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CURSO DE PLANTAS 

MEDICINAIS

Nome do participante:

Instrutora: Priscila Santos


PLANTAS MEDICINAIS
O uso das plantas medicinais, atualmente conhecida como fitoterapia, sempre
esteve presente ao longo da história da humanidade. As origens dessa prática datam
tempos remotos, deixando claro que os seres humanos utilizavam as plantas tanto na
alimentação quanto para fins medicinais.
O conhecimento sobre as plantas medicinais e suas formas de uso é proveniente
de, pelo menos, três fontes principais:
1- A observação cuidadosa dos efeitos das plantas no organismo, dando a ideia
de como utilizá-lo em situações emergenciais e adoecimentos;
2- A observação das atitudes dos animais e insetos perante as plantas, inspirando
o ser humano a utilizar as mesmas como elemento de cura;
3- A observação das características próprias da planta e a formulação de ideias a
respeito das suas qualidades, seguidas da experimentação dos seus efeitos.

Por meio da tentativa e do erro, pouco a pouco nossos ancestrais passaram a


conhecer as plantas de seu ecossistema e, a reconhecer suas propriedades medicinais. Este
conhecimento faz parte da nossa cultura e constitui a base das práticas terapêuticas
populares.
ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS
Para cumprir os altos fins de sua existência, as plantas utilizam diversos
recursos/elementos para auxiliá-las nesse processo. Mas, você sabe quais são esses
elementos essenciais para um bom desenvolvimento e reprodução das plantas?
As plantas absorvem do solo, os elementos/nutrientes essenciais e não essenciais,
os benéficos e até mesmo os tóxicos, podendo estes últimos, inclusive, levá-las à morte.
“Todos os elementos essenciais devem estar presentes nos tecidos das plantas, mas nem
todos os elementos presentes são essenciais”. Um elemento é considerado essencial
quando satisfaz dois critérios:
1- Direto: o elemento participa de algum composto ou de alguma reação, sem o qual a
planta não vive;
2- Indireto - trata-se basicamente de:
- Em sua ausência a planta não completa seu ciclo de vida;
- O elemento não pode ser substituído por outro;
- O elemento deve ter um efeito direto na vida da planta e não exercer apenas o papel de
neutralizar efeitos físicos, químicos ou biológicos desfavoráveis para a planta.
Podemos dizer que existem três elementos primordiais para a manutenção da vida
das plantas, sendo eles: água, luz e os nutrientes.
ÁGUA: Assim como todos os outros seres vivos do planeta Terra, a água é um elemento
essencial e imprescindível para a manutenção da vida. No caso das plantas, a água

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promove a hidratação e nutrição, pois ela transporta e distribui os sais minerais
(nutrientes) para todas suas estruturas (folhas, flores, frutos, caule, raiz).
LUZ: A luz é um elemento essencial para o desenvolvimento das plantas, pois elas
utilizam a mesma como fonte de energia para produzirem os seus alimentos, no processo
conhecido como fotossíntese.
FOTOSSÍNTESE
De origem grega, a palavra photosynthesis significa síntese da luz (photo - quer
dizer luz e synthesis – síntese).
Este processo é realizado principalmente pelas plantas, mas também, por algumas
algas e bactérias, e, consiste basicamente na transformação da luz solar em energia
química.
A fotossíntese acontece dentro de estruturas da planta chamadas cloroplastos.
Estes possuem em suas membranas moléculas de clorofila, que são os pigmentos
fotossintéticos que conferem a cor verde das plantas e são responsáveis pela absorção da
luz solar.
Durante este processo, o dióxido de carbono (CO2 ) é capturado da atmosfera do
ar através dos estômatos e armazenado nos cloroplastos. Os estômatos são pequenos
poros que estão localizados na parte inferior das folhas, e é por meio deles que ocorrem
as trocas de CO 2 , vapor de água e outros gases com a atmosfera.
Portanto, a interação entre CO 2 , que é capturado através dos estômatos, a luz do
sol que é absorvida através da clorofila e os nutrientes retirados do solo através da raiz da
planta e carreados pelas moléculas de água originam estruturas de glicose, ou seja, os
açúcares. Este açúcar é a matéria prima energética responsável pelo desenvolvimento do
vegetal.
Além de originar a glicose, a fotossíntese ainda cumpre papel importante na
natureza que é a produção de oxigênio. Este oxigênio que é liberado através dos estômatos
é um subproduto da síntese da glicose, ou seja, quanto mais glicose é produzida pela
planta, mais oxigênio será liberado por ela.
Abaixo seguem algumas imagens para melhor exemplificar as estruturas das
plantas e o processo da fotossíntese:

Figura 1: Estruturas de uma célula vegetal


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Figura 2: Esquema da fotossíntese

O processo supracitado é uma atividade metabólica, que nada mais é do que um


conjunto de reações químicas que ocorrem no interior das células. Essa é uma atividade
realizada por todas as plantas, essencial para seus processos de manutenção de vida e
reprodução. Por isso, esta atividade é denominada de metabolismo primário. Cabe
ressaltar que, além da fotossíntese, o metabolismo primário envolve também a respiração
e transporte de solutos das plantas.
NUTRIENTES: Os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas podem ser
divididos em duas categorias: os não minerais (ou orgânicos) e os minerais.
Os nutrientes não minerais são retirados da atmosfera e da água e representam
aproximadamente 90% da matéria seca (MS) da planta. Os representantes deste grupo
são: carbono (C), oxigênio (O) e hidrogênio (H).
Já os minerais considerados essenciais para o desenvolvimento das plantas são
treze, sendo estes divididos em dois grupos: os macronutrientes - nitrogênio (N), fósforo
(P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), que são assim denominados
pois se apresentam em maior quantidade nas plantas, e os micronutrientes - boro (B),
cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn).

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PRINCÍPIOS ATIVOS DAS PLANTAS MEDICINAIS
Os conteúdos abordados até agora buscaram esclarecer quais são os recursos e
elementos que uma planta utiliza para conseguir se desenvolver. Mas, afinal, de onde
surgem as substâncias medicinais presentes em uma planta?
Após os processos metabólicos primários (fotossíntese, respiração e transporte de
solutos), a planta “entende” a necessidade de elaborar substâncias diferentes que a ajudem
a se defender dos ataques que ela possa sofrer durante sua existência. Mas, o que pode
atacar uma planta a ponto de comprometer sua vida?
São muitos os desafios, como por exemplo, as mudanças climáticas. Ora o sol está
em excesso ou ora o excesso é de sombra, em alguns períodos do ano tem muita
disponibilidade de água em outros escassez, muito ou pouco vento, escassez ou sobra de
nutrientes, entre outros. Além destes, ainda existem muitos desafios relacionados aos
ataques de insetos, fungos, vírus e bactérias.
Mediante todos esses desafios a planta tenta criar um mecanismo de adaptação
para se manter viva. Esse esforço, em busca de resistência, resulta na elaboração de
milhares de estruturas químicas, criando desde combinações moleculares simples, até
outras extremamente complexas. Todas têm a função de ajudar na defesa da planta.
Essa elaboração de estruturas químicas em busca de resistência é chamad a de
metabolismo secundário, pois é a segunda atividade essencial realizada pela planta na
busca de sua sobrevivência.
As estruturas químicas ou metabólitos secundários gerados pelo metabolismo
secundário são também conhecidos como princípios ativos, estas são as substâncias que
tem atividade medicinal no organismo humano. Vale lembrar que, os princípios ativos
são desenvolvidos pela planta para auxiliarem na sua defesa, em agressões do ambiente,
na sua reprodução – formação de flores, frutos, sementes, atração de polinizadores e para
afastar predadores. Nós, seres humanos, “pegamos emprestado” essas substâncias e as
utilizamos em benefício de nossa saúde.
É importante ter consciência que essas substâncias não apresentam uma
concentração uniforme durante todo o ciclo de vida da planta, sofrendo variações de
acordo com o solo, umidade, temperatura, altitude, manejo, exposição solar, nutrientes e
as estações do ano. O fator estressante qual a planta é submetida durante sua existência
tem grande influência no desenvolvimento e concentração de seus princípios ativos.
Abaixo segue um breve resumo a respeito de alguns dos princípios ativos
encontrados nas plantas e a ação de cada um deles:
ALCALÓIDES
Os alcalóides formam um grupo heterogêneo de substâncias orgânicas que
possuem como principal característica a presença do nitrogênio, e assim são conhecidos
como substâncias nitrogenadas. Este princípio ativo é produzido no retículo
endoplasmático e ficam armazenados nos vacúolos das células vegetais, na forma de sais,
assim, podem ser encontrados nas folhas, sementes, raízes e caules.

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Algumas das atividades dos alcalóides nas plantas são a reserva de proteínas; ação
estimulante ou reguladora do crescimento, podem inibir a germinação, por exemplo; na
defesa de microrganismos e vírus, e na proteção contra insetos.
Muitas das plantas ricas em alcalóides podem ser tóxicas ou possuem um sabor
amargo, o que faz com que animais e insetos evitem a ingestão d essas plantas.
No corpo humano, este princípio ativo possui diversas ações, atuando
pincipalmente no sistema nervoso, apresentando atividades farmacológicas calmantes,
sedativas, estimulantes, anestésicas, analgésicas e antitumorais. São capazes de produzir
poderosos efeitos fisiológicos em doses reduzidas. Podem apresentar sabor amargo e de
acordo com a dosagem podem se tornar extremamente tóxicas, portanto, sua posologia
deve ser cuidadosa.
Algumas plantas ricas em alcalóides são: cicuta (Conium maculatum L.); fruta
lobo ou lobeira (Solanum lycocarpo); beladona (Atropa belladona); café (Coffea
arabica); ipeca ou ipecacuanha (Cephaelis ipecacuanha); noz vômica (Strychnos nux-
vomica L); curare (Chondodendron tomentosum L.); vinca (Catharanthus roseus); jambu
(Acmella oleracea); confrei (Symphytum officinalis); fumo (Nicotiana tabacum).
MUCILAGENS
São substâncias que formam sistemas fortemente viscosos quando na presença de
água. Com água fria, as mucilagens formam géis, com água quente dissolvem-se e
formam soluções que se gelificam de novo após resfriados.
Nas plantas, estas substâncias servem de reservatórios sobretudo pela sua
capacidade de reter a água. As mucilagens estão amplamente distribuídas no reino
vegetal, mas somente algumas possuem ação terapêutica significativa.
Tem como principal atividade, a capacidade de reduzir a irritação e inflamações
das mucosas, especialmente as das vias respiratórias e gastrointestinais, reduzem o
peristaltismo intestinal, amenizam as dores das contusões e agem como hidratantes da
pele. São exemplos desse grupo: a babosa (Aloe vera); a transagem (Plantago major),
saião (Bryophyllum pinnatum); bálsamo (Sedum dendroideum), quiabo (Abelmoschus
esculentus), ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata), beldroega (Portulaca oleracea).
SAPONINAS
As saponinas são compostos não nitrogenados que quando dissolvidas em água
formam solução espumantes, semelhante a espuma do sabão. São excelentes
emulsionantes, facilitam a absorção pelo intestino de outras substâncias medicinais.
As saponinas são digestivas - aumentam as secreções das mucosas, são
expectorantes, provocam um relaxamento intestinal e em excesso podem ser irritantes da
mucosa intestinal. Também apresentam propriedades diuréticas, cicatrizantes e
desinfetantes do sistema urinário, além de depurativas.
Uma característica marcante desse grupo é promover a destruição dos glóbulos
vermelhos (hemácias ou eritrócitos) que exercem a função de transportar oxigênio para
os tecidos do organismo. Devido a este fato, algumas espécies deste grupo tornam-se
tóxicas e impróprias para o consumo
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A espécie Magonia pubescens, nativa do cerrado e popularmente conhecida como
tinguí-bola apresenta alta concentração desta substância nas sementes, quando
comparadas com as folhas e casca, por isso, é imprópria para uso interno. Outros
exemplos de plantas que contém saponinas são a fáfia (Pfaffia paniculata); Alcaçuz
(Glycyrrhiza glabra); Castanha da índia (Aesculus hippocastanum); Saboneteira
(Sapindus saponaria) e a Beterraba (Beta vulgaris).
TANINOS
São substâncias complexas e presentes em inúmeras plantas. Possuem a
propriedade de se combinar e precipitar as proteínas (formação de um sólido em uma
reação química), devido a essa característica, originam uma camada protetora que
possibilita o processo de cicatrização.
São adstringentes - que aperta, estreita, prende. Atuam nas mucosas e tecidos
criando uma camada de coagulação isoladora e protetora, cujo efeito é reduzir a
irritabilidade e a dor, e ainda, interromper pequenos derrames de sangue. Vale ressaltar
que em excesso os taninos podem provocar irritação gástrica.
Além das indicações supracitadas, as plantas ricas em taninos podem ser utilizadas
no alívio das inflamações gerais e da cavidade bucal, hemorragias locais, queimaduras,
frieiras, inflamações na pele, catarro intestinal, diarreia e afecções da vesícula.
Taninos presentes nos frutos desaparecem após seu amadurecimento, como
acontece com a goiaba (Psidium guajava), a banana (Musa spp.) e o caqui (Diospyros
kaki). Outros exemplos de espécies que possuem taninos são: romã (punica granatum),
barbatimão (Stryphonodendron barbatimam), caju (Anacardium occidentale), jambolão
(Syzygium jambolanum), pitanga (Eugenia uniflora), espinheira santa (Maytenus
ilicifolia), erva cidreira (Lippia alba), tomilho (Thymus vulgaris); capim limão
(Cymbopogon citratus).
FLAVONÓIDES
Os flavonóides representam um dos grupos mais diversificado dos princípios
ativos vegetais, eles podem ser encontrados nas folhas, flores, raízes e frutos das plantas.
Este composto pode ainda apresentar diferentes concentrações dependendo do vegetal em
que se encontra.
Nas plantas, este princípio ativo exerce diversas funções destacando-se a
polinização, devido a coloração que conferem as plantas, proteção da radiação
ultravioleta e contra microrganismos.
Esta substância promove uma atividade suave e benéfica, agindo principalmente
no coração e vasos sanguíneos, fortalecendo as veias e os vasos capilares. Eles também
atuam no fígado, sistema imunológico, tecido conjuntivo, glândulas supra renais e rins,
são diuréticos, antimicrobianos, antioxidante, antinflamatórios, analgésicos e sedativos.
Uma característica marcante desse princípio é sua baixa toxidade.
Exemplos de plantas ricas em flavonóides são: macela do campo (Achyrocline
satureoides), camomila (Matricaria chamomilla), calêndula (Calendula officinalis) e
arruda (Ruta graveolens).

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AMARGOS
Existem diversas plantas cujos componentes possuem sabor amargo. Estes
princípios estimulam a secreção dos sucos gástricos, desenvolvem uma ação tônica geral
e, em alguns casos, podem estimular o apetite por causarem a excitação das glândulas
gustativas. Normalmente apresentam ação sobre o fígado, aumentando a função
metabólica e agindo como um suave laxante.
Também são conhecidos por atuarem como desintoxicantes do organismo (após
ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, alimentos e remédios) e por sua atividade
emagrecedora, devido sua característica de acelerar o organismo. Porém, em excesso
podem acarretar desequilíbrios no sistema circulatório, principalmente no coração.
Algumas plantas amargas também possuem propriedades antibacterianas e
antiparasitárias. Exemplos de plantas amargas são: dente-de-leão (Taraxacum officinalis),
quina (Strycnus pseudoquina), boldo (Plectranthus barbatus), losna (Artemisia
absinthium), macaé (Leonorus sibiricus), melão de são caetano (Momordica charantia),
erva de santa maria (Chenopodium ambrosioides).
ÓLEOS ESSENCIAIS
Também são conhecidos como óleos voláteis, apresentam cheiro marcante e
podem ser obtidos através das técnicas de hidrodestilação, destilação por arraste a vapor
ou prensagem a frio (método utilizado em cascas de frutas cítricas).
É um princípio ativo extremamente volátil, ou seja, que viram vapor com
facilidade e, por isso, percebemos o cheiro logo que tocamos as plantas. São moléculas
produzidas como parte do mecanismo de sobrevivência da planta e armazenadas dentro
dela até serem necessárias.
Em geral, os óleos possuem cheiro forte e característico e os mesmos podem ser
encontrados em pétalas, raízes, folhas, cascas ou resina variando de acordo com suas
funções.
A ação do óleo essencial na planta varia de acordo com a espécie e dentre elas
estão: a prevenção ao ataque de insetos e herbívoros; combate e proteção contra bactérias
e fungos; atração de insetos polinizadores; auxiliar na cicatrização; inibir o crescimento
de outras plantas ao seu redor, entre outros.
O uso dos óleos essenciais tem crescido exponencialmente e se tornado cada vez
mais comum e acessível. A ação desse princípio ativo é vasta e varia de acordo com a
espécie de planta que, além de sua comprovada eficácia no corpo físico também traz
inúmeros efeitos benéficos ao nosso campo emocional, mental e energético. Abaixo
seguem alguns exemplos de óleos essências e suas funções:

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ÓLEO ESSENCIAL AÇÃO TERAPÊUTICA
Cansaço, sonolência, desatenção. Melhora
a concentração, atenção e facilita o estudo.
Tônico, alivia o cansaço e fadiga mental.
Alivia dores de contusões e torções.
Alecrim
Estimula a circulação sanguínea – alivia
(Rosmarinus officinalis)
dores nas pernas e varizes. É
antibactericida. Estimula o crescimento
capilar. Pessoas hipertensas devem
evitar seu uso.
Promove relaxamento e reduz a ansiedade.
Estimula a queima de gordura e celulite.
Capim limão
Diminui a pressão arterial, é
(Cymbopogon citratus)
vasodilatador, antifúngico,
antinflamatório e antibacteriano.
Para pessoas ansiosas, impacientes,
agitadas e sem foco. Trabalha a
estabilidade e autoconfiança para tomar
Copaíba
decisões na vida. É cicatrizante,
(Copaifera officinalis)
antinflamatório e analgésico. Indicado
para casos de endometriose, cistite,
bronquite e artrite.
Para indisposição, fadiga, desânimo.
Aumenta a motivação, reduz a dispersão
mental e melhora a assimilação. Para
Gengibre
pessoas com temperamento tímido e
(Zingiber officinalis)
medroso. É analgésico, antinflamatório,
útil em casos de reumatismo e artrite.
Auxilia na perda de gordura localizada.
Para pessoas inseguras e com medos
diversos. Desperta sensibilidade e
melhora dificuldades de se relacionar com
Gerânio outras pessoas. Equilibrador hormonal
(Pelargonium graveolens) feminino (TPM, menopausa). É
antioxidante, útil em acne, psoríase,
dermatites e candidíase. É
antinflamatório.
Para pessoas com a mente congestionada
de pensamentos e dificuldade de
concentração. Traz clareza mental,
melhora a atenção, revigora o cansaço e
Hortelã pimenta
reduz o sono durante o dia. É
(Mentha piperita)
expectorante, útil em casos de sinusites e
bronquites. É analgésico, melhora
enxaquecas, clareia manchas na pele e
estimula o crescimento capilar.
Para pessoas tensas, estressadas, com
Lavanda insônia, esgotamento do corpo físico e
(Lavandula angustifolia) mental. Promove relaxamento e traz
sensação de liberdade e paz com a vida. É

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calmante, ansiolítico, reduz a
hiperatividade. Por ser cicatrizante e
regeneradora é útil em tratamentos na pele
- psoríase, assaduras, queimaduras,
escaras, acnes, picadas, herpes e alergias.
Reduz a confusão mental, ansiedade e o
pânico. Auxilia a ter uma visão mais clara
da vida. Facilita a meditação e equilibra
indivíduos compulsivos e obsessivos. É
Sálvia esclareia calmante, ansiolítico e antidepressivo.
(Salvia sclarea) Harmoniza os hormônios femininos
(menopausa e TPM). É cicatrizante e
regeneradora da pele. Controla a
transpiração excessiva nas axilas, mãos e
pés.
Para pessoas que apresentam conflitos
sexuais ou se sentem impuros com seus
pensamentos. Auxilia pessoas que tendem
a se vitimizar ou que descarregam em
Tea tree (melaleuca) compulsões sua angústia. É
(Melaleuca alternifolia) imunoestimulante e antimicrobiano. Útil
em micoses, candidíase, caspa, infecções
bacterianas, psoríase, herpes, gripe e
viroses. Indicado também para gengivite,
aftas, otite e acne.

COLETA
É denominado coleta o processo de extração de uma planta do local onde a mesma
se desenvolve espontaneamente.
A coleta de plantas medicinais deve ser feita com cautela, respeito e alguns
cuidados devem ser tomados. Primeiro, é a identificação correta da planta, tenha certeza
que a planta foi corretamente identificada. Outro é não coletar plantas em locais suscetível
a contaminações, como margens de rios poluídos, beiras de estradas e áreas próximas a
plantações, onde se faça uso de insumos agrícolas, como os agrotóxicos.
Também é preciso ter cuidado com o volume da matéria vegetal coletada, afim de
propiciar condições para a planta se recuperar. Em hipótese alguma, deve-se coletar toda
a planta, principalmente se ela ocorre de forma isolada naquele local.
HIGIENIZAÇÃO DO AMBIENTE, UTENSÍLIOS E EQUIPAMENTOS
Antes de manipular qualquer tipo preparado medicinal é essencial e necessário
seguir alguns requisitos básicos de higiene afim de garantir a segurança e qualidade dos
produtos. Ou seja, é obrigatória a limpeza e sanitização do espaço, equipamentos e
utensílios.
O local ideal para este trabalho deve ser arejado, protegido de insetos, com
bancadas e, de preferência, azulejado. Em ambientes domésticos, a indicação é fazer as
manipulações na cozinha.
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O primeiro passo antes de iniciar a manipulação é a limpeza do ambiente. Limpeza
significa reduzir a sujidade do local e prepará-lo para o processo seguinte que é a
sanitização.

Etapas do processo de limpeza:


1- Varredura: remover os resíduos sólidos do ambiente;
2- Lavagem: lavar o ambiente (piso, parede, bancadas e equipamentos) com água e
sabão ou detergente neutro;
3- Enxague: enxaguar todo o ambiente com água pura e retirar a água do enxague
com auxílio do rodo. Nunca utilize pano de chão!
Após concluída a etapa de limpeza deve ser feita a sanitização do ambiente. A
sanitização é o processo de redução de microrganismos patogênicos (bactérias,
fungos), através da utilização de produtos químicos, como a água sanitária, por
exemplo.

Etapas do processo de sanitização:


1- Em um balde ou bacia faça a diluição da água sanitária em água. A proporção
recomendada é de 10mL de água sanitária para cada 1 litro de água.
2- Despeje a mistura sanitizante em todo o ambiente e deixar agir por 10 minutos.
3- Em seguida, retire a misture sanitizante com o rodo e deixe secar naturalmente.
Nunca utilize pano de chão, para evitar recontaminação do local.
O mesmo processo de limpeza e sanitização deve ser realizado com os utensílios
que serão utilizados nas manipulações (embalagens, colheres, copos, entre outros).
Portanto, os utensílios devem ser bem lavados com água e sabão neutro e depois
sanitizados, em solução de 5mL de água sanitária para cada litro de água ou com álcool
70%. No caso do uso da água sanitária, os utensílios devem ficar submersos na solução
por 10 minutos e, em seguida, devem ser retirados e organizados para secar naturalmente.

Por fim, é realizada a higienização pessoal, que deve seguir os seguintes passos:

• Esfregar as mãos, antebraços e unhas com uma água, sabão neutro e escova. O ideal é
manter as unhas curtas!
• Enxaguar em água corrente.
• Secar com papel toalha descartável ou toalha individual.
• Esterilizar as mãos com álcool 70%.
Somente após tais procedimentos é possível iniciar a manipulação dos
fitoterápicos. Vale ressaltar que é obrigatório o uso de avental, touca e máscara. E fica
como sugestão não utilizar vasilhas/panelas e outros materiais de alumínio.
MANIPULAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS
As plantas medicinais podem ser transformadas em diversos produtos
terapêuticos, os também conhecidos fitoterápicos. Existem inúmeras formulações e
produtos, nesta apostila serão compartilhadas apenas algumas.
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As plantas utilizadas nas manipulações devem, primeiramente, ser higienizadas e
em seguida, picadas em pequenos pedaços. Além disso, é importante observar se a planta
está em bom estado, sem apresentar mofos, fungos, cheiro ou aspectos que podem
comprometer sua ação medicinal. Lembre-se que você está preparando um produto com
finalidades medicinais e sua matéria prima deve ser de alta qualidade.
Existem diversos preparados feitos a partir das plantas medicinais, abaixo seguem
algumas sugestões:
1- Chás
Esta preparação é, sem dúvida, a mais tradicional e conhecida forma de utilização
das plantas medicinais. É importante conhecer as três formas de se preparar um chá,
procurando sempre aquela que melhor se adeque ao caso. Em geral, os procedimentos são
simples, mas requerem atenção e cuidado para se alcançar um resultado positivo.
A forma de preparar o chá vai depender das características e consistência de cada
planta. Porém, algumas regras básicas devem ser seguidas independente da maneira de
preparo.
Regras gerais para preparo do chá
1) A parte da planta utilizada deve estar sadia, ou seja, sem fungos, partes apodrecidas,
entre outras.
2) As plantas devem ser picadas ou trituradas, do menor tamanho possível, no momento
do preparo. Essa prática facilita e potencializa a extração dos princípios ativos da planta.
2) O chá deve ser preparado para ser consumido em um curto tempo, nunca para o dia
seguinte. Aqui vale o ditado que diz: “o chá de hoje não serve para ser tomado amanhã”.
3) O chá deve ser tomado sem adição de qualquer tipo de açúcar ou adoçante.
4) Para o preparo do chá, recomenda-se o uso de recipientes esmaltados, inoxidáveis, de
vidro, barro ou pedra. Evite vasilhas de alumínio, ferro, cobre ou estanho.
5) Para gargarejos, inalações, compressas e outros usos externos, a concentração do chá
pode ser maior.
6) Evite tomar chá próximo às refeições, preferencialmente 1 hora antes ou 1 hora depois,
exceto os estimulantes do apetite ou digestivos.
7) Uma boa proporção de água e planta é: para cada xícara de água (aproximadamente
200mL) adicionar 1 colher de sopa da planta picada – caso utilize a planta fresca.
8) Para preparar o chá com plantas secas, a quantidade da planta deve ser reduzida pela
metade. Ou seja, para cada xícara de água adicione meia colher de sopa ou 1 colher de
sobremesa da planta.
9) Para afecções pulmonares, da garganta, resfriados e afecções febris, o chá deve ser
tomado, preferencialmente, morno.

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Abaixo seguem as três formas de preparo do chá e suas particularidades:
Infusão
É uma das formas mais usadas e é indicada para plantas que podem sofrer
alteração e perda de suas propriedades se submetidas a cozimentos prolongados.
Geralmente, são plantas com estruturas/folhas macias. Para preparar uma infusão
corretamente basta seguir os passos abaixo:
• Primeiro coloque a água para ferver. Coloque a quantidade que você vai ingerir no dia.
Por exemplo, 3 xícaras.
• Ao iniciar a fervura da água desligue o fogo, adicione a planta picada e tampe o
recipiente.
• Outra maneira é colocar as plantas picadas em uma vasilha, acrescentar a água fervendo
por cima e tampar.
• Aguarde por aproximadamente 5-10 minutos. Coe e o chá estará pronto para ingestão.
Decocção
É a preparação indicada para as plantas mais rígidas, que necessitam de uma maior
exposição ao calor para liberar seus princípios ativos, como por exemplo, as cascas,
sementes, raízes. Para preparar uma decocção corretamente basta seguir os passos abaixo:
• Coloque a água fria e a planta em uma panela ou chaleira. Lembre-se de utilizar a
quantidade que será ingerida no dia.
• Deixe ferver em fogo baixo por aproximadamente 10-20 minutos.
• Deixe repousar, em média, 5-10 minutos – em recipiente tampado.
• Coe e estará pronto para o consumo.
Maceração
É a preparação na qual se retira os princípios ativos de uma planta por meio da
água em temperatura ambiente. Também são nomeadas de maceração os preparados que
utilizam outros líquidos extratores que não sejam água, como o vinagre, óleo, álcool,
glicerina.
Essa técnica consiste em colocar a planta medicinal picada imersa em água em
temperatura ambiente, cobrindo a mesma com uma tampa ou pires ou pano limpo. O
recipiente com o macerado deve ser mantido em local fresco e sem exposição a luz direta.
Esta técnica pode ser utilizada para extrair as propriedades medicinais de qualquer
planta. Abaixo segue a forma de preparo de uma maceração em água:
• Pique as folhas, flores, partes macias, acrescente água em temperatura ambiente e deixe
de molho durante 4-12 horas.
• Partes mais duras como talos, cascas e raízes, proceda da mesma maneira, porém, deixe
em maceração de 12 -24 horas.
• Passadas as horas de maceração, coe o líquido e faça a ingestão.
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2- Tinturas e Alcoolaturas
As tinturas e alcoolaturas são formas de extração e conservação dos princípios
ativos extraídos pelo álcool, que permanecem em perfeito estado, mesmo depois de anos.
Uma vantagem desse preparado é sua intensa e rápida penetrabilidade na corrente
sanguínea, o que promove uma rápida resposta terapêutica.
Tintura: é uma solução hidroalcoólica preparada a partir de plantas medicinais
desidratadas (secas).
Alcoolaturas: solução hidroalcoólica preparada com plantas frescas. Possui as mesmas
indicações e efeitos das tinturas.
Preparo da tintura e alcoolatura:
Existem publicações que descrevem diversas maneiras de manipular as tinturas e
alcoolaturas. Abaixo seguem algumas sugestões:
1- Manipulação através do peso da planta:
Com uso de plantas desidratadas (Tintura): Em um pote de vidro de boca larga adicione
10 gramas da planta desidratada, em seguida, complete com 70mL de álcool de cereais e
30mL de água de boa qualidade, nuca utilize água da torneira.
Com uso plantas frescas: Em um pote de vidro de boca larga adicione 20 gramas d a planta
fresca, em seguida complete com 80mL de álcool de cereais e 20mL de água.
2- Manipulação sem o peso da planta:
Primeiro faça a diluição do álcool para transformação do mesmo em 70% ou 80%.
Para isso, utilize o álcool de cereais 93,8º (ou um grau próximo 92, 96...), e em uma
vasilha/copo graduado basta medir 70mL ou 80mL de álcool de cerais e, posteriormente,
acrescentar 30mL ou 20mL de água. Pronto! Estará pronto seu álcool 70% ou 80%. Para
fazer uma quantidade maior basta seguir a proporção de 7 para 3 ou 8 para 2, ou seja,
sempre serão utilizadas 7 partes/medidas de álcool e 3 partes/medidas de água (para fazer
o álcool 70%) ou 8 partes/medidas de álcool e 2 partes/medidas de água (para fazer o
álcool 80%).
Em seguida, em um pote de vidro de boca larga coloque a planta desidratada ou
fresca e adicione o álcool até cobrir a planta. Plantas desidratadas é recomendado utilizar
o álcool 70% e em plantas frescas o álcool 80%.
Ao manipular as tinturas e alcoolaturas dessa maneira é necessário bom senso,
procure usar uma boa proporção entre a planta e o álcool, ou seja, não utilize pouca
quantidade de planta para uma quantidade grande álcool ou vice versa.
Dicas e recomendações:
- Caso você utilize um vidro transparente para manipulação das tinturas e alcoolaturas
será necessário cobrir o mesmo com papel alumínio ou papel de pão para proteger sua
tintura da luminosidade, que pode interferir na qualidade do seu produto final.
- Finalizada a manipulação guarde o pote em um local limpo, distante de produtos
químicos e protegido da luz.
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- As tinturas e alcoolaturas preparadas com partes da planta ou plantas macias devem ficar
em maceração por no mínimo 7 dias. Já as plantas ou partes dela que sejam rígidas/duras,
como as entrecascas, raízes e sementes ficarão por mínimo 15 dias em maceração. Se
possível, agite o conteúdo, pelo menos uma vez por dia, para promover uma extração
mais eficiente e uniforme.
- Passado o tempo necessário de maceração o preparado deve ser coado com auxílio de
uma peneira ou papel coador (tipo coador de café) ou chumaço de algodão ou um pano
limpo tipo voal. Filtre mais de uma vez se achar necessário.
- O modo ideal de conservação desses preparados é em vidro âmbar (marrom), em local
fresco, arejado, distante de produtos químicos e protegido da luz direta. Caso não tenha
ou não consiga adquirir vidros âmbar para guardar suas tinturas e alcoolaturas, proceda
da mesma forma feita no momento da maceração, cubra o vidro com papel alumínio ou
papel de pão.
- Recomenda-se que logo após o envase do preparado, o mesmo seja rotulado com o nome
da planta (popular e científico), data do preparo, porcentagem alcóolica, validade e o
responsável pela manipulação.
- O tempo de duração de uma tintura é dois anos, desde que seja adequadamente preparada
e armazenada.
- A forma de uso das tinturas e alcoolaturas está indicada item “dosagem dos fitoterápicos
em relação ao peso corporal”, na página 22.
3- Óleo medicado
Materiais:
- 500ml de óleo vegetal de sua preferência (óleo de rícino, de semente de uva, amêndoa,
coco, abacate, girassol...). Nesta manipulação pode ser utilizado apenas um tipo de óleo
ou 2 ou mais óleos misturados.
- 400ml de plantas frescas picadas (utilize no máximo 7 plantas)
- Panela de inox, vidro ou esmaltada
- Bacia plástica
- Caneca com bico esmaltada ou de vidro
- Copo com medidor volumétrico
- Colher de silicone
- Peneira de inox
- Potes para armazenar
- Etiquetas

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Manipulação:
Na panela coloque o óleo e as plantas escolhidas e leve ao fogo baixo. As plantas
devem permanecer em cocção (fritura) ficarem crocantes. Fique atenta/o para não
queimar!
Retire a panela do fogo e coloque em uma bacia com água fria para acelerar o
processo de resfriamento e não queimar as plantas. Quando frio, coe e armazene em potes.
Na sequência, prepare o rótulo identificando os ingredientes utilizados, a data do preparo
e a validade, que é de 4 meses.
4- Pomada
Materiais:
- 500ml de óleo vegetal de sua preferência (óleo de rícino, de semente de uva, amêndoa,
coco, abacate, girassol...). Nesta manipulação pode ser utilizado apenas um tipo de óleo
ou 2 ou mais óleos misturados.
- 400ml de plantas frescas picadas (utilize no máximo 7 plantas)
- 20 gramas de cera - de abelha, de carnaúba ou de candelila
- Panela de inox, vidro ou esmaltada
- Bacia plástica
- Copo com medidor volumétrico
- Caneca com bico esmaltada ou de vidro
- Colher de silicone
- Peneira de inox
- Potes para armazenar
- Etiquetas
Manipulação:
Na panela coloque o óleo escolhido, a cera e leve ao fogo baixo. Quando a cera
estiver completamente dissolvida adicione as plantas frescas deixando-as fritar até
ficarem bem crocantes. Fique atenta/o para não queimar!
Retire a panela do fogo e coloque em uma bacia com água fria para acelerar o
processo de resfriamento e não queimar as plantas. Quando morno, coe e armazene em
potes. Na sequência, prepare o rótulo identificando os ingredientes utilizados, a data do
preparo e a validade, que é de 4 meses.

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5- Xarope
Materiais:
- 500 gramas de rapadura
- De 50 a 200ml de água potável (medida aproximada de água)
- 300ml de plantas frescas diversas (utilizar no máximo 7 plantas)
- Panela de inox, vidro ou esmaltada
- Colher de silicone
- Peneira de inox
- Jarra com medidor volumétrico
- Potes para armazenar
- Tinturas diversas (opcional)
- Béquer ou proveta volumétrica
- Etiquetas
Manipulação:
Lave, pique as plantas selecionadas e reserve. Pique a rapadura até obter uma
espécie de “farofa”. Coloque a farofa de rapadura na panela, acrescente a água e leve ao
fogo baixo. Mexa bem até que se transforme em um melado, ou seja, que a rapadura esteja
todo derretida.
Quando a mistura levantar fervura adicione as plantas selecionadas, misture bem
e deixe cozinhar por 2 minutos. Desligue o fogo, tampe a panela e aguarde 15 minutos.
Após este tempo é só coar o xarope.
Observação: Caso seja adicionado ao xarope alguma parte da planta mais dura, como
entrecasca, raiz, semente, fruto seco, coloque estes para cozinhar junto com a farofa de
rapadura. As partes das plantas que são mais macias, tipo folhas e flores devem ser
acrescentadas assim que o melado levantar fervura.
Essa base por si só já é um excelente xarope, mas, para um maior tempo de
conservação e adição de outras propriedades medicinais pode-se acrescentar tinturas, na
quantidade de 5% ou 10%, de uma ou mais tinturas somadas, em relação ao volume total
de xarope. Xarope que será utilizado por crianças e adultos adicione 5% de tinturas e,
quando o uso for exclusivo de adultos adicione 10% de tintura.
O cálculo dessa porcentagem é bem simples, como demonstra os exemplos
abaixo:
1- Xarope de uso exclusivo de adultos. Após pronta a base rendeu um volume
total de 650mL. Qual a quantidade de tintura deve ser adicionada neste
xarope?

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Como é um xarope que será utilizado exclusivamente por adultos podemos
adicionar 10% de tintura/s. E para saber qual será o volume em mL equivalente
a 10% basta seguir a dica: sempre exclua o último número, independente qual
seja, os números restantes indicará a quantidade de tintura que deve ser
adicionada.
Então, a conta para o exemplo acima será a seguinte:

650mL (volume total) – corta o último número, que neste exemplo é o zero →
65Ø – os números restantes vão indicar a quantidade de tintura que deve ser
utilizada → 65 – portanto, nesta situação deve-se acrescentar 65mL de tintura.

650mL → 65Ø→ 65mL

2- Xarope de uso infantil e adulto. Após pronta a base rendeu um volume total
de 650ml. Qual a quantidade de tintura deve ser adicionada neste xarope?

Como é um xarope que será utilizado por crianças e adultos podemos adicionar
5% de tintura/s. E para saber qual será o volume em ml equivalente a 5% basta
seguir a mesma dica: primeiro exclua o último número, independente qual
seja, em seguida basta dividir por 2 os números restantes. O resultado indicará
a quantidade de tintura que deve ser adicionada.
Então, a conta para o exemplo acima será a seguinte:

650mL (volume total) – corta o último número, que neste exemplo é o zero →
65Ø – os números restantes devem ser divididos por 2→ 65÷2= 32,5 – o
resultado da divisão vai indicar a quantidade de tintura que deve ser utilizada
→ 32,5 – portanto, nesta situação deve-se acrescentar 32,5mL de tintura. Neste
caso, podemos arredondar o número, assim, neste exemplo também pode ser
adicionado 33mL.

650mL → 65Ø→ 65÷2 = 32,5mL (33mL)

Vale ressaltar que a adição das tinturas é opcional e que o recomendado é utilizar
no máximo 3 tinturas.
Por fim, envase o xarope, ainda morno, e rotule com as principais informações:
nome do produto (xarope), a quantidade presente no vidro (100mL, por exemplo), as
plantas que foram utilizadas, tinturas utilizadas, data do preparo e a validade (nesse caso
é de 4 meses).
Em relação ao uso o xarope recomenda-se em geral:
- Adultos: 1 colher de sopa de 3 a 4 vezes ao dia
- Crianças: 1 colher de chá ou sobremesa de 3 a 4 vezes ao dia.

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6- Solução Nasal
Materiais:
- Soro Fisiológico
- Embalagem de 30mL com conta gota
- Béquer ou proveta graduada
- Tintura
- Etiqueta
Manipulação:
Para este preparado é sugerida a utilização das tinturas de açafrão ou ipê roxo ou
transagem ou própolis. Escolha uma das tinturas indicadas para preparar sua solução
nasal. Nesta manipulação é importante utilizar uma tintura por vez.
A manipulação deste preparado é bem simples. O primeiro passo é medir, com o
auxílio do béquer ou proveta graduada, 30 ml de soro fisiológico. Transfira o soro para
embalagem e acrescente 7 gotas da tintura escolhida (açafrão ou ipê roxo ou transagem)
ou 3 gotas de própolis. Coloque o conta gotas, tampe bem a embalagem e agite para
misturar adequadamente o soro com a tintura. É importante lembrar que neste preparado
utilizamos somente uma tintura.
Etiquete seu preparado e atente-se para a validade, pois por não conter
conservantes seu prazo de validade é reduzido. Por isso, dizemos que esta solução é de
uso imediato. Pode-se observar durabilidade de até 7 dias. Mas, é preciso estar atento as
contaminações, e nestes casos, deve-se desprezar a solução e preparar outra.
A indicação de uso é um pequeno esguicho em cada narina por pelo menos 3 vezes
ao dia durante os períodos de crise. Essa solução deve ser armazenada na geladeira.
7- Repelente
Materiais:
- 10mL de óleo vegetal da sua preferência (amêndoa, coco, abacate, rícino, girassol,
semente de uva, entre outros)
- 25mL de tintura, de plantas repelentes (utilize no máximo três tinturas) – boldo
(Plectranthus barbatus); citronela (Cymbopogon winterianus); erva de santa maria
(Dysphania ambrosioides); cravo (Syzygium aromaticum); alecrim (Rosmarinus
officinalis); lavanda (Lavandula angustifolia); arruda (Ruta graveolens); capim limão
(Cymbopogon citratus); erva cidreira (Lippia alba); mirra (Commiphora myrrha); louro
(Laurus nobilis); tomilho (Thymus vulgaris); malva cheirosa (Pelargonium graveolens);
manjericão(Ocimum basilicum); tagetes ou cravo de defunto (Tagetes erecta); sálvia
(salvia officinalis); artemísia (artemisia vulgaris); nim (azadirachta indica), entre outras.
- 15mL de água ou chá ou hidrolato(de plantas repelentes, da sua preferência – utilize o
chá de apenas uma planta)

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- 15 gotas de óleos essenciais – ingrediente opcional (escolha óleos que tenham
propriedades repelentes. Indicações: óleo essencial de eucalipto, citronela, hortelã
pimenta, lavanda, melaleuca, gerânio, cedro, ylang-ylang, patchouli)
- Pote plástico spray de 50mL
- Béquer ou proveta volumétrica
- Etiquetas
Manipulação:
Com o medidor volumétrico é medido 10mL do óleo carreador escolhido, 25mL
das tinturas escolhidas (utilize até três tinturas) e 15mL de água ou chá ou hidrolato, em
seguida, o líquido deve ser despejado na embalagem escolhida.
Se desejar, acrescente 15 gotas de óleos essenciais. Pode ser utilizado mais de um
óleo essencial neste preparado, porém, o recomendado é que também se utilize no
máximo 3.
Após adicionar todos os ingredientes feche bem a embalagem e agite
vigorosamente. Assim, estará pronto seu repelente.
Rotule a embalagem com as principais informações: nome do produto, a
quantidade em mL, os óleos carreadores e óleos essenciais utilizados, tinturas utilizadas,
data do preparo e a validade (nesse caso é de aproximadamente 4 meses).
Cabe lembrar que este é um repelente sem fixadores e, por isso, será necessária
sua reaplicação ao longo do dia.
8- Escalda pés
Materiais:
- 200 gramas de sal grosso
- Embalagem com tampa
- 3 colheres de sopa de ervas desidratadas, de sua preferência, picada ou em pó (alecrim,
macela do campo, calêndula, lavanda, capim limão, colônia, erva cidreira, erva baleeira,
entre outras).
- Bacia
- Espátula e colher
- Balança
- Etiqueta
Manipulação:
Ligue a balança, pese o pote que será utilizado, aperte a tecla tare para que seja
subtraído seu peso. Na sequência pese 200 gramas do sal grosso e acrescente 3 colheres
de sopa cheias das plantas escolhidas, utilize no máximo 3 plantas. Misture bem, tampe
a embalagem e rotule.

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A validade deste preparado é mesma indicada na embalagem do sal.
Indicação de uso: Amorne água- utilize uma quantidade suficiente para cobrir seus pés,
despeje em uma bacia, acrescente 2 colheres de sopa cheias do sal de escalda pés. Deixe
seus pés submersos nessa mistura por 15 minutos. Na sequência, seque seus pés com uma
toalha limpa, massageie com óleos medicinais, pomada ou gel (esta etapa é opcional) e
calce uma meia.
9- Sal Aromático
Materiais:
- Sal (da sua preferência)
- Embalagem com tampa
- Ervas desidratadas, de sua preferência, picada ou em pó (orégano, alecrim, noz moscada,
louro, alho, cebola, pimenta, salsa, cebolinha, tomilho, coentro, cominho, entre outras).
- Balança
- Etiqueta
- Liquidificador ou mixer (opcional)
Manipulação:
Para uma boa proporção entre os ingredientes a sugestão é que para cada 100
gramas de sal seja acrescentado 5 gramas de temperos diversos. Os temperos devem ser
escolhidos a gosto. Experimente as diversas possibilidades de harmonização entre eles.
No curso produzimos o dobro dessa quantidade. A receita segue abaixo:
Ligue a balança e pese o pote que será utilizado, aperte a tecla tare para que seja
subtraído seu peso. Na sequência pese 10 gramas das ervas/temperos que escolheu e após
adicione 200 gramas de sal. Tampe a embalagem e agite bem.
Caso deseje ter um sal fininho e, com os temperos bem misturados, bata a mistura
de sal e temperos já pesados em um liquidificador ou processador (mixer). Em seguida,
envase e rotule.
Esta é apenas uma recomendação de proporção entre os ingredientes, caso você
aprecie um gosto mais intenso das ervas, adicione uma quantidade maior.
Este sal é utilizado como substituto de temperos químicos e industrializados, que
são condimentos ultraprocessados, que acarretam e/ou agravam problemas de saúde
devido sua alta concentração de sódio e gorduras saturadas. Além disso, estes temperos
são acrescidos de corantes, conservantes artificiais e realçadores de sabor como o
glutamato monossódico.
Este sal aromático, pode ser utilizado para temperar alimentos diversos como:
legumes, verduras, carnes, grãos, entre outros. Além de conferir mais sabor aos
preparados, ele ainda nos oferece seu potencial medicinal através das ervas utilizadas.
A validade deste preparado é mesma indicada na embalagem do sal.

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10- Vinagre Aromático
Materiais:
- Vinagre de maçã ou de vinho branco
- Embalagem com capacidade de 150mL com tampa e batoque
- Ervas frescas ou desidratadas (orégano, alecrim, pimenta do reino, louro em folha,
dentes de alho, pimenta biquinho, dedo de moça ou malagueta, salsa, cebolinha, tomilho,
manjericão, funcho, canela, cravo, entre outras).
- Etiqueta
Manipulação:
Organize dentro da embalagem a ervas que desejar. Tenha atenção com a
quantidade de ervas, para não ficar visualmente carregad o. Em seguida, complete a
embalagem com o vinagre, tampe e rotule. Aguarde sete dias antes de consumir.
Este tempo é necessário para ocorrer a extração dos princípios ativos das plantas
utilizadas e a saborização do vinagre.
Este vinagre é utilizado como tempero de saladas e o que mais desejar. Assim
como o sal aromático, este vinagre confere mais sabor aos alimentos e, ainda nos oferece
seu potencial medicinal através das ervas utilizadas.
A validade deste preparado é mesma indicada na embalagem do vinagre.
DOSAGEM
A orientação para uso de fitoterápico exige conhecimento sobre as plantas e
também a avaliação minuciosa a respeito da pessoa que fará uso do preparado. Por esta
razão, é preciso avaliar alguns pontos importantes, como os que relatados abaixo:
1) Quem é a pessoa doente?
Fazer uma pesquisa detalhada para elaborar uma ficha individual. Aqui é
importante fazer um apanhado dos dados pessoais d o indivíduo, como a idade,
parentescos, com o que trabalha e em quais condições, peso corporal, hábitos alimentares,
práticas esportivas, histórico de vícios, se faz ou já fez uso de medicamentos, histórico de
adoecimentos, entre outras.
2) Qual a queixa principal/ O adoecimento
Neste tópico devemos avaliar o sintoma/adoecimento em quatro categorias:
a) Simples: são os adoecimentos que apresentam claramente seus sinais e não apresenta
risco à vida da pessoa. Exemplos: gripes brandas, má digestão, pequenos ferimentos.
Nestes casos as doses são menores/mais brandas e de curta duração.
b) Grave: São adoecimentos que precisam de intervenção e que podem levar a pesso, até
mesmo, a morte. Exemplos: câncer, AIDS, problemas cardíacos, entre outros.
Nestes casos é importante avaliar se é possível fazer algo pela pessoa com seus recursos
disponíveis. De qualquer forma, nestas situações, oriente a pessoa procurar um

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atendimento especializado no posto médico, hospital ou pronto socorro. Lembre-se que
você não é médico! Não cabe a você fazer diagnóstico, suspender ou indicar
medicamentos com prescrições médicas.
c) Aguda: Sintomas de adoecimentos que se encontram em fase intensa, geralmente
levando a pessoa a um quadro de intenso desconforto. Exemplos: enxaqueca, dores em
geral, crises de sinusite. É importante também se fazer uma boa avaliação desses casos
para saber até onde é possível interferir, geralmente indicando plantas em doses maiores
e por um curto período de tempo.
d) Crônica: São sintomas/doenças que se arrastam por muito tempo, as vezes até anos
sem solução. Incomodam eventualmente ou constantemente, mas não são resolvidas. A
recomendação aqui é indicar doses menores/médias e por tempo maior.
3) A planta indicada
Após serem feitas as avaliações acima será possível pensar qual a planta ideal para
a pessoa, naquele momento. É importante ter conhecimento da ação da planta antes de
fazer qualquer indicação. Atualmente existe uma vasta literatura científica sobre as
plantas e sua forma de uso, com segurança e sem riscos à saúde.
Após a escolha das plantas medicinais é importante observar: o potencial tóxico
da/s planta/s escolhida/s; a intensidade de ação terapêutica de cada planta; a melhor forma
de indicar o uso das plantas e seus preparados e a adequação associação entre as plantas.
4) O peso corporal
É importante saber o peso corporal da pessoa para assim indicar a dosagem correta
dos fitoterápicos.
Somente após a compilação de todas informações citadas acima, será possível
chegar a uma conclusão sobre qual o melhor fitoterápico e a quantidade de uso. É
fundamental também considerar a sensibilidade (alergias) de cada um ao uso de uma ou
mais plantas medicinais.
DOSAGEM DOS FITOTERÁPICOS EM RELAÇÃO AO PESO CORPORAL:
Abaixo seguem algumas orientações de uso dos fitoterápicos e sua relação com o
peso corporal:
- Planta desidratada em pó: 20 a 40mg/Kg/dia, dividido em três a quatro tomadas. A
dosagem recomendada de um a três gramas por dia, em média.
- Tinturas / Alcoolaturas: dosagem média recomendada é de 1 a 3 gotas/Kg/dia,
distribuídas entre duas até cinco vezes por dia.
ASSOCIAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS
A associação de várias plantas medicinais em um mesmo fitoterápico implica em
riscos de incompatibilidade ou cooperação de seus princípios ativos. Praticamente não se
têm estudos sobre isto, até o momento, mas são tradicionalmente utilizadas várias plantas
juntas. Procure se informar em livros e outras referências bibliográficas antes de indicar
plantas em associação. Use também do bom senso e avalie se é necessário utilizar todas
as plantas de uma vez.
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ROTATIVIDADE
A rotatividade de plantas ao longo de um tratamento é uma ação importante e que
deve ser considerada, principalmente nos casos de adoecimentos crônicos, em que o
tempo de tratamento é maior.
A rotatividade, como o próprio termo já diz é a mudança do uso de uma planta
para outra que tenha ação igual ou parecida, recomenda-se que essa mudança seja
realizada a cada 15 dias ou no tempo indicado de cada planta. Essa técnica minimiza o
risco de toxicidade cumulativa, e também, evita a perda da ação medicinal da planta
devido ao uso prolongado.
MODOS DE USO E HORÁRIOS
É recomendado, porém não obrigatório, manter/seguir um horário para ingestão
dos fitoterápicos, afim de alcançar os efeitos desejados. Abaixo seguem algumas
sugestões:
- Pela manhã ou em jejum: recomenda-se fitoterápicos de plantas diuréticas, depurativas,
vermífugas, estimulantes e tônicas.
- Antes das principais refeições (30 minutos antes): tônicas e antiácidas.
- Depois das principais refeições: digestivas, carminativas e tônicas.
- Antes de dormir: calmantes, relaxantes, sedativas.
MEDIDAS CASEIRAS DE VOLUME
- 20 gotas de líquidos não viscosos correspondem a 1mL.
- 2,5mL equivalem a 1 colher de café.
- 5mL equivalem a 1 colher de chá.
- 10mL equivalem a 1 colher de sobremesa.
- 15mL equivalem a 1 colher de sopa.
COMO ROTULAR OS FITOTERÁPICOS
1- Nome/s da/s planta/s: escreva o nome popular e científico da/s planta/s contidas no
preparado.
2- Parte utilizada: escreva, quando julgar necessário, qual a parte da planta foi utilizada
no preparado.
3- Tipo de preparado: evidencie se é um xarope, tintura, alcoolatura, pomada, ou seja,
qual é a preparação.
4- Uso interno ou externo: Deixe claro se o preparado é de uso interno ou externo.
5- Quantidade: informe o peso em gramas ou mililitros que contêm na embalagem.
6- Dosagem: escreva, de forma clara e objetiva, como deve ser utilizado o preparado. Por
exemplo: a quantidade de gotas, quantas vezes por dia, se é dissolvida em água ou pura
entre outras.
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7- Data de fabricação: Informe a data em que foi manipulado o preparado.
8- Validade: Informe a data de validade.
9- Nome do responsável técnico: indique o nome do responsável técnico pela
manipulação do preparado.
INTOXICAÇÃO COM PLANTAS
As plantas medicinais, além da ação terapêutica, podem exercer ação toxicológica,
e, por esta razão, são consideradas tóxicas. Uma planta é considerada tóxica quando
possui substâncias capazes de produzir sintomas adversos no organismo. Tais substâncias
podem ou não ser realmente tóxicas, e isto vai depender da dose, forma de administração
e sensibilidade de cada indivíduo.
Na história da humanidade as plantas com potencial tóxico se apresentam de
forma significativa. Há registros de plantas utilizadas pelos povos indígenas no momento
da caça ou pesca. O sumo das plantas era empregado as flechas ou na água com a
finalidade de deixar as presas sedadas e facilitar sua captura.
As plantas tóxicas também foram muito utilizadas como forma de “resolução” de
desavenças políticas, em guerras ou por motivos pessoais, como recurso de
envenenamento intencional.
Ter conhecimento das espécies tóxicas/venenosas é importante para auxiliar e
alertar a população em geral, amigos e parentes próximos sobre os riscos e cuidados ao
cultivar, manejar ou ingerir acidentalmente alguma espécie com essa característica.
Nos ambientes domésticos e públicos os acidentes com as plantas tóxicas ocorrem
com frequência. Com crianças e animais domésticos é comum a ingestão ou contato com
essas plantas, que geralmente, ocorrem nos arredores das residências, em parques, jardins
e praças.
Adolescentes geralmente se intoxicam após a experiência com plantas
alucinógenas. E adultos, o mais comum, é a superdosagem ou a identificação incorreta da
planta.
Tratamento geral das intoxicações por plantas
Na ocorrência de intoxicação, seja por ingestão ou pelo contato físico, a primeira
providência a ser tomada é encaminhar o indivíduo intoxicado ao pronto socorro ou
hospital mais próximo e o mais rápido possível.
Caso ocorra alguma dificuldade que prolongue o tempo de socorro do indivíduo
intoxicado, recomenda-se diminuir a exposição com o princípio ativo, o que pode ser feito
através do esvaziamento gástrico, por meio do vômito induzido, e lavagem dos olhos e
pele.
Mas, tenha em mente que o auxílio de um profissional da área é essencial nessas
situações. Pois, dependendo do princípio ativo e da dose ingerida, o indivíduo pode não
resistir e vir a óbito, caso não tenha o socorro adequado.

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PREPARO DE EXSICATAS
Antes de abordar o que é e a forma que são feitas as exsicatas é preciso ter em
mente o que é um herbário.
Afinal, o que é um herbário?
Herbário é uma coleção de plantas secas/desidratadas, medicinais ou não. É uma
coleção composta de amostras de plantas, sendo ideal que se tenha uma pequena amostra
de todas as partes da planta como: caule, folhas, flores, frutos e raiz.
Através destas coleções podem ser obtidas informações a respeito da morfologia
(forma/aparência), distribuição geográfica e utilidade das plantas. Muitas espécies
preservadas em um herbário são advindas de locais onde a vegetação foi modificada ou
até mesmo totalmente destruída, tornando os dados daquele exemplar de extrema
importância.
E qual a relação do herbário com uma exsicata?
A exsicata é o local que a planta é desidratada antes de ser adicionada ao herbário.
Assim, a planta é organizada dentro de folhas, de jornal por exemplo, e colocada em uma
espécie de prensa. Após estarem completamente desidratadas as plantas são fixadas em
folhas brancas, identificadas e organizadas em uma pasta/portfólio, que chamamos de
herbário.
A exsicata é um importante instrumento na identificação da planta. Quando
armazenadas em locais apropriados permitem sua utilização sem a necessidade de ir até
local onde a planta se desenvolve. Além disso, as exsicatas contribuem com estudos
aprofundados das características morfológicas e ecológicas das plantas.
Modo de fazer uma exsicata
O mais adequado é ir a campo, coletar e herborizar o material coletado
imediatamente. Caso isso não seja possível, tente fazer em um período breve.
No momento da coleta deve-se anotar o máximo de informação possível a respeito
da planta, como por exemplo: seu porte (se é erva, arbusto ou trepadeira); se possui látex
ou espinhos; cor das flores, frutos e folhas; se é nativa ou cultivada; ambiente onde se
desenvolveu (mata, brejo...); local e data da coleta; nome popular e usos populares da
região.
Tais informações são importantes para posterior identificação da espécie e, serão
necessárias para a confecção da etiqueta fixada junto com a planta, no momento da
confecção do herbário.
Herborizar uma planta significa organizar a amostra coletada entre algumas folhas
de jornal inteiras intercaladas com folhas de papelão, formando uma pilha. Em seguida,
as amostras devem ser prensadas, para isso utiliza-se grades de madeira que são
amarradas com cordas e elásticos, formando uma espécie de pacote, como ilustrado na
imagem abaixo:

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Figura 3: representação da montagem de uma exsicata

O jornal ou papel absorverá a água desprendida pelas plantas e a pressão exercida


pelas prensas permitirá que as amostras sequem sem enrugar.
Espécies coletadas que tiverem muita água deverão ter os jornais trocados
diariamente ou quando se julgar necessário, para evitar a formação de mofo. Para acelerar
o processo de secagem pode-se colocar as prensas no sol ou local ventilado.
Concluído o processo de secagem a amostra deve ser retirada da folha de jornal
e colada em folha A4 branca. Após a colagem a amostra deve ser identificada, como no
exemplo a seguir:

Nome científico:
Nomes populares:
Local da coleta:
Data da coleta:
Observações:

A dimensão para montagem de grade de prensa é variável, aqui segue a sugestão


de um tamanho razoável, que comporta uma folha de tamanho A4: 25cm de largura por
30cm, réguas de 3 a 4cm de largura e entre 1 a 0,5cm de espessura, como ilustra a figura
a seguir:

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ARGILA
Uma das formas de tratamentos mais antigas na história da humanidade é o uso
da argila, também conhecida como geoterapia. Os antigos médicos gregos, romanos e
árabes atribuíam essa matéria prima a uma força curadora extraordinária.
O emprego desse recurso da natureza como forma de tratamento dos adoecimentos
caiu no desuso devido ao avanço das técnicas e recursos na área da medicina, porém,
atualmente, essa técnica tem sido resgatada e utilizada.
Propriedades ativas da argila:
- Eletricidade: a terra é grande absorvedora de eletricidade e sua aplicação vitaliza e
tonifica os tecidos danificados.
- Sais minerais: a terra é fonte rica em minerais e a absorção deles pela pele ajuda a reparar
tecidos lesionados e desintoxicar o organismo.
- Energia solar: a terra absorve as irradiações eletromagnéticas da luz solar, retendo seu
poder vitalizador e agindo de forma benéfica sobre as células dos organismos vivos.
A argila tem a capacidade de absorver as substâncias químicas ou não, que tenham
potencial adoecedor, sendo assim, instrumento eficiente de harmonização e cura para os
seres humanos. Abaixo seguem algumas das propriedades curativas da argila:
- Refrescante: quando aplicada fria sobre a pele têm a capacidade de absorver
tecidos/células mortas, acarretando alívio das dores inflamatórias e equilíbrio térmico do
corpo.
- Antinflamatória: alivia e elimina os processos inflamatórios.
- Desintoxicante/Absorvente: absorve toxinas presentes no sangue e acumuladas no
organismo.
- Cicatrizante: ativa o processo de reprodução das células e acelera a cicatrização dos
tecidos lesionados.
- Calmante: sua ação restauradora atinge o sistema nervoso e alivia dores e tensões.
- Emoliente: quando aplicada morna ou quente suaviza os tecidos e provoca relaxamento.
Indicações:
- Na forma de cataplasma em locais acometidos por inflamações localizadas (artrite,
artrose, tendinite...); na descalcificação e na desmineralização; nos traumatismos crônicos
e agudos; nos tumores; na região do fígado para regular suas funções e restaurar
deficiências; no abdômen aliviar distúrbios intestinais diversos (diarreias, prisão de
ventre...); na região dos rins atua em processos como insuficiência renal e outros
processos degenerativos; no pescoço em casos de distúrbios da glândula tireoide.
- Em queimaduras e feridas, pode ser aplicada na área acometida. Nestes casos é válido
associar o sumo ou chá de uma ou mais plantas medicinais que tenham ação analgésica e
cicatrizante. Nas feridas a aplicação não deve ser direta, sendo o ideal cobrir o local com
gaze e em seguida fazer a aplicação da argila.

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- Em quadros de intoxicação, a argila pode ser aplicada via tópica ou pode ser diluída em
água e ingerida.
- Em quadros febris, compressas frias de argila sobre o abdômen ou face auxiliam no
processo de diminuição da temperatura.
Formas de uso:
A argila em pó deve ser misturada com água pura, chá ou sumo de uma planta
medicinal indicada para a situação. O líquido deve ser acrescentado aos poucos, até se
obter uma pasta homogênea.
A camada/espessura da argila dependerá do tipo do adoecimento, assim é
recomendado que quanto mais profunda a causa do adoecimento, mais espessa deve ser
a camada de argila e mais prolongada a aplicação. É prudente dar início a tratamentos de
doenças graves com aplicações mais breves e camadas menos espessas, aumentando a
espessura da camada gradativamente.
O tempo da aplicação varia, mas é recomendado que a mesma seja mantida no
corpo por aproximadamente 1 hora - 1 hora meia ou até estar totalmente seca.
A temperatura do líquido utilizado para formar a pasta de argila varia conforme o
local da aplicação, o tipo de adoecimento e a propriedade curativa que se deseja alcançar.
Argila quente deve ser utilizada na região dos pulmões, fígado, rins e ossos; argila morna
na região da coluna vertebral e argila fria quando houver inflamação com dor e calor local
nas disfunções cardíacas, nos tumores, feridas e supurações.
Vale ressaltar que a pasta de argila preparada com líquido quente esfria
rapidamente, por isso, é necessário colocar uma bolsa de água quente por cima da
compressa para manter a mesma aquecida.
ANEXOS

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Endereço de Embalagens e Insumos

Embalagens / Vidraria / Álcool de cereais

1) Distribuidora Franklin – R. São Paulo 1071 – loja n° 12 –


Centro – BH. Telefone (31) 3274-8930 – Embalagens e álcool de
cereais

2) Mix das Essências – Rua São Paulo 1071 – loja n° 5 – Centro –


BH. Telefone (31) 3274-8898 – Embalagens e álcool de cereais

3) Distribuidora Âmbar – Av. Pres. Tancredo Neves 4143 – Bairro


Castelo – BH. Telefone: (31) 3476-6388 - Vidrarias

4) Destilaria Bauru - www.destilariabauru.com.br – Óleos


vegetais, manteigas vegetais, hidrolatos e óleos essenciais

5)Engenharia das Essências –


www.engenhariadasessencias.com.br – Óleos vegetais,
manteigas vegetais, hidrolatos e óleos essenciais

6) Cosmético Livre - @cosmeticolivre - – Óleos vegetais,


manteigas vegetais, hidrolatos e óleos essenciais

7) Heide – www.loja.heide.com.br - Extratos vegetais

8) Lazslo - https://www.emporiolaszlo.com.br/ - Óleos essenciais

9) Ferquima - https://vendas.ferquima.com.br/ - Óleos essenciais


e óleos vegetais

10)Infinitum - https://infinitumnatureza.wordpress.com/oleos-
essenciais - Óleos essenciais e hidrolatos

11) Spagiros - https://www.spagiros.com.br - Óleos essenciais e


hidrolatos

12) Sítio Semente - https://www.lojasitiosemente.com/- Óleos


essenciais e hidrolatos

13) Árvores Gerais – Viveiro de mudas - @sitio.arvores.gerais


Ernesto ou Chico
(31) 9 9778 1037

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