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A QUESTÃO DO DINHEIRO 

Muitos crentes não percebem a importância do ensino nesta área. Na verdade, falar
sobre dinheiro nas igrejas em geral causa desconforto. Porém, como é possível não
falarmos acerca deste assunto? Quase a metade das parábolas de Jesus o mencionam.
Além do Senhor Jesus, vemos que os apóstolos falavam, ensinavam, e corrigiam os
crentes no tocante ao nosso relacionamento com o dinheiro. Este não é um assunto
sem importância. As Escrituras falam mais dele do que de muitos outros temas que
julgamos vitais para uma vida cristã sadia. Howard Dayton, em seu livro “O Seu
Dinheiro” (Bless Editora) declara que, na Bíblia, há mais de 2300 versículos sobre
dinheiro, bens e posses.
É preciso entendermos que o dinheiro em si não é errado, e sim as possíveis atitudes e
inclinações do nosso coração.
A Bíblia fala muito sobre a nossa relação com o dinheiro. Não que o dinheiro em si seja
o problema, pois as Escrituras declaram que é o amor ao dinheiro que é a raiz de todos
os males. A advertência bíblica é de não colocarmos o coração nas riquezas:
“…se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração.” (Salmos 62.10 –
ARC)
O que as Escrituras nos ensinam é que não devemos ter o coração no dinheiro, que
não devemos ter amor a ele. Não há nada errado no fato de uma pessoa ter dinheiro;
errado é quando o dinheiro tem esta pessoa! É por isso que a Palavra de Deus nos
adverte:
“Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na
perdição. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns
se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” (1 Tm 6.9,10)
Além de todas as outras consequências, a pior coisa que estas pessoas experimentam
é o fato de se desviarem da fé. Não há prejuízo maior do que este.
Outro nome para o “amor ao dinheiro” é ganância.
Ganância nada mais é que o desejo ou a ambição desmedida de ter sempre mais, de
possuir mais que os outros, independente da necessidade. Também está relacionada
com atitude interior, com a motivação de quem emprega todos os meios a fim de tirar
proveito em todas as situações.
A ganancia e insaciável. Ela não se realiza, nunca alcança os seus alvos, pois estão
sempre se renovando, sempre querendo mais e mais.
Em Eclesiastes o rei Salomão falou:
“Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se
fartará do ganho; também isto é vaidade.” (Eclesiastes 5.10)
O DINHEIRO PODE SE TORNAR UM ÍDOLO
Paulo mostrou que os cristãos também têm os seus ídolos. Não, eles não são estátuas
de gesso ou de madeira; não costumam ser vistos, porque ficam escondidos no
coração dos crentes. As atitudes de avareza, ganância, e apego material são ídolos. O
apóstolo Paulo denunciou isto, ao chamar a avareza de idolatria:
“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,
desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Deus
sobre os filhos da desobediência.” (Colossenses 3.5,6)
Jesus disse que o que é elevado entre os homens é abominação perante Deus (Lc
16.13-15); e Ele falava acerca da ganância dos fariseus ao fazer esta afirmação. Há
pessoas que são tão apegadas ao dinheiro que fazem dele um “deus” em suas vidas.
Dão tanto valor às coisas materiais que, perante o Senhor, é como se cultuassem um
ídolo em suas vidas.

A Palavra de Deus pode ser sufocada


Uma outra particularidade sobre o dinheiro e os danos que ele pode produzir na vida
do cristão é vista na Parábola do Semeador. Jesus fala sobre a semente da Palavra de
Deus caindo em quatro tipos de solos, e um deles é o terreno espinhoso:
“E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.” (Mateus
13.7)
Os espinhos não parecem tão perigosos à semente no início. O problema é o que
acontece com o passar do tempo e o fato de os espinhos não terem sido removidos:
eles crescem a ponto de sufocarem a Palavra de Deus. Esta foi a interpretação que o
Senhor deu a seguir:
“E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste
mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.” (Mateus
13.22)
Do mesmo modo que o Diabo apelou para esta área ao oferecer a Jesus (na tentação
do deserto) a glória e os reinos deste mundo, assim também ele fará conosco. Porém,
da mesma forma gloriosa com que Cristo venceu o Maligno, rejeitando as suas
propostas, assim também devemos fugir dos seus atrativos. O Diabo não oferece
riquezas porque ele queira o melhor para ninguém, mas justamente por saber quão
nocivos podem ser o dinheiro e as riquezas na vida de alguém que se deixa prender
por eles.

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