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ANATOMOFISIOLOGIA

HUMANA I
Fisiologia Humana
Ano letivo 2021/2022

Sara Ferreira (BSc, PhD), Professor Adjunto


Email: saramaferreira@ipcb.pt
Aula 3 – Fisiologia do Sistema Nervoso
Humano (continuação)

1 2 3

POTENCIAIS DE SINAPSES APLICAÇÃO DOS


MEMBRANA CONHECIMENTOS
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Nos neurónios, grupos de canais iónicos podem ser abertos ou fechados sob certas
condições (meios mecânicos, estímulos elétricos ou químicos)

Capacidade de produzir sinais elétricos, transmitindo informações entre diferentes


regiões da membrana

Excitabilidade  Membranas excitáveis

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

A abertura destes canais, leva sequencialmente a:

alteração do
maior corrente iónica alteração do potencial
gradiente
através da membrana da membrana
eletroquímico

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Potencial de membrana “polarizado” 


exterior e interior da célula tem carga 

Membrana “despolarizada”  potencial


menos negativo (mais próximo a zero) do
que em repouso

Membrana “repolarizada”  potencial de


ação que foi despolarizado volta para o
repouso
Despolarizaçãp, repolarização, hiperpolarização e ultrapassagem
(overshoot) do potencial de membrana em relação ao potencial
de repouso. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Overshoot (ultrapassagem)  reversão da


polaridade do potencial de membrana

Membrana hiperpolarizada  potencial é


mais negativo do que em repouso

Despolarizaçãp, repolarização, hiperpolarização e ultrapassagem


(overshoot) do potencial de membrana em relação ao potencial
de repouso. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Sinais elétricos ocorrem de duas formas:

Potenciais graduados Potenciais de ação

• São importantes na • São sinais de longa


sinalização em distâncias distância que são
curtas particularmente
importantes nas
membranas das células
neuronais

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Potenciais graduados  mudanças no potencial de membrana que estão confinados


a uma região relativamente pequena da membrana plasmática

Produzidos quando alguma


mudança específica no ambiente A magnitude da mudança do
da célula atua em uma região potencial pode variar
especializada da membrana

A carga flui entre o local de origem


Recebem vários nomes (recetor,
do potencial e regiões adjacentes
sináptico e marco-passo) de acordo
da membrana plasmática, que
com a localização do potencial ou
ainda estão no potencial de
da função que desempenham
repouso
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Potencial de marca-
Potencial sináptico Potencial de recetor
passo
• Produzido no • Produzido nas • De ocorrência
neurónio pós- terminações espontânea que
sináptico em resposta periféricas dos ocorre em certas
à libertação de um neurónios aferentes células
neurotransmissor em (ou em células especializadas
um terminal pré- recetoras separadas)
sináptico em resposta a um
• Pode ser uma estímulo
despolarização ou
hiperpolarização

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Produção de um
Uma pequena região da
Abertura de canais de potencial menos
membrana é
catiões da membrana negativo do que nas as
despolarizada
áreas adjacentes

Despolarização e potencial graduado provocado por um estímulo químico. (a) Corrente positiva para dentro e através dos canais iónicos
despolarizam uma região da membrana, e correntes locais distribuem a despolarização para regiões adjacentes. (b) A intensidade do estímulo
inicial determina a magnitude da despolarização da membrana, e a distâncias crescentes do local inicial, a quantidade de despolarização é
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menor. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
• K+ move-se no fluído intracelular para longe da região despolarizada e em direção
às regiões de repouso mais negativas da membrana
• Fora da célula, as cargas + movem-se para a região menos + que a despolarização
criou

Despolarização e potencial graduado provocado por um estímulo químico. (a) Corrente positiva para dentro e através dos canais iónicos
despolarizam uma região da membrana, e correntes locais distribuem a despolarização para regiões adjacentes. (b) A intensidade do estímulo
inicial determina a magnitude da despolarização da membrana, e a distâncias crescentes do local inicial, a quantidade de despolarização é
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menor. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
• Despolarização espalha-se para áreas adjacentes ao longo da membrana
• Intensidade do estímulo inicial determina a magnitude da despolarização da
membrana, mas magnitude é menor quanto maior a distância do local inicial

Despolarização e potencial graduado provocado por um estímulo químico. (a) Corrente positiva para dentro e através dos canais iónicos
despolarizam uma região da membrana, e correntes locais distribuem a despolarização para regiões adjacentes. (b) A intensidade do estímulo
inicial determina a magnitude da despolarização da membrana, e a distâncias crescentes do local inicial, a quantidade de despolarização é
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menor. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

a) Podem ocorrer em uma direção de


despolarização ou hiperpolarização

b) Magnitude está dependente do evento


inicial

c) Mudança no potencial de membrana


diminui à medida que a distância aumenta
do evento inicial (↑ permeabilidade da
membrana a iões)
Potenciais graduados podem ser registrados em condições experimentais nas
quais a força do estímulo pode variar. Tais experiências mostram que
potenciais graduados (a) podem ser despolarizantes ou hiperpolarizantes, (b)
podem variar em tamanho, (c) são conduzidos decrementalmente. O
potencial de membrana em repouso é de -70 mV. Adaptado de: Widmaier,
Raff & Strang (2014)
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Membranas plasmáticas são vazantes


de iões, pelo que as correntes sessam
quase completamente dentro de
alguns milímetros do seu ponto de
origem

Decremental

Fluxo de carga ↓ conforme ↑ a


O vazamento de carga (predominantemente K+) através da membrana distância do local de origem
plasmática reduz a corrente local em locais mais distantes ao longo da
membrana do local de despolarização inicial. Adaptado de: Widmaier,
Raff & Strang (2014)

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Quando estímulos adicionais ocorrem


antes do potencial sessar
completamente, estes são adicionados
à despolarização do primeiro estímulo

Soma

Útil para a sensação


O vazamento de carga (predominantemente K+) através da membrana
plasmática reduz a corrente local em locais mais distantes ao longo da
membrana do local de despolarização inicial. Adaptado de: Widmaier,
Raff & Strang (2014)

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Potenciais de ação:
 Grandes alterações no potencial de membrana (pode mudar até 100 mV)
 Muito rápidos (~1-4 milissegundos) e podem-se repetir em frequências de várias
centenas por segundo
 A sua propagação pelo axónio é o mecanismo que o sistema nervoso usa para se
comunicar a longas distâncias

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

• Canais iónicos que abrem em resposta à ligação de moléculas de sinalização


(dependente de um ligando)
• Canais que abrem em resposta à deformação física (alongamento) das
membranas plasmáticas (dependente de uma alteração mecânica)

Causam potenciais graduados que podem servir


como um estímulo inicial para os potenciais de ação

Os canais iónicos dependentes de voltagem  fornecem à membrana a capacidade


de sofrer potenciais de ação

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Canais de Na+ e K+ dependentes de


voltagem medeiam a maior parte dos
potencias de ação neuronais

Mudam de forma reversível em resposta a


mudanças no potencial de membrana

 Membrana num potencial negativo


canais fechados
 Membrana despolarizada canais abertos

Comportamento de canais de Na+ e K+ dependentes de voltagem. A


despolarização da membrana faz com que os canais de Na+ abram
rapidamente, sofrendo inativação seguidamente pela abertura de canais de
K+. Quando a membrana se repolariza para voltagens negativas, ambos os
canais voltam ao estado fechado. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 18
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação

Canais de Na+ respondem rápido a


mudanças na voltagem da membrana,
abrindo e fechando rapidamente

Canais de Na+ possuem uma estrutura


designada “portão de inativação”, que limita
o fluxo de iões

Canais de K+, abrem e fecham mais


lentamente

Comportamento de canais de Na+ e K+ dependentes de voltagem. A


despolarização da membrana faz com que os canais de Na+ abram
rapidamente, sofrendo inativação seguidamente pela abertura de canais de
K+. Quando a membrana se repolariza para voltagens negativas, ambos os
canais voltam ao estado fechado. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 19
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Mecanismo do potencial de ação

1. O potencial de membrana em repouso está


próximo do potencial de equilíbrio do K+ (EK)
2. A membrana local é levada ao limite de
potencial por um estímulo despolarizante
3. Corrente através dos canais de Na+
dependentes de voltagem, rapidamente
despolariza a membrana
4. Inativação dos canais de Na+ (portões de
inativação); abertura de canais de K+
dependentes de voltagem

As mudanças no potencial de membrana (mV), devido aos iões de sódio e potássio


durante um potencial de ação. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 20
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Mecanismo do potencial de ação

5. A corrente de saída através dos canais de K+


dependentes de voltagem repolarizam a
membrana
6. Corrente persistente por meio de fecho lento de
canais de K+ dependentes de voltagem;
hiperpolarização da membrana em direção a
EK; canais Na+ fecham
7. Fecho dos canais de K+ dependentes de
voltagem e com auxílio das bombas de
Na+/K+-ATPase, levam o potencial de
membrana ao seu valor de repouso

As mudanças no potencial de membrana (mV), devido aos iões de sódio e potássio


durante um potencial de ação. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 21
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Mecanismo do potencial de ação

Controlo por feedback em canais de iões dependentes de voltagem. (a) Os canais de Na+ exercem um feedback positivo sobre o potencial de
membrana; b) Os canais de K+ exercem um feedback negativo sobre o potencial de membrana. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Mecanismo do potencial de ação

Potenciais de ação ocorrem apenas quando o


estímulo inicial mais a corrente através dos canais
de Na+ que os abrem são suficientes para elevar o
potencial de membrana além do potencial limite
 estímulos de limiar

Quando o estímulo não é suficiente para que


ocorra um potencial de ação  estímulos
sublimiares/potenciais sublimiares

Mudanças no potencial de membrana com aumentando da força dos estímulos


excitatórios. Quando o potencial de membrana atinge o limite, potenciais de ação
são gerados. Aumentar a força do estímulo acima do nível limite não causa maiores
potenciais de ação. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 23
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Mecanismo refratário absoluto e relativo

Período refratário absoluto


• Durante um potencial de ação, um 2º estímulo,
independentemente da sua amplitude, não
produzirá um 2º potencial de ação
• Os canais de Na+ dependentes de voltagem
estão abertos ou num estado inativado durante
o 1º potencial de ação
• Para que a membrana responda a um 2º
estímulo tem de ocorrer repolarizar e, para isso, o
portão de inativação tem de ser removido

Períodos refratários absolutos e relativos do potencial de ação determinado por um


protocolo de pulso emparelhado. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Mecanismo refratário absoluto e relativo

Período refratário relativo


• Intervalo durante o qual um 2º potencial de
ação pode ser produzido, quando força do
estímulo é grande em magnitude ou dure mais
do que o período refratário relativo
• Canais de Na+ estão fechados e alguns canais
de K+ dependentes de voltagem permanecem
abertos
• Limita o número de potenciais de ação que
uma membrana excitável pode produzir em um
determinado período de tempo

Períodos refratários absolutos e relativos do potencial de ação determinado por um


protocolo de pulso emparelhado. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Mecanismo refratário absoluto e relativo

Período refratário relativo


• Contribuem para a separação dos potenciais de
ação para que os sinais elétricos individuais
passem pelo axónio
• São a chave para determinar a direção da
propagação do potencial de ação

Períodos refratários absolutos e relativos do potencial de ação determinado por um


protocolo de pulso emparelhado. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

 A membrana é despolarizada
em cada ponto ao longo do
axónio, enquanto as porções
adjacentes se encontram em
repouso

 Diferença de potencial entre


este 2 pontos, faz com que a
corrente flua

Corrente local dada a abertura de canais de iões controlados por um ligante no corpo
celular e nos dendritos causam um potencial de ação que tem início na região 1, e a
corrente local despolariza a região 2. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

 Corrente local despolariza a


membrana adjacente,
causando a abertura de
canais de Na+ dependentes
de voltagem

 Corrente durante o potencial


de ação despolariza a
membrana adjacente ao
potencial limiar

Corrente local dada a abertura de canais de iões controlados por um ligante no corpo
celular e nos dendritos causam um potencial de ação que tem início na região 1, e a
corrente local despolariza a região 2. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

 Novo potencial de ação


produz correntes locais
próprias que despolarizam a
região adjacente, produzindo
outro potencial de ação no
próximo local, e assim
consecutivamente

 Há uma abertura e fecho


sequencial dos canais de
Na+ e K+ ao longo da
membrana
Potencial de ação na região 2 gera correntes locais; região 3 é despolarizado em direção ao
limiar, mas a região 1 é refratária. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 29
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

 Os potenciais de ação não


diminuem em magnitude
com a distância

 Por cada potencial de ação


há ativação do ciclo de
feedback positivo de um
novo grupo de canais de
Na+

Potencial de ação na região 2 gera correntes locais; região 3 é despolarizado em direção ao


limiar, mas a região 1 é refratária. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 30
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

 Como a área da membrana


que sofre o potencial de
ação é refratária, a direção
de propagação do potencial
de ação é sempre para a
frente
 A propagação cessa quando
o potencial de ação atinge o
final de um axónio

Potencial de ação na região 3 gera correntes locais, mas a região 2 é refratária. Adaptado
de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 31
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

A velocidade de
propagação do potencial de
ação depende do diâmetro
do axónio e se é ou não
mielinizado

 diâmetro do axónio  
velocidade de propagação

Se mielinizado  
velocidade de propagação

Potencial de ação na região 3 gera correntes locais, mas a região 2 é refratária. Adaptado
de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 32
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação
 A mielina é um isolante, dificultando Há menor perda de carga, pelo que
o fluxo de cargas entre os fluidos a corrente local se espalha mais ao
intracelular e extracelular longo de um axónio

 Potenciais de
ação ocorrem nos
nódulos de Ranvier
(↑ canais de Na+
dependentes de
voltagem)

Mielinização e condução saltatória dos potenciais de ação. Canais K+ não são representados. Adaptado de:
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Widmaier, Raff & Strang (2014)
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

 Os potenciais de ação parecem pular de um nódulo para o


Condução saltatória
próximo à medida que se propagam ao longo de um axónio

Mielinização e condução saltatória dos potenciais de ação. Canais K+ não são representados. Adaptado de:
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Widmaier, Raff & Strang (2014)
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Propagação do potencial de ação

 Porque menos carga é perdida, mais chega ao nódulo adjacente, e um potencial de


ação é gerado lá mais cedo do que se a mielina não estivesse presente

Como os iões
cruzam a membrana
apenas nos nódulos,
os canais iónicos
precisam restaurar
menos iões

Mielinização e condução saltatória dos potenciais de ação. Canais K+ não são representados. Adaptado de:
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Widmaier, Raff & Strang (2014)
1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Geração do potencial de ação

Neurónios aferentes Outros neurónios

• Despolarização inicial para o • A despolarização ao limite é


limiar é alcançado por um devido a um potencial
potencial graduado graduado gerado por inputs
(potencial recetor) sinápticos para o neurónio
• São gerados nos recetores (potencial sináptico)
sensoriais presentes nas • Mudança espontânea no
extremidades periféricas dos potencial de membrana do
neurónios neurónio (potencial de
marca-passo)

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1. Potenciais de membrana
Potencias graduados e potenciais de ação
Geração do potencial de ação

Potencial marca-passo:
 Despolarização gradual da membrana é provocada por de diferentes tipos de
canais de iões na membrana plasmática
 Não existe um potencial de membrana em repouso estável devido à contínua
mudança na permeabilidade da membrana
 A taxa em que a membrana despolariza até o limiar determina a frequência do
potencial de ação

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2. Sinapses

A atividade nas sinapses pode ↑ ou ↓ a probabilidade de um neurónio pós-sináptico


desencadear potenciais de ação na membrana do neurónio pós-sináptico

Sinapse excitatória  O potencial de membrana de um neurónio pós-sináptico é


trazido para mais perto do limiar (despolarizado)

Sinapse inibitória  O potencial de membrana de um neurónio pós-sináptico é trazido


para o seu potencial de repouso ou hiperpolarizado

O nível de excitabilidade de uma célula pós-sináptica em qualquer momento,


depende do número de sinapses ativas a qualquer momento e do número de sinapses
excitatórias ou inibitórias

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2. Sinapses

Convergência  Muitos neurónios pré-


sinápticos podem afetar um único
neurónio pós-sináptico

Divergência  Um neurónio pré-sináptico


pode afetar muitos neurónios pós-
sinápticos

Convergência da entrada neural de muitos neurónios em um único


neurónio, e divergência de saída de um único neurónio em muitos
outros. As setas indicam a direção de transmissão de atividade
neural. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)

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2. Sinapses
Sinapses elétricas e químicas

Sinapses

Elétrica Química

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2. Sinapses
Sinapses elétricas e químicas

As membranas plasmáticas dos neurónios pré-sinápticos e pós-sinápticos estão unidas


por junções comunicantes

• Correntes locais fluem diretamente através da


junção comunicante em dois neurónios

• Comunicação celular é extremamente rápida

Junção comunicante ou junção gap 41


2. Sinapses
Sinapses elétricas e químicas

• Terminal do axónio pré-sináptico contêm as vesículas


sinápticas com neurotransmissores

• A membrana do neurónio pós-sináptico, tem uma alta


densidade de proteínas de membrana

• Um espaço extracelular de 10 a 20 nm, a fenda


sináptica, separa os neurónios pré- e pós-sinápticos,
onde os neurotransmissores são libertados

a) Diagrama de uma sinapse química. Algumas vesículas são encaixadas na membrana pré-sináptica, prontas para serem liberadas. A membrana
pós-sináptica é diferenciada microscopicamente pela densidade pós-sináptica, que contém proteínas associadas aos recetores. (b) As42 sinapses
aparecem em muitas formas. Todos os terminais pré-sinápticos contêm vesículas sinápticas. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
2. Sinapses
Mecanismos de libertação de neurotransmissores

Neurotransmissores libertados do neurónio pré-


sináptico difundem-se através da fenda sináptica,
ligando-se a recetores na membrana plasmática do
neurónio pós-sináptico

Recetores ionotrópicos  canais iónicos


Recetores metabotrópicos  medeiam a abertura de
outros canais iónicos por meio da ativação de uma
proteína G e/ou um segundo mensageiro

(a) Mecanismos de sinalização em uma sinapse química. (b) Visão ampliada mostrando
detalhes da libertação de um neurotransmissor. Iões de cálcio ativam a sinaptotagmina e
proteínas SNARE para induzir a fusão da membrana e libertação de neurotransmissores.
(SNARE - Soluble N-ethylmaleimide-sensitive factor attachment protein receptor). Adaptado
de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 43
2. Sinapses
Mecanismos de libertação de neurotransmissores

44
2. Sinapses
Mecanismos de libertação de neurotransmissores

Efeito excitatório ou inibitório

Tipo de canal iónico aberto ou fechado pela


ligação do neurotransmissor a um recetor na
membrana do neurónio pós-sináptico

Canais iónicos dependentes de um ligando

(a) Mecanismos de sinalização em uma sinapse química. (b) Visão ampliada mostrando
detalhes da libertação de um neurotransmissor. Iões de cálcio ativam a sinaptotagmina e
proteínas SNARE para induzir a fusão da membrana e libertação de neurotransmissores.
(SNARE - Soluble N-ethylmaleimide-sensitive factor attachment protein receptor). Adaptado
de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 45
2. Sinapses
Mecanismos de libertação de neurotransmissores

Se a concentração de neurotransmissor não ligado na


fenda sináptica , o número de recetores ocupados 

Os canais iónicos na membrana pós-sináptica


retornam ao seu estado de repouso quando os
neurotransmissores não estão mais ligados

(a) Mecanismos de sinalização em uma sinapse química. (b) Visão ampliada mostrando
detalhes da libertação de um neurotransmissor. Iões de cálcio ativam a sinaptotagmina e
proteínas SNARE para induzir a fusão da membrana e libertação de neurotransmissores.
(SNARE - Soluble N-ethylmaleimide-sensitive factor attachment protein receptor). Adaptado
de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 46
2. Sinapses
Mecanismos de libertação de neurotransmissores

Um neurotransmissor não ligado é removido da fenda


sináptica quando:
(1) são ativamente transportados de volta para o
terminal pré-sináptico do axónio (recaptação) ou,
por células da glia que se encontram próximas
(2) difundem-se para longe do local do recetor
(3) são enzimaticamente transformados em
substâncias inativas, algumas transportadas de
volta para o terminal pré-sináptico do axónio para
reutilização
(a) Mecanismos de sinalização em uma sinapse química. (b) Visão ampliada mostrando
detalhes da libertação de um neurotransmissor. Iões de cálcio ativam a sinaptotagmina e
proteínas SNARE para induzir a fusão da membrana e libertação de neurotransmissores.
(SNARE - Soluble N-ethylmaleimide-sensitive factor attachment protein receptor). Adaptado
de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 47
2. Sinapses
Sinapses químicas excitatórias

Numa sinapse química excitatória a resposta pós-


sináptica ao neurotransmissor é uma despolarização

O efeito da ativação dos recetores na membrana pós-


sináptica é a abertura de canais que são permeáveis a
Na+ e K+

O movimento destes iões para o neurónio pós-


sináptico, causa o potencial pós-sináptico excitatório
(EPSP)
Potencial pós-sináptico excitatório (EPSP). A
estimulação do neurónio pré-sináptico é marcada
pela seta verde. Adaptado de: Widmaier, Raff &
Strang (2014)
Potencial graduado
48
2. Sinapses
Sinapses químicas inibitórias

Numa sinapse química inibitória a resposta pós-


sináptica ao neurotransmissor é uma hiperpolarização

Potencial graduado designado de


potencial pós-sináptico inibitório (IPSP)

Por vezes em vez de ocorrer um IPSP, ocorre a


estabilização do potencial de membrana para o eu
valor em repouso
Potencial pós-sináptico inibitório (IPSP). A
estimulação do neurónio pré-sináptico é marcada
pela seta verde. Adaptado de: Widmaier, Raff &
Strang (2014)
49
2. Sinapses
Sinapses químicas inibitórias

Os recetores ativados na membrana pós-sináptica


abrem canais Cl- ou K+

• Células que regulam as concentrações


intracelulares de Cl- via transporte ativo  a entrada
de Cl- na célula produz uma hiperpolarização (IPSP)
• Células que não transportam ativamente Cl-  o
potencial de equilíbrio do Cl- é igual ao potencial da
membrana em repouso
Potencial pós-sináptico inibitório (IPSP). A
estimulação do neurónio pré-sináptico é marcada
pela seta verde. Adaptado de: Widmaier, Raff &
Strang (2014)
50
2. Sinapses
Sinapses químicas inibitórias

 da permeabilidade Cl- não muda diretamente o


potencial da membrana, mas  a sua influência

Entradas excitatórias de outras sinapses, não mudam


facilmente o potencial quando os canais de Cl- estão
abertos

Inibição sináptica de células pós-sinápticas onde


ECl é igual ao potencial de membrana em repouso. A permeabilidade aumentada ao K+ na célula pós-
Estimulação de um neurónio pré-sináptico
libertando um neurotransmissor que abre os canais
sináptica, também produz um IPSP (aproximação do
de cloreto (setas vermelhas) não tem efeito direto potencial de equilíbrio do K+)
no potencial de membrana pós-sináptico. No
entanto, quando uma sinapse excitatória é ativada
simultaneamente (setas verdes), o movimento de
cloreto para o célula diminui o EPSP. Adaptado de:
Widmaier, Raff & Strang (2014)
51
2. Sinapses
Integração sináptica

A maioria dos potenciais de ação em neurónios são iniciados pelos efeitos


combinados de muitas sinapses excitatórias

Ex. um único EPSP pode ser de apenas 0,5 mV, enquanto mudanças de cerca de 15
mV são necessários para despolarizar a membrana do neurónio para o limiar

Das milhares de sinapses em qualquer neurónio, centenas estão ativas


simultaneamente ou perto o suficiente para que os efeitos possam ser somados

52
2. Sinapses
Integração sináptica

Experiência:
• As sinapses dos axónios A e B são excitatórios, e a sinapse do axónio C é inibitório
• Existem estimuladores nos axónios A, B, e C para que cada um possa ser ativado
individualmente
• Um elétrodo é colocado no corpo celular do neurónio pós-sináptico que irá registrar
o potencial de membrana

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
potencial de membrana resultante foi registrado na célula pós-sináptica por um microeléctrodo. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 1
• Testa-se a interação de dois EPSPs estimulando o axónio A e então, após algum
tempo, estimulando-o novamente
• Nenhuma interação ocorre entre os dois EPSPs

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
potencial de membrana resultante foi registrado na célula pós-sináptica por um microeléctrodo. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 1
• A mudança no potencial de membrana associado a um EPSP tem vida
relativamente curta
• A célula pós-sináptica volta à sua condição de repouso em alguns milissegundos

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 2
• É estimulado o axónio A pela segunda vez antes do primeiro EPSP terminar
• O 2º potencial sináptico adiciona-se ao anterior e cria uma despolarização maior
do que de uma única entrada

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 2
• Soma temporal  os sinais de entrada chegam da mesma célula pré-sináptica em
momentos diferentes
• Ocorre soma porque há um maior número de canais iónicos abertos

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 3
• O axónio B é primeiro estimulado sozinho para determinar sua resposta, e então os
axónios A e B são estimulados simultaneamente

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
potencial de membrana resultante foi registrado na célula pós-sináptica por um microeléctrodo. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 3
• Os EPSPs resultantes da entrada dos dois neurónios separados também somam no
neurónio pós-sináptico, resultando em um grau maior de despolarização
• Depende da proximidade dos estímulos  soma espacial

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
potencial de membrana resultante foi registrado na célula pós-sináptica por um microeléctrodo. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 4
• A interação de múltiplos EPSPs por meio de soma espacial e temporal podem
aumentar o fluxo de entrada de iões positivos e trazer o potencial de membrana
pós-sináptica para o limiar para que os potenciais de ação sejam iniciadas

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
potencial de membrana resultante foi registrado na célula pós-sináptica por um microeléctrodo. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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2. Sinapses
Integração sináptica

Parte 5
• Os EPSPs e IPSPs são devidos a correntes locais com direções opostas, pelo que se
tendem a anular, assim há pouca ou nenhuma mudança líquida no potencial de
membrana quando ambos os neurónios A e C são estimulados

Interação de EPSPs e IPSPs no neurónio pós-sináptico. Neurónios pré-sinápticos (A - C) foram estimulados nos momentos indicados pelas setas, e o
potencial de membrana resultante foi registrado na célula pós-sináptica por um microeléctrodo. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang (2014)
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2. Sinapses
Integração sináptica
Percurso do potencial sináptico através da membrana plasmática, depende da
resistência da membrana pós-sináptica e da quantidade de carga que se move
através dos canais dependentes de um ligante

(a) A membrana de uma grande área da célula torna-se


despolarizada durante a ativação de uma sinapse
excitatória

(b) A membrana de uma grande área da célula torna-se


hiperpolarizada ou estabilizada durante a ativação
de uma sinapse inibitória

Comparação de sinapses excitatórias e inibitórias, mostrando a direção da corrente através da


célula pós-sináptica após a ativação sináptica. (a) A corrente através da célula pós-sináptica
encontra-se longe da sinapse excitatória e pode despolarizar o segmento inicial. (b) A corrente
através da célula pós-sináptica está de encontro à sinapse inibitória e pode hiperpolarizar o
segmento inicial. As setas nos gráficos indicam o momento do estímulo. Adaptado de: Widmaier, Raff
62
& Strang (2014)
2. Sinapses
Integração sináptica

Entradas de mais de uma sinapse pode resultar na soma de potenciais sinápticos, que
podem então desencadear um potencial de ação

Diferentes partes do neurónio têm limiares diferentes

Em alguns neurónios, os sinais


Segmento inicial possui um dos dendritos, podem ser
Mais canais de Na+
limiar mais negativo (mais potencializados pela
dependentes de
próximo do potencial de presença de canais de Na+
voltagem
repouso) dependentes de voltagem
em partes desses dendritos

63
2. Sinapses
Força sináptica

É influenciada por mecanismos pré-sinápticos e pós-sinápticos

Um terminal pré-sináptico não liberta uma quantidade constante de um


neurotransmissor cada vez que é ativado

Concentração do ião Ca2+

64
2. Sinapses
Força sináptica

Se a remoção de Ca2+ não ocorrer na mesma


medida que a sua entrada, a concentração
de Ca2+ no terminal e, consequentemente, a
quantidade de neurotransmissor libertado
após estimulação subsequente, será maior do
que o normal

Maior o número de canais iónicos


abertos na membrana pós-sináptica

(a) Mecanismos de sinalização em uma sinapse química. (b) Visão ampliada mostrando
detalhes da libertação de um neurotransmissor. Iões de cálcio ativam a sinaptotagmina e
proteínas SNARE para induzir a fusão da membrana e libertação de neurotransmissores.
(SNARE - Soluble N-ethylmaleimide-sensitive factor attachment protein receptor). Adaptado
de: Widmaier, Raff & Strang (2014) 65
2. Sinapses
Força sináptica

A saída do neurotransmissor de alguns terminais pré-


sinápticos é também alterado pela ativação de
recetores de membrana nos seus próprios terminais

Ativação desses recetores pré-sinápticos influencia o


influxo de Ca2+ no terminal e, portanto, o número de
vesículas que libertam neurotransmissores na fenda
sináptica

A estes recetores pré-sinápticos


Uma sinapse pré-sináptica (axo-axónica) entre
pode estar associada uma
o terminal do axónio A e terminal do axónio sinapse axo-axónica
terminal B. A célula C é pós-sináptica à célula
B. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 66
2. Sinapses
Força sináptica

Analisando a figura…
• O neurotransmissor libertado por A liga-se aos recetores
em B, resultando em uma mudança na quantidade de
neurotransmissor libertado de B em resposta aos
potenciais de ação
• O neurónio A não tem efeito no neurónio C, mas tem
uma influência importante sobre o capacidade de B de
influenciar C
• O neurónio A exerce um efeito pré-sináptico na sinapse
entre o neurónio B e C
Uma sinapse pré-sináptica (axo-axónica) entre
o terminal do axónio A e terminal do axónio
terminal B. A célula C é pós-sináptica à célula
B. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 67
2. Sinapses
Força sináptica

Dependendo do tipo de recetores pré-sinápticos


ativados pelo neurotransmissor do neurónio A, o efeito
pré-sináptico pode diminuir a quantidade de
neurotransmissor libertado de B (inibição pré-sináptica)
ou aumentá-la (facilitação pré-sináptica)

Sinapses axo-axónicas como A podem alterar a


concentração de Ca2+ no terminal do axónio B ou até
mesmo afetar a síntese de neurotransmissor no B

Uma sinapse pré-sináptica (axo-axónica) entre


o terminal do axónio A e terminal do axónio
terminal B. A célula C é pós-sináptica à célula
B. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 68
2. Sinapses
Força sináptica

Os recetores no terminal do axónio do neurónio B


podem ser:

Ionotrópicos  o potencial de membrana do terminal é


rápido e diretamente afetado

Metabotrópicos  a alteração da maquinaria sináptica


por segundos mensageiros é geralmente mais lento no
início e mais longo em duração
Uma sinapse pré-sináptica (axo-axónica) entre
o terminal do axónio A e terminal do axónio
terminal B. A célula C é pós-sináptica à célula
B. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 69
2. Sinapses
Força sináptica

Sinapses axo-axónicas são importantes porque


controlam seletivamente os sinais que chegam ao
neurónio pós-sináptico C

Este tipo de sinapse é particularmente comum na


modulação da entrada sensorial, por exemplo, na
modulação das vias da dor

Uma sinapse pré-sináptica (axo-axónica) entre


o terminal do axónio A e terminal do axónio
terminal B. A célula C é pós-sináptica à célula
B. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 70
2. Sinapses
Força sináptica

Alguns recetores no terminal pré-sináptico são ativados


por neurotransmissores ou outros mensageiros químicos,
libertados por neurónios, células da glia próximas ou
mesmo pelo próprio terminal do axónio (autorecetores)

Fornecem um mecanismo de feedback


importante para que o neurónio regule a sua
própria saída de neurotransmissores
(normalmente diminuição – feedback negativo)

Uma sinapse pré-sináptica (axo-axónica) entre


o terminal do axónio A e terminal do axónio
terminal B. A célula C é pós-sináptica à célula
B. Adaptado de: Widmaier, Raff & Strang
(2014) 71
2. Sinapses
Força sináptica

Existem muitos subtipos de recetores para cada tipo de neurotransmissor, operando por
diferentes mecanismos de transduções de sinal

Um determinado mecanismo de transdução de sinal pode ser regulado por vários


neurotransmissores, e os vários segundos mensageiros que afetam um canal podem
interagir uns com os outros

O número de recetores não é constante, variando com a regulação para cima e para
baixo

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2. Sinapses
Força sináptica

A capacidade de um determinado recetor de responder ao seu neurotransmissor pode


mudar:

 Um recetor responde normalmente quando é exposto pela 1ºvez


 Eventualmente a resposta do recetor irá falhar, apesar de o neurotransmissor estar
presente

Dessensibilização

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2. Sinapses
Força sináptica

74
https://www.youtube.com/watch?v=oa6rvUJlg7o

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3. Aplicação dos Conhecimentos
Questões de revisão no Kahoot! – Fisiologia do Sistema Nervoso Humano

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3. Aplicação dos Conhecimentos
Questões para bonificação – Fisiologia do Sistema Nervoso Humano

1. Se o posicionamento dos elétrodos em (a) fosse invertido, o gráfico em (b) ficaria


diferente?

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3. Aplicação dos Conhecimentos
Questões para bonificação – Fisiologia do Sistema Nervoso Humano

2. No sistema hipotético representado na figura, que


estado de equilíbrio resultaria se estivem presentes
simultaneamente canais de Na+ e K+ abertos?

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3. Aplicação dos Conhecimentos
Questões para bonificação – Fisiologia do Sistema Nervoso Humano

3. A diminuição da concentração do K+ no fluído


intracelular em 1 mM têm o mesmo efeito sobre o
potencial de membrana em repouso como
aumentar a concentração do K+ no fluido
extracelular em 1 mM?

Cout = 6  Ek = - 85,27 mV
Cin = 149  Ek = - 89,93 mV

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