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Resumo de Resumo

Distúrbios de Refração 0

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Distúrbios de
Refração

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Resumo de Distúrbios de Refração 1

1. Princípios Ópticos
A luz visível é energia em forma de onda capaz de sensibilizar os
fotorreceptores da retina. Ela se propaga em forma de raios retilíneos que podem ser
paralelos, convergentes ou divergentes.

Para entender os erros de refração do olho, é necessário entender alguns


princípios da física.

• Quando a luz se propaga em um meio e depara-se com uma interface,


pode sofrer 3 fenômenos: reflexão, absorção e refração. A refração é o mais importante
fenômeno envolvido na visão e traduz-se pela mudança da velocidade da luz entre os
dois meios, causando um desvio angular na propagação do raio. Cada meio possui um
índice de refração próprio e o do ar tem valor padronizado em 1.
• Lentes esféricas: são interfaces transparentes curvilíneas, que possuem
uma vergência, correspondendo ao poder de mudar trajetória dos raios luminosos.
Assim, podem ser convergentes ou divergentes, conhecidas como positivas e negativas,
respectivamente. É calculada na fórmula: 1 sobre sua distância focal.
• Olho: há três principais componentes refrativos:
o Córnea: lente convexo-côncava, menor curvatura anterior que posterior,
com poder dióptrico fixo e índice refração de 1,376, com potencial
convergente. Juntamente com o humor aquoso é responsável por 2/3 do
poder de refração do olho.
o Cristalino: lente biconvexa de alto poder focal, com potencial
convergente, com poder dióptrico ajustável pelo músculo ciliar. Este
fenômeno consiste no ajuste do diâmetro do cristalino, que permite a
visualização de um objeto tanto a curta, quanto a longa distância e é
denominado reflexo da acomodação.
o Humor vítreo: Juntamente com o cristalino é responsável por cerca de
1/3 do poder de refração do olho.

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Alterações destas estruturas podem originar os distúrbios refrativos. Além disso,


o diâmetro ântero-posterior (AP) do olho também pode estar envolvido nessa gênese.
Dessa forma, considera-se um olho emétrope (sem distúrbio) aquele que tem condição
adequada do comprimento AP e do seu poder de refringência, permitindo que, sem
interferência da acomodação, o olho receba na fóvea imagens nítidas do objeto situados
no infinito.

2. Exame Ocular da Refração


De forma resumida, para a avaliação dos distúrbios de refração é necessário
diferentes instrumentos. Em um primeiro momento fazemos exames objetivos, com
ceratometria (medida da curvatura anterior da córnea) ou esquiascopia (determinação
da refração do olho). Posteriormente, é realizado exame subjetivo com lentes.
Inicialmente pode ser realizado com autorrefrator, que estima grau, digitalmente, e
depois é utilizado o refrator, para verificar com mais precisão o grau necessário para
correção. Esse é o momento que oftalmologista troca as lentes e questiona o paciente
sobre qualidade da visão das letras nas tabelas. Lembrar que é necessário utilizar colírio
para dilatar pupila antes do exame para eliminar a capacidade de acomodação visual.

3. Ametropias
É o nome dado aos erros de refração do olho humano. Quando os erros são
relacionados às alterações do comprimento AP, são classificados como axiais. Já quando
são relacionados a defeitos de refração, são denominados refracionais. As ametropias
podem ser: miopia, hipermetropia e astigmatismo.

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4. Miopia
O que é? Condição em que a imagem dos objetos se forma anteriormente à
retina, sem interferência da acomodação (figura 1). Dentre as suas causas estão: o poder
de refração excessivo do olho ou o diâmetro ântero-posterior aumentado em relação
ao poder de refração. O míope não relaxa o músculo ciliar para retificar o cristalino por
estar sempre aumentando o poder dióptrico da lente, ou seja, sua capacidade de
acomodação para corrigir seu erro é comprometida.

Clínica: a queixa do paciente é de dificuldade de enxergar nitidamente os


objetos que se encontram distantes. Pode apresentar cegueira noturna.

Correção: lentes esféricas divergentes (côncavas ou negativas). O objetivo é


utilizar lente de menor poder dióptrico que propicie melhor acuidade visual. Altas
ametropias são consideradas quando valor dióptrico excede 5.

Figura 1 – Olho míope: formação da imagem à frente da retina.

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5. Hipermetropia
O que é? Condição em que a imagem dos objetos se forma posteriormente à
retina, sem interferência da acomodação (figura 2). Entre as causas estão poder de
refração reduzido ou diâmetro AP pequeno. Diferente do míope, o hipermétrope
consegue acomodar o cristalino e melhora visão.

Clínica: paciente queixa-se de não ver nitidamente objetos próximos. Pode


estar associado a cefaleia, principalmente ao final do dia, borramento da visão e
irritação ocular.

Correção: lentes esféricas convergentes (convexas ou positivas). O objetivo da


correção é permitir a acomodação visual residual e que a lente proporcione maior
conforto.

Figura 2 – Olho hipermétrope: formação da imagem atrás da retina.

6. Astimatismo
O que é? Diferente dos outros erros, no astigmatismo a dificuldade visual é
decorrente de poder dióptricos diferentes nos eixos vertical e horizontal, dessa forma,
os feixes de luz não se encontram num mesmo ponto da retina, impedindo a formação
adequada da imagem. Pode levar a ambliopia, que é a baixa capacidade visual mesmo
se a origem do problema for corrigida.

Existem diversas classificações, quanto a regularidade da córnea, quanto a


posição do meridiano mais curvo simétrico ou não e quanto à refração de cada olho.

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Clínica: visão não nítida tanto para objetos longe quanto perto.

Correção: lentes são prescritas conforme sua classificação, podendo ser


simples (cilíndricas) ou compostas (tóricas - esféricas com cilíndricas).

7. Anisometria
É a diferença refracional entre os dois olhos, levando a transtornos binoculares.
As anisometrias miópicas costumam ser assintomáticas, mas podem causar astenopia,
mais relacionada a leitura, e ambliopia no olho hipermétrope.

8. Presbiopia
O que é? É a perda da capacidade de acomodação do cristalino progressiva com
a idade. Geralmente inicia aos 40 anos pela perda da elasticidade cristalino. O
comprometimento da acomodação se comporta como hipermetropia, com formação da
imagem posterior a retina.

Clínica: dificuldade de visão para perto, iniciada após 40 anos. Pode ser
associada a fadiga visual, cefaleia e dificuldade de leitura em ambientes menos
iluminados.

Correção: feita por meio de lentes esféricas positivas (convergentes ou


convexas), bifocais ou multifocais.

9. Tratamento
• Óculos
• Lentes contato

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• Cirurgia Refrativa: é procedimento cirúrgico com finalidade de reduzir ou


eliminar erros de refração. Existem diferentes tipos. Dentre as realizadas com laser, as
2 principais são correção superfície (PPK) ou “Laser in situ keratomileusis” (LASIK).
Outras modalidades incluem implantes refrativos intraoculares. A correção cirúrgica,
assim como qualquer outra opção de tratamento médico, deve sempre ser baseada na
superioridade dos benefícios sobre os riscos. Existem algumas contraindicações a
cirurgias.

Referências Bibliográficas

1. Harley EAB. Temas de Refração. ARQ. BRAS. OFTAL. 56, (1), 1993.
2. Alves RM. Nakashima Y. Tanaka T. Clínica Oftalmológica. Hospital Clínicas - FMUSP.
2013.
3. Bowling B. Kanski’s Clinias Ophthalmology: A Sistematic Approach. Editora Elsevier.
8a edição. 2016
4. BICAS HEA. Ametropias and presbyopia. Medicina, Ribeirão Preto, 30: 20-26,
jan./march 1997

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