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Fármacos vegetais podem ser plantas inteiras, partes de plantas (porque as plantas produzem os
compostos e depois eles podem-se ir acumular em determinados tecidos), quando se utiliza a planta
inteira é porque esses compostos não se acumulam em nenhum local especifico, contudo é raro
utilizar a planta toda. Estão também dentro desta definição as algas, fungos, os líquenes que podem
ser utilizados sem qualquer tratamento geralmente são usados na forma seca. Podem também ser
incluído os exsudados que não foram sujeitos a nenhum tratamento, tal e qual foram produzidos.
São identificados pelo nome botânico cientifico de acordo pelo sistema binominal (género, espécie,
variedade e autor). Temos sempre que associar a parte da planta ao nome.
Quando se pergunta qual é o fármaco vegetal temos sempre que dizer: parte da planta e o nome da
espécie. O fármaco vegetal não é uma molécula, mas sim uma associação de moléculas porque é
uma parte da planta com mais de uma composto.
Os fármacos vegetais podem ser obtidos quer por plantas cultivadas quer por plantas espontâneas.
Para além da definição de fármacos vegetais, há também uma particularidade para os fármacos
vegetais para tisanas.
Deve-se obedecer à monografia. Temos que ter em conta qualidade microbiológica que depois vai
ter influencia na temperatura da água.
A agencia europeia do medicamento tem umas orientações sobre a produção de fármacos para
serem usados como matéria prima vegetal, desde do cultivo ao armazenamento.
Atualmente, os fármacos vegetais são obtidos por culturas- os fitotrões é o local onde é feito o
estudo prévio das condições necessárias para a cultura, as populações espontâneas têm a tal
vantagem de haver uma variedade genética e isto leva nos a uma questão relacionada com a
aplicação terapêutica (por exemplo, aqui em Portugal uma planta pode ter uma determinada
aplicação terapêutica e em Espanha ser usado para outra aplicação). Assim a escolha da variedade
química é feita pela que traz mais rendimentos e que cumpre todos os paramentos da farmacopeia
como outros fenómenos.
Em relação aos resíduos de pesticidas, a farmacopeia considera como pesticida qualquer substância
destinada a prevenir, destruir ou combater as pragas, espécies indesejáveis de plantas ou de
animais que causam danos durante a produção, transformação, armazenamento, transporte,
distribuição.
Em relação aos elementos estranhos são de dois tipos: ou são partes estranhas (qualquer elemento
que vem da planta mãe mas que não é fármaco vegetal da mesma espécie), ou matérias estranhas
(não tem nada a ver com a mesma espécie, de espécie diferentes).
Como é uma cultura de um organismo vivo, os fatores edafoclimáricos muitas vezes fazem-se
estudos prévios para ver qual é que tem maior rendimento. Podemos ter vários tipos de
propagação.
Para realizar a colheita também se deve ter cuidados especiais. Por norma, só se colhe a parte da
planta que interessa, numa altura especifica do dia. A idade da planta também é um fator a ter em
conta (porque dependente da idade da planta podem produzir mais ou menos a substancia de
A secagem tem como objetivo a eliminação da água que está relacionada com a inibição de sistemas
enzimáticos (para não alterar a planta), o desenvolvimento de microrganismos.
O tipo de secagem vai depender do tipo de fármaco:
- Temperatura ambiente (ao ar livre e ao sol, à sombra em local ventilado)
- Calor artificial (estufas, túneis de ar quente)
- IV
- Estufa sob vazio
- Liofilização (congelar o material vegetais e a pressão reduzida é sublimado e depois leva à
secagem)
O mais utilizado é à sombra em local ventilado (porque a luz altera a clorofila das plantas), as
estufas e túneis de ar quente.
A temperatura de secagem também é importante.
O processo entre a colheita e a secagem deve ser o mais rápido possível.
A conservação deve ser feita ao abrigo da luz (frascos de vidro âmbar). O grau de divisão da planta
também é importante, quanto maior o grau de tenuidade maior é a probabilidade de degradação
porque a área em contacto com o ar é maior. A humidade e a temperatura devem também ser
controlados.
Muitas vezes o que acontece é que as plantas podem ser atacadas por insetos, aracnídeos; nas
industrias usa-se ventilação, temperatura baixa e p-Diclorobenzeno. Nas farmácias e herbanários
utiliza-se timol, CHCl3, CCl4.
O controlo de qualidade de fármacos vegetais garante a variabilidade química e a qualidade do
produto.
Por isso, é importante a padronização, quantos mais parâmetros tiver mais vai de encontro com as
recomendações da farmacopeia.
Nas farmacopeias existem ensaios que devem ser obedecidos como as:
- Características organoléticas
- Qualidade (elementos estranhos, perda de peso por secagem, água por arrastamento, cinzas,
índice de intumescência e índice de amargor)
- Contaminação
- Constituintes
- Botânica (constituintes macroscópicos e microscopia)
Uma cultura in vitro é uma cultura num meio controlado, que se pode propagar apenas uma parte
da planta. O grande objetivo é obter grande quantidade de biomassa. Podemos ter tecidos
organizados ou tecidos não organizados.
- Tecidos organizados vamos ter células que têm uma função especifica, ou seja, já
diferenciados, podemos ter:
○ Plântula que são plantas bebés
○ Rebentos caulinares que só corresponde à parte aérea
○ Raízes
O ponto de partida é escolher a planta a propagar, ou seja o explante, cujo objetivo é aumenta o
rendimento dos compostos em interesse.
O material que se parte é constituído por plantas saudáveis e jovens com menor grau de
diferenciação (que têm maior probabilidade de dar origem a culturas viáveis), é possível também
fazer a propagação para obter linhas celulares altamente produtoras do que nós queremos.
O que se costuma fazer é fazer a cultura com as sementes. Todos os materiais devem ser
desinfetados devido à possibilidade de haver microrganismo, essa desinfeção é feita com etanol a
70% e as soluções de hipoclorito e depois lavamos com água destilada e esterilizada.
→ Líquidos
São mais interessantes para obter tecidos não organizados e taxas de crescimento superior
porque vai estar todo rodeado pelo meio e a absorção de nutrientes, vitaminas … é feita por
toda a superfície
Pode haver uma diminuição do oxigénio disponível, o que pode fazer com que haja hipoxia e
produção de metabolitos tóxicos e para evitar isso, muitas vezes fazem-se injeções de ar
esterilizados, rotação dos frascos ou agitação para aumentar a percentagem de oxigénio.
→ Semissólido
Têm agentes gelificantes, o mais usados é o agar 0,8-1%
Recolha de explantes pequenos
Sem necessidade de oxigenação suplementar porque estão em contacto com o ar
Estabilidade física em que há o crescimento organizado de raízes e rebentos caulinares e evita
desagregação de células (calos)
Têm que ser esterilizados por exemplo na autoclavagem a 121ºC a 20 minutos, ou através filtração
de membranas de poros esterilizantes que são de 0,22 µm.
Estes meios podem ser vendidos já com a composição definida.
Dentro dos reguladores de crescimento vamos ter, por exemplo as auxinas e as citocinas. As auxinas
estão mais envolvidas no alongamento dos tecidos e as citoquininas estão mais associadas à divisão
celular.
Também podemos manipular o meio de forma a que o meio produza aquilo que nós queremos, para
isso vamos alterar a constituição do meio, vamos mexer nos fitorreguladores e juntar precursores
biossintéticos, este precursor não pode ser tóxico nem suscetível a degradação enzimática, de fácil
Outro meio de fazer a manipulação da cultura é a eliciação. Para isso, vamos ter:
- Elicitors bióticos
Engenharia metabólica temos que fazer a introdução de genes que codificam novas enzimas para
vias metabólicas, ou genes codificadores de enzimas de vias metabólicas (sobreexpressão), o uso do
RNA antissense (bloqueio)-vias metabólicas e ramificações ou a estimulação da atividade
enzimático. O objetivo é sempre o mesmo - aumentar a produção do composto de interesse ou
então o conjunto de compostos.
Glúcidos
Fitoquímica e farmacognosia I_Raquel Martins Página 6
Glúcidos
Todos estes compostos têm origem na fotossíntese e a glucose tem um papel fundamental.
Os glúcidos podem se chamar de hidratos de carbono, açucares ou oses simples.
Têm várias funções nas plantas como elementos estruturais (celulose), são fonte de energia
(amido), são constituintes de metabólitos (ribose) e são percursores das vias metabólicas.
Os ósidos já implicam a existência de uma ligação osídica, ou seja, uma ligação entre duas
moléculas de açucares. O facto de ter ligação osídica implica que um dos carbonos
importantíssimos do açúcar já não esta livre para reagir, e o nome passa a terminar em
ósido.
Dentro dos ócidos
> Holósidos (moléculas que são constituídas só por açucares)- oligossacáridos,
polissacáridos (=glicanas, quer disser que é a molécula é só constituída por aquele
açúcar)
> Heterósidos (são constituídos por um açúcar e uma molécula que não é açúcar)- ose
ou oligósido + molécula não osídica (genina ou aglícona)
○ N-heterósido (ligação feita pelo azoto)
○ O-heterósido (ligação feita pelo oxigénio)
○ C-heterósido (ligação feita pelo carbono)
○ S-heterósido (ligação feita pelo enxofre)
Epímeros são dois diasterioisómeros que diferem apenas num carbono quiral.
Para fazer a ciclização dos açucares, temos que envolver o carbono que tem o grupo
carbonilo e um hidroxilo qualquer como perda de uma molécula de água, pois no
inicio houve uma hidratação.
Carbono carbonilo
Ocorre hidratação
Quando se passa das formas abertas para as formas fechadas, por convenção, tudo o que
está do lado direito, nas formas abertas é representado para baixo nas formas fechadas;
tudo o que está do lado esquerdo, nas formas abertas é representado para cima nas formas
fechadas.
Se tiver um açúcar D, o carbono que fica de fora do ciclo fica orientado para fora do ciclo.
Se tiver um açúcar L, o carbono que fica de fora do ciclo fica orientado para dentro do
ciclo.
Quando fazemos a ciclização cria um novo carbono quiral, portanto estamos a falar de
anómeros α e β.
Para o açúcar ser redutor é necessário que tenha o hidroxilo do carbono anomérico livre.
No ciclo de Calvin (fase escura da fotossíntese), temos ribulose difosfato carboxilase que é
um aceitador de carbono que dá origem a um composto com 6 carbonos que rapidamente
se dissocia em duas unidades de 3 carbonos - gliceraldeido-3-fosfato - que tem um papel
importante na formação de todos os açucares. Depois, o aceitador de carbono vai ter que
ser regenerado dando o dióxido de carbono.
- Tretose
○ É a eritrose que é essencial para a síntese de
compostos aromáticos, nomeadamente pela via chiquimato.
Vamos vê-la a entrar fosforilada
- Pentoses
○ Temos várias pentoses importantes, como:
- Hexoses
Temos também os desoxiaçucares que são açúcares em que falta o oxigénio, o grupo
alcoólico foi eliminado por redução.
Atenção: podemos ter hidroxilos que são metilados, isto NÃO são
desoxiaçucares porque o oxigénio continua lá.
- Glucose
○ Obtida por hidrólise enzimática do amido, por amilases e amido glicosidases,
quebra a molécula toda de amido. A administração é parentérica e consoante a
concentração pode ser usada com diferentes
finalidades:
concentrações mais baixas (5-10%) : usadas para prevenção de
hidratação ou quando já está hidratação instalada e há perda de
eletrólitos superior à perda de água. É usada para prevenir e tratar
estados de cetose em situação de desnutrição; usada como aporte
calórico e para veicular fármacos, antes, durante ou após a cirurgia.
concentrações mais altas (15,20,30,50%) : soluções hipertónicas são
usadas para nutrição parentérica e em casos de hipoglicemia. Estas
hipertónica são sempre administradas lentamente e os doentes são
monitorizados: a glicosúria, acetonúria e caliemia, e os níveis de cálcio, e
em caso de necessidade, pode levar suplementação com insulina ou com
potássio. REQUEREM VIGILANCIA
- D-Frutose
○ Obtida por hidrólise da inulina, ou a partir do açúcar invertido. É usada na
alimentação parentérica, ótima para regimes de diabéticos ou desportistas
(tem reabsorção intestinal lenta e não desencadeia picos de insulina, e no
metabolismo hepático transforma-se em glicogénio).
- D- sorbitol
○ É um poliol, é obtido por hidrogenação da glucose, tem propriedades
laxativas (como laxativo osmótico, com retenção de água e eletrólitos).
A metabolização dele origina ácidos que estimulam o peristaltismo,
contribuindo para as propriedades laxativas, e portanto, por esta razão são
usados em casos de obstipação e dispepsia. No entanto, está contra-indicado
em casos de colonopatia inflamatória, síndrome oclusivo e de síndrome
doloroso abdominal, porque vai agravar estas situações, por ter ação laxativa.
O sorbitol está muitas vezes nas pastilhas elásticas, tem fermentação muito
lenta, é pouco cariogénico, faz variar pouco o pH na cavidade bucal.
Para além do sorbitol, são usados ésteres de sorbitano , com combinações com
ácidos gordos e outros derivados polioxoetilénicos (usados como excipientes).
- D-xilitol
○ Resulta da hidrogenação catalítica da xilose, é também um poliol (só tem
grupos hidroxidos). Tem propriedades edulcorantes, usado na preparação de
xaropes. Pode prevenir a cárie, porque não é acidogéneo e tem ação sob a
bactéria (Streptococcus mutans) que está na saliva e contribui para a deposição
da placa dentária. Outros dizem que a prevenção da cárie se deve
exclusivamente à estimulação do fluxo salivar ao mascar pastilhas (aumenta
salivação e placa dentária não adere tanto).
- D- manitol
○ É outro poliol, que tem propriedades diuréticas por via parentérica.
Praticamente não é metabolizado, é todo filtrado a nível glomerular e não sofre
reabsorção tubular.
Em doses elevadas pode levar ao aumento de excreção de eletrólitos (sódio,
cloro e potássio).
As soluções hipertónicas são administradas por perfusão, e são usadas em
oligoanúria, edema cerebral (diminui edema) e em casos de hipertensão
intraocular.
Tem função edulcorante, laxativa, osmóticas e colecistocinético (nestes casos,
administra por via oral, para cuidar obstipação ou dispepsia).
○ Maná: tem muito manitol, usa-se o suco que escorre nas paredes, tem 70% de
manitol e outros açúcares. Usado em obstipação, fissuras anais, cirurgia anal, e
amolece as fezes, logo, facilita a evacuação. Quase não provoca náuseas nem
cólicas e pode ser usado em pediatria.
- D-Glucosamina (quitosamina)
○ É um açúcar aminado. Está nas carapaças dos crustáceos, tem ação nas células
formadoras de cartilagem e são usadas em osteoartrose.
Pode haver hipersensibilidade porque há pessoas alérgicas ao marisco.
- Ciclitois
○ São poli-hidroxicicloalcanos, ou seja são estruturas ciclicas com mais ou menos
hidroxilos.
Derivados do Inositol (esteres fosfóricos do inositol são a principal
reserva de fosforo da natureza)
Ácido fítico
□ É derivado do inositol e tem os 6 hidroxilos todos com grupo
fosfatos.
□ Tem a capacidade de coletar iões como cálcio, magnésio, zinco; é
captar de coletar e precipita e impede a reabsorção desses iões.
Tem propriedades antioxidantes e faz baixar o colesterol, a
diminuição da absorção do cálcio tem que se ter em conta e é
utilizado em casos de hipercalciúria.
Glúcidos - Polimerização
Quem implicações é que essa ligação tem no poder redutor? Para um açúcar ter poder
redutor o hidroxilo do carbono anomérico tem que estar livre, para poder abrir.
É um açúcar redutor
visto que tem o
carbono anomérico
livre
No caso da sacarose, temos uma molécula de glucose ligada a uma molécula de frutose e a
ligação é feita pelos dois carbonos anoméricos logo não terá poder redutor.
Dissacáridos:
Maltose: polímero de glucose (ligação C1 e C4, com perda de água) e depois a água quebra
esta ligação com formação de 2 glucoses. Ligação α (1-4).
Cellobiose: é um dissacárido feito à custa de glucoses, simplesmente a ligação é β-1,4 . C1
de uma e C4 de outra. Esta é a unidade estrutural da celulose , e por isso, as duas unidades
ligadas se repetem n vezes na celulose.
Maltose: temos duas glucoses, mas a ligação é α (1-4) .
Gentiobiose: 2 glicoses unidas por β(1-6).
Trealose: 2 moléculas unidas pela ligação α (1-1) (este não é açúcar redutor - não tem OH
livre).
Pode-se chamar de
α-D-glucopiranosil-(1-2)-β-D-frutofuranósido
ou β-D-frutofuranosil -(1-2)- α-D-glucopiranósido
porque um dos açúcares está a servir de radical ao
outro e assim termina em -il; e o sufixo -ósido
estamos a falar de uma açúcar que já não tem o
hidroxilo do carbono anomérico livre assim não tem
poder redutor, se terminar em -ose indica que tem
poder redutor.
Assim resumindo,
Termina em -il, está a servir de radical a outro
Termina em -ósido é um açúcar não redutor
Termina em -ose é um açúcar redutor
Os oligossacáridos
São polímeros com 3 a 10 moléculas de açúcar, têm uma distribuição mais restrita na
natureza por isso têm interesse taxonómico na botânica.
Estão muitas vezes associados a outras moléculas formando heterósidos.
Dentro dos oligossacáridos superiores há uns que são muito abundantes que são os
polímeros superiores da sacarose galactosilado, ou seja, temos a molécula da sacarose e
vamos adicionando moléculas da galactose. Eles estão nos legumes secos, por exemplo no
feijão e é isso que é responsavel pela flatulencia.
Temos também os fruto-oligossacáridos, têm a sacarose e depois tem frutose por ai fora, e
têm propriedades bifidogénicas (não são degradados no intestino delgado mas sim no colón
e promove a multiplicação das bifi bactérias). Não são moléculas com poder redutor.
No caso particular dos oligossacáridos, é o caso das ciclodextrinas que resulta da ação de
umas enzimas sobre o amido.
Temos aqui agora uma molécula que é um psedotetrassacarido porque temos 3 açúcares e
um ciclitol que se chama acarbose. Que é a junção da acarviosina e a maltose (duas
moléculas de glicose), isto é um inibidor competitivo da α glucosidase que é responsável
pela degradação de polissacaridos, e ao inibir esta enzima, não vai haver a degradação dos
polissacarideos no instestino mas sim numa zona mais distante o que faz com que não haja
esses picos de insulina depois das refeições é usado em diabetes tipo 2.
Mais de 10 moléculas de açucares, são estruturas muito pesadas com estruturas mais ou
menos ramificadas, conhecidos por glicanos. Têm várias funções nas plantas são
responsáveis pela rigidez da parede celular nas plantas terrestres e nas algas tem haver com
a flexibilidade. Outra das funções é a reserva energética, são moléculas hidrofílicas e estão
associadas à parede dos microrganismos associados à defesa.
Estes polissacáridos são importantes porque são capazes de formar redes tridimensionais
que retêm a fase liquida no interior e assim vão inchar (aumento de volume), estamos a
falar da passagem de solução verdadeiras para uma solução em que há associação de
cadeias. Quando maior for o numero de cadeias ou segmentos que se associam maior é a
rigidez.
Se tivermos homopolímeros regulares, vamos ter muitas zonas iguais e assim vai formar
zonas de junção extensas e formar um precipitação.
Polímeros heterogéneos sem sequência regular, não há junções e ficam dispersos no
solvente e formam soluções viscosas
Polímeros de sequência regular interrompida, em que há zonas que se repetem alternadas
com outras zonas onde não há repetições já vai haver pontos de junções pontuais e vamos
ter a formação de géis elásticos.
Temos ainda mais móleculas que vêm dos microrganismos como - os Dextranos- que são
polimeros de glucose (α-D-glucose) com vários tipos de ligações (1-2), (1-3), (1-4), (1-6) em
que geralmente a ligação (1-6) é mais abundante.
Ou seja, temos a cadeia principal em existem ligações (1-6) e para criar ramificações
podemos ter ligações (1-2), (1-3)
Ligação (1-6)
Ligação (1-3)
Eles podem ser produzidos em colocar estas bactérias em meios de cultura ricos em
sacarose. A enzima atua, forma a glucana, quebra moléculas e junta a glucose, depois junta-
se álcool para precipitar a glucana e depois, temos dextranos com diferentes pesos
moleculares, ou seja, isso implica que acha uma despolimerização e para quebrar a
molécula do dextrano com o peso molecular que queremos temos que fazer uma hidrolise
com ácido sulfúrico, podemos recorrer a ultrassom ou então utilizando dextranases
fúngicas.
Podemos ter vários tipos de dextrano: 40, 60, 70 (i.v.) - via intravenosa e 1 (Farmacopeia
Europeia)
Outro polissárido vem de uma bactérias encontrada nas Brassicaceae (couve tronchuda)
que é capaz de produzir uma "goma" xantana (não é verdadeiramente uma goma). Então,
essa "goma" xantana é um polímero de glucose, mas não é um polimero homogéneo,
ligações β (1-4) e a certa altura há ramificações no carbono 3 da cadeira principal; essas
ramificações são sempre constituida por 3 moléculas; 2 moléculas de manose acetilada e
uma de ácido D-glucurónico. A manose que faz a ligação à cadeira principal esta acetilada a
nível do carbono 6 e depois no meio temos a molécula de ácido glucurónico e a outra
manose esta na extremidade da ramificação e está combinada com o acido pirúvico
formando um acetal entre carbono 4 e 6.
O Lentinus edodes produz um polissacárido, que é uma glucana com moléculas de glucose
ligadas por β (1-3) e que também é ramificado, e a ramificação é β (1-6). Este polissacárido
tem a particularidade de ter uma estrutura em tripla hélice que é importante para a
atividade (quando perde a estrutura de tripla hélice, perda a atividade).
Tem propriedades imunoestimulantes, ele liga-se aos recetores de Dectina-1 e é capaz de
aumentar a proliferação dos linfócitos, a atividade dos macrófagos e a produção de
citoquinas e toda esta atividade faz com que em alguns países seja usado para combater o
cancro por causa da ação imunoestimulante (não é na vertente de impedir a proliferação
das células mas sim por aumento das defesas).
Os polissacáridos de alga (por exemplo agar) são importantes porque lhes conferem uma
certa flexibilidade e são também polissacáridos de reserva.
São produzidos por algas castanhas: Pucus vesiculosus, Macrocystis pyrifera, Laminaria
digitata.
Como se obtêm?
Primeiro faz-se uma lavagem com água ligeiramente acidulada (vamos eliminar sais e
açucares hidrossolúveis), depois faz-se uma maceração com uma solução de
carbonato de sódio ligeiramente a quente. Se adicionarmos os iões de cálcio vamos
ter o alginato precipitado.
A utilização destes alginatos em farmácia pode ser como excipiente ou como substância
ativa.
Consoante as unidades que se ligam, nós temos carrageninas diferentes com propriedades
diferentes.
Como todos os polissacáridos é solúvel em água quente e quando arrefece retêm água no
São produzidos pelas algas castanhas, representam quase 50% do peso seco da alga.
São sempre polissacáridos sulfatados e apesar de se chamar fucanas não são constituido
exclusivamente por fucoses. A fucose é dos poucos açucares L. Vamos ter também xilose e
ácido glucurónico.
Xilose
Fucose Ácido glucurónico
Amido
Para além do amido propriamente dito, em farmácia também são usados amidos
modificados:
Escolha da variação do amido em que a proporção de amilose/amilopectina interessa
mais
amido que foram sujeitos a tratamento físico, como os amidos pré gelatinizados
porque sofreram um cozimento prévio seguido de desidratação; é possivel também
haver amidos por extrusivo (obrigados a passar por um género de tamis)
reticulação (grau de inchamento é reduzido), temperatura inferior à gelatinização
Podem sofrer também oxidação (NaOCl), Esterificação ((CH3CO)2O , H3PO4 )
Eterificação (hidroxialquil-, carboximetil-)
Despolimerização controlada que pode ser feita por hidrólise parcial ou por ação
enzimática (amílases, amiloglucosidase)
Estes amidos são usados para obter comprimidos: usado como diluente (dá volume), quer
como ligantes (ajudam a incorporar o SA), quer como desagregante (incha). Usado também
para obtenção de dextrinas, ciclodextrinas e polióis.
Celulose
Então, a ligação da celulose é β(1-4), e esta ligação tem uma implicação a nível
estrutural que é por cada duas moléculas há uma rotação a 180º. Esta rotação de
180º permite o estabelecimento de pontes de hidrogénio intramoleculares entre o
oxigénio do heterocíclico e o hidroxilo do carbono 3 da molécula que está a seguir.
Por outro lado, há o estabelecimento de ligações por ligação paralelas e isso leva à
estabilidade da molécula.
A celulose está presente também por exemplo do algodão que corresponde aos pelos das
sementes gossypium spp. E é constituído por 95% de celulose.
Os pelos são muito compridos e recobertos de lípidos . Geralmente tem de ser tratado.
para obtermos:
- Algodão cardado: penteado, sem impurezas sólidas (minerais, restos de fruta). E utilizado
para fechar material de vidro.
Para além de celulose propriamente dita, vamos ter também derivados de celulose e esta
modificação tb envolvem os hidroxilos tal como existia nos amidos.
Depois temos os éteres (metil-, etil-, propil-, carboximetil-), que consoante o grau de
substituição dos hidroxilos do polímeros inicial vamos ter formação de soluções mais ou
menos viscosas isto tem haver com o numero de hidroxilos que é modificado na molécula.
Fibras alimentares
Celulose (insolúvel)
Lenhina (insolúvel) NÃO É UM POLISSACÁRIDO
Vamos encontrar fibras nos legumes, nas leguminosas, na fruta, nos cereais..
As fibras sofrer fermentação por ação da microflora do colon com quer produção de gás
(causa dor e flatulência) quer de ácidos gordos de cadeia curta (processos inflamatórios,
baixar o pH o que altera a flora intestinal e contribui para aumentar a população de flora
microbiana e aumentar a quantidade de fezes). Por outro lado, vai levar ao aumento da
água no interior do intestino que vai levar ao aceramento do transito intestinal.
Fibras Solúveis: têm grande poder de adsorção e ligação de várias moléculas, são capazes
de absorver ácidos biliares e aumentar o número de ácidos biliares presentes nas fezes, e
desta maneira vão reduzir a absorção de lípidos e como consequência, vai haver uma
diminuição de absorção dos lípidos e segundo vai haver uma diminuição do colesterol (se
não temos ácido biliar, não conseguimos fazer lipoproteínas para o transporte dos lípidos
para as células e o organismo vai reduzir a esta falta de lípidos, sintetizando lípidos a partir
do colesterol). Também conseguem ligar-se a minerais e alterar o balanço mineral do
organismo.
Fibras Solúveis e Insolúveis: a retenção de água adapta-se a ambas as fibras, com aumento
do volume fecal e aceleração do trânsito intestinal por aumento da frequência de dejeções
e diminuição da obstipação e assim regularização do transito intestinal.
Frutanas
São polímeros de frutoses, só que as frutanas não têm unicamente frutose, elas têm uma
Inulina e Oligofrutose
Gomas
As gomas não existem pré-formadas nas plantas. As gomas são polissacáridos heterogéneos
ramificados e são produzidos quando a planta sofre algum tipo de traumatismo, pode ser
uma picada de um inseto, um traumatismo mecânico e esse traumatismo leva a uma
transformação dos polissacáridos da parede e do próprio amido e forma-se então a goma
que depois exsuda para fora da planta, seca e endurece. Como são polissacáridos são
insoluveis em solventes orgânicos e é isso que distingue das resinas. As gomas são soluveis
em água e dão origem a soluções mais ou menos viscosas
Há algumas unidades acetiladas e por causa disto esta goma tem um odor acética, é uma
goma que hidrata muito lentamente e o que se faz para ultrapassar isso é fazer uma
mistura previamente com o álcool e obtém-se uma dispersão homogénea e a viscosidade
daa solução vai depender da concentração de goma. Se tivermos 2-3% vai formar uma
pasta (gel) e 20-50% vai ter características de adesividade.
Não é fermentável, absorvida, degradada, ou tóxica.
É uma goma que é muito solúvel em água e a viscosidade da solução que se obtém vai
depender do pH e a temperatura.
A viscosidade é mais quando estamos a trabalhar num ambiente neutro, e a presença de
temperatura e eletrólitos vai diminuir a viscosidade.
Mucilagens
Mucilagens neutras
Nota: Ao ser usada requer que se ingira um volume adequado de líquidos caso contrario
pode haver oclusão esofágica ou intestinal.
Konjac
É um tubérculo muito rico numa mucilagem neutra, neste caso numa glucomanana (só
glucose com manose) a ligação na ramificação é 1-3. Podemos ter moléculas acetiladas, e
neste caso a razão é de 1 glucose para 1,6 manoses.
É usado em regimes hipocalóricos (de emagrecimento), diminui a colesterolemia e o LDLc.
Usado em casos de obstipação e antiácido, funciona também como espessante.
Mucilagens ácidas
Se são ácidas, quer dizer que vamos ter ácido urónicos na composição. As gomas têm
sempre ácidos, as mucilagens podem ou não ter ácidos.
De um modo geral, as mucilagens ácidas são obtidas de sementes e têm propriedades
laxantes, as que são obtidas das outras partes das plantas (raízes, folhas e flores) são usadas
para propriedades calmantes da tosse e expetorante.
Tília
No caso da tília são usadas as Inflorescências quer da Tilia corda, quer da Tilia platiphyllos
temos mucilagens de cinco frações, não está muito claro qual é a estrutura o que se sabe é
que têm D-galactose, L-arabinose, L-ramnose, ácidos urónicos.
A tisana de tilia têm propriedades para problemas menores do sono, afeções
Atenção Estamos a falar de polissacarídeos que absorvem a água, assim conseguem criar
uma película.
Alteia
No caso da Alteia (são usadas as folhas e as raízes) e da Malva (só são usadas as flores).
Vamos ter uma Ramnogalacturonana, ácidos urónicos, galactose com uma estrutura muito
semelhante à das pectinas.
Estas mucilagens têm propriedades anti-inflamatório, emoliente e béquico e por isso é
usado no caso do tratamento sintomático da tosse, problemas digestivos, afeções
dermatológicas, afeções da cavidade bucal.
Plantago
São usados em casos de obstipação e fezes moles quando há uma cirurgia anal ou uma
espécie de ferida, contudo isto implica uma gestão adequada de água. Se houver alguma
estenose do esófago, oclusão intestinal não deve ser usado.
No caso das folhas do Plantago vamos ter duas espécies a P. major e a P. lanceolata
conhecidas como Tanchagem-maior e Tanchagem-menor, respetivamente.
No caso da Tanchagem-maior temos a Arabinoxilana com Ácido urónicos, no caso da
Tanchagem-menor temos D-Galactose, L-Arabinose e Ácidos urónicos (aqui já não tem
xilose).
Tem propriedades emoliente e anti-inflamatório (embora a ação de anti-inflamatório não se
deve ao polissacarídeo, às mucilagens mais sim aos iridoides que também estão presentes
nesta mucilagem). São usados também nas afeções dermatológicas (calmante,
antipruriginoso), Irritação / desconforto ocular e afeções das vias respiratórias e orofaringe.
Linho
No caso do Linho, as sementes do linho têm uma mucilagem que é composta por duas
frações: uma que é uma Arabinoxilana ramificada com D-Glucose e D-Galactose e outra
com Ácido galacturónico e L-Ramnose.
No linho, conseguimos encontrar umas linhanas, isto não são polissacarídeos, estas linhanas
vão ser hidrolisadas no intestino, ou seja perdem o açúcar e são depois desmetiladas e
reduzidas e vão dar a duas enterolinhanas porque só se formam no intestino (não estão nas
sementes do linho).
As sementes são usadas como laxante mecânico (requer o consumo de H2O), emoliente e
proteção da inflamação.
No entanto quando existe um problema associados nunca se deve administrar o laxante, ou
seja quando houver afeção do esófago, oclusão intestinal, hemorragia, crianças < 12 anos,
grávidas, aleitamento, cancro hormono-dependente.
Substancias Pécticas
No caso das pectinas, vamos ter então Glicanogalacturonanas (as tais que eram
semelhantes às gomas do grupo A) com D-galactose, L-arabinose e L-ramnose são os
açúcares que estão associados ao ácido galacturónico e a composição vai depender da
origem botânica e do estado de desenvolvimento da espécie.
Como estamos a falar de ácidos, estes ácidos podem estar metilados e o grau de metilação
vai determinar o tipo de composto.
As Ramnogalacturonanas do tipo II, já são diferentes têm uma cadeira principal que é só de
ácido galacturónico, e depois este ácido galacturónico pode estar substituído por
oligossacáridos, nonassacáridos em C-2, dissacáridos em C-3. Neste caso, já não está
intercalado nenhuma ramnose na cadeira principal.
As substâncias pécticas são obtidas a partir de resíduos da industria alimentar, a partir dos
desperdícios dos sumos, compotas, sidra; e esses resíduos são sujeitos a uma extração e
hidrolise ácida com aquecimento e depois há uma precipitação com etanol ou com
Tal como os outros polissacáridos contribuem para a diminuição dos níveis de colesterol e
das lipoproteínas de baixa densidade, diminuem a absorção de glucose e aumentam
excreção de ácidos biliares e têm um efeito negativo sobre a biodisponibilidade das
vitaminas. São usadas como espessante do conteúdo gástrico, obstipação, regurgitamento
do recém-nascido e estabilizante e gelificante (E440).
“Ésteres de ácidos gordos e de um álcool ou poliol “ é uma definição antiga que não faz
muito sentido hoje em dia.
Lípidos simples: Carbono, oxigénio e hidrogénio (não têm de ter necessariamente estes
três)
Lípidos complexos
Ácidos Gordos
AG insaturados – Cadeia carbonada com uma ou mais ligação dupla. Se tiverem uma ligação
dupla eles são Monoinsaturados se tiverem mais do que uma ligação duplas são
Polinsaturados.
Biossíntese
Índices Químicos
→ Indicadores de identidade
Índice de saponificação
Índice de éster
Índice de hidroxilo
Índice de iodo …
Índice de iodo
Corpos Gordos com interesse em farmácia: (não é preciso saber os nomes em latim
destes)
Óleo de amêndoas (prunus dulcis var. dulcis e var. amara) - inflamações da pele, protetor
solar, via parentérica;
De espécies animais:
Do ponto de vista químico, todos estes compostos são compostos fenolicos. Do ponto de
vista fitoquímico há necessidade de agrupar estes compostos em diferentes classes. Assim é
preciso agrupar com base de na biossíntese.
Então do ponto de vista fitoquímico, compostos fenólicos são compostos que têm uma
aromatização que resulta da via acetato e/ou via chiquimato.
Apesar de só existirem duas vias, temos estruturas que resultam da combinação de várias
vias: acetato + chiquimado / chiquimado + mevalonato / acetato + mevalonato
A definição de compostos fenólicos são compostos sem azoto cuja a aromatização resulta
quer da via acetato e/ou via chiquimato.
É muito fácil olhar para uma estrutura e perceber que via é que segue. No caso da via
acetato e porque é pela adição de duas unidades (o acetato), quando fechamos o ciclo
vamos ter oxigenações em posições alternadas isto é uma característica da via acetato.
No caso da via chiquimato vamos ter um anel com uma cadeia de 3 carbonos que pode
sofrer encurtamento e no local oposto à cadeira vamos ter uma oxigenação e as
oxigenações posteriores já não vão ser em posições alternadas mas sim nos carbonos que
estão ao lado.
Radical fenoxilo pode circular por todo o anel, assim estes compostos são bons
antioxidantes porque são menos reativos que outros compostos.
Esta propriedade está envolvida no desenvolvimento de cor, instabilidade,
incompatibilidade (ex: com sais metálicos, importante em farmacotecnia)
Para além do acoplamento oxidativo pode haver também oxidação do anel aromático e
consoante as enzimas que são responsáveis por essa oxidação podemos ter a clivagem ou
não do anel.
No caso de ser uma Dioxigenase vai haver a ionização e oxidação na presença de Ferro (III)
vamos ter a rutura do anel e a abertura do anel.
No caso de ser uma Mono-oxigenase vamos ter um grupo hidroxilo na molécula.
Como já vimos, são compostos que se comportam como ácidos fracos (estamos a ver isto
para os compostos fenolicos gerais, ainda não entramos em nenhuma classe especifica)
Há reação que permitem a identificação destes compostos, contudo podem ser detetados
por via direta: visiveis à vista desarmada, à exposição UV com vapores de amoníaco.
Podem ser identificados por reações de cor , como, FeCl3, vanilina em meio ácido,
fosfomolubdato-fosfotungstato (determina fenóis totais em meio básico, complexo absorve
numa cor azul), entre outras. A velocidade e a cor podem ajudar na identificação e já nos
dão algum tipo de orientação (posição dos grupos -OH…)
A identificação de eleição é por HPLC (UV, DAD, MS), o método de eleição, como tem
duplas conjugadas dos anéis absorve no UV, o DAD (mais frequente) tem a vantagem de ver
o espetro UV dos compostos, e o espetro de massa, contribui para a estrutura dos
compostos.
Um detetor de diodos conseguimos fazer um varrimento de comprimento de ondas e assim
é mais vantajoso usar este detetor.
Isto é tudo alimentado pelo ciclo de calvin que apartir da glicólise vai-se forma o
fosfoenolpirúvico e o piruvato , e este piruvato vai ter muitos caminhos possíveis, mas o
que interessa mesmo é a formação de acetil-Co-A, que pode sofrer depois outras reações
de oxidação. Temos que ter o acetato ativado na forma de acetil-Co-A.
Chama-se via acetato porque a acetil-Co-A é a molécula iniciadora, é o percursor desta via
acetato, mas a molécula que vai permitir alongar a cadeia é o malonil-Co-A que é uma
molécula de 3 carbonos onde vai haver uma condensação entre a molécula de acetil-Co-A e
o molécula de malonil-Co-A com uma descarboxilação (é por isso que se perde um carbono
do malonil). Vai se formar uma cadeia policetometilénica que depois vai dar origem aos
compostos fenólicos. Como podemos ter carbonos que são mais eletrofílicos são moléculas
muito reativas que podem sofrer várias ciclização
Pode sofrer uma condensação de Claisen e aqui vai dar origem a acilflorogucinóis.
Quinonas
Uma quinona é uma dicetona, é um sistema conjugado. As mais comuns são as p-quinonas
ou 1,4 dicetociclohexa-2,5-diona; mas também há as o-quinona
O naftaleno são dois anéis conjugados. Existem 1,4 naftoquinonas (a posição dos grupo
carbonilo estão na posição 1,4) mas também temos as 1,2 naftoquinonas (a posição dos
grupos carbonilo está na posição 1,2).
Temos a antraquinona que lembra o antraceno que são três anéis aromáticos.
Temos a naftodiantrona que se desdobrarmos temos a nafto- que é 2 anéis e a diantrona-
que é 2 vezes 3 anéis.
Há também a via do ácido p-hidroxibenzoico, este ácido pode sofrer prenilação pelo
pirofosfato de geranilo e vai dar origem a naftoquinonas.
Temos a orvalhinha que é usada a planta inteira de duas espécies de Drosera. A Drosera
rotundifolia e a Drosea madagascariensis.
A Drosera rotundifolia, era uma espécie protegida, é uma planta carnívora.
São todas 1,4 naftoquinonas. As naftoquinonas têm todas uma particularidade, obtemos
substituintes metilo ou hidroxilo no anel quinonico ou no anel benzénico.
Esta orvalhinha está associada a atividade antimicrobiana que é contra bactérias de gram -
ou gram +. Mas esta orvalhinha não é usada para isso mas sim para tosse espasmódica e
irritativa e para a asma.
Esta é uma espécie que está associada a fenómenos alérgicos, as cascas têm lapacol e tem
uma atividade antitumoral, chegou a ser utilizado em ensaios clínicos mas teve de ser
abandonado porque a dose eficaz era também toxica. A β Lapacona, já não é uma 1,4
naftonona mas sim 1,2 naftoquinona e esta em ensaio clínicos.
Quinonas: Antraquinonas
Em termos de estrutura:
- Hidroxilo (-OH) está sempre nas posições 1 e 8
- O substituinte em na posição 3 é sempre um
substituinte com carbono ( -COOH, carboxi;
-CH2OH, hidroximetilo; -CH3 metilo)
- O substituinte em 6 ou hidrogénio ou um
substituinte com oxigénio (-OH, hidroxilo; -OCH3,
metoxilo)
A hidrolise, no caso dos O-heterósidos é facil é so com ácido e aquecimento. No caso dos C-
heterosidos ou diantronas vamos precisar do ácido e do catalisador cloreto férrico (tem
dupla função catalisador e antioxidante). Para quebrar a ligação dos carbonos 10 das
diantronas é necessário o cloreto férrico mas a reação só ocorre em meio neutro (primeiro
precisamos de quebrar o dímero só depois é que se junta o ácido).
Estes compostos são caracterizados com a reação de Borntraeger consiste na reação com
uma base, o hidróxido de potássio (KOH) que vai promover a ionização dos grupos
hidroxilos fenólicos, vão ser ácidos fracos.
Vão ser solúveis em soluções aquosas por estarem ionizados e existe uma alteração da cor
porque aumenta a conjugação eletrónica e existe um desvio batrocrômico.
É possível fazer uma reação semelhante a esta usando acetato de magnésio usando solução
metanólica. A cor que se desenvolve é uma cor mais estável e intensa e é interessante usar
quando se trata de fazer um doseamento.
Estes compostos absorvem no visível e em UV, vão dar compostos vermelhos que são
característicos destes compostos.
Serve não só para doseamento mas também para detetar estes compostos.
As formas que estão ligadas a açúcar (heterósidos de antraquinonas), essas sim atingem o
intestino grosso e aí vão ser quebradas as ligações aos açucares pelas β-glucosidases do
colon e vão ser reduzidas e dão origem a antronas livres que é quem vai atuar no
instestinos.
É por isso que os heterósidos destas antraquinonas são considerados pró-fármacos, o
açúcar só esta la pra ajudar a levar o composto ao seu local de ação.
Então essa antrona livre que se forma a nivel do colón vai ter dois efeitos. Vai ter efeito a
nível da atividade intestinal com a estimulação do movimentos peristálticos e vai ter efeitos
a nível da secreção dos eletrófilos porque vai inibir a bomba Na 2+/K+, vai estimular a
secreção de potássio e acompanhada da secreção de agua que vai promover o efeito
laxativo.
Para este processo ocorrer existe um tempo de latência associado de 10 a 12 horas a atuar.
Estes compostos são usados na forma de tisanas (extratos aquosos), ou são usados em
preparações galénicas como comprimidos e capsulas.
Usos: Têm propriedades laxativas e purgativa (vai fazer a limpeza total do intestino) e são
utilizados para situações em que se pretende a limpeza do intestino como seja a realização
de exames radiológicos e colonoscopia, intervenção cirúrgica, obstipação ocasional (não se
pode usar em usos crónico).
É para ser usado num período curto de 8 a 10 dias, não mais que isso.
Sene
Temos duas espécies o sene da índia (Cassia angustifolia) e o sene da índia (Cassia senna).
São usadas quer as folhas, quer os frutos. Vamos encontrar uma percentagem muito baixa
de antraquinonas livres, mas vamos encontrar principalmente heterósidos quer de
antraquinonas quer de antronas
Sennosideos A e B são
homodiantronas
Sennosideos C e B são
heterodiantronas
Amieiro negro
Cáscara Sagrada
Nos cascarósidos temos glucose no carbono 8, nas aloinas temos glucose no carbono 10.
Aloés
Temos duas especies, o aloés do cabo por exemplo com o aloe ferox e o aloés dos barbados
por exemplo o aloe vera.
O suco de aloés é aquilo que escorre quando quebramos a folha do aloés que depois é seco
e que parece umas pedras.
O reinósido não é uma antraquinona
A mucilagem polissacaridea (gel de aloé, células poliédricas da zona central depois de tirar a
parede celular) é usada como hidratante, cicatrizante, afeções dermatólogicas.
Ruibarbo
No caso do ruibarbo são usadas as raízes destas duas espécies Rheum palmatum, Rheum
officinale com glucosidos de várias antraquinonas.
Quinonas: Naftodiantronas
São nafto- porque têm dois aneis, diantronas porque têm 2 sequencias de três aneis.
Hipericão
Via acetato: para formar o sistema de três aneis, depois temos a dimerização e na planta
fresca ainda não está fechado um anel.
Depois da planta seca já temos a formação da naftodiantrona.
O Hipericão tem atividade antidepressiva e essa atividade é consequência da ação que tem
a vários níveis. É a mistura de todos os compostos que faz com que tenha essa atividade. A
nível pré-sináptico ele diminui o apeteito dos neurotransmissores: dopamina,
noradrenalina.. Também diminui a ligação do GABA aos recetores respetivos, promove a
ligação da 5-HT2 aos recetores do cortex central, inibição da MAO e da COMT vai fazer com
que os níveis da noradrenalina aumentem.
Tem também atividade anti-retrovírica (devido hipericina), tem também atividade
cicatrizante e atividade antibacteriano.
Orcinóis
O cânhamo indiano tem imensos compostos que foram identificados e um deles é o THC
A canábis é uma das drogas há mais tempo enraizadas na Europa. É a substância ilícita mais
consumida, tendo quase 20% dos indivíduos no grupo etário dos 18 aos 24 anos afirmado
ter consumido canábis no último ano .
A Canábis é a mais consumida na União Europeia.
Em Portugal, a cannabis, a cocaína e o ecstasy são as substâncias ilícitas preferencialmente
consumidas.
Mais pessoas a consumir e mais com padrões de consumo diário/quase diário, em que mais
de ⅗ dos consumidores teve consumos diários/quase diários nos últimos 12 meses. Há
também um agravamento da dependência do consumo de cannabis na população.
É mais consumido por homens do que por mulheres.
Dependência: tem vindo a aumentar ao longo dos anos, sendo de destacar o grupo dos
15-34 anos.
A mortalidade aumenta em que consome cannabis misturado com outras coisas.
É a droga de maior acessibilidade, e a “mais leve”.
Há um aumento de utentes readmitidos, ou seja, alguém que consumiu, largou, e voltou.
O nº de apreensões diminui e a quantidade também, logo, há vias paralelas para fazer o
tráfico. O principal fornecedor de Portugal vem de Marrocos.
Potência: medida em termos de tetrahidrocanabinol - psicoativo .
A potência da cannabis tem vindo a aumentar.
É uma planta que se adapta a qualquer tipo de condições e que é muito invasiva.
A legislação para o consumo e produção de cannabis é muito especifica e controlada e
depende muito de país para país.
Cannabis tipo "fibra" - teor mais elevado de THC, mas um teor maior de canabidiol (orcinól
com muitas propriedades descritas)
Na planta fresca temos os ácidos, com um grupo carboxílico na posição R, à medida que a
planta vai secante vai haver descarboxilação.
Na planta fresca existe um teor de THC mas que vai aumentando à medida que a planta vai
secando.
Biossíntese
Efeitos Imediatos:
Físicos:
- Aumento da frequência cardíaca;
- Aumento da pressão arterial sistólica quando se está deitado e diminuição quando se está
de
pé;
- Congestão dos vasos conjuntivais (olhos vermelhos);
- Dilatação dos brônquios;
- Diminuição da pressão intraocular;
- Fotofobia;
- Tosse;
- Diminuição do lacrimejo.
Psíquicos:
- Euforia (minutos depois do consumo); depois podem surgir sintomas de depressão;
- Sonolência;
- Fragmentação dos pensamentos ideias paranoides;
- Intensificação da consciência sensorial, maior sensibilidade aos estímulos externos;
- Instabilidade no andar;
- Alteração da memória imediata e da capacidade para realizar tarefas que requeiram
operações múltiplas e variadas;
- Reações mais lentas e défice na aptidão motora (até 12 h após consumo).
Nas pessoas com pouca experiência e que consomem em lugares desconhecidos, os efeitos
negativos mais frequentes são ansiedade e ataques de pânico .
THC:
- Absorção rápida : pico plasmático = 7 min / tempo de semi-vida = 2h
- Metabolização : no fígado e hidroxilado, 11-hidroxi-tetrahidrocanabinol e 8beta-THC,
outros
- Eliminação : urina (dá para detetar até 2 semanas nos consumidores de vez em quando e
até 3 meses para grandes consumidores)
regulares); fezes (análise da urina: controlo do consumo de cannabis).
Físicos:
- Bronquite e asma (fumadores);
- Maior risco de cancro do pulmão;
- Diminuição da testosterona e inibição reversível da
espermatogénese;
- Supressão da LH plasmática, que pode originar ciclos
anovulatórios.
Psíquicos:
- “Síndrome amotivacional“ (fumadores crónicos) - apatia,
deterioração dos hábitos pessoais, isolamento, passividade e
tendência para a distração;
- Potencial de dependência;
- Síndrome de abstinência leve - ansiedade, irritação, transpiração, tremores, dores
musculares.
Os filhos das mulheres consumidores crónicas podem apresentar problemas de
comportamento.
→ Estes efeitos todos surgem de ligação aos recetores canabinoicos que nós temos no
nosso organismo e que se ligam os endocannabinoides.
Controlo de qualidade: feito por cromatografia de camada fina; mede-se o THC e a pesquisa
de contaminantes, sujeita a ataque de fungos, bactérias, metais (como Al e Cd que ela
acumula) e os organofosforados (inseticidas para controlo de pragas) (em países autorizada
para fins medicinais).
Floroglucinóis
O xantohumol no intestino vai ciclizar e originar o isoxantohumol e no fígado vai sofrer uma
saida do grupo metoxilo e vai dar origem à 8-prenilnaringenina que é um agonista dos
recetores de estradioal (Erα) e tem propriedades estrogénicas.
Exemplo: a Penicillium spp. , o ácido micofenóico, que resulta de uma oxidação do ácido 5-
metil-orselínico, há formação de um anel lacónico que é uma lactona (uma lactona é um
éster interno/ cíclico), há conjugação com o pirofosfato de parmesilo, e origina o ácido.
É produzido por estas espécies: P. echinulatum, P. stoloniferum
Via chiquimato deve ter algures o ácido chiquimico, mas NÃO COMEÇA COM O ÁCIDO
CHIQUIMICO (enquanto que a via acetato começava com a acetilCoA).
Os percursores da via chiquimato são a eritrose-4-fosfato (tetrose) e o ácido
fosfoenolpirúvico.
Este ácido chiquimico vai ser fosforilado vai ser conjugado com outra molécula de ácido
fosfoenolpirúvico vai sofrer uma serie de reações e vai dar origem ao ácido corísmico, e
este ácido tem um papel chave na via chiquimato porque pode sofrer vários tipo de
reações. E já podemos ver que a estrutura dos compostos da via chiquimato tem uma
configuração C6-O-C3.
Esqueleto típico da via chiquimato, a hidroxilação vai aparecer no lado oposto da cadeia
carbonada e as hidroxilações posteriores vão ser feitas nos carbonos do lado, não é
alternado.
Temos o ácido cinâmico e o ácido 4-comanico que são tipos da vai chiquimato porque têm
uma estrutura C6-C3
Diferença fundamental entre a via acetato e a via chiquimato. A via acetato tem composto
aromáticos com oxigenações alternadas no anel aromático e na via chiquimato temos
compostos aromáticos com uma estrutura C6-C3 em que a oxigenação vai aparecer no local
oposto da cadeira de 3 carbonos.
Temos então os ácidos benzoicos e derivados que vão ter uma estrutura do tipo C6-C3, ou
então compostos C6-C1.
A partir do ácido cinâmico ou do ácido p-hidroxi cinâmico com uma estrutura tipo C6-C3 ao
sofrer oxidação pode originar um composto com estrutura C6-C1
No caso dos fenóis simples tem a tal formação C6-C1 mas depois sofre uma descarboxilação
e uma redução para dar origem então aos fenóis simples que são estruturas que tem um
hidroxilo no anel aromático
Para termos um ácido fenólico temos que ter um grupo carboxílico e um grupo hidroxilo
fenólico.
Há vários autores que dividem em dois grandes grupos:
- Estrutura C6-C1 (derivados do ácido benzoico)
- Estrutura C6-C3 (derivados do ácido cinâmico)
Em qualquer dos casos eles podem estar livres, esterificados, podem estar ligados a
açucares e formar heterósidos e nos casos nos compostos livres podem sofrer uma
oxidação e dar origem ao aldeído correspondente.
No caso da estrutura C6-C3, podemos ter ésteres de álcoois alifáticos, Ésteres do ácido
quínico Ésteres ou éteres de açúcares Ésteres de metabolitos secundários.
Podemos encontrar também os ésteres fenilpropanoicos de heterósidos, em que heterosido é formado por
um di- ou triósido geralmente glucose que pode estar combinado com ramnose e o fenilpropanoico é o di-
hidroxifeniletanol.
Para quebrar os esteres basta fazer uma hidrolise alcalina.
Nas ligações osidicas (esteres ligado a um açúcar) são quebradas com uma hidrolise ácida com aquecimento.
Em termos de solubilidade eles são solúveis em solvente orgânicos polares tipo etanol, acetona, acetato de
etilo.
São relativamente instáveis e podem sofre oxidação e isomerização (os isómeros naturais são os trans), o
ideal é trabalhar em atmosfera de azoto ao abrigo de luz.
Relativamente à extração, usa-se um álcool ou misturas hidro-alcoólicas para fazer a extração depois são
concentrados, temos de ter atenção à temperatura e não podemos deixar que vá muito acima dos
30-40 ºC porque a partir daí começa a haver a possibilidade de haver transformação.
Se quisermos uma partição com solventes não miscíveis de polaridade crescente, vamos conseguir separar
as formas livres dos esteres e dos heterósidos.
É possível fazer a hidrolise deste tipo de compostos e recorre-se muitas vezes à hidrolise quando se quer
saber qual o ácido que está por trás e que está ligado e depois volta-se a injetar num sistema de HPLC para
ver qual é genina que ficou porque os açúcares não absorvem no UV.
Em termos de purificação, vamos falar de compostos fenólicos no geral, um dos processos de purificação ou
enriquecimento é em extração em fase sólida, ou seja, pega-se na solução extrativa e acidificamos essa
solução, isto serve para garantir que todos os grupos fenólicos se mantêm na forma não ionizada vamos
depois acondicionar numa coluna de extração sólida em fase estacionaria apolar (têm o mesmo tipo de
enchimento de colocas de HPLC) podemos ter C18 (são usadas mais estas) ou C8, são acondicionadas
primeiro passamos etanol e depois passamos água ácida, aplicação da solução extrativa, vai acontecer que
como os compostos não estão ionizados vão ter mais afinidade para a fase estacionária (apolar) do que para
a fase móvel e assim vão ficar retidos na coluna, eluição de interferentes (lavagem da coluna) e no final
fazemos eluição dos compostos fenólicos com um solvente no qual eles sejam mais solúveis (normalmente
usa-se metanol).
Este processo é aplicado quando queremos purificar um extrato.
CCF pode ser feita para caracterizar por revestimento das placas, o sistema eluente leva um ácido, a
revelação – FeCl3 , vanilina clorídrica, …
CG pode ser usada mas estes compostos não são voláteis têm de ser derivatizados antes e é feita por
sililação
HPLC: colunas de fase reversa, a fase móvel é água, álcoois (e/ou acetonitrilo), também vai ácido (melhora a
resolução), deteção acoplado a detetores de UV, podemos também acoplar um detetor de díodos, um
detetor de massa.
Para composto isolados usamos os espetros de UV-vis, IV, RMN
São usadas as folhas, e vamos encontrar a arbutina que é um heterósido de um fenol simples; e vamos
encontrar também a metilarbutina, a diferença entre as duas é que o hidroxilo que está livre na arbutina
estar metilado na metilarbutina.
Esta arbutina é capaz de no intestino ser hidrolisada por uma beta glucosidase e dar origem a um
hidroquinona que rapidamente sofre oxidação e da origem à p quinona. Esta arbutina é um marcador
taxônico da pera.
A hidroquinona tem uma ação antibacteriana (os fenois têm ação antibacteriana)
Temos a hidroquinona (sai a glucose) no organismo e é capaz de sofrer conjugação quer com o ácido
glucorónico quer com o sulfato e é nessa forma que ela vai atingir a bexiga e vai ter que ser quebrada para
libertar o fenol que é o que tem a ação antibacteriana no caso das infeções urinárias. É usada para infeções
urinárias, mas para que isso ocorra a urina não deve ser ácida e o pH deve ser superior a 8. Assim esta
conjugação serve como um pró-fármaco.
Há quem diga que não é preciso alcalinizar a urina porque as bactérias responsáveis pela infeção podem
quebrar a ligação.
Para além disso, esta hidroquinona tem uma propriedade muito interessante que é ser despigmentante, ela
é capaz de inibir a sintese de melanina e também é citotóxica para os melanócitos, portante vai ter ação em
casos de hiperpigmentação, basicamente vai clarear a pele.
Inibe o primeiro passa da formação da melanina, ou seja inibe a formação da DOPA quinona.
Não tem propriedades curativas, mas é usada como corretiva do cheiro e do sabor e é muito usada pela
industria alimentar.
São usados os frutos.
A composição altera em função do amadurecimento da planta :
- planta mais jovem : vanilósido (açúcar ligado e um aldeído);
- planta mais velha : vanilolósido (e um álcool).
Nenhum destes compostos tem cheiro, porque tem açúcar, é capaz de sofrer hidrólise e
libertar-se do açúcar. No caso do vanilolósido, tem de sofrer hidrolise e oxidação e obtemos a vanilina ou
vanilal , que dá o cheiro característico da baunilha.
Normalmente recolhe-se os frutos incompletamente maduro e depois podem levar ao aquecimento 50-60ºC
por vários dias para promover estas transformação ou então mergulhar em água quente.
Ácidos fenólicos
Alguns fármacos vegetais derivados dos ácidos fenólicos e mais derivados do ácido cafeico
No processo de extração da planta, os ácidos podem sofrer várias reações, como hidrólise,
transesterificações (moléculas de ácido cafeico podem saltar), e isto quer dizer que o mesmo extrato
preparado com o mesmo solvente, pode não ter a mesma atividade, porque pode ter ocorrido uma reação.
É uma espécie mais selvagem da alcachofra, as propriedades são semelhantesa: colerético, colagogo,
hepatoprotetor e diurético.
São usadas as folhas e as flores e que tem ácido rosmarínico em termos estruturais é um éster do ácido
cafeico e do ácido α-hidroxi-dihidrocafeico (porque temos um hidroxilo no carbono α e não temos a dupla
ligação logo dihidro-)(na ligação do ácido cafeico com o ácido α-hidroxi-dihidrocafeico existe a saida de uma
molécula de água).
No alecrim também podemos encontrar o ácido clorogénico e
diversos dipetrenos fenólicos.
A espécie rosmarinus officinalis pertence à família botânica
das labiadas e sabe-se que este ácido rosmarínico é um
marcador taxomico desta família lamiadas, ou seja, as plantas
que pertencem à família das lamiadas apresentam todas ácido rosmarínico.
Tem propriedades semelhantes aos fármacos atras: Colerético, colagogo, Hepatoprotetor, favorece a
eliminação renal, favorece a função digestiva, antissético e cicatrizante, anti-inflamatório, antioxidante
Este chá-de-java favorece a eliminação renal, favorece a função digestiva, adjuvante em regimes de
emagrecimento.
Mas a recomendação da união europeia é para adjuvante em problemas menores do aparelho urinário.
São usadas as folhas e as florezinhas e para alem de ter uma serie de ações e tem ação cardiovascular.
Containdicação: Gravidez
Não recomendado: Crianças
É uma erva aromática e medicinal. É usada no condimento de comida para substituir o sal.
Tem propriedades antiespasmódico, antissético, adstringente (melhora a digestão).
Sendo uma lamiadas, logo tem ácido rosmarínico (que é um indicador taxonómico para a família das
lamiadas).
Tem em vista estudos, a quantidade de ácido rosmarínico tem vindo a aumentar com o envelhecer da
planta.
Como é uma espécie aromática é colhida entre maio e julho por causa dos óleos essenciais, se quisermos
tirar os ácidos fenólicos a melhor data de colheita é Setembro.
O teor de ácido rosmarínico também aumenta se colocarmos alguma espécie de suplementação.
É uma lamiada, é um espececie que é medicinal e aromátcia ao mesmo tempo. É usada como dispepsia,
sedativa, diurética, espasmolítica.
Para além do ácido rosmarinico vamos ter vários derivados glicosilcumáricos.
Do cumárico há hidrólise e
ciclização para dar origem às
Do cumárico há hidrólise e
ciclização para dar origem às
cumarinas.
Atenção temos de olhar bem para as moléculas e ver que grupos funcionais têm.
Está indicado para estados febris e gripais, analgésico, anti-inflamatório, favorece a eliminação urinária,
favorece a função digestiva
Não recomendado: Crianças, grávidas, lactantes
Contraindicação: Hipersensibilidade aos salicilatos
São usadas as cascas, para além de ter salicina, vamos ter derivados benzoados do salicósido.
São compostos termolábeis e quando são sujeitos a uma temperatura elevada vão libertar o salicósido (é
heterósido do álcool salicílico). Este salicósido no intestino vai ser hidrolisado, vai sair o açucar e vai ser
oxidado e libertado o ácido salicilico.
Cumarinas
São compostos sintetizados pela via chiquimato, na posição 7 vamos ter sempre um hidroxilo (pode estar
metilado ou não).
A umbeliferona é o percursor das cumarinas.
Biossíntese
Temos o ácido p-cumárico (hidroxilo na posição oposta da cadeia de 3 carbonos) e a etapa chave é a
hidroxilação no carbono 2
Estes ácidos os que existem na natureza são os isómeros trans, então sofre isomerização que pode ser
provocada pela luz ou por enzimas, para depois dar o isómero cis e então ocorre a tal lactonização (um ester
interno-lactona) com a saída de água, e forma a umbeliferona.
No caso das Furano- e piranocumarinas, implica de certeza uma prenilação (um resíduo de 5 carbonos),
assim já é uma biossíntese mista (não é só via chiquimato) e consoante o local em que é introduzido a
cadeia podemos ter furano e piranocumarinas lineares ou angulares.
Introdução da cadeia na
posição 6
Depois temos o ataque
nucleofilico do hidroxilo
da posição 7 e
consoante o sitio onde
vai ocorrer o ataque
podemos ter um anel
furanico se for em 1 e
um anel piramico se for
em 2 e depois é preciso
que saia o resíduo
Esta é linear se a
introdução da cadeia
for no carbono 8 é
angular
Em termos de solubilidade os compostos livres são solúveis em solvente orgânicos, os ligados a açucares são
solúveis em solvente aquosos ou misturas hidroalcoolicas.
Para purificar estes compostos, normalmente joga-se com as propriedades da lactona que abre e solubiliza
em meio alcalino e fecha em meio ácido.
Também é possível solubilizar estes compostos por sublimação, mas este processo pode levar a alterações
estruturais do anel.
Pode ser feita por HPLC que como tem anéis vai absorver a UV, usando colunas de fase reversa e fase
normal.
Relativamente à análise é essencial ver o espetro de UV (dos substituintes e ver no meio pH em que estão
inseridos), por CCF e por HPLC.
As extremidades floridas são ricas num derivado ácido o-cumárico (que tem a glicose ligada ao hidroxilo do
carbono 2), facilmente sofre hidrolise e rapidamente lactonizar e dar origem à cumarina, esta cumarina no
caso de sofrer contaminação fúngica vai dimerizar e dar origem ao dicumarol, o dicumarol não existe no
meliloto só aparece no caso de haver contaminação fungica.
O dicumarol tem propriedades anticoagulantes e é capaz de inibição da vit K epóxido redutase e assim
diminui a síntese de protrombina e fatores de coagulação.
É usada a planta toda e tem umbeliferona e durante muito tempo foi usado
como bacteriostático e era usada em veterinária.
Ela tem capacidade de favorecer a eliminação renal e favorecer a função
digestiva
São usadas as raízes, vamos ter dois tipos de cumarinas, vamos ter cumarinas simples e furanocumarinas.
É usada em problemas digestivos e colites espasmódicas, mas tem um problema que é a associação de
fotodermatites.
As furanocumarinas (furanocumarinas lineares, as angulares não têm este efeito) se contactarmos com
estes compostos e depois tivermos exposição à luz vamos ter uma dermatite aguda e depois
hiperpigmentação e é agravado pelo calor, o tratamento é com corticosteroides e compressas frias.
A figueira (ficus carica) têm também furanocumarinas e a sua utilização deve ser cuidada.
Contudo têm utilização a nível terapêutico em PUVA terapia quer isso dizer um tratamento psoraleno
seguido de radiação UV (320-380 nm) pode ser tambem metoxipsoraleno.
Estão indicados em casos mais resistentes de psoriase em que há um processo inflamatorio em que não há
renovação de pele. Também usados em casos de vitríolo , são casos de despigmentação o que vai promover
a proliferação de melanócitos, síntese de tirosinase, formação e melanização de melanossomas,
transferência de melanossomas para queratinócitos
Lenhanas
Fitoquímica e farmacognosia I_Raquel Martins Página 81
Lenhanas
São compostos que resultam da condensação de unidades C6-C3 e vários ter diferentes compostos.
Lenhanas: as unidades C6-C3 vai se ligar sempre no carbono 8 de cada unidade - ligação 8-8’
Neolenhanas: ligação envolve, no máximo, um carbono 8 (pode nem estar envolvido nenhum carbono 8).
Para reconhecer se são lenhanas ou neolenhanas devemos sempre primeiro identificar as estruturas C6-C3 e
depois numerar os carbonos e identificar
Biossíntese
É via chiquimato mas depois a polimerização (a ligação entre as unidades) envolve uma etapa de oxidação
com a formação de um radical fenoxilo que depois pode ser deslocalização e depois há o acoplamento das
duas unidades.
Lenhina
Há muitas propriedades biologicas descritas para este tipo de compostos como, inibição do PAF, inibição da
desgranulação dos mastócitos, inibição da produção de TNF-α, inibição de COX-1, COX-2, 5-LOX, anti-HIV
Para além disso, na dieta vamos encontrar vários compostos destes tipos.
Nas sementes do linho existe a presença de uma lenhana ligada a açúcar que durante o processo digestivo
há uma hidrolise (há a quebra de ligação dos açucares) e depois há uma desmetilação seguida de uma
redução que já ocorre a nível do intestino com a formação de outras lenhanas é por isso que se chamam de
enterolenhanas porque são formadas no intestino. Se repararmos nas estruturas final vemos que só tem um
hidroxilo no anel aromático o que resulta da desmetilação do metoxido, existe também a redução porque
existe a eliminação do -OH na posição para.
Então enterodiol com dois grupos -OH e enterolactona com a formação de uma lacónico (éster interno). As
enterolenhanas só existem no colon.
Se olharmos para a estrutura do estrogénio vemos algumas semelhanças, logo são capazes de se ligar aos
recetores de estrogénicos e pode ter algum interesse relacionado com a menopausa e com cancros
hormonodependentes (cancro da mama e da próstata) e também cancro do colon.
Este podofilino também pode ser retirado doutra especie a Sinopodophyllum hexandrum (também da
resina) que são mais ricos em resinas e em podofilotoxina.
Então a podofilotoxina que é extraído do podofilino é usada para obter derivados semi-sintéticos e estes
derivados semi sintéticos são glicosilados (o que vai diminuir a toxicidade), assim a nível no hidroxiolo 4
temos uma glicosilação e depois a formação de um acetato. No caso do hetoposido temos o acetilino a
formar um acetado (é sempre os hidroxilos nas posições 4 e 6 a formar os acetais) grupo etilideno, no caso
do etopósido, grupo tenilideno no caso do tenipolósido. A orientação do hidroxilo também pode sofrer uma
alteração.
Para além disso, para aumentar a solubilidade e a biodisponibilidade fazem-se derivados fosforilados
(fosfato de hetoposido) e depois é quebrado por fosfatases séricas e liberta o composto.
Enquanto que a podofilotoxina impede a polimerização da tubulina e portanto formação do fuso acromático
é esse o mecanismo de ação anti-mitótica; estes derivados da podofilotoxina têm um mecanismo de ação
diferente que é inibir a topoisomerase II e portanto vão impedir a mitose entre a passagem da fase S para a
fase G2
Requisitos estruturais
essenciais para a atividade
destes compostos
Estes derivados são usados em quimioterapia, sobretudo poliquimioterapia, tem menos efeitos secundários
mas ainda assim são muitos.
Em Portugal é
usado o
etopósido
Muito usada como adaptogénio (para melhorar o bem estar geral da pessoa), mas atualmente usada como:
- anti-hepatotóxica;
- antioxidante;
- anticarcinogénico;
- estimulante do SNC (depressões, por exemplo).
Muito usada na medicina tradicional chinesa.
Ação: anti-hepatotóxica.
É antioxidante, inibe a peroxidação lipídica, ação anti-radicalar, anti-inflamatória, inibindo
produção de citoquinas pró-inflamatórias, pode estimular síntese proteica ao estimular RNA
Polimerase, tudo isto melhora a regeneração do tecido hepático.
Para além disso tem propriedades imunoestimulante (IFN-α, IL) e tem ação sobre células tumorais (inibem a
proliferação, e inibem fatores pro-angiogénicos (estas células precisam de vasos que as irriguem para
terem nutrientes, e libertam fatores pró-angiogénicos para terem como se alimentar, sendo
capazes de inibir esses fatores), outra ação muito conhecida é na intoxicação com cogumelos da espécie da
amanita phalloides, porque a silimarina liga aos mesmos receptores que a toxina deste cogumelo,
bloqueando estes recetores.
Estes compostos são derivados da via chiquimato, mas são compostos de biossintese mista, ou seja, temos a
via chiquimato a dar origem ao ácido p-cumárico e este ácido p-cumário é ativado sob a forma de p-cumaril
coA e depois vai se condensar com tres unidades de manonil coA, via acetato, para dar origem a estes
compostos.
No caso das xantonas, há uma β-oxidação em que vamos perder acetato e vamos ficar com uma cadeia que
em vez de ter 3 carbonos vamos ficar só com 1; e depois há a conjugação com as 3 unidades do manonil coA
que cicliza e dá origem à xantona. A β-oxidação (perda de carbonos) é essencial para a formação das
xantonas.
No caso dos flavonóides e estilbenos : não há beta-oxidação (ficamos com uma unidade C6-C3) que se
conjuga com 3 unidades de Malonil-Co-A (com cada molécula que se associa há perda de uma molécula de
CO2) é feita diretamente ao p-cumaroil-Co-A. A maneira como ele vai ciclizar a molécula origina flavanóides
ou estilbenos; mas para os estilbenos implica a saída de uma molécula de CO2.
Flavonoides têm uma estrutura C6-C3-C6, já os estilbenos têm uma estrutura C6-C2-C6.
Vamos encontrar moléculas livres ou na forma glicosilada, portanto vamos ter unidades de dois anéis
benzénicos ligados por uma ponte de 2 carbonos, que pode ser um etano um eteno.
Podemos ter estruturas complexas.
Produzidos como fitoalexinas quando há lesão, infeção, como resposta a UV, etc. tem também
propriedades fito-hormonas, como reguladores de crescimento e antimicrobianas.
A sua formação resulta de um ácido cinâmico que é ativado na forma de acetil co-A, conjugação com três
unidades de dois carbonos depois ocorre ciclização, neste caso de aldolização, ocorre a saída de CO2 para
ficarmos com a ponte de 2 carbonos.
No caso dos dímeros, ou seja 2 unidades de 14 carbonos, temos autores que separam em Grupo A e Grupo B
no caso se têm ou não um anel oxigenado.
Não confundir com as lenhanas que são estruturas C6-C3 e aqui são estruturas C6-C2-C6
É um composto com muitas propriedades, mas tem um problema que é a biodisponibilidade oral. Ele sofre
muito de metabolismo de primeira passagem sofre gluconorização e sulfatação e ele é muito rapidamente
eliminado. Assim estão a tentar desenvolver nanoformulações para a inclusão do resveratrol e assim
aumentar a biodisponibilidade.
Flavonoides
São parecidos com os estilbenos, mas não temos uma estrutura do tipo C6-C2-C6 mas sim uma estrutura do
tipo C6-C3-C6, são derivados do nucleo crumano e tem um terceiro anel ligado na posição dois.
De acordo com a origem biossintética, estas estruturas vão ter uma substituição característica.
O anel A vem da via acetato, o anel B vem da via chiquimato e o anel C é o ultimo a ser formado e há
flavoindes que nem têm esse anel.
Como o anel A vem da via acetato tem que ter hidroxilação alternada vai ter substituição no C5 ou C7. O
Biflavonoides
E para além dos flavonoides simples vamos encontrar também biflavonoides, tal como o nome indica temos
duas moléculas de flavonoides que se juntam, geralmente a ligação entre as duas unidades é feita pela C6
ou pelo C8 de uma delas, são sobretudo flavonas e flavanonas com substituição nos carbonos 5,7 e 4' que
estão envolvidas nestas moléculas.
Heterósidos Flavonoídicos:
Podemos ter:
- O-heterósidos: geralmente nas flavonas e flavanonas, e a ligação é feita ao C7, no caso
dos flavonóis, faz ao C3. No entanto, há compostos que têm ligação a açúcar em mais do que uma posição (3
e 7 ao mesmo tempo).
-C-heterósidos: são mais raros na natureza, ligação do açúcar no C6 e C8, porque é onde não há oxigenação
(está no 5 e 7). Não se costuma ver no anel B.
Biossíntese:
Os flavan-3-óis têm uma biossintese um bocadinho diferente que implica reações de redução para eliminar
o carbonilo, com formação dos compostos sem dupla ligação e sem grupo carbonilo.
Sofrem hidroxilação, O-metilação, O-acilação, glicosilação e prenilação, ocorre tudo depois da hidroxilação.
Propriedades Físico-Químicas
Compostos ligados a açúcar são solúveis em água ou misturas hidroalcoólicas e os livres são solúveis em
solventes orgânicos; aplica-se aos flavonóides, mas nalguns isto não se aplica. Hispiridina é solúvel em
solvente orgânico e pouco soluvel em água apesar de ser um heterosido.
Todos eles são solúveis em hidróxido alcalinos (se tiver OH fenólicos livres)
São compostos instáveis e temos de ter cuidado por causa da luz e temperatura.
Em termos de caracterização química, há compostos que são vistos à luz visível como as chalconas e
auronas. Há outros compostos que absorvem no UV e pode ser usada a exposição a vapores de amoníaco
(antes) ou por pulverização de cloreto de alumínio.
A solução metanólica 1% difenilborato de 2-aminoetanol (MeOH) usada para revelar placas de
cromatografia em camada fina e tem a vantagem de corar os compostos ácidos fenólicos e flavonóides de
modo diferente. O ácido fenólico cora de azul e os flavonoides vão corar de amarelo, com particularidade
dos derivados de quercetina corarem quase de laranja, e por isso, quando se revela as placas com esta
solução tem-se ideia da classe no extrato.
Em relação às reações temos a da cianidina e a oxalá-bórica são especificas para o núcleo fundamental
enquanto que as reações de sais metálico e hidroxidos alcalinos permitem determinar se estamos perante
um hidroxilo fenólico.
Outros processos de caracterização, que são muito usados, é o HPLC com matriz de Díodos com formação
do espetros de UV. Estes espetros são muito importantes porque nos não informações sobre a classe dos
flavonoides. O método de analise para compostos fenólicos é o HPLC em fase reversa (coluna apolar C8,
C18)
Doseamento
Faz-se recurso a este tipo de tecnologia (por HPLC).
Estes compostos nas plantas, têm um papel na coloração são considerados copigmentos, absorvem no UV.
O prefixo Flavo quer dizer amarelo, as antocianinas são azuis e são importantes agentes de polinização.
As antocianinas consoante o pH do solo vão variando de cor, são importantes para polinização, e as plantas
produzem-nos como agentes de defesa para organismos externos.
Para os humanos são compostos reconhecidos como compostos altamente antioxidantes. Esta ação
antioxidante dos flavonoides, exerce-se de várias maneiras, não só porque são capazes de intersetar radicais
livres e romper cadeias de oxidação mas também conseguem inibir enzimas que estão relacionadas com
processos oxidativos, são capazes também de interferir com cascatas de sinalização e têm a capacidade de
coletarem o metal. Para além disso, tem outras atividades descritas in vitro.
Contudo a atividade terapêutica destes compostos é apenas como venoativos (apesar de terem aquelas
propriedades todas só são usados como venoativos), aumentam a resistência e diminuem a permeabilidade.
Devido a esta ação são usados em casos de Insuficiência capilar e venosa, insuficiência venolinfática, Crise
hemorroidária, Fragilidade capilar cutânea, Metrorragias
Alguns dos flavonoides que estão comercializados, são provenientes dos frutos de várias espécies do género
Citrus spp.
São usadas as folhas. Vamos ter flavonoides, derivados da quercetina e campferol ,vamos ter Biflavonas
(C-3’- C-8’’) e vamos ter terpenos (têm capacidade de inibir os fatores de ativação das plaquetas).
Utilização Insuficiência cerebral: melhoria do declínio cognitivo associado à idade e da qualidade de vida em
caso de demência ligeira.
Tem uma ação sedativa e antiespasmódico (GABA-A). Vamos ter vários heterósidos de flavonas, C-
heterósidos, neste caso.
Vamos ter derivados de flavonas, com ação anti-inflamatório, antiespasmódico (COX-2, outros mediadores
ainda não estão bem definidos).
Temos vários tipos de chá: Chá preto, chá verde, a diferença está no passo da fermentação que pode existir
ou não, que pode ser parcial ou não. Está fermentação não é mais do que um processo de oxidação
promovido por polifenóis oxidases, por isso é que o chá verde é um bom antioxidante porque não passa
pelo passo de oxidação, os compostos não estão oxidados.
É uma isoflavona (o anel B em vez de estar ligado ao carbono 2 está ligado ao carbono 3). São usadas as
sementes da soja.
As isoflavonas conseguem-se adaptar bem ao recetores de estrogénios do organismo por isso elas são
modeladoras dos recetores de estrogénio.
São utilizadas para sintomatologia da menopausa, osteoporose pós-menopausa, cancro da mama e do
endométrio, fatores de risco cardiovascular.
Compostos antociânicos
Para além destas propriedades biológicas de interesse quer preventivo quer de tratamento, elas são usadas
pela industria alimentar como corante. São usadas como compostos isolados ou extratos e têm a vantagem
de não terem toxicidade, tem de se ter atenção à estabilidade e são solúveis em matrizes aquosas.
São usados os frutos e há pessoas que usam as folhas. São usados em casos de insuficiência venolinfática e
fragilidade capilar, em problemas de visão porque têm a tal capacidade de proteger os vasos e edemas, a tal
diminuição da permeabilidade, inibição da agregação plaquetária e atividade antioxidante (sequestro de
radicais).
Muito usada em fitomedicamentos, interessa sobretudo a variedade tinta, na qual vamos encontrar as
antocianinas na forma glicosilada e acilada (em alguns casos). A utilização é a mesma dos outros casos
(pernas pesadas, má circulação…).
Antocianinas
São uma classe de flavonoides, apresentam uma grande diversidade e aparecem na natureza na forma
glicosilada pelo que se removermos os açucares ficamos com uma antocianidina ou seja a forma aglicona
libertando-se açúcar.
- Pelargonidina (temos os dois grupos -OH característicos no anel A e apenas um grupo -OH no anel B)
- Cianidina (temos os dois grupos -OH característicos no anel A e dois grupo -OH no anel B)
- Peonidina (temos os dois grupos -OH característicos no anel A e tem dois grupo -OH no anel B, mas
um deles foi metilado)
- Delfinidina (temos os dois grupos -OH característicos no anel A e tem três grupos -OH no anel B)
- Petunidina (temos os dois grupos -OH característicos no anel A e tem três grupos -OH no anel B, mas
um deles foi metilado)
- Malvidina (temos os dois grupos -OH característicos no anel A e tem três grupo -OH no anel B, mas
dois deles foram metilado).
O segundo tipo de reações são reações de Hidratação, as reações de hidratação são a reação com uma
molécula de água na posição 2, encontram-se em tautomerismo em equilíbrio entre a forma hemiacetal e
cis-chalcona e pode originar o trans-chalcona, as chalconas não são muito estáveis ao calor e sofrem
degradação.
Nas plantas a cor não está associada a variações de pH mas sim ao facto das antocianinas formarem
complexos envolvendo várias moléculas, catiões metálicos (e.g. Mg+2 e Fe+3 ) e outros polifenóis – Co-
pigmentação, este fenómeno de co-pigmentação confere estabilidade e é responsável à cor que apresenta.
Isto pode ser utilizado para alterar do ponto de vista sintético as antocianidas, por exemplo a utilização dos
sulfitos redutores na preservação dos alimentos.
In vivo, a oxidação das antocianinas é catalisada por enzimas, sendo particularmente importantes as
polifenoloxidases – são proteínas da família das oxidorreductases contendo cobre no centro ativo, usam o
oxigénio molecular para promover a hidroxilação de mono-fenóis para o-di-fenóis e depois a
desidrogenação para formar o-quinonas. As quinonas produzidas reagem rapidamente, levando à formação
de melaninas. Portanto, a danificação dos tecidos vegetais faz com que as polifenoloxidases (citoplasma e
nos plastos) entrem em contacto com as antocianinas (vacúolos) levando à descoloração e formação de
pigmentos escuros.
Os processos de degradação também podem ocorrer por oxidação redução. A oxidação redução é
extremamente ativa na presença de oxigénio, peroxido de hidrogénio desde que estejam metais de
transição no meio como o ferro e o cobre e leva à formação de radicais hidroxilo, ou podemos promover
Do ponto de vista de saúde, as antocianidinas são moléculas de grande potencial uma vez que estudos
epidemiológicos podem reduzir o risco de doenças relacionadas com síndrome metabólico, incluindo
diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, e doenças neurodegenerativas. Estudos em células e animais,
modulam várias vias de sinalização intracelular, preservam, em condições de stress oxidativo, o ambiente
redutor das células, evitando a oxidação das biomoléculas e a morte prematura das células modulam a
resposta inflamatória, melhoram o metabolismo bioenergético de lipídico, reduzem a sensibilidade a
alérgenos.
No entanto, não existem formulações baseadas em antocianinas com aprovação para tratamento das
doenças crónicas relacionadas com o síndrome metabólico (e.g. diabetes tipo 2) e para as doenças
neurodegenerativas.
Todavia existem no mercado várias formulações de Nutracêuticos baseadas em antocianinas, contudo estas
têm baixa biodisponibilidade, ou seja, é muito difícil atingirem as células alvos (têm baixa absorção e podem
ser degradadas no organismo).
Nas doenças neurodegenerativas as alterações bioquímicas estão no processos neurodegenerativo:
disfunção mitocondriais, alterações no perfil lipídico das membranas, inflamação crónica, stresse oxidativo.
Estas alterações bioquímicas levam a alterações fisiopatológicas nomeadamente agregados proteico (b-
amiloide/ Tau /Sinucleína, perda de atividade sináptica e morte dos neurónios é evidente que isto leva a
disfunções cerebrais como perda de memória / Coordenação motora, desorientação no espaço/tempo,
deterioração das capacidades cognitivas e acabam por morrer.
Na FFUP está-se a tentar desenvolver moléculas que ajudem a tratar as doenças neurodegenerativas.
A matriz é as bagas de sabugueiro.
Os taninos são compostos que são caracterizados pela capacidade de transformar a pele fresca em couro,
envolvidos num processo de tanagem. Essa tanagem consiste num processo de estabelecimento de ligações
entre as fibras de colagénio da pele que vão torna-la resistente ao calor, água, abrasão…
Hoje em dia, este processo é feito por minerais, contudo as melhores peles são as que são feitas com
extratos de plantas.
Isto consiste no tal estabelecimento de ligações que os taninos conseguem fazer com macromoléuclas e isso
está diretamente relacionam com o peso molecular. Eles são capazes de precipitar celulose, peptinas,
proteínas. São compostos com ação de adstringência (proteínas ricas em prolina e flexíveis que vai levar à
diminuição da lubrificação da saliva, sensação de boca seca).
Existem vários tipos de ligações umas são reversíveis e outras são irreversíveis. Temos ligações de interações
hidrofóbicas, ligações de hidrogénio (estas são reversíveis é porque isso que comemos certos tipos de
alimentos e depois passa o efeito) no caso do couro temos também ligações covalentes irreversíveis que
requerem uma oxidação prévia das moléculas.
Em termos de biossíntese
Nos hidrolisáveis:
Normalmente parte-se do ácido gálhico que se liga à glicose ativada (uridina-difosfato (UDP-glucose) e
vão juntando-se a ela unidades de ácido galhico, vai ser uma junção um a um. A glucose tanto é
aceitadora como dadora de eletrões. E ainda é possível que se estabeleçam ligações entre as duas
moléculas (se houver um processo de oxidação), há um acoplamento oxidativo entre as unidades dos
anéis benzénicos para formar o ácido hexa-hidroxidifénico.
Quando existe uma hidrólise de um tanino hidrolisáveis forma-se ácido hexa-hidroxidifénico e é capaz
Propriedades Físico-Químicas:
Em termos de solubilidade, são solúveis em água , mas não é infinita, diminui à medida que aumenta o
grau de polimerização a solubilidade vai diminuindo, mas também são solúveis em álcoois e acetona.
Dão positivo à reação com cloreto férrico (FeCl3) porque são compostos fenólicos.
Precipitam metais pesados e gelatina nas soluções aquosas (formam uma camada
menos hidrofílica à superfície da proteína e por isso é que precipitam).
A distinção destes dois tipo de taninos pode ser feita de vários modos, a mais importante é a maneira como
eles se comportam em meio ácido a quente. Os taninos hidrolisáveis vão quebrar, quebram a ligação ao
açúcar portanto libertam o açúcar e ficam com o ácido galhico e/ou o ácido hexahidroxidifénico consoante o
que a molécula tiver. No caso do ácido hexahidroxifénico a ligação entre as moléculas do carbono 2 não vai
quebrar, vai rodar e dar origem muito rapidamente ao ácido elágico.
No caso dos taninos condensados, em meio ácido, a quente, eles têm um comportamento diferente; há
formação de um carbocatião no carbono 4 que em contacto com o ar vai dar origem a um composto
antocianidinas de cor vermelha, o resto da molécula vai dar origem a um precipitado.
Reações de identificação
As propriedades biológicas destes compostos resultam muito da sua capacidade para complexar as
macromoléculas nomeadamente as proteínas, enzimas digestivas e proteínas fúngicas e virias e esta
complexação é muito responsável por muitos problemas que existem na industria agroalimentar por
exemplo na industria da cerveja (a turvação tem haver com a presença dos taninos).
Eles vão ter várias utilizações que resultam das suas propriedades adstringentes.
A utilização por via externa é sobretudo para regenerar tecidos lesados porque eles conseguem eliminar a
perda de fluidos e formam uma pelicula protetora à superfície da pele, o que provoca uma vasoconstritores
dos pequenos vasos superficiais e impermeabilização das camadas mais externas da pele e mucosas.
Por via interna, já têm ação antidiarreica e também são usados como antisséticos (diarreias infeciosas,
dermatites).
Esta atividade antissética ou antimicrobiana, exerce-se de vários modos; eles são capazes de modificar o
metabolismo e portanto alterar a constituição da membrana celular dos microrganismos e eles podem inibir
enzimas e/ou complexação substratos dessas enzimas que sejam essenciais à sobrevivência desse
organismo e também podem complexar iões que sejam essenciais por exemplo à ação das enzimas dos
microrganismos.
Para além disso, também são antioxidantes (como compostos fenólicos que são) por sequestro de radicais,
por inibirem a peroxidação lipídica, por eliminação de enzimas (ex. LOX, ECA; HDC…), os taninos também
ajudam e estão envolvidos no paradoxo francês. Outras propriedades são capazes de estimular a resposta
imunitária, portanto são imunomodeladores, inibem da replicação de vírus (quer por adsorção celular, quer
por transcritase reversa), têm uma ação a nivel do musculos cardiaco aumentando a força de contração e
são vasodilatadores coronários, aumentam a resistência e diminuem a permeabilidade capilar, aumentando
o tónus venoso.
Temos as galhas (estas galhas resultam da deposição dos ovos de um inseto, e depois a planta o que faz é
desenvolver uma proliferação celular no local da deposição celular).
As galhas são usadas em queimadoras (porque ajuda na regeneração dos tecidos) , dermatites, e
hemostático.
A casca dos carvalhos vai ser usada mais a nível interno, em diarreia e formações tópicas a nivel da
inflamação da mucosa bucal, inflamação cutânea associada a hemorroidas.
Usamos as folhas, vamos ter taninos hidrolisáveis e condensáveis, tem propriedades adstringentes, anti -
inflamatórias e por essa razão são usados na insuficiência venosa, sintomatologia hemorroidária, afeções
dermatológicas e irritação ocular.
São usados os subterrâneos (raízes), temos maioritariamente taninos condensados. É sobretudo usado
como venotrópico (porque tem ação a nível dos capilares), mas também para a fragilidade capilar cutânea,
insuficiência venosa, sintomatologia hemorroidária e como adstringente, antidiarreico, cicatrizante e para a
higiene bucal
São usados as unidades floridas, vamos ter taninos hidrolisáveis e as utilizações são as mesmas dos outros.
São usadas as vagas e folhas, vamos ter sobretudo taninos condensados, com ligação 4-8.
Tem uma ação no musculo cardíaco e é usada em caso de insuficiência cardíaco ((contratilidade, débito),
arritmias, hipotensor), também é usado em problemas do sono (Estados neurotónicos).