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Modelo e Teoria de comportamento baseados em crenças e atitudes.

O modelo de crenças em saúde de Rosenstock, proposto por Irwin M. Rosenstock em 1974, é uma
teoria que busca explicar o comportamento de busca de saúde em relação a doenças e prevenção.
Esse modelo é frequentemente chamado de "Modelo de Crenças em Saúde" ou "Modelo de Crenças
em Doenças".

O modelo destaca que as ações relacionadas à saúde são influenciadas por crenças pessoais sobre a
gravidade da doença, a suscetibilidade individual, os benefícios percebidos das ações preventivas e
as barreiras percebidas para realizar essas ações. Aqui estão os principais componentes do modelo:

1. Percepção da Suscetibilidade:

 Refere-se à crença do indivíduo sobre a probabilidade de contrair uma doença


específica. Quanto mais suscetível a pessoa acredita ser, maior a probabilidade de
ela adotar comportamentos preventivos.

2. Percepção da Gravidade:

 Relaciona-se à crença do indivíduo sobre a gravidade e as consequências da doença.


Se uma pessoa percebe a doença como grave, ela é mais propensa a adotar medidas
preventivas.

3. Percepção dos Benefícios:

 Refere-se à avaliação do indivíduo sobre a eficácia das ações preventivas. Se a


pessoa acredita que as ações são eficazes em prevenir a doença e oferecem
benefícios significativos, ela é mais propensa a adotar esses comportamentos.

4. Percepção das Barreiras:

 Envolve a avaliação das barreiras percebidas que podem impedir a adoção de


comportamentos preventivos. Isso inclui fatores como custo, tempo, esforço e
outros obstáculos percebidos.

5. Cues para a Ação:

 São estímulos ou sinais que desencadeiam a decisão de adotar um comportamento


preventivo. Isso pode incluir informações de mídia, aconselhamento médico,
experiências pessoais ou outras influências.

6. Autoeficácia:

 Apesar de não ser inicialmente parte do modelo de Rosenstock, o conceito de


autoeficácia, a crença na própria capacidade de realizar uma ação específica, foi
posteriormente incorporado por outros teóricos para fortalecer a explicação do
comportamento de saúde.

O Modelo de Crenças em Saúde de Rosenstock é frequentemente aplicado em contextos de


promoção de saúde e prevenção de doenças, visando entender como as crenças e atitudes das
pessoas influenciam suas decisões de adotar comportamentos saudáveis. Essa teoria tem sido
utilizada para desenvolver intervenções eficazes e personalizadas para melhorar a adesão a práticas
de saúde preventivas.

Teoria do comportamento planeado Ajzen, 1985

A Teoria do Comportamento Planejado (TCP), proposta por Icek Ajzen em 1985, é uma teoria que
visa explicar e prever o comportamento humano com base em fatores psicossociais, especialmente
em relação à intenção comportamental. A teoria foi uma extensão da Teoria da Ação Racional de
Ajzen e reflete uma abordagem mais abrangente para entender as influências nas decisões e ações
humanas. Aqui estão os principais componentes da Teoria do Comportamento Planejado:

1. Atitude em Relação ao Comportamento (AC):


 Refere-se à avaliação global de uma pessoa em relação a um comportamento
específico. A atitude é composta pelas crenças comportamentais (crenças sobre as
consequências do comportamento) e pela avaliação dessas consequências.
2. Norma Subjetiva (NS):
 Refere-se à percepção da pressão social percebida para ou contra a realização de
um comportamento específico. Inclui a crença de que indivíduos ou grupos
importantes desejam ou desaprovam a realização do comportamento e o grau de
motivação para conformar-se a essas expectativas.
3. Controle Comportamental Percebido (CCP):
 Refere-se à percepção da facilidade ou dificuldade percebida em realizar o
comportamento. Inclui crenças sobre a presença ou ausência de fatores facilitadores
ou impedimentos para a realização do comportamento.
4. Intenção Comportamental (IC):
 É o preditor imediato do comportamento. A intenção é influenciada pela atitude em
relação ao comportamento, norma subjetiva e controle comportamental percebido.
5. Comportamento Real (CR):
 Refere-se à ação efetiva ou não do comportamento. A relação entre intenção e
comportamento é influenciada por fatores externos que podem facilitar ou dificultar
a tradução da intenção em ação.

A fórmula básica da TCP é expressa da seguinte forma:

Intenção
de Comportamento=Atitude em relação ao Comportamento +Norma Subjetiva +Controle Comporta
mental Percebido

A Teoria do Comportamento Planejado tem sido amplamente aplicada em diversos campos,


incluindo saúde, psicologia, marketing, entre outros. Essa teoria oferece uma estrutura robusta para
compreender como as atitudes, normas sociais e percepções de controle podem influenciar as
intenções e, por fim, o comportamento humano.
Teoria baseada em competência eficácia - socio cognitiva brandura 1977

Até a minha última atualização de conhecimento em janeiro de 2022, não estou ciente de uma
teoria chamada "baseada em competência eficácia - socio cognitiva" ou uma referência específica a
"Brandura 1977" relacionada a essa teoria. É possível que haja um mal-entendido ou uma confusão
em relação aos termos utilizados.

No entanto, a descrição parece sugerir uma possível referência à Teoria da Autoeficácia de Albert
Bandura. Albert Bandura é um renomado psicólogo que desenvolveu a Teoria da Aprendizagem
Social e a Teoria da Autoeficácia.

Teoria da Autoeficácia de Albert Bandura:

1. Definição:
 A teoria da autoeficácia de Bandura refere-se à crença de uma pessoa em sua
própria capacidade de realizar uma tarefa específica ou atingir um objetivo.
2. Componentes:
 A autoeficácia é influenciada por quatro fatores principais: experiências de sucesso
anteriores, observação de modelos, persuasão social e respostas fisiológicas e
emocionais.
3. Aplicações:
 A teoria é aplicada em diversas áreas, incluindo psicologia, educação, saúde e
desempenho no trabalho.
4. Bandura (1977):
 É possível que a referência a "Brandura 1977" seja uma confusão com o nome do
próprio Albert Bandura e o ano de 1977, quando ele publicou trabalhos importantes
sobre aprendizagem social e autoeficácia.

Se você puder fornecer mais informações ou esclarecer o contexto da teoria específica à qual está se
referindo, ficarei feliz em tentar ajudar. Se houver desenvolvimentos ou novas teorias após a minha
última atualização em janeiro de 2022, recomendo verificar fontes mais recentes para obter
informações atualizadas.
teoria baseado em estádios modelo trans teórico prochaska & diclementi 1994

A Teoria Trans teórica, desenvolvida por James O. Prochaska e Carlo C. DiClemente em 1983 e
posteriormente expandida em 1994, é um modelo que descreve os processos pelos quais as pessoas
mudam comportamentos específicos relacionados à saúde. Esta teoria é frequentemente aplicada
em contextos de mudança de comportamento, como parar de fumar, perder peso, praticar
atividades físicas, entre outros.

O modelo trans teórico propõe que a mudança de comportamento ocorre em estágios distintos, e as
pessoas podem estar em estágios diferentes em relação a um comportamento específico. Aqui
estão os estágios da Teoria Trans teórica:

1. Pré-contemplação:
 Neste estágio, a pessoa não tem a intenção de mudar seu comportamento no futuro
próximo. Pode haver falta de consciência ou minimização do problema.
2. Contemplação:
 As pessoas nesta fase estão cientes do problema e consideram seriamente a
possibilidade de mudar, embora ainda não tenham tomado uma decisão definitiva.
3. Preparação (Determinação):
 Neste estágio, a pessoa está pronta para agir em um futuro próximo. Pode haver
planos concretos para a mudança e uma disposição para dar os primeiros passos.
4. Ação:
 Este estágio envolve a implementação ativa da mudança. A pessoa está fazendo
esforços ativos para modificar seu comportamento, seja por meio de estratégias
autodirigidas ou com o suporte de intervenções externas.
5. Manutenção:
 Após alcançar o objetivo desejado, a pessoa entra na fase de manutenção, onde
esforços contínuos são feitos para consolidar e evitar recaídas.
6. Recaída:
 Embora não seja um estágio fixo, a recaída é reconhecida como uma possibilidade.
Se uma recaída ocorrer, a pessoa pode voltar aos estágios anteriores e repetir o
processo.

Processos de Mudança:

Além dos estágios, a Teoria Trans teórica também identifica processos de mudança que as pessoas
usam para progredir através dos estágios. Esses processos incluem:

1. Conscientização Dramática:
 Experimentar emoções intensas ou eventos que aumentam a percepção da
necessidade de mudança.
2. Auto-reavaliação:
 Avaliar e reavaliar a identidade e os valores pessoais em relação ao comportamento
em questão.
3. Reavaliação Ambiental:
 Avaliação e reavaliação das influências ambientais, incluindo relacionamentos sociais
e contextos que podem afetar o comportamento.
4. Autoliberação:
 A decisão consciente e o comprometimento com a mudança.
5. Autoeficácia:
 Desenvolvimento da confiança nas habilidades pessoais para realizar a mudança.
6. Processos de Libertação:
 Utilização de estratégias cognitivas, emocionais e comportamentais para reforçar a
mudança desejada.

A aplicação prática da Teoria Trans teórica envolve a identificação do estágio em que uma pessoa se
encontra e a implementação de estratégias e intervenções específicas para apoiar o movimento
através dos estágios de mudança. Este modelo é amplamente utilizado em intervenções de saúde
comportamental e programas de modificação de comportamento.
baseado em controlo motivação teoria da autodeterminação Deci & Ryan 1985

A Teoria da Autodeterminação (TAD), desenvolvida por Edward L. Deci e Richard M. Ryan em 1985, é
uma teoria da motivação que se concentra na compreensão das razões subjacentes ao
comportamento humano e na promoção da motivação autodeterminada. Esta teoria destaca a
importância do grau em que as pessoas sentem que estão controlando suas próprias vidas
(autodeterminação) e como isso influencia seu engajamento e desempenho em atividades.

Princípios Fundamentais da Teoria da Autodeterminação:

1. Níveis de Motivação:
 A TAD propõe uma hierarquia de motivos que varia de motivos menos
autodeterminados a mais autodeterminados. No topo da hierarquia estão os
motivos intrínsecos (motivação interna), seguidos pelos motivos extrínsecos
(motivação externa), que são subdivididos em regulação Introjetada, regulação
identificada e regulação integrada.
2. Motivação Intrínseca:
 Refere-se à motivação que surge de dentro da pessoa, quando a atividade é
percebida como naturalmente interessante, envolvente ou satisfatória. É
considerada a forma mais autodeterminada de motivação.
3. Regulação Identificada:
 Envolve a realização de uma atividade porque é vista como valiosa e importante,
alinhada com objetivos pessoais e valores.
4. Regulação Introjetada:
 Envolve a realização de uma atividade para evitar sentimentos de culpa ou aumentar
a autoestima, mas ainda não é totalmente internalizada.
5. Regulação Externa:
 Envolve a realização de uma atividade para obter recompensas externas ou evitar
punições. É considerada menos autodeterminada.
6. Controlo e Competência Percebida:
 A TAD destaca a importância da perceção de controlo e competência na motivação.
As pessoas são mais motivadas quando se sentem competentes para realizar uma
tarefa e percebem que têm algum controlo sobre suas ações.
7. Necessidades Psicológicas Básicas:
 A teoria postula três necessidades psicológicas fundamentais: autonomia (sentir-se
autónomo e autorregulado), competência (sentir-se eficaz ao realizar atividades) e
relacionamento (sentir-se conectado e relacionado com os outros).

Aplicações Práticas:

A TAD tem implicações significativas em várias áreas, incluindo educação, trabalho, esportes e
saúde. Entender e apoiar a motivação autodeterminada pode levar a níveis mais elevados de
engajamento, desempenho e bem-estar.

No contexto educacional, por exemplo, a criação de ambientes que suportam a autonomia,


oferecem oportunidades para competência e promovem relações interpessoais positivas pode
facilitar a motivação intrínseca dos alunos.

A TAD também é frequentemente aplicada em contextos organizacionais para melhorar a motivação


dos funcionários, bem como em intervenções de saúde para promover comportamentos saudáveis.
Luto e perda

O luto é uma resposta emocional natural à perda de algo significativo, como a morte de um ente
querido, o término de um relacionamento, a perda de um emprego ou outras mudanças
importantes na vida. Cada pessoa lida com o luto de maneira única, e não há uma maneira "certa"
de vivenciá-lo. No entanto, há algumas características comuns associadas ao processo de luto.

Fases do Luto (Modelo de Kübler-Ross):

O modelo mais conhecido sobre as fases do luto foi proposto por Elisabeth Kübler-Ross. Embora seja
importante notar que as pessoas podem vivenciar essas fases de maneiras diferentes e não
necessariamente em uma ordem linear, as cinco fases frequentemente mencionadas são:

1. Negação:
 A primeira reação pode ser a negação da realidade da perda. As pessoas podem ter
dificuldade em aceitar o que aconteceu.
2. Raiva:
 À medida que a realidade da perda se instala, pode surgir a raiva. Isso pode ser
direcionado para a pessoa que faleceu, para outras pessoas, para Deus ou para a
situação em si.
3. Negociação:
 Durante esta fase, as pessoas podem tentar negociar para reverter a perda. Isso
pode envolver promessas a Deus, tentativas de fazer acordos ou a busca por
maneiras de desfazer ou amenizar a perda.
4. Depressão:
 A tristeza profunda e a compreensão da magnitude da perda podem levar a
sentimentos de depressão e desesperança.
5. Aceitação:
 Nesta fase, as pessoas começam a aceitar a realidade da perda e a encontrar
maneiras de seguir em frente com suas vidas. Isso não significa esquecer a pessoa
ou a perda, mas aprender a conviver com ela de maneira adaptativa.

Abordagens para Lidar com o Luto:

1. Permita-se Sentir:
 É crucial permitir-se sentir as emoções associadas à perda, seja tristeza, raiva,
confusão ou outras. Negar esses sentimentos pode prolongar o processo de luto.
2. Compartilhe com Outros:
 Compartilhar suas emoções e experiências com amigos, familiares ou um
profissional de saúde mental pode fornecer apoio emocional significativo.
3. Cuide de Si Mesmo:
 Durante o luto, é importante cuidar de sua saúde física e emocional. Isso inclui
alimentação saudável, descanso adequado e atividade física, quando possível.
4. Procure Apoio Profissional:
 Se o luto estiver interferindo significativamente na vida diária ou se sentir incapaz de
lidar, procurar a ajuda de um terapeuta ou conselheiro pode ser benéfico.
5. Honre a Memória:
 Encontrar maneiras de homenagear e lembrar a pessoa ou coisa perdida pode ser
parte do processo de aceitação e adaptação.
6. Dê Tempo a Si Mesmo:
 O luto não segue um cronograma específico, e cada pessoa leva o tempo que precisa
para lidar com a perda. Não se apresse e permita-se o tempo necessário.

Lidar com o luto é um processo único e individual. É importante buscar apoio e compreender que,
ao longo do tempo, a dor pode diminuir, mas a lembrança e o impacto da perda podem
permanecer.

Preocupação/ depressão O luto é um processo natural de reação à perda, seja a morte de um ente
querido, o término de um relacionamento significativo ou outras formas de perda. Tanto a
preocupação quanto a depressão podem fazer parte desse processo, mas elas têm características
distintas. Aqui estão algumas diferenças entre preocupação e depressão no contexto do luto:

Preocupação no Luto:

1. Características:
 A preocupação no luto muitas vezes está associada a pensamentos e ansiedades
específicos relacionados à perda. Pode envolver preocupações sobre eventos
passados, palavras não ditas, ações não tomadas ou o impacto da perda na vida
futura.
2. Natureza Temporária:
 A preocupação no luto é muitas vezes uma resposta natural ao processo de tentar
entender, aceitar e integrar a perda à vida. Pode ser uma parte transitória do
processo de luto.
3. Relacionada a Eventos Específicos:
 A preocupação pode ser desencadeada por eventos específicos ou memórias
relacionadas à perda. Pode haver um foco mais pontual em aspectos particulares do
que foi perdido.
4. Ansiedade Ligada à Perda:
 A preocupação pode estar associada a sentimentos de ansiedade em relação à
perda, como medo de esquecer o ente querido, preocupação com eventos passados
ou preocupações sobre como a vida continuará sem a pessoa ou coisa perdida.

Depressão no Luto:

1. Características:
 A depressão no luto pode incluir uma tristeza profunda, sentimentos de desespero,
falta de interesse ou prazer em atividades cotidianas e uma sensação geral de vazio.
2. Persistência:
 A depressão no luto pode ser mais persistente do que a preocupação e pode
persistir por um período mais longo. Pode afetar o funcionamento diário de maneira
mais abrangente.
3. Amplitude dos Sintomas:
 Além da tristeza, a depressão no luto pode envolver alterações no sono, apetite,
energia e concentração. Pode afetar o bem-estar geral e a capacidade de enfrentar
as demandas da vida diária.
4. Interrupção no Funcionamento Diário:
 A depressão no luto pode interferir significativamente no funcionamento diário,
tornando difícil a realização de tarefas cotidianas, o cumprimento de
responsabilidades e o engajamento em atividades sociais.

Importância da Distinção:

Embora a preocupação e a depressão possam ser partes naturais do processo de luto, é essencial
distinguir essas experiências para garantir a abordagem adequada. A busca de apoio de amigos,
familiares ou profissionais de saúde mental pode ser valiosa para ajudar na compreensão e no
manejo desses aspetos emocionais do luto. Se os sintomas forem persistentes e impactarem
significativamente a qualidade de vida, é aconselhável procurar a orientação de um profissional de
saúde mental para avaliação e suporte.

Aceitação/Resolução:
Aceitação do acontecimento. O sujeito resigna-se e começa a aceitar a perda com o passar, do
tempo.
Os sintomas atenuam-se e a vida começa progressivamente a chegar ao normal.
Podem decorrer vários meses até esta fase começar e alguns mais até que esteja completa. Nos
momentos festivos (aniversários, Natal, etc) é comum haver recorrência do luto.
• Luto Ausente e Luto Diferido
• Luto Prolongado
• Luto Excessivo
Luto “normal”
Luto patológico

O luto normal refere-se à reação emocional e psicológica esperada diante de uma perda
significativa, como a morte de um ente querido, o término de um relacionamento importante, a
perda de um emprego ou outras experiências dolorosas. É um processo natural e comum que
envolve uma série de respostas emocionais, cognitivas, comportamentais e físicas.

Características do Luto Normal:

1. Variedade de Emoções:
 O luto normal envolve uma ampla gama de emoções, incluindo tristeza, raiva,
confusão, culpa, saudade e até mesmo momentos de alívio.
2. Processo Individual:
 Cada pessoa lida com o luto de maneira única. Não há uma resposta "certa" ou
"errada", e o tempo necessário para atravessar o processo pode variar
consideravelmente de uma pessoa para outra.
3. Flutuações de Intensidade:
 As emoções podem variar em intensidade ao longo do tempo. Pode haver dias em
que a tristeza é mais proeminente, seguida por períodos de aceitação e até
momentos de alegria ao lembrar experiências positivas.
4. Adaptação Gradual:
 O luto normal envolve uma adaptação gradual à perda. Com o tempo, as pessoas
geralmente começam a encontrar maneiras de lidar com a ausência da pessoa ou
coisa perdida, mesmo que a dor nunca desapareça completamente.
5. Consciência da Realidade:
 Durante o luto normal, há uma progressiva aceitação da realidade da perda. Isso
pode envolver um processo de confrontar e integrar as emoções associadas à perda.
6. Continuação da Vida:
 A pessoa enlutada eventualmente encontra maneiras de continuar a viver e se
envolver nas atividades diárias, apesar da ausência da pessoa ou coisa perdida.
7. Necessidade de Apoio:
 O luto normal frequentemente inclui a necessidade de apoio emocional de amigos,
familiares ou profissionais de saúde mental. O compartilhamento de experiências e
sentimentos pode facilitar o processo de luto.

É importante destacar que o luto normal não segue um cronograma rígido, e as pessoas podem
experimentar diferentes estágios ou emoções em momentos diferentes. Além disso, o luto pode ser
complicado por circunstâncias específicas, como mortes traumáticas ou repentinas, e pode ser
necessário um suporte mais intensivo nesses casos.

Se alguém está enfrentando um luto significativo e se sentindo sobrecarregado, buscar apoio


profissional pode ser benéfico. Psicólogos, terapeutas ou conselheiros podem ajudar a pessoa
enlutada a compreender suas emoções, desenvolver estratégias de enfrentamento e trabalhar na
adaptação à nova realidade.
Quando não há sinais externos de luto, apesar da ocorrência de um acontecimento com dimensão
que o justifique.
• Luto Diferido:
Quando o luto começa algumas semanas mais tarde.
• Luto Prolongado
Quando os sintomas persistem 6 a 12 meses após o acontecimento de perda. Pode ser necessário
considerar-se a possibilidade de existência de uma perturbação depressiva.
• Luto Excessivo
Intensidade excessivamente grave dos sintomas de luto (depende da proximidade com a pessoa
falecida ou em personalidades com maior vulnerabilidade a acontecimentos de perda).
Luto:
• Ideacção suicida transitória (comandada pelo desejo de estar junto do/a falecido/a);
• Culpabilidade dirigida aos outros e ao destino;
• Actividade psicomotora sem alterações significativas;
• Sintomatologia psicótica pouco evidente (embora se possa imaginar ouvir/ver o falecido);
• Evolução flutuante dos sintomas (remitem ≈2 meses).
Aspectos comparativos Luto/Depressão
Depressão:
• Ideacção suicida frequente(comandada pelo humor deprimido).
• Culpabilidade dirigida ao próprio;
• Lentificação psicomotora;
• Sintomatologia psicótica pode ocorrer em casos graves e é congruente com o humor.
• Evolução persistente dos sintomas (mais de 2 meses).
Estão presentes 5 (ou mais) dos seguintes sintomas
durante o mesmo período de 2 semanas....
• Humor depressivo
• Diminuição clara do prazer ou interesse em
actividades...
• Perda de peso (sem se fazer processo de dieta)...
• Insónia ou hipersónia;
• Agitação ou inibição psicomotora;
• Fadiga ou perda de energia;
• Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva;
• Diminuição da capacidade de pensamento ou
concentração;
• Pensamentos recorrentes acerca da morte, ideacção
suicida.
Os sintomas não são melhor explicados por Luto, e podem
persistir por mais de 2 meses e caracterizados por marcado
comprometimento a várias áreas...
Processo de luto normal
• O luto é um processo natural que ocorre sempre que há uma
perda significativa na vida de uma pessoa. Essa perda pode
ser de natureza diversa, como por exemplo, um ente próximo,
um emprego, uma modificação corporal, uma alteração
importante das condições de vida, etc.
• Pressupõe algumas fases: choque e negação, raiva e dor,
depressão e aceitação;
• As características sintomáticas mais comuns são algo
semelhantes a algumas da depressão patológica (tristeza,
choro fácil, perda de peso, falta de apetite, insónia, etc.), mas
enquadráveis na situação de morte ou perda.
Processo de Luto “normal”
Quando deixa de ser “normal” e passa a patológico?
Quando a pessoa não consegue descentrar-se do objeto
perdido (ente querido, perda), não se recupera da perda e não
consegue focar-se noutras actividades/objetos
OU
Quando a pessoa desvaloriza a perda e age como se nada tivesse
acontecido (negação)

Situações de luto
Perda de um/ambos os pais Perda de familiar próximo Perda de familiar afastado Perda de
capacidades físicas/mentais Perda de autonomia Perda de pertença a um grupo social Perda de
situação financeira/laboral Perda de direitos sociais Injustiça social Situação de dor e/ou doença
crónica qualquer situação que envolva perdas na vida da pessoa e que são sentidas com sofrimento
psicológico associado...
Divórcio e separação
Fatores facilitadores do processo de luto.
Existir tempo de preparação para a morte do familiar (doença prolongada vs. Morte
inesperada/precoce); • Fornecimento e constante atualização de informações; • Sentir-se útil e
participar nos cuidados prestados;
• Percepção positiva relativamente ao apoio dado;
• Inexistência de culpabilidade, ideação de morte e Lentificação psicomotora;
• Funcionalidade nos diversos contextos de vida;
• Falar sobre a perda;
• Não agir como se nada tivesse acontecido;
• Personalidade/história clínica prévia do indivíduo;
• Qualidade do relacionamento estabelecido com a pessoa.
Terapeuticamente....
• Aumentar a confiança, usar empatia e encorajar o paciente a falar da sua história e experiência de
perda;
• Elaborar pensamento e emoções associadas aos efeitos da perda;
• Podem ser sugeridos alguns livros ou vídeos sobre o tema e a adesão a grupo de suporte/ajuda
mútua para situações de luto; falar com outros que passaram pelo
mesmo e que estratégias de coping usaram;
• Educar sobre a fase de luto onde a pessoa se encontra;
• Identificar formas de negar/evitar o luto usadas (exp: consumos);
• Acompanhar na identificação da relação com a pessoa
perdida (dependência, etc);
• Acompanhar na identificação e no expressar dissentimentos de culpa e zanga;
Terapeuticamente....
• Aumentar a confiança, usar empatia e encorajar o paciente a falar da sua história e experiência de
perda;
• Elaborar pensamento e emoções associadas aos efeitos da perda;
• Podem ser sugeridos alguns livros ou vídeos sobre o tema e a adesão a grupo de suporte/ajuda
mútua para situações de luto; falar com outros que passaram pelo mesmo e que estratégias de
coping usaram;
• Educar sobre a fase de luto onde a pessoa se encontra;
• Identificar formas de negar/evitar o luto usadas (exp: consumos);
• Acompanhar na identificação da relação com a pessoa perdida (dependência, etc);
• Acompanhar na identificação e no expressar de sentimentos de culpa e zanga;
Acompanhar na identificação de remorsos e contrastar com as evidências na realidade;
• Exercício de “escrever carta” ou de “cadeira vazia”;
• Tentar apelar às memórias agradáveis sobre a pessoa perdida;
• Desenvolver rituais de celebração (se fizer sentido);
• Sessão com familiares;
• Planear actividades com duração limitada no tempo para o luto;
• Participação em actividades comunitárias, interesses,
etc. que possam estar associadas à pessoa perdida;
• Encorajar a manutenção no compromisso pessoal feito ou em actividades e interesses pessoais.
N.B. Tudo isto é de acordo com o que fizer sentido para o paciente nível elevado de subjetividade!
Psico-oncologia
Desde….
• não ser informado o diagnóstico aos pacientes....
Até.....
• Avaliação psicossocial
• Guidelines
• Intervenções psicossociais mais eficazes para a QV

Qualidade de Vida (QDV)


• Auto-percepcionada;
• Conceito recente, que inclui o conceito de saúde positiva, estado dinâmico de bem-
estar físico, mental e social, total e não meramente a ausência de doença, ou de incapacidade
(WHO, 1948).
• Em 1998 surge a saúde como um estado dinâmico de complete bem-estar físico, mental, espiritual
e social e não meramente a ausência de doença. Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde
(QVRS)
• Relaciona-se mais com aspectos ligados aos sintomas da doença e do tratamento. Não é apenas
uma variável psicológica, mas sim multidisciplinar que interessa e é transversal a todas as áreas do
conhecimento. Tratamento do cancro tem impacto na longevidade...
Viver mais anos, mas com que qualidade de vida?

Qualidade de vida e oncologia


Não é uma variável psicológica, mas sim multidisciplinar que interessa e é transversal a todas as
áreas do conhecimento.
Qualidade de Vida (QDV)
• Viver mais anos, mas com que qualidade de vida?
• Tratamento do cancro tem impacto na longevidade e QDV;
• Intervenção psicológica que desenvolva competências para enfrentar a doença tem um
impacto positivo na QDV (p.e., coping adequado facilita o ajustamento psicossocial).
Avaliar
• QDV de crianças com cancro;
• QDV dos cuidadores;
• QDV relacionada com consequências do tratamento.

Médicos (Oncologistas, psiquiatras)


• Enfermeiros e outros técnicos de saúde
• Pessoal auxiliar
• Psicólogos
Trabalho Multidisciplinar Perspectiva holística Tratamento integral ao doente Maior inserção da
avaliação de variáveis psicossociais Qualidade de Vida

Importância da Intervenção Psicológica


Papel da Psicoterapia
• útil para a redução de sintomas específicos
• AUMENTAR características pessoais associadas a melhor prognóstico:
- espírito de luta
- evitamento positivo
- relações fortes e de suporte
- competências para lidar de forma eficaz e flexível com o stresse;
- controlo e autoeficácia;
- assertividade, comunicação.
• DIMINUIR características
pessoais associadas a pior prognóstico:
- fatalismo/pessimismo
- desesperança
- ansiedade e depressão
- supressão de emoções
- isolamento (relações familiares pobres durante a infância e perdas significativas)

Nos efeitos colaterais do tratamento médico:


- Quimioterapia (dessensibilização sistemática, treino relaxamento muscular progressivo e este
combinado com imaginação guiada); (ansiedade, náuseas e depressão)
- Radioterapia (terapia educacional de apoio, terapia interpretativa, catarse).
• No funcionamento psicológico do doente: - melhoria da qualidade de vida, redução do sofrimento
emocional (< ansiedade e depressão);
- prevenção do desajustamento;

Melhorias no funcionamento imunológico:


• Na sobrevivência dos doentes: taxa de sobrevivência.
• O sucesso passa pela relação estabelecida com técnicos de saúde, articulação entre a equipa;
• Os princípios e práticas dos psicólogos têm que fazer sentido para os outros técnicos de saúde:
Funções do Psico-Oncologista (Trill, 2002)
• Realizar avaliações psico-oncológicas e neuropsicológicas;
• Avaliar candidatos a diferentes tratamentos médicos e a pacientes e/ou famílias de risco (histórias
prévias, conflitos, divórcio);
• Avaliar e intervir nas ideias de suicídio e desejo de morte recorrentes e expressados pelo doente;
medo/ansiedade perante os tratamentos;
• Avaliar e intervir em situações de alterações repentinas de comportamento e na presença de
distúrbios de personalidade;
• Intervir nos efeitos secundários da doença e dos tratamentos:
• Intervir nas possíveis dificuldades provenientes da informação médica transmitida ao doente e à
família;
intervir nos conflitos familiares gerados ou exacerbados pela doença e tratamentos associados;
• Intervir nas dificuldades de adaptação psicológica à doença em todas as fases da mesma e no
processo de luto;
• Organizar e dirigir grupos psicoterapêuticos de apoio para doentes com diferentes patologias e
suas famílias;
• Desenvolver programas de prevenção e modificação de comportamentos de risco (p.e., tabaco e
álcool);
• Motivar o doente a procurar recursos disponíveis na comunidade (assistência social, ajudas
económicas, grupos de autoajuda, etc);
• Colaborar com a equipa médica, organizar grupos de trabalho sobre temas específicos, grupos de
apoio e consultas individuais para o pessoal médico e
auxiliar.
• Intervir na falta de cooperação do paciente/ou família com o pessoal médico, ou na
fraca adesão aos tratamentos e recomendações médicas;
• Organizar e dirigir grupos psicoterapêuticos de apoio para doentes com diferentes patologias e
suas famílias;
• Intervir nas dificuldades de adaptação à sobrevivência e às sequelas a longo prazo – desenvolver
programas de reabilitação psicossocial;
• Desenvolver programas de prevenção e modificação de comportamentos de risco (p.e., tabaco e
álcool);
• Motivar o doente a procurar recursos disponíveis na comunidade (assistência social, ajudas
económicas, grupos de autoajuda, etc.);

Colaborar com a equipa médica, numa Perspectiva multidisciplinar, permitindo a


troca de informações;
• Consultor da equipa médica, mesmo em situação em que não há critérios suficientes de
perturbação psicopatológica.
• Colaborar com a rede social de suporte do doente no sentido de se unificarem critérios de
diagnóstico e terapêuticos e coordenar a intervenção;
• Facilitar a elaboração do processo de luto aos familiares do doente;
• Organizar grupos de trabalho sobre temas específicos, grupos de apoio e consultas individuais para
o pessoal médico e auxiliar, com o objetivo de aprofundar
temas pertinentes (sobre a comunicação interpessoal, conflito de papéis, burnout, etc.), assim como
para prestar conhecimentos e ferramentas necessárias para o cuidado assistencial ser ótimo.
Não São Funções do Psico-Oncologista (Trill,2002)
• Transmitir informação médica, diagnóstica, prognóstica, ou de qualquer outro tipo;
• Solicitar consultas a outros serviços médicos do hospital, sem o consentimento do médico
especialista. Tal deve ser discutido e acordado com este;
• Oferecer medicação psicotrópica ou fazer alterações à medicação do doente. Tal deve ser
discutido e acordado com o médico especialista;
• Realizar consultas a doentes e/ou famílias sem prévio conhecimento e consentimento do médico
especialista;
• Estar disponível para doentes/famílias fora do horário laboral.

Emoções

Todas as emoções, são, essencialmente, impulsos para agir;


• Isto é mais frequente e visível em animais e crianças, do que em adultos , onde existe
um “divórcio” entre emoções e a sua óbvia reação.
emoções básicas primárias principais trazidas pelos doentes
TRISTEZA
Marcador de uma perda, algo ou alguém que se perdeu.
Quem está triste, precisa de CONFORTO.
Indicador de maior aproximação espacial e talvez mesmo física.
ZANGA
Marcador que estamos a ser agredidos, ou invadidos.
Quem está zangado precisa de EXPRESSAR ESSA ZANGA e também de ter LIMITES para mesma.
Indicador de maior afastamento espacial e talvez mesmo físico.

Medo
Marcador de aviso que estamos em perigo. Quem tem medo precisa de SEGURANÇA.
Outras emoções
NOJO/REPUGNÂNCIA
Marcador de uma coisa aversiva, intolerável. Precisamos de retirar/ajudar a lidar com esse estímulo:
aumentar o CONFORTO E O CLIMA DE CONFIANÇA.
VERGONHA
Marcador de que estamos demasiado expostos, é necessário aumentar a PROTECÇÃO DA
INTIMIDADE.
CULPA
Marcador que se relaciona com o erro, com a sensação de falha. Necessário explicar DIFERENÇA
ENTRE CULPA E RESPONSABILIDADE.

Intervenção psicológica sempre que possível deve ser adaptada ao estádio onde o/a doente se
encontra...
1 estádio ate chegar ao diagnostico
2º estádio: da aceitação do diagnóstico ao tratamento...
3º Estádio: dos tratamentos em diante...
Intervenção Psicológica
• Psicoterapia individual
Intervenção biomédica
Doença oncológica
Capaz de despoletar alterações psicossociais
Assenta exclusivamente no tratamento e controlo dos
sintomas e alterações físicas e biológicas... mas,
Intervenção psicológica
Torna-se de forma evidente,
necessária e pertinente!

Disponibilizar psicoterapia aos doentes e suas famílias parece ter um impacto poderoso nas
estratégias para lidar com a situação, ao nível do ajustamento à doença e tratamento, no prognóstico
e QV, levando a maior adesão às recomendações médicas e à adoção de comportamentos de saúde.

• Adquirir informação sobre a doença/ tratamento;


• Tomar consciência dos medos e sentimentos sobre a doença, o tratamento, as recidivas e a morte;
• Diminuir os níveis de depressão e ansiedade;
• Desenvolver competências para lidar com o stresse;
• Desenvolver sentimento de otimismo e de poder sobre a doença – espírito de luta;
• Adquirir sensação de controlo e autoeficácia (manutenção do autoconceito);
• Adquirir competências de comunicação e assertividade (família, amigos, equipa de saúde);
• Recuperar ou estabelecer relações familiares ou interpessoais positivas;
Adquirir informação sobre a doença/tratamento;
• Tomar consciência dos medos e sentimentos sobre a doença, o tratamento, as recidivas e a morte;
• Diminuir os níveis de depressão e ansiedade;
• Desenvolver competências para lidar com o stresse;
• Desenvolver sentimento de otimismo e de poder sobre a doença – espírito de luta;
• Adquirir sensação de controlo e autoeficácia (manutenção do autoconceito);
• Adquirir competências de comunicação e assertividade (família, amigos, equipa de saúde);
• Recuperar ou estabelecer relações familiares ou interpessoais positivas;
Recorrer ao terapeuta como sistema de suporte;
• Tomar decisões acerca do tratamento e outras questões;
• Reduzir efeitos secundários do tratamento, melhorar o prognóstico e a QV;
• Melhorar a adesão às recomendações médicas e à adoção de comportamentos de saúde.
• Lidar com questões espirituais ou existenciais relacionadas com o cancro;
• Criar um estilo de vida saudável e gratificante.
• Counselling – centra-se nos problemas e preocupações que o doente tem, para facilitar a sua
adaptação ao meio, ainda que os problemas não tenham necessariamente um carácter
psicopatológico;
• Psicoterapia – independentemente do modelo psicoterapêutico usado, pressupõe a existência de
perturbação/alteração psicopatológica.
+ Modelos Cognitivo-Comportamental ou Existencialista;
• Alguns autores recomendam uma transição como um contínuo entre estas duas ferramentas,
sendo que ambas procuram “conter” emocionalmente o doente. Counselling ou psicoterapia?
Recorrer ao terapeuta como sistema de suporte;
• Tomar decisões acerca do tratamento e outras questões;
• Reduzir efeitos secundários do tratamento, melhorar o prognóstico e a QV;
• Melhorar a adesão às recomendações médicas e à adoção de comportamentos de saúde.
• Lidar com questões espirituais ou existenciais relacionadas com o cancro;
• Criar um estilo de vida saudável e gratificante.
• Counselling – centra-se nos problemas e preocupações que
o doente tem, para facilitar a sua adaptação ao meio, ainda que os problemas não tenham
necessariamente um carácter psicopatológico;
• Psicoterapia – independentemente do modelo psicoterapêutico usado, pressupõe a existência de
perturbação/alteração psicopatológica.
+ Modelos Cognitivo-Comportamental ou Existencialista;
• Alguns autores recomendam uma transição como um contínuo entre estas duas ferramentas,
sendo que ambas procuram “conter” emocionalmente o doente.
Counselling ou psicoterapia?

Relaxamento e Imagética
- Impacto na qualidade de vida, estados de humor e diminuição do stresse emocional;
- efeitos positivos no sistema imunitário.
• Controlo dos sintomas (dor e fadiga);
• Controlo dos efeitos secundários da quimioterapia;

• Melhoria do bem-estar emocional.1

• Relaxamento e Imagética
- Impacto na qualidade de vida, estados de humor e diminuição do stresse emocional;
- efeitos positivos no sistema imunitário.
• Controlo dos sintomas (dor e fadiga);
• Controlo dos efeitos secundários da quimioterapia;
• Melhoria do bem-estar emocional.
• Reestruturação cognitiva identificar ideias irracionais e interpretações negativas e
reduzir o sentimento de mal-estar emocional, baixa auto- estima, pessimismo, desesperança;
• Treino de Contingência usar o reforço positivo para aumentar o aparecimento de
comportamentos desejados (aumentar a adesão aos tratamentos) e eliminar os comportamentos
não desejados;
• Técnicas de Distração dirigir a atenção do doente para evitar focalizar na sintomatologia aversiva
ou eventos stressantes concomitantes dos tratamentos;
• Técnicas de Relaxamento;
Relaxamento muscular progressivo e relaxamento autógeno;
• Hipnose;
• Inoculação do Stresse;
• Técnicas de Imagética
Treino de imaginação guiada orientada pelo terapeuta, aplicada em qualquer situação, promover
estado de relaxamento, aumentar o controlo percebido, favorecer o uso de estratégias de
enfrentamento;
• Dessensibilização sistemática Eliminação de fobias associadas a estímulos aversivos, onde
se apresenta o doente progressivamente ao estímulo aversivo de forma gradual (útil em
procedimentos radioterapêuticos);
• Técnica de Resolução de Problemas Identificar e caracterizar o Problema; Identificar formas
possíveis de lidar com o problema; Avaliação das soluções apresentadas: Prós e Contras;
Seleção da solução mais apropriada; Definição do Plano de Acão

Psicoterapia Existencial

• Facilita o bem-estar emocional e permite enfrentar a situação de forma emocional ativa;


• Explora aspectos importantes da trajetória de vida, emoções/afetos, facilitando a expressão
emocional;
• Importante estabelecer uma relação empática autêntica, aplicar técnicas de escuta ativa e
questões que suscitam a introspeção/reflexão.
Psicoterapia Existencial
• Técnicas de Imagética
Treino de imaginação guiada orientada pelo terapeuta, aplicada em qualquer situação, promover
estado de relaxamento, aumentar o controlo percebido, favorecer o uso de estratégias de
enfrentamento;
• Dessensibilização sistemática Eliminação de fobias associadas a estímulos aversivos, onde
se apresenta o doente progressivamente ao estímulo aversivo de forma gradual (útil em
procedimentos radioterapêuticos);
• Técnica de Resolução de Problemas
Identificar e caracterizar o Problema; Identificar formas possíveis de lidar com o problema;
Avaliação das soluções apresentadas: Prós e Contras; Seleção da solução mais apropriada;
Definição do Plano de Acão
Técnicas mais usadas
• Elaboração da própria ideia de morte, identificação de crenças, procura de significados;
• Facilita o bem-estar emocional e permite enfrentar a situação de forma emocional ativa;
• Explora aspectos importantes da trajetória de vida, emoções/afetos, facilitando a
expressão emocional;
• Importante estabelecer uma relação empática autêntica, aplicar técnicas de escuta ativa e
questões que suscitam a introspeção/reflexão.

Intervenção Psicológica/Psicossocial
• Suporte social (grupos de apoio) ao doente e à família; da Saúde nos últimos 10 anos).
Intervenção Psicossocial breve em oncologia
Intervenção Psicológica/Psicossocial
• Suporte social (grupos de apoio) ao doente e à família;
• Pelo menos 25% doentes e famílias necessitam suporte psicossocial;
• Objetivos: melhorar o ajustamento à doença, na fase de diagnóstico e durante o tratamento;
• Efeitos benéficos:
- estados afetivos e comportamentos de coping;
- qualidade de vida e controlo da dor;
- mudanças fisiológicas;
- taxas de sobrevivência.
• Em Portugal: maior atenção aos fatores psicossociais, interesse e aplicação deste tipo de
intervenções (com o desenvolvimento da Psicologia da Saúde nos últimos 10 anos
Grupo de ajuda mútua ao doente

• Sentimento de pertença e “normalidade” por estar com pessoas que partilham da mesma
situação;
• Ênfase no diálogo com pares e partilha de informação;
• Modelagem de estratégias de coping eficazes e apresentação de soluções em resposta aos
problemas relacionados com a doença;
• Melhorias no humor, coping e nível funcional e físico;
• Promover ajustamento emocional à doença; - Fornecer suporte informacional, instrumental e
emocional;
- Ajudar na expressão de sentimentos, medos, receios e preocupações;
- Proporcionar suporte social objetivos:
- Responder às necessidades da família, dar exemplos e conselhos práticos adequados à fase da
doença;
- Otimizar estratégias familiares adequadas para a adaptação à doença e suas consequências;
- Promover ajustamento emocional à doença;
- Fornecer suporte informacional, instrumental e emocional;
- Ajudar na expressão de sentimentos, medos, receios e preocupações;
- Proporcionar suporte social, partilha de experiências e clima de confiança mútua;
- Promover qualidade da prestação dos cuidados de saúde diários, potencializando a aquisição de
estratégias de resolução de problemas.
Grupos de apoio aos familiares dos doentes oncológicos
• A criação do grupo permite que a partilha de experiências semelhantes normalize sentimentos e
reações e, diminua o sentimento de perda de controlo e muitas vezes de culpa
associada à doença;
• A heterogeneidade do grupo possibilita aos seus membros terem acesso a diversas perspetivas em
relação às questões relacionadas com a doença, participando na resolução dos problemas uns dos
outros;
• Possibilidade de ser em simultâneo observador (reflexão) e participante, sem ter necessidade de
se defender ou de justificar o seu comportamento.
Alvo primário: familiares; mas a intervenção irá também contribuir para o ajustamento e bem-estar
psicossocial do próprio doente;
• Critérios de seleção prioritários para o grupo:
- familiar e/ou pessoa responsável pelos cuidados do doente que inicia o tratamento de
quimioterapia;
- mostrar interesse em participar;
- ser capaz de partilhar as suas experiências em grupo;
- mostrar disponibilidade e assumir compromisso de comparência às sessões.
A criação do grupo permite que a partilha de experiências semelhantes normalize sentimentos e
reações e, diminua o sentimento de perda de controlo e muitas vezes de culpa
associada à doença;
• A heterogeneidade do grupo possibilita aos seus membros terem acesso a diversas perspetivas em
relação às questões relacionadas com a doença, participando na resolução dos problemas uns dos
outros;
• Possibilidade de ser em simultâneo observador (reflexão) e participante, sem ter necessidade de
se defender ou de justificar o seu comportamento.
Intervenção psicológica para educação do doente.
Fornecer informação para facilitar a adaptação e compreensão da doença e processo em que o
doente se encontra;
• A revisão de literatura parece suportar a eficácia das intervenções educacionais...
• Mas, o impacto da educação do doente na implementação de estratégias de coping eficazes
não é ainda claro!
Intervenções psicológicas para a educação do doente
• Inclusão de:
- educação do doente;
- aumento do suporte social;
- terapia cognitivo-comportamental;
- componentes efetivos de psicoterapia.
Intervenções psicológicas multimodais
No futuro...
Alargar as intervenções aos vários tipos de cancro e às fases da doença em que os doentes se
encontram..

Intervenção de apoio a família


Tal como o doente a família também vivencia uma situação de crise;
• Num terço das famílias existem níveis clinicamente significativos de stresse e perturbações
psicossociais;
• O diagnóstico provoca mudanças nas rotinas, regras e rituais familiares, na redistribuição de
papéis e no acréscimo de novas responsabilidades e competências.
Intervenções de Apoio à Família
Família como complemento da equipa terapêutica.
• A doença tem influência no sistema familiar, mas a qualidade de vida familiar também
influencia o curso da doença...
• As interações familiares podem promover um melhor ajustamento à doença e ao tratamento e
favorecer a reabilitação porque:
- está intimamente envolvida com o doente;
- promove as interações sociais e fornece os cuidados de saúde;
• Elementos protetores para um ajustamento familiar e individual face às situações de crise:
- elevado nível de coesão intrafamiliar;
- abertura e possibilidade de expressar sentimentos;
- inexistência de conflitos intrafamiliares.
Do ponto de vista sistémico...
A doença tem influência no sistema familiar, mas a qualidade de vida familiar também
influencia o curso da doença...
• As interações familiares podem promover um melhor ajustamento à doença e ao tratamento e
favorecer a reabilitação porque:
- está intimamente envolvida com o doente;
- promove as interações sociais e fornece os cuidados de saúde;
• Elementos protetores para um ajustamento familiar e individual face às situações de crise:
- elevado nível de coesão intrafamiliar;
- abertura e possibilidade de expressar sentimentos;
- inexistência de conflitos intrafamiliares.

Na pratica
Os pacientes e família têm que ter oportunidade de expressar os seus sentimentos e
frustrações;
• A intervenção junto das famílias deve incluir informação e intervenções ao nível dos cuidados
físicos, apoio emocional;
• As famílias devem ser encorajadas a conviver mais, em vez de se isolarem e isto pode diminuir o
medo que o doente tem de se sentir rejeitado;
• As famílias devem ser treinadas e informadas acerca do que devem fazer e como o devem fazer...
Na prática
• Razões subjacentes aos sintomas, que sintomas esperar no futuro, tipo e extensão da doença;
• O que esperar ao nível do prognóstico da doença;
• Efeitos secundários dos tratamentos e da medicação;
• Formas de encorajar o doente e meios para tranquilizar o doente (diminuição de
energia/combater a fadiga);
• Necessidades físicas e psicológicas do doente;
• Formas de cooperação no diagnóstico do cancro;
• Encorajar a procura de recursos comunitários;
• Meios para lidar com a imprevisibilidade no futuro.
Principais necessidades de informações para as famílias

Métodos para diminuir o stresse, depressão e medos do prestador de cuidados;


• Formas de cooperar na alteração de papéis e de aprender a ser mais tolerante/paciente;
• Manter uma vida familiar normal, tanto quanto
possível;
• Actividades que farão o doente sentir-se “importante”;
• Abordar a questão da morte com o doente. Principais necessidades de informações para as
famílias
• Compreensão do problema a um nível apropriado do familiar (p.e., qual e quando surge o
problema, que alternativas de resolução, objetivos realistas);
• Saber quando requerer ajuda profissional (p.e., quando e a quem recorrer em caso de urgência,
que informação deve ser dada e como a dar);
• Que tipo de ajuda deve ser dada (p.e., enfrentar e prevenir o aparecimento dos problemas);
• Possíveis obstáculos (p.e., informações incorretas e como lidar com elas);
• Como executar e ajustar o plano (p.e., como verificar se a pessoa responsável segue as
recomendações dadas, quais os progressos e obstáculos com que se depara).
Para a aquisição/treino de estratégias de resolução de problemas dos familiares
Facilitar a comunicação, permitir a monitorização e a adesão terapêutica.
Os familiares (do ponto de vista psicológico) passam por fases semelhantes às do doente;
• Saber da situação terminal e tentando-a esconder do doente pode levar a vivenciar estados de
ansiedade e depressão severos e sentimentos de auto-culpabilização;
• Este comportamento pode agravar o estado de sofrimento do doente:
- torna-se mais consciente do seu estado;
- sente que está a ser um “fardo” e que está a causar
sofrimento aos familiares;
- vê-se impedido de partilhar os seus medos e a sua angústia, isola-se;
- pode até mesmo deixar de aderir aos tratamentos.
A família face à fase terminal
• Do ponto de vista terapêutico uma boa comunicação afetiva e emocional com a família ajuda a
prevenir quadros de depressão,
isolamento, ansiedade e luto patológico (que se podem desenvolver face à impossibilidade de não
expressar os sentimentos antes do falecimento do familiar);
• Sentimentos negativos (ira, raiva, medo, depressão e ansiedade) são difíceis de partilhar, mas mais
difícil do que a partilha é a sua inibição;
• Uma comunicação aberta entre familiares e o doente terminal pode permitir partilhar
conjuntamente angústias, facilitando a união neste momento inevitável de sofrimento.
Apoio aos profissionais de saúde.
Frequentemente os técnicos de saúde têm dificuldades em demonstrar empatia e as dificuldades na
comunicação associam-se ao medo...
Quase como se receassem provocar uma resposta emocional e depois não saberem como
responder. Lidar com o medo do paciente? Lidar com o meu próprio medo?
MUITOS Fatores de stresse: comunicação de más notícias, inexistência de cura, exposição
repetida à morte, envolvimento em conflitos emocionais, absorção de mágoa e cólera expressa
pelos familiares e doente, desafios ao sistema de crenças pessoais.
• Como reduzir? (psicólogo pode ajudar...) - boa comunicação entre a equipa;
- reuniões semanais interdisciplinares e trabalho de equipa (apoio mútuo, partilha de experiências);
- recursos adequados, serviços de apoio, metas realistas;
- tempo disponível para actividades de lazer;
- folga/alimentação/repouso adequados;
- encontros informais (fortalecer a coesão de grupo);
- apoio e orientação dos novos elementos da equipa.
Implicações Psicológicas para o Doente
Incerteza acerca do futuro Busca de um significado Perda de controlo Necessidade de diálogo
• Grande “carga” emocional e social;
• Representação social com elevado simbolismo (associado ao estigma):
- sobrestimação da mortalidade;
- subestimação da capacidade de controlar o cancro.
Apoio psiquiátrico, apoio psicológico, apoio emocional

Apoio emocional qualquer técnico pode dar, porque é estar em relação com o paciente.
Depois, alguns pacientes precisam de apoio psicológico, e alguns destes de apoio psiquiátrico.
Sinais indicadores de necessidade encaminhamento para consulta de psicologia
• Nível emocional
- humor depressivo ou tristeza;
- desesperança;
- sentimentos de anedonia perda da capacidade de sentir prazer.
• Nível cognitivo
- ideias de suicídio e pensamentos recorrentes sobre a morte;
- perda de memória e de orientação espácio-temporal
- sentimentos de culpa.
• Nível comportamental
- agitação ou ansiedade;
- mutismo;
- falta de apetite, insónia;
- choro fácil.
Pelo menos uma perturbação adaptativa, acompanhada de sintomatologia ansiosa e depressiva
moderada
Como avaliar

Becker

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