Você está na página 1de 33

OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DO

COMPORTAMENTO

CONCEITOS BÁSICOS SOBRE A OBSERVAÇÃO COMO MÉTODO


DE PESQUISA E DE INTERVENÇÃO E ÉTICA NA OBSERVAÇÃO

Profa. Me. Vanina Papini Góes Teixeira


Afinal, o que são Métodos de
Observação?
Qual a importância de se
estudar isso para a Psicologia?
Os métodos observacionais não são uma
exclusividade da Psicologia, porém são uma das
ações mais importantes.
Esse método mostra-se relevante em especial
para entender o que as pessoas fazem e sob
quais circunstâncias.
No geral, as observações são classificadas em
naturalística, aquelas realizadas no ambiente
natural em que o fenômeno ocorreu, podendo o
pesquisador estar inserido no contexto ou fora dele.
E observação sistemática (ou de laboratório).
Nesse caso, comportamentos específicos são
selecionados para serem observados num
ambiente particular (controlado).
A observação informal de situações cotidianas é
diferente da observação científica!

A observação científica envolve uma finalidade a


priori, objetivos bem discriminados e atenção
cuidadosa.

É imprescindível a criação e utilização de protocolos


de observação.
O psicólogo investiga, descreve e/ou aplica princípios e leis do
comportamento.
• Informações a respeito do comportamento
• Informações acerca de mudanças no ambiente físico que se
relaciona a determinado comportamento
• Informações sobre mudanças sociais relacionada a
determinado comportamento
O psicólogo está interessado em responder a duas
questões gerais:
• O que as pessoas (organismos) fazem?
• Em quais circunstâncias ou sob que condições
ambientais?
Ao longo do desenvolvimento da Psicologia como ciência, a
OBSERVAÇÃO tem se mostrado o instrumento mais satisfatório
na coleta de dados que respondem a estas duas questões:
• O psicólogo estará obtendo informações sobre o que
realmente acontece e não sob influência de suposições,
interpretações e preconceitos;
• Possibilita uma melhor compreensão da natureza e ações
transformadoras mais eficazes.
Exemplo:
• Um comportamento apresentado tem determinada causa.
• Se esta afirmação é baseada em dados obtidos através da
observação, será possível, além de explicar, prever,
interromper e evitar que o comportamento seja novamente
apresentado.
• O psicólogo deve registrar e relatar as suas observações,
permitindo que outros possam repetir o que ele está
fazendo.
A observação é um instrumento de coleta de dados que permite
a socialização e consequentemente a avaliação do trabalho do
psicólogo.
Através da observação sistemática do comportamento, em
situação natural ou de laboratório, é possível identificar algumas
das relações existentes entre o comportamento apresentado e
circunstâncias ambientais.
CONSEQUÊNCIAS
QUE PRODUZ NO
AMBIENTE

DIFERENTES
COMPORTAMENTO PADRÕES DE
COMPORTAMENTO

ESTÍMULOS
PARTICULARES DO
AMBIENTE
A observação é utilizada pelo psicólogo nos diferentes campos de
atuação:
• Clínica (identificar queixas de agressividade, timidez, ciúmes, etc.)
• Escola (socialização, déficits de aprendizagem, etc.)
• Organizações (necessidades de treinamento, stress, etc.)
• Esporte (concentração, relações interpessoais, etc.)
• Social (comportamentos de risco, tribos, etc.)
Baseado nas observações, o psicólogo faz o
diagnóstico preliminar da situação-problema:

• Identifica as deficiências existentes;


• Identifica as variáveis que afetam o comportamento;
• Identifica os recursos disponíveis no ambiente.
A partir dos levantamentos realizados, o psicólogo é
capaz de decidir quais são as técnicas e
procedimentos mais adequados para obter os
resultados que pretende atingir.

Após a introdução das modificações , após a


aplicação de um procedimento, o psicólogo se utiliza
da observação também para avaliar a eficácia da
técnica e procedimento utilizado.
Os dados coletados pela observação referem-se aos comportamentos
apresentados pelos sujeitos:
• Contatos físicos com pessoas e objetos
• Verbalizações
• Expressões faciais
• Gestos
• Posturas, entre outros.

Se referem também às características do meio físico e social que o


sujeito se encontra (ambiente).
IMPORTANTE
O tipo de dado a ser coletado depende do objetivo para o qual a
observação está sendo realizada:
• Repertório de comportamentos (registrar todos os
comportamentos que o sujeito apresenta durante a
observação)
• Variáveis ambientais (registrar quando o comportamento
ocorre, circunstâncias ambientais que antecederam e
seguiram a esse comportamento).
OBSERVAÇÃO OBSERVAÇÃO
CASUAL CIENTÍFICA

SISTEMÁTICA
OBJETIVA
ÉTICA NA PSICOLOGIA

O código de ética
profissional da Psicologia

RESOLUÇÃO DO CONSELHO
FEDERAL DE PSICOLOGIA Nº 010/05
RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05

Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos:


a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este
Código;

Art. 2º – Ao psicólogo é vedado:


q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou
apresentar resultados de serviços psicológicos em meios
de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou
organizações.
RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05

Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional


a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a
intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que
tenha acesso no exercício profissional.

Importante: Exceções seguem o princípio do menor


prejuízo!
A importância da ética no
campo científico
Devido a rápida ascensão da ciência e tamanho
destaque no cenário mundial, talvez, os cientistas
mais tradicionais jamais pensaram que poderia
um dia haver um limite para a produção do
conhecimento científico.
A inserção dos princípios éticos, é possível vislumbrar
esse limitador que pode descompassar os excessos
contra os Direitos Humanos derivados da produção do
conhecimento cientifico que põe em risco a vida
humana.
A justificativa que encabeça um empreendimento
científico caminha, geralmente, em duas direções:
• em busca de novos fenômenos físicos e seus
desdobramentos fundamentais (pesquisa básica)
• ou para possíveis resultados práticos para a
sociedade (pesquisa aplicada).
Autonomia

• Destaca-se a compreensão sobre a necessidade moral


de um sujeito autônomo.

• Além do princípio da autonomia, outros princípios são


expressos, tais como: sigilo, privacidade e
confidencialidade dos dados produzidos.
Beneficência

• Obrigação moral de agir em prol do benefício de outros,


sempre favorecendo os seus interesses e o que de fato
importa para eles.

• Algumas regras de beneficência merecem ser


observadas: proteger e defender os direitos dos outros;
evitar que outros sofram danos; eliminar as condições
que causarão danos a outros; ajudar pessoas inaptas;
socorrer pessoas que estão em perigo.
Não-maleficência

• O princípio da não-maleficência vem complementar ao


da beneficência, pressupõe o compromisso efetivo de
empenhar todos os esforços para não causar danos
adicionais e de adotar medidas para minimizá-los ou
preveni-los.
Justiça

• Todos têm o direito, desde que sua reivindicação seja


válida; com base nisso segue-se o que lhe é devido.

• Discriminam-se alguns princípios materiais válidos de


justiça, tais como: a todas as pessoas uma parte igual; a
cada um de acordo com a sua necessidade; a cada um
de acordo com o seu esforço; a cada um de acordo com
sua contribuição; a cada um de acordo com seu
merecimento; a cada um de acordo com as trocas do
livre mercado.
EXEMPLOS DE COMPORTAMENTOS
QUE PODEM SER OBSERVADOS

• Comportamento do idoso para fazer valer seus direitos de sentar nos


assentos reservados em transportes públicos
• Comportamento dos pais (homens) quando estão sozinhos com os filhos
em ambiente social (shopping, lanchonetes, praças, etc.)
• Comportamento de homens e mulheres no uso de celular quando estão
em um bar ou restaurante enquanto casal
• Comportamentos de pais e mães diante de uma birra do (a) filho (a)
quando lhe é negado algo que deseja, em ambiente de shopping
• Comportamento de birra de crianças quando os pais e/ou mães lhes dizem
não a um desejo
FIM!

vanina.papini@ig.com.br

Você também pode gostar