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ETILENO

Os hormônios vegetais são substâncias químicas que apresentam propriedades reguladoras


em alguma etapa do ciclo vital dos vegetais, regulando seu crescimento, desenvolvimento,
maturação e senescência.

- O etileno é um hidrocarboneto simples, composto de 2 carbonos com 1 dupla ligação


e 4 hidrogênios. É o único hormônio vegetal que se apresenta na forma de um gás.

DESCOBERTA

Em 1901, Neljubov observou que plantas de ervilha cultivadas no escuro na presença do


hormônio apresentaram três respostas no caule:

- Inibição do alongamento
- Aumento radial
- Orientação horizontal

BIOSSÍNTESE

Nas plantas, ele é produzido a partir de um aminoácido denominado metionina. Esse


aminoácido reage com o ATP e forma um composto chamado S-adenosilmetionina (SAM). O
composto será quebrado e formará dois novos compostos. Um deles é o ácido
aminociclopropano-carboxílico (ACC).

METIONINA - SAM - ACC - ETILENO

Esse processo ocorre no tonoplasto (membrana que envolve o vacúolo) sendo feito por meio
da participação de enzimas.

- A produção do etileno é estimulada por altas concentrações de auxina, além de calor e


danos, como cortes.
- Produzido em bactérias, fungos, algas, musgos, samambaias, gimnospermas e
angiospermas.

A taxa de produção do etileno depende do tipo de tecido e do estágio de desenvolvimento.

- Locais de síntese: Meristemas, folhas, flores e frutos.


TRANSPORTE - O transporte do etileno ocorre por difusão celular, onde o hormônio se
difunde facilmente nos espaços intercelulares.

INTERAÇÃO COM OUTROS HORMÔNIOS

Auxinas - Induzem a síntese do etileno (ACC sintase)


Citocininas - aumento de 2 a 4 vezes de etileno em plantas tratadas.
Auxinas + Citocininas - produção de etileno bem maior
Giberelinas - regulação dos processos de alongamento celular e também na indução floral.
Ácido Abscísico - promotor da síntese do etileno (principalmente em frutos) ACC oxidase
Etileno - autocatálise ou auto-inibição
Jasmonatos - desempenham importantes papéis na modulação das respostas de defesa das
plantas ao ataque de patógenos.

FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS

- Temperatura ótima - 30° C (até 35° C) em temperaturas maiores ou menores, tem-se a


inibição da produção do Etileno.

- CO2: A ação antagônica do CO2 em relação ao etileno possibilita o armazenamento


de frutos climatéricos em câmaras com concentração elevada de gás carbónico (40%).
Além disso, ativa a ação ACC oxidase até a concentração de 0,5 % no meio. Em
teores de 5 a 10% de CO2, inibe a atividade do etileno.

- Oxigênio: é necessário para a produção de etileno nas plantas - ACC oxidase. A


anaerobiose inibe a síntese do etileno

- Luz: A luz inibe a produção do etileno em tecidos verdes (soja). A baixa intensidade
luminosa pode estimular síntese de etileno e induzir abscisão foliar em plantas
sensíveis à sombra (pimenta). Também pode causar o aumento na produção de etileno
em bromélias.

- Alagamento: Água em excesso asfixia as raízes. Plantas alagadas têm etileno em


teores mais altos. ACC é acumulado na raiz hipóxica e transportado pelo xilema para
parte aérea, acarretando uma elevação na produção de etileno. O teor de ACC no
caule aumenta em resposta ao alagamento após 24h, e a produção de etileno ocorre a
partir de 48h. Em plantas de arroz cultivadas sob alagamento, há elevados teores de
etileno, o que acarreta na diminuição da concentração do hormônio inibidor do
crescimento, o Ácido Abscísico (ABA) e um aumento nos teores do hormônio
promotor do crescimento, as Giberelinas, o que promove um crescimento do caule.
OUTROS FATORES: Seca
- Substâncias Químicas: Metais fitotóxicos, amônia, bissulfito, ozônio e salicilato,
ácido ascórbico, herbicidas (endotal, paraquat e glifosato), thidiazuron (desfolhante)
- Ferimentos mecânicos
- Infecção por patógenos.

EFEITOS FISIOLÓGICOS

1. Dormência de gemas: O etileno estimula a quebra da dormência: tubérculos de


batatas e outros bulbos. O tratamento curto com o etileno quebra a dormência,
enquanto que o tratamento longo com o etileno, aumenta a respiração e inibe a
síntese.
2. Crescimento:
- Caule
a) monocotiledôneas: Promove crescimento de intrenós
b) dicotiledôneas: Inibe alongamento celular
Raiz: Inibe o crescimento, mas promove expansão radial (engrossamento).
3. Epinastia: Sintomas de toxicidade do etileno. Impede a translocação de auxina -
Plantas submetidas ao alagamento geralmente apresentação epinastia (tomateiro).
4. Floração: Promove a floração em abacaxi, manga e bromélias. Uniformização e
antecipação da maturação dos frutos de abacaxi.
5. Senescência: O etileno é o principal hormônio envolvido com a senescência de
folhas, flores ou outras partes florais.
- Promove a senescência: murchamento das folhas e flores
- Promove a degradação da clorofila: desverdecimento
- Polinização: aumenta a síntese de etileno e ACC no estigma, ocorrendo a
liberação de etileno e a senescência das flores.
6. Abscisão:
- Fase manutenção foliar: auxina previne a abscisão
- Fase indução de abscisão: baixos níveis de auxinas e altos níveis de etileno
- Fase de abscisão: indução de genes que codificam enzimas hidrolíticas da
parede celular.
7. Amadurecimento dos frutos: Acelera a maturação de frutos climatéricos. Aumenta a
taxa de respiração - Síntese de enzimas ligadas ao processo de maturação (cor, sabor,
aroma, amolecimento). Maturação - aumenta a atividade da ACC oxidase.
8. Formação de pelos absorventes, raízes adventícias e aerênquima.

UTILIZAÇÃO COMERCIAL DO ETILENO: Amadurecimento de frutos (banana)


Inibição do crescimento (Cana-de-açúcar)
Quebra da dormência de gemas em tubérculos (batata)
Promoção da abscisão foliar (uva)
Colheita de café (maturação dos frutos)
Raleamento de frutos (Citrus)
Coloração de frutos.

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