2

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Aplicações da Lei de Gauss
Problema 3
Uma esfera maciça de raio 𝑎 = 2,00 𝑐𝑚 é concêntrica com uma casca
esférica condutora de raio interno 𝑏 = 2,00 𝑎 e raio externo 𝑐 = 2,40 𝑎.
A esfera possui uma carga uniforme 𝑞1 = +5,00 𝑓𝐶 e a casca possui uma
carga 𝑞2 = - 𝑞1.
Determine o módulo do campo elétrico (a) em 𝑟 = 0; (b) em 𝑟 = 𝑎/2; (c)
em r = a; (d) em 𝑟 = 1,50 𝑎; (e) em 𝑟 = 2,30 𝑎; (f) em 𝑟 = 3,50 𝑎.
Determine a carga: Respostas:
a zero
(g) na superfície interna; b 56,2 mN/C
c 112 mN/C
(h) na superfície externa da casca. d 49,9 mN/C
e zero
f zero
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 g − 5,00 fC
(h) zero.

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Aplicações da Lei de Gauss
Problema 4
Uma casca esférica possui uma densidade volumétrica de cargas uniforme
 = 1,84 nC/m3, raio interno a = 10,0 cm e raio externo b = 2,00 a.
Determine o módulo do campo elétrico:
𝜀0 ර 𝐸 ∙ 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣
(a) em r = 0; 𝑆2

(b) em r = a/2; 𝐑𝐞𝐬𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚𝐬:


(c) em r = a; (a) zero
(b) zero
(d) em r = 1,5a;
(c) zero
(e) em r = b; (d) 7,32 N/C
(f) em r = 3b. (e) 12,1 N/C
(f) 1,35 N/C

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Aplicações da Lei de Gauss
Questão Conceitual 7

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Lei de Gauss
Questão Conceitual 8

FÍSICA II - Eletromagnetismo - AULA 3: Lei de Gauss Prof. Guilherme Cañete Vebber


Lei de Gauss
Questão Conceitual 9

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Lei de Gauss
Questão Conceitual 10

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Lei de Gauss
Questão Conceitual 11

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Aplicações da Lei de Gauss
Questão Conceitual 12

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Aplicações da Lei de Gauss
Questão Conceitual 13

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Aplicações da Lei de Gauss
Questão Conceitual 14

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E na próxima aula...
1. Potencial Elétrico (V)

2. Superfícies Equipotenciais

3. Relação Potencial - Campo Elétrico

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