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PSICOLOGIA DA
SAÚDE
Introdução
■ Este trabalho foi feito no âmbito da cadeira psicossociologia da saúde. Foi sugerido pelo
professor aos alunos como meio de adquirir mais conhecimento sobre o tema e
transmiti-la, posteriormente, à turma.
■ O tema abordado neste trabalho é as teorias na psicologia. O trabalho foi baseado no
capítulo 2 do livro Os Conceitos Fundamentais da Psicologia da Saúde de Gustave
Nicholas.
■ O trabalho está organizado em 3 grandes partes, as teorias comportamentais e de ação,
as teorias sociocognitivas da saúde e as abordagens clínicas da saúde. Na primeira parte
é apresentado as teorias relativas à ação e o que as motiva. As teorias da segunda parte
focam mais nos fatores sociais que levam o indivíduo a tomar uma decisão que afeta a
sua saúde. Por fim, a 3 parte contém as teorias que realçam a importância das emoções e
dos afetos neste processo.
A teoria da ação pensada
■ A teoria da ação pensada (TAR) de Ajzen (1985-1991) é baseado no princípio que só
podemos compreender a emergência dos comportamentos de saúde de um indivíduo no
seu contexto psicossocial analisando as suas crenças e decisões.
■ É determinado por dois fatores:
- A atitude perante o comportamento
- Norma subjetiva.
A teoria da ação pensada
■ Atitude perante o comportamento – Diz respeito a fatores pessoais como por exemplo:
Crenças provenientes do comportamento (Ex: efeitos secundários) e a avaliação do
individuo que pode ser positiva ou negativa (achar que vale a pena ou não ou que os
prejuízos superam os benefícios).
■ Norma subjetiva – Refere-se a um fator externo ao individuo.
■ Em geral, quanto mais positivas forem as atitudes das pessoas em relação a um
determinado comportamento, consequentemente, maior será a probabilidade de o
indivíduo realizar o comportamento em questão.
A teoria dos comportamentos interpessoais
■ “Quando o comportamento for novo, o fator intenção é o mais importante, enquanto que
o comportamento já manifestado, é a força do hábito que é o fator mais determinante.”
A teoria dos comportamentos interpessoais
Desvantagens
Não têm em conta:
■ Alguns fatores cognitivos,
■ Fatores contextuais (ex: influência da família, dos colegas)
■ Propõe uma abordagem redutora das crenças
Health Belief Model (HBM)
■ Contrariamente aos modelos bioquímicos que objetivam a saúde, este modelo fala
tendo em conta as crenças e representações das pessoas ditas comuns, daí o seu
interesse atual, apesar dos anos que tem
■ No inicio ele foi utilizado para perceber o porque das pessoas não participarem em
campanhas de despistes (ex: de cancro). Atualmente este modelo é mais usado para
compreender problemas relacionados à observância terapêutica. Como por exemplo a
obediência ou não de ordens médicas em relação a regimes alimentares.
A teoria da autoeficácia
■ Assenta-se na ideia de que podemos causar mudanças com os nossos esforços.
■ A forma como reconhecemos as nossas capacidades de encarar e dominar problemas
influência na forma de reagir a uma doença.
■ Foi desenvolvida por Bandura (1997)
■ Apoia-se na verificação de que o comportamento de um Indivíduo assenta sobre duas
crenças:
- O individuo obtém resultados através dos seus próprios esforços;
- Certeza de que conseguirá obter recursos necessários para atingir um objetivo.
A teoria da autoeficácia
O sentimento de eficácia é composto por 3 dimensões:
■ A magnitude (intensidade do sentimento de autoeficácia);
■ A força ou resistência (a habilidade de preservar o sentimento de autoeficácia);
■ Generalidade (é a possibilidade de aumentar a todos os aspetos do comportamento).
■ Em vários estudos realizados revelam que o facto de a autoeficácia sentida influencia
diretamente a soma dos esforços que um indivíduo está disposto a prestar para adotar
um comportamento novo quando é confrontado com um problema de saúde. Esta teoria
foi agregada na teoria da ação pensada. Impõe-se hoje na maior parte das abordagens
que procuram modelar os comportamentos de saúde.
A teoria da autoeficácia
■ O sentimento de eficácia pessoal é o mais importante pois as pessoas que acreditam
nas suas capacidades, vão desenvolve-las ainda mais perante obstáculos.
■ Entre os elementos que operam neste mecanismo, dois são importantes em relação ao
problema da doença:
- Como as nossas experiências passadas afetam a convicção que temos nas nossas
capacidades
- Ultrapassar um obstáculo reforça o sentimento de que somos capazes de vencer
futuras provações difíceis.
A teoria dos sistemas autorregulados
■ Originou-se dos trabalhos sobre o impacto das comunicações preocupantes sobre os
comportamentos de saúde.
■ Objetivo destes mecanismos era mudar o ponto de vista que os doentes tinham dos
tratamentos. Os comportamentos de saúde aqui são designados como a resposta da
interpretação e da avaliação que os pacientes fazem da sua doença. Deste modo a
decisão de fazer ou não o tratamento é diretamente influenciada por essa interpretação.
A teoria dos sistemas autorregulados
Segundo este modelo, as respostas em matéria de saúde apresentam literalmente 3 etapas:
■ Elaboração de uma representação cognitiva do tratamento através da qual o doente dá
um sentido, um significado, a sua doença e o seu tratamento;
■ O desenvolvimento de um plano de ação ou de uma estratégia de coping para interagir
com o tratamento;
■ A avaliação dos efeitos do plano de ação.
A teoria dos sistemas autorregulados
■ Este modelo faz uma distinção entre os conceitos de memória episódica (autobiografia
experimental) e de memória semântica (respeitante a representações e conceitos).
■ Na memória episódica, as opiniões e crenças do doente constituem teorias próprias da
doença.
■ O ponto mais importante deste modelo foi a consideração de representações pessoais da
doença guardada na memória episódica.
As teorias das representações
da saúde e da doença
O humor depressivo
■ O humor depressivo não é uma simples tristeza.
■ O pessimismo impregna na mente do sujeito depressivo e é dirigido a acontecimentos
atuais e futuros. O passado muitas vezes poupado, por vezes idealizado (nostalgia).
■ Existe uma dor moral, por vezes suficiente para provocar pensamentos suicidas.
Depressão
A perda de ânimo vital
■ Tem várias dimensões, como por exemplo:
- O abrandamento psicomotor - afeta a marcha (torna-se mais lenta), e a fluência verbal
(discurso pobre e muito pausado).
- O abrandamento psíquico – alterações de funções cognitivas, nomeadamente, as
voluntárias.
■ É um ponto central de diagnóstico na área de síndrome depressiva.
Depressão
Sintomas somáticos
■ Anorexia e as consequências: perda de peso, ou até mesmo desnutrição.
■ A obstipação é o segundo sintoma mais observado.
■ As perturbações sexuais
■ O sono perturbado
Sintomas psíquicos
■ Irritabilidade,
■ impulsividade
■ comportamentos violentos
Depressão
■ Qualquer patologia somática pode ocasionar uma depressão. Sucede particularmente
com afeções do sistema nervoso central, certas infeções, cancros, doenças endócrinas e
doenças sistemáticas.
■ Há estados depressivos que podem ser originados por determinados tratamentos
medicamentosos (ex: corticoides a longo prazo) ou entrar no quadro de determinadas
manifestações de privação de álcool ou de drogas.
■ Finalmente, a depressão é frequente em determinados períodos da vida da mulher (pós-
parto, menopausa).
■ Segundo Giovannini e col (1986), as pessoas que têm uma boa saúde, não dão
importância ao corpo uma vez que é considerada um simples objeto.
■ Segundo Freud, o corpo é considerado como lugar onde se manifesta o desejo sexual, que
se encontra nos orifícios do corpo (oral, anal e genital) desde os primeiros tempos da sua
existência, ou seja, o corpo é antes de tudo “libidinoso”, (refere-se aos prazeres sexuais)
no qual deferentes áreas erógenas parecem funcionar independentemente.
■ Do ponto de vista psicanalítico, as áreas erógenas não são as únicas a ter um significado,
sabendo que as outras áreas, como a pele, os órgãos, têm valores simbólicos. Através
desses símbolos a realidade “objetiva” passa a uma realidade “subjetiva”, como a dos
desejos, que se idealizam no corpo.
Mecanismo de defesa e doença
■ A psicologia clínica procura várias vezes o estudo dos mecanismos de defessa, a fim de
conhecer o mecanismo psicológico, movidos pelo sujeito quando tem uma doença.
■ Mecanismo de defesa são reações psicológicos que se encontra no nosso subconsciente,
e são produzidas quando o indivíduo se sente ameaçado por eventualidades externas,
como por exemplo situações que causam stresse, doenças, atitudes de outras pessoas, ou
por algo interno do indivíduo (o desejo e o pensamento).
■ Numa situação de doença, os mecanismos de defesa têm uma função importante, pois
ajuda o indivíduo a combater a ameaça perante uma doença porque permitem que o
indivíduo encontre a relação entre si e o mundo exterior.
Mecanismo de defesa e doença
Tipos de mecanismo de defesa:
■ Negação da realidade é um mecanismo de defesa em que um indivíduo nega a doença.
■ Projeção é o mecanismo de defesa em que a pessoa concede os seus próprios
pensamentos, atitudes, desejos e medos á outros.
■ Racionalização é um mecanismo de defesa que corresponde em dar explicações
incontestáveis a acontecimentos ou comportamentos inaceitáveis pelo sujeito, a nível
emocional.
■ A formação reativa ou agressiva é um mecanismo de defessa em que o indivíduo
reage a doença de uma forma agressiva, como se esta fosse causada por um agente
externo.
■ A regressão é um mecanismo em que os aspetos cognitivos são recuperados para
enfrentar stresse causado pela doença.
Conclusão
■ Neste trabalho abordamos as teorias da psicologia da saúde, falamos das diversas e
importantíssimas teorias que esta elaborou e desenvolveu.
■ Estas mostram não apenas os pesos das características objetivas dos comportamentos de
saúde, como insistem todos na necessidade de inscrever a questão da saúde e da doença
numa perspetiva subjetiva que tenha em conta as crenças e as representações dos
indivíduos.
■ Focamos a importância de analisar o indivíduo na sua globalidade para que se possa
elaborar intervenções que possam melhorar a qualidade dos cuidados.
FIM