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Efeito do ethephon na maturação e o uso de inibidor de etileno em um fruto

climatérico

Alunos: Carlos Daniel e Emmely Maria.

INTRODUÇÃO
Em Angiospermas, os frutos são formados pelo pericarpo e pela semente. Além de
o fruto fazer parte da dieta alimentar de alguns animais, este tem como função principal
garantir a continuidade da espécie do vegetal; o seu amadurecimento está relacionado
com o fato das sementes estarem prontas para germinar e darem origem a uma nova
planta. (Amabis e Martho, 2002).
O amadurecimento de alguns frutos, denominados climatéricos, é estimulado pelo
regulador vegetal etileno. Atualmente este regulador vegetal tem seu valor reconhecido
comercialmente, no amadurecimento de frutas que são colhidas verdes (Taiz et al., 2017).
Entretanto não são todas as frutas que apresentam resposta ao etileno, este efeito
ocorre apenas em frutos climatéricos. A respiração dos frutos climatéricos atinge um pico
que com aumento da produção de etileno os levam a maturação, que pode ocorrer antes
ou depois de sua separação da planta mãe, logo depois vem uma queda da atividade
respiratória, a senescência e a morte. A produção de etileno pelos frutos climatéricos é
considerada essencial à sua maturação e também é um produto desse processo sendo que,
a sua taxa aumenta conforme o amadurecimento do fruto. Já nos frutos não climatéricos,
a produção de etileno durante a maturação normal é muito reduzida (Taiz et al., 2017).
Como exemplos de frutos climatéricos, podemos citar: tomate, caqui, pêssego,
manga, melão, abacate, banana, maçã, figo, goiaba, mamão, pêra e ameixa. Já em relação
aos frutos não climatéricos teríamos como exemplos: cereja, abacaxi, morango, uva,
melancia, laranja, limão e pimenta doce (Taiz et al., 2017).
O uso de Ethephon entra como uma alternativa de produto que objetiva, com a sua
aplicação, promover uma maior uniformidade e antecipação da maturação, apresentando,
assim, efeitos diretos na cultura. A presença de etileno na planta também faz com que a
abscisão dos frutos seja mais fácil, proporcionando uma colheita mais eficiente, com
frutos mais uniformes e, consequentemente, um produto final de custo mais baixo e com
melhor qualidade.
O etileno é produzido em quase todas as células de plantas superiores. As taxas
mais altas de produção estão associadas com regiões meristemáticas e os tecidos da região
de nós, ao passo que as mais baixas, com os tecidos dos entrenós. A produção de etileno
aumenta em órgãos feridos, folhas e flores cortadas, gemas dormentes, como também
durante a senescência e abscisão de tecidos foliares e florais. O nível de etileno aumenta
nas flores após a polinização e nos frutos, à medida que amadurecem. Várias substâncias
são capazes de liberar etileno por meio de alguma reação química. Dessas, a mais utilizada
e efetiva é o ácido 2-Cloroetil-fosfônico, conhecido comercialmente como Ethrelâ, este
contem a substância ethephon (Felipe, 1986).
Segundo Felipe (1986), um agrupamento CH2-CH2 no centro da molécula, com
um centro removedor de elétrons de um lado e um doador de elétrons no outro, é capaz
de produzir etileno. A liberação do etileno em plantas (a partir do ethephon) não envolve
nenhuma atividade enzimática da planta tratada, mas é uma simples reação base-
catalisada. O ethephon é estável em forma ácida, mas libera etileno em pH acima de 3,5.
A taxa de liberação de etileno aumenta à medida que o pH aumenta. O ethephon pode ser
transportado por toda a planta. Na uva, ele é mais efetivo quando aplicado na superfície
das folhas ou no interior dos frutos.
Para Chitarra e Chitarra (1990), o amadurecimento corresponde ao processo
compreendido entre o estádio de maturação fisiológica, posterior a uma fase incompleta
e caracterizada pelo crescimento pleno do fruto, e o fim da maturação. A partir daí, inicia-
se o processo de senescência do fruto, cujos processos bioquímicos desta fase substituem
as trocas químicas do amadurecimento.
Frutos fisiologicamente maduros de diversas espécies e cultivares têm sido
submetidos a tratamentos com etileno ou seus análogos, tanto em nível experimental
como comercial, visando acelerar e uniformizar seu amadurecimento e, ou melhorar seu
padrão de qualidade. Em ambos os casos, verifica-se que esse tratamento proporciona
considerável redução do período entre a colheita e o completo amadurecimento dos frutos.
A maioria das informações na literatura relata a aplicação de etileno por imersão dos
frutos em solução de ethephon (ácido 2-cloroetilfosfônico). Esse tipo de tratamento tem
resultado em aceleração do processo de amadurecimento e melhoria da coloração externa
diversos frutos.
Por outro lado, alguns fatores abióticos podem interferir na síntese do etileno e até
controlá-lo, principalmente para fins de comercialização e conservação a longo prazo de
frutas, como é o caso da anaerobiose ou ausência de oxigênio em decorrência ao uso de
embalagens vedadas com plástico filme, por exemplo.
Sistemas de armazenamentos como este fornecem uma barreira à perda de
umidade para o ambiente e por possuir menor concentração de gás oxigênio que a
atmosfera, afetam a produção de etileno dos frutos, já que a síntese desse hormônio
depende da taxa respiratória e consequentemente da concentração e disponibilidade de
oxigênio no meio. A utilização de embalagens contento absorventes de etileno também
tem sido uma alternativa para as indústrias a fim de controlar a síntese deste hormônio.
Diante do exposto o objetivo desta pesquisa foi identificar a ação do ethephon na
maturação pós-colheita de um fruto climatérico, banana. Além disso, observar ação de um
inibidor de etileno no retardo da maturação pós- colheita destes mesmos frutos.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no laboratório de botânica, do Instituto de


Ciências Exatas e Naturais do Pontal, Universidade Federal de Uberlândia, Ituiutaba, MG.
Os frutos tomate foram comprados em supermercado na cidade de Ituiutaba, Minas
Gerais. Foram comprados frutos firmes e com a casca verde.
1- Para o experimento 1: efeito do ethephon na maturação de frutos climatéricos

Os frutos foram lavados com água corrente e colocados para secar à sombra. A
amostra total dos frutos foi dividida em duas partes iguais. Metade dos frutos foi imerso
em água, e metade, em solução de Ethrel® (240 g.L-1 de ácido 2-cloroetilfosfônico), em
concentração de 2.000 mg.L-1 de ethephon, por 3 minutos. No fim desse procedimento,
os frutos foram colocados para secar à sombra e mantidos a 25ºC durante todo o período
pós-colheita avaliado.
2- Para o experimento 2: Efeito da Anaerobiose na inibição da maturação de frutos
póscolheita

Foram utilizados um fruto, a banana. O experimento foi dividido em dois


tratamentos: 1- Controle, os frutos ficaram expostos ao ambiente; e 2- Anaerobiose, os
frutos foram completamente cobertos com plástico filme.
Os frutos foram mantidos sobre a bancada a temperatura ambiente durante quatro
dias.

Foram realizadas as seguintes avaliações não destrutivas:


• Índice de coloração da casca (ICC), avaliada visualmente; e •
Índice de coloração da polpa (ICP), avaliada visualmente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dia 1 (02/06):

Dia 4 (06/06):

Conforme analisado visualmente, no dia 1 todos os tomates apresentavam a


mesma coloração. No dia 4, o tomate envolvido no plástico, que esteve em anaerobiose
manteve a coloração esverdeada muito próxima da inicial, mostrando a eficiência do
retardamento da maturação utilizando esse processo. Diferente do tomate controle
(sinalizado com um pedaço de fita) que seguiu o fluxo de maturação em temperatura
ambiente sem nenhuma interferência, observamos um Índice de coloração da casca com
coloração vermelho forte e do tomate que foi submerso em solução de Ethrel a coloração
se apresenta mais viva ainda, mostrando um grau de maturação mais avançado, ficando
evidente a aceleração do processo de amadurecimento e melhoria da coloração externa do
fruto. O índice de coloração da polpa apresenta muito próximo ao ICC, sem divergências.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Amabis; Martho, Fundamentos da Biologia Moderna. 3.ed. São Paulo: Moderna; 2002.
TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MOLLER, I. M.; MURPHY, A. Fisiologia Vegetal. 6.ed. Porto
Alegre: Artmed; 2017.
FELIPE, G. M. Etileno. In: Fisiologia vegetal 2. 2. ed. São Paulo: EPU, 1986. p. 163-
192.
ALVES, R.E.; FILGUEIRAS, H.A.C.; MENEZES, J.B.; ASSIS, J.S.; LIMA, M.A.C.;
AMORIM, T.B.F.; MARTINS, A.G. Colheita e pós-colheita. In: GENÚ, P.J.C.; PINTO,
A.C.Q. Manga: Produção. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002, p.381-406.
CHITARRA, M.I.F; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e
manuseio. Lavras: ESAL; FAEPE, 1990. 320p.

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