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Motivação
● A motivação é geralmente definida como um estado interno que induz uma pessoa a se
envolver em determinados comportamentos.
→ A motivação se relaciona ao direcionamento, à intensidade e à persistência do
comportamento com o tempo.
Exemplo: Um funcionário pode decidir se oferecer para um projeto de trabalho adicional que
demandará que ele faça horas extras ao invés de voltar para casa no horário normal para
assistir à TV.
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- A intensidade se refere ao quanto uma pessoa se empenha em uma tarefa;
Exemplo: Se um funcionário for solicitado a varrer o chão, a pessoa pode se empenhar muito,
varrendo laboriosa e rapidamente, ou pode escolher não se empenhar muito, varrendo
lentamente e sem muita determinação.
Exemplo: Um funcionário pode tentar realizar algo no decorrer de um longo período, como um
contador estudando para passar no exame de suficiência do Conselho Federal de
Contabilidade para poder exercer a profissão, apesar de isso poder demandar várias
tentativas.
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● Há ainda outro ponto de vista, a motivação diz respeito ao desejo de atingir alguma meta. Em
outras palavras, a motivação se origina dos desejos, necessidades ou vontades da pessoa.
Algumas pessoas, por exemplo, são extremamente motivadas a ganhar dinheiro e presume-se
que um alto nível de motivação para ganhar dinheiro afeta o comportamento relevante;
●As teorias da motivação no trabalho em geral se voltam às razões, além da aptidão, que
levam algumas pessoas a apresentar um desempenho melhor no trabalho do que outras.
Dependendo da situação, essas teorias podem prever a escolha do comportamento, o
empenho ou o nível de persistência da pessoa na tarefa.
→ De acordo com o autor da teoria, os fatores higiênicos, por mais favoráveis que sejam, não
podem levar à motivação ou à satisfação no trabalho, portanto as organizações devem se
preocupar em proporcionar a motivação de nível mais elevado.
Apesar da falta de pesquisas confiáveis em relação a teoria, ela tem sido bastante influente e
sua obra ajudou a concentrar a área da psicologia organizacional na importante questão de
proporcionar um trabalho significativo para as pessoas, o que levou à adoção de técnicas de
enriquecimento do trabalho em muitas empresas.
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● Teoria do reforço: Descreve como as recompensas ou reforços podem afetar o
comportamento. Tais recompensas podem ser tangíveis (dinheiro) ou intangíveis (elogio). A
teoria não lida com estados internos, como a motivação, se volta a explicar o comportamento
como uma função de experiências prévias de recompensa, ou o “histórico de reforços”. Desse
modo, o comportamento é visto como uma reação ao ambiente.
→ O principal princípio da teoria do reforço é a lei do efeito (Thorndike, 1913), que afirma que a
probabilidade de um determinado comportamento aumenta se ele for seguido de uma
recompensa ou reforço. Inversamente, a probabilidade de um comportamento é reduzida se
ele for seguido de uma punição.
→ Dessa forma, a organização pode oferecer um bônus pelo bom desempenho, ou este, por si
só, pode proporcionar um senso de realização. Ambos podem reforçar igualmente o bom
desempenho e levar à sua continuidade.
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→ São exemplos de reforço utilizados atualmente:
- O pagamento pela produção de operários de fábrica;
- Comissões para vendedores.
- Incentivo por número de chamadas atendidos;
→ A ideia básica é que as pessoas se motivarão quando acreditarem que seu comportamento
levará a recompensas ou resultados desejados. Se elas não acreditarem que as recompensas
serão contingentes de seu comportamento, elas não serão motivadas a se envolver no
comportamento e o mesmo acontecerá se elas não desejarem as recompensas resultantes.
→ A motivação ou força é uma função matemática de três tipos de cognições. A equação que
relaciona a força às cognições é a seguinte:
Força (nível de motivação de uma pessoa para se envolver em um determinado
comportamento) = Expectativa (o quanto a pessoa se vê capaz de realizar o trabalho) × ∑
(Valência (valor de um resultado ou recompensa para uma pessoa) ×
Instrumentalidade(probabilidade subjetiva de que um determinado comportamento resultar em
uma determinada recompensa))
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Força = Expectativa × ∑ (Valência × Instrumentalidade)
● Para qualquer situação, pode haver mais de uma recompensa ou resultado para um
comportamento e, para cada resultado possível, a valência e a instrumentalidade são
multiplicadas. Feito isso, cada produto valência-instrumentalidade é somado em um total, que é
multiplicado pela expectativa de produzir uma pontuação de força.
→ Se o nível de força for elevado, a pessoa será motivada a atingir os resultados do trabalho e,
se o nível de força for baixo, a pessoa não será motivada a atingir os resultados do trabalho.
→ Em outras palavras, as pessoas com alto nível de autoeficácia acreditam que são capazes de
realizar determinadas tarefas e serão motivadas a se empenhar. Pessoas com baixo nível de
autoeficácia não acreditam que são capazes de realizar determinadas tarefas e não se motivarão
a se empenhar.
→ A autoeficácia é bastante similar ao conceito da expectativa. A principal diferença é que a
expectativa diz respeito a uma atividade específica em um determinado momento, ao passo que a
autoeficácia se refere ao sentimento geral de que uma pessoa é ou não capaz em algum âmbito
da vida ou atividade, como jogar tênis.
→ A teoria da autoeficácia já foi comprovada inúmeras vezes e tem sido corroborada por
pesquisas tanto dentro quanto fora do ambiente de trabalho (Bandura & Locke, 2003). Estudos no
contexto de treinamento demonstraram que a autoeficácia para determinadas tarefas se
correlaciona com o desempenho no treinamento dessas tarefas.
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● Teorias de justiça: Se concentram em normas para o tratamento justo de funcionários por
suas organizações. A premissa básica dessas teorias é que as pessoas valorizam a justiça e
são motivadas a mantê-la em seu relacionamento com as organizações.
→ Segundo a teoria da equidade (Adams, 1965), as pessoas são motivadas a atingir uma
condição de justiça ou equidade em suas interações com outras pessoas e com organizações.
De acordo com Adams (1965), os funcionários que se veem em situações injustas sentirão
insatisfação e tensão emocional, que serão motivados a reduzir.
→ A desigualdade é um estado psicológico resultante das comparações que os funcionários
fazem de si mesmos com os outros. O que é especificamente comparado são as razões de
resultados e contribuições. Os resultados são as recompensas ou todos os elementos de valor
pessoal que um funcionário recebe por trabalhar em uma organização, inclusive salário,
benefícios adicionais, bom tratamento, prazer e status. As contribuições se referem a tudo o
que o funcionário faz para colaborar com a organização, incluindo não apenas o trabalho
realizado, mas também a experiência e os talentos que ele leva ao trabalho.
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→ De acordo com Adams (1965), a desigualdade de remuneração inferior induz à raiva, e a
desigualdade de remuneração em excesso leva a um sentimento de culpa. De qualquer
maneira, o funcionário será motivado a reduzir a desigualdade por meio de vários mecanismos
possíveis. Três desses mecanismos são particularmente relevantes ao ambiente
organizacional: mudar as contribuições, mudar os resultados e se retirar da situação.
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● Teoria da determinação de metas: O comportamento das pessoas é motivado por suas
intenções, objetivos ou metas internas. As metas podem ser associados de maneira
relativamente estreita a comportamentos específicos.
→ De acordo com a teoria, uma meta é o que uma pessoa deseja conscientemente atingir ou
obter. As metas podem ser específicas, “como tirar a nota máxima na próxima prova”, ou
gerais, como “se dar bem na faculdade”.
- Metas gerais como se dar bem na faculdade muitas vezes são associadas a uma série de
metas mais específicas, como tirar a nota máxima em uma determinada disciplina.
→ As pessoas avaliam os feedback comparando o progresso atual com algum padrão interno
ou progresso esperado. Se o progresso for insuficiente, a pessoa será motivada a tomar
providências, o que pode incluir a reavaliação e a modificação da meta ou a adoção de
estratégias diferentes para melhorar o desempenho.
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● Teoria da ação: Essa teoria propõe que as teorias da motivação no trabalho deveriam se
concentrar principalmente em comportamentos orientados às metas, esses comportamentos
são nossas ações. Essas ações são o produto de uma intenção consciente de realizar um
objetivo, que pode ser algo pequeno, como montar uma peça em uma linha de montagem, ou
algo grande, como conseguir uma promoção no trabalho. O principal foco dessa teoria consiste
nas ações em si e nos processos que levam às ações.
→ A abordagem de facetas possibilita uma visão mais completa da satisfação no trabalho. Uma
pessoa normalmente possui diferentes níveis de satisfação em relação às várias facetas. Ela
pode se sentir extremamente insatisfeita com o salário e os benefícios, mas, ao mesmo tempo,
pode estar muito satisfeita com a natureza do trabalho e os chefes.
Bianchi, E. M. P. G., Quishida, A., & Foroni, P. G.. (2017). Atuação do Líder na Gestão Estratégica de Pessoas: Reflexões, Lacunas e Oportunidades. Revista De Administração Contemporânea, 21(Rev. adm. contemp., 2017 21(1)), 41–61. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2017150280
● A maior parte das pesquisas adotou uma perspectiva ambiental, vários outros estudos
demonstraram, contudo, que as pessoas com os mesmos trabalhos e condições de trabalho
extremamente similares podem apresentar consideráveis variações no nível de satisfação.
Conclusões como essas levaram alguns pesquisadores a assumir a perspectiva da
personalidade.
Ambiente Satisfação no
trabalho
Satisfação no
Personalidade
trabalho
Bianchi, E. M. P. G., Quishida, A., & Foroni, P. G.. (2017). Atuação do Líder na Gestão Estratégica de Pessoas: Reflexões, Lacunas e Oportunidades. Revista De Administração Contemporânea, 21(Rev. adm. contemp., 2017 21(1)), 41–61. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2017150280
- Remuneração: Apesar de a remuneração ser associada até certo ponto com a satisfação
global, esse fator, como seria de se esperar, se correlaciona ainda mais firmemente com a
faceta da satisfação com o salário.
- Personalidade: Algumas pessoas são predispostas a gostar de seus empregos, ao passo que
outras são predispostas a não gostar deles.
"A afetividade negativa é a tendência de um indivíduo de vivenciar emoções negativas, como
ansiedade ou depressão, em uma ampla variedade de situações. Watson, Pennebaker e Folger
(1986) estenderam a ideia da afetividade negativa ao ambiente de trabalho, traçando a hipótese
de que pessoas com alto nível de afetividade negativa provavelmente se sentiram insatisfeitas
porque tendem a ver todos os aspectos de mundo de maneira negativa. Essa teoria
corresponde à ideia dos resmungões compulsivos, mencionada acima, no sentido de que
algumas pessoas simplesmente tendem a se concentrar nos aspectos negativos da vida."
(SPECTOR, 2012, p.739)
Bianchi, E. M. P. G., Quishida, A., & Foroni, P. G.. (2017). Atuação do Líder na Gestão Estratégica de Pessoas: Reflexões, Lacunas e Oportunidades. Revista De Administração Contemporânea, 21(Rev. adm. contemp., 2017 21(1)), 41–61. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2017150280
- Idade: "Trabalhadores muito jovens serão novos no emprego, de forma que sua satisfação no
trabalho é alta. À medida que os funcionários envelhecem, seu tempo médio de casa
aumenta, de forma que muitos deles terão passado o período de lua de mel e estarão
vivenciando uma satisfação reduzida no trabalho." (SPECTOR, 2012, p.742);
- Diferenças culturais e étnicas: Não há pesquisas concisas na área que justifiquem uma
diferença de satisfação ao trabalho. Entretanto, há indícios de que funcionários negros
possam se sentir menos satisfeitos com seus trabalhos;
Bianchi, E. M. P. G., Quishida, A., & Foroni, P. G.. (2017). Atuação do Líder na Gestão Estratégica de Pessoas: Reflexões, Lacunas e Oportunidades. Revista De Administração Contemporânea, 21(Rev. adm. contemp., 2017 21(1)), 41–61. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2017150280
1- A hipótese da contaminação sugere que a satisfação (ou insatisfação) em uma área da vida
afeta ou contamina outra área, de forma que problemas e insatisfação em casa podem afetar a
satisfação no trabalho, ao passo que problemas e insatisfação no trabalho podem afetar a
satisfação em casa.
2- Já de acordo com a hipótese da compensação, a insatisfação em uma área da vida será
compensada em outra. Uma pessoa com um emprego insatisfatório buscará satisfação em
outros aspectos da vida, enquanto uma pessoa com uma vida insatisfatória em casa pode
buscar satisfação no trabalho.
3- A hipótese da segmentação propõe que as pessoas compartimentalizam a vida e que a
satisfação em uma área da vida não tem relação alguma com outra área da vida;