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Correntes e teorias da motivação humana

TEORIAS SOBRE O SELF

AUTODETERMINAÇÃO

AUTOEFICÁCIA

AUTOCONCEITO
A Teoria da Auto-Determinação

● Esta teoria pressupõe três motivações básicas:

1. a necessidade de competência (necessidade de se sentir útil, de


reconhecimento externo, de reconhecer valor em si mesmo através da
perceção de competência, de envolvimento em desafios ótimos e de
experienciar eficácia nos meios físico e social);

2. a necessidade de autonomia (liberdade de executar as atividades à sua


“maneira” tendo em conta os seus valores, seguindo os seus princípios);

3. a necessidade de relação com os outros ou de vínculo (necessidade de


ter relacionamentos significativos, desejo de se sentir ligado aos outros,
através de sentimentos de pertença, segurança e intimidade).
A Teoria da Auto-Determinação

● Esta teoria sugere que as pessoas precisam concretizar estas três


necessidades para conseguir o seu crescimento psicológico.

● Deci e Ryan, os autores da teoria, sugerem que, quando as pessoas


experimentam estas três sensações, elas se tornam autodeterminadas e
podem sentir-se intrinsecamente motivadas.
Duas formas de motivação:

● Motivação extrínseca: a pessoa é movida por condições externas, sejam


benefícios ou punições, mas onde a ação, por si só, não a satisfaz.

● Motivação intrínseca: o que leva a pessoa a agir são motivos internos


baseados em necessidades intrínsecas e a gratificação da pessoa
integra a ação em si mesma, sem que sejam necessários estímulos
externos para que ela possa ter lugar.
Amotivação

● Por outro lado, a motivação intrínseca e a extrínseca formam um


contínuo, que vai desde a falta de motivação (amotivação) (Deci & Ryan,
1985).

● Os diferentes tipos de motivação dependem de um processo dito de


internalização que envolve introjeção e integração das regras externas.

● Enquanto um sistema de regras externo não for internalizado, a pessoa


não sente motivação para adotar os comportamentos prescritos por esse
sistema de regras, pois este não tem sentido e significado para ela.
Amotivação

● É um estado de falta de intencionalidade, ou seja, o sujeito não


concretiza o comportamento, nem tem intenções de o fazer.

● Se, eventualmente, estiver envolvido numa atividade não a valoriza,


deixa de valorizar, não quer continuar nessa atividade.

● Se o sujeito realiza o comportamento para obter recompensas ou evitar


punições, falamos de motivação extrínseca externa; esta representa a
forma mais controlada de regulação do comportamento (menos
autodeterminada) pois a manutenção da motivação depende da presença
contínua de monitorização e reforço externo.
Motivação extrínseca introjetada

● Em oposição, se as regras ou os sistemas de regras externos são


internalizados, por introjeção, e se transformam em valores pessoais,
haverá lugar a outras formas de motivação extrínseca.

● A motivação extrínseca introjetada ocorre quando a ação é realizada sem


que esteja em consonância com os valores da pessoa. Neste caso, o
sujeito pressiona-se a si próprio e a atividade é realizada para evitar
sentimentos de culpa e/ou ansiedade. O processo envolve a
interiorização da regulação do comportamento.
Motivação extrínseca identificada

● É outra modalidade de motivação extrínseca e ocorre quando houve uma


avaliação prévia, por parte da pessoa, das condições do contexto e ela
decidiu que a ação era, momentaneamente, conveniente.

● Reflete uma valorização consciente do comportamento, de modo que a


atividade é aceite como pessoalmente importante, ou seja, o sujeito
identifica-se com o seu objetivo e valor, embora possa não gostar
totalmente da atividade em si.
Motivação extrínseca por integração

● Nesta, a ação é interpretada como consonante com seus valores


pessoais.

● É a forma mais interiorizada (autónoma) da motivação extrínseca,


existindo um elevado grau de congruência com outros valores e
necessidades do sujeito.

● No entanto, ainda é considerada extrínseca porque a ação em si não tem


significado para a pessoa, não lhe provoca satisfação e prazer, antes
possui elevado valor instrumental.
Motivação intrínseca
● Esta acontece quando a pessoa age de acordo com motivos internos
baseados nas necessidades intrínsecas (autonomia, competência e
vínculo social).

● Ocorre com base em objetivos vistos como significativos para a


pessoa, e a ação em si mesma é percebida como recompensadora.

● A pessoa realiza uma determinada atividade pelo interesse,


divertimento e satisfação que lhe está inerente

● É o nível mais elevado de autonomia e representa o protótipo do


comportamento autodeterminado.
Motivação intrínseca

● As pessoas com uma internalização de valores mais consistente,


com maiores níveis de internalização das suas motivações, com
motivações mais intrínsecas, tendem a demonstrar comportamentos
mais efetivos, melhor inserção grupal, maior persistência, lidam
melhor com os fracassos e apresentam melhores níveis de saúde e
bem-estar psicológico.
Conclusão

● Um contexto que promova as motivações de natureza intrínseca


exige a criação de um ambiente em que a pessoa possa experienciar
as suas próprias escolhas (autonomia), bem como internalizar e
integrar os regulamentos externos.
Motivação e mudança
comportamental
O excesso de peso
● A perda de peso mantida a longo prazo pode manifestar-se na saúde
em geral, na melhoria da qualidade de vida, na redução da
mortalidade e na redução das doenças crónicas (National Task Force
on the Prevention and Treatment of Obesity, 2002).

● Provoca também recuperação da capacidade respiratória, qualidade


do sono, com diversos benefícios na qualidade de vida (OMS, 2000).

● Segundo a OMS a obesidade é uma doença em que o excesso de


gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a
saúde.
O excesso de peso
● Em Portugal, a prevalência da obesidade é 14,2% com 53,6% dos
adultos portugueses a manifestarem pré-obesidade ou obesidade
(Carmo et al, 2008).

● O incremento da atividade física diária e a implementação de


alterações alimentares saudáveis têm bastantes benefícios para a
saúde, apresentando também um uma forte influência na perda,
manutenção e gestão de peso (Jakicic, 2009), podendo assim ser
considerada como importante ferramenta na luta contra a
obesidade.
O excesso de peso
● Em Portugal, a prevalência da obesidade é 14,2% com 53,6% dos
adultos portugueses a manifestarem pré-obesidade ou obesidade
(Carmo et al, 2008).

● O incremento da atividade física diária e a implementação de


alterações alimentares saudáveis têm bastantes benefícios para a
saúde, apresentando também um uma forte influência na perda,
manutenção e gestão de peso (Jakicic, 2009), podendo assim ser
considerada como importante ferramenta na luta contra a
obesidade.
O excesso de peso
● Em Portugal, a prevalência da obesidade é 14,2% com 53,6%
dos adultos portugueses a manifestarem pré-obesidade ou
obesidade (Carmo et al, 2008).

● O incremento da atividade física diária e a implementação


de alterações alimentares saudáveis têm bastantes
benefícios para a saúde, apresentando também um uma forte
influência na perda, manutenção e gestão de peso (Jakicic,
2009).
O excesso de peso
● Vários tipos de programas têm sido realizados com o intuito
de introduzir alterações comportamentais, em especial ao
nível da atividade física e exercício, procurando que as
pessoas adquiram um estilo de vida saudável e que este
perdure no tempo.

● Este tipo de programas apresentam algum sucesso a curto


prazo, no entanto, passado algum tempo depois da
intervenção verifica-se um decréscimo nos resultados
alcançados (Wing, 2005).
O excesso de peso

● A Teoria da AutoDeterminação (Deci, 2000) parece ter um


papel importante na ajuda da compreensão da motivação,
defendendo que nem toda a motivação é igual.

● Motivações de ordem mais intrínseca tenderão a produzir


comportamentos mais duráveis no tempo, enquanto
motivações de ordem mais externa poderão resultar em
comportamentos que podem não provocar a manutenção
desejada (Sheldon, 2004).
BEHAVIOURAL REGULATION IN
EXERCISE QUESTIONNAIRE
Versão 3
BREQ-3 scoring
Teoria da auto-eficácia
● De acordo com a teoria de Bandura (1986; 1989; 1993), os
julgamentos de auto-eficácia de uma pessoa determinam seu nível
de motivação da seguinte forma: é em função dos julgamentos de
auto-eficácia que a pessoa tem um incentivo para agir e imprime
uma determinada direção às suas ações pelo fato de antecipar
mentalmente o que pode realizar para obter resultados.

● Portanto, as crenças de auto-eficácia influenciam nas escolhas, no


estabelecimento de metas, na quantidade de esforço e na
perseverança em busca dos objetivos.
Bandura deparou- Teoricamente a Por outro lado, os
aprendizagem processa- métodos utilizados na
se com um se por uma alteração dos aprendizagem são
paradoxo processos ou estruturas sobretudo de natureza
cognitivas comportamental

TEORIA DA AUTO-EFICÁCIA
Os processos cognitivos medeiam a
São os julgamentos que as pessoas fazem mudança, mas os acontecimentos
acerca da sua eficácia pessoal que cognitivos são induzidos e alterados mais
constituem os melhores preditores do seu rapidamente pela experiência de mestria
envolvimento em diferentes tarefas
As percepções de auto-eficácia têm
origem em 4 fontes:

① Experiências de prática eficaz;


② Experiências vicariantes/compensatórias;
③ Persuasão verbal;
④ Estados fisiológicos.

● São as percepções de auto-eficácia que determinam se um


comportamento será iniciado ou não e, predizem a persistência
do indivíduo em face de obstáculos e circunstâncias adversas.
Asserções fundamentais da teoria

I. A prática e o reforço são elementos essenciais para a tradução motora


da aprendizagem modelada.

II. Os processos de modelagem não se verificam apenas ao nível da


aquisição de respostas motoras. Pelo contrário, regras abstractas,
processos cognitivos e discurso interno são também aprendidos por
mecanismos de modelagem.

III. Finalmente, através da observação dos outros e da auto-observação


da sua própria prática, o sujeito desenvolve percepções de auto-
eficácia que vão guiar e predizer as suas ações futuras.

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