FISIOLOGIA – AULA 2 (REMOTO)
Neurofisiologia
Potencial de Ação
O potencial de ação é o mecanismo básico de
transmissão de informação no sistema nervoso e
em todos os tipos de músculo.
Consiste na rápida despolarização seguida pela
repolarização do potencial de membrana.
Impulso elétrico = potencial de ação.
1. Neurônio em repouso, pronto para
responder a um estímulo → representado
por uma diferença de potencial dentro e
fora da célula (intracelular negativo e
extracelular positivo).
2. O estímulo faz com que haja uma
alteração de cargas entre a face interna
e externa da membrana.
3. Há um influxo de cargas positivas para
dentro do axônio que deixa de ser negativo
internamente e passa a ter cargas
positivas na face intracelular e cargas
negativas se acumulam na parte extra
celular → inversão de cargas.
4. Configurando um potencial de ação → que
tem capacidade de se propagar ao longo
do axônio.
5. Conforme o potencial de ação se propaga
a área vai sendo repolarizada → volta
para a configuração de repouso.
Potencial de ação: rápida inversão de cargas que se
propaga ao longo da membrana plasmática e logo
em seguida retorna a sua configuração de repouso.
Potencial de ação = impulso elétrico = impulso
nervoso
Potencial elétrico de uma célula:
• Célula mostrando uma diferença de
potencial elétrico dentro e fora da célula
devido a alta permeabilidade da membrana
ao K+ que tende a sair da célula devido a
força difusional (gradiente de
concentração) e as cargas positivas saindo
da célula se acumulam fora deixando
cargas negativas na face interna.
• Se o canal de sódio estiver aberto em
repouso dando permeabilidade a este íon, o
fluxo iônico vai ser de entrada na célula
(corrente de influxo).
→ K+ e Na+ são importantes tanto para o
potencial de membrana em repouso quanto para o
potencial de ação.
Geração do Potencial de Ação:
→ Para gerar o potencial é ação é preciso um
estímulo.
Estímulo:
1. Corrente elétrica → coração (marcapasso
cardíaco, células do nó sinoatrial que se
auto-despolarizam – geram atividade
elétrica espontaneamente que se propaga
para os outros miócitos cardíacos
estimulando sua contração.
2. Temperatura → receptores térmicos na
superfície da pele que detectam a
temperatura do ambiente e das
superfícies que tocamos – temperatura
estimula os receptores (terminações
nervosas livres) que vão gerar potencial de
ação nos neurônios aferentes que vão
levar a informação até o córtex
somatossensorial, onde a sensação térmica
será interpretada.
3. Químico → quimiorreceptores e
neurotransmissores – neurotransmissor
excitatório (ex. glutamato) que se liga a um
receptor químico vai gerar um potencial de
ação.
4. Mecânico → alteração mecânica da
membrana celular pode servir como
estímulo para geração do potencial de
ação.
→ O estímulo leva a uma alteração da
permeabilidade da membrana.
→ Não importa a natureza do estímulo, o potencial
de ação é sempre um impulso elétrico.
→ Quando ocorrem os estímulos para a geração
do potencial de ação a permeabilidade da
membrana (em repouso permeável ao Na+ e K+) se
modifica, abrindo outros canais iônicos permeáveis
a cátions – geralmente, especialmente em
neurônios, é um canal para Na+, ocorrendo influxo
de sódio para dentro da célula devido ao gradiente
de concentração – entrada de cargas positivas na
célula, fazendo com que o interior da célula fique
positivo.
1. Despolarização – estímulo faz sair da
negatividade em direção à positividade
(+30mv)
2. Repolarização – retorno para a
negatividade
3. Hiperpolarização – interior da célula fica
ainda mais negativo do que no repouso,
seguido por um retorno ao potencial de
repouso.
4. Potencial de repouso – estável em valor
bastante negativo (-90Mv)
4→1→2→3→4
Despolarização:
• Fase de reflexão ascendente.
• Saída da negatividade do repouso.
• Inversão de cargas (interior celular fica
positivo).
• Influxo rápido de sódio pelos canais iônicos
– canais rápidos de Na+ voltagem-
dependente.
o Canal inserido na membrana
plasmática (proteína), que possui
duas comportas: (1) comporta de
ativação (2) comporta de
inativação.
o Durante o repouso encontra-se
em configuração ativável –
comporta de ativação fechada e
de inativação aberta.
o Caso aconteça estímulo o canal
iônico vai se abrir.
o O que faz com que a comporta de
ativação se abra é a voltagem.
o Se tiver um estímulo elétrico que
altere a voltagem intracelular o
canal iônico irá abrir permitindo a
entrada de Na+.
o Cargas positivas irão entrar na
célula causando subida rápida do
potencial de membrana
intracelular.
o A entrada de Na+ para devido o
fechamento da comporta de
inativação, que é fechada e
cessando a entrada de Na+ e o
canal fica no estado inativável.
o Nesse momento não existe
estímulo elétrico que faça o canal
abrir novamente.
o Só voltará a configuração ativável
quando o potencial elétrico voltar
para o repouso – quando o
interior da célula voltar a ficar
negativo a comporta de ativação
vai se fechar e a de inativação vai
abrir e o canal volta a ficar
ativável.
→ O mesmo estímulo elétrico que faz com que o
canal de Na+ se abra é o mesmo que faz ele se
fechar, a diferença é a velocidade de
movimentação das comportas.
• Logo após o estímulo elétrico para
abertura do canal, a comporta de ativação
se abre muito rapidamente, enquanto isso
a comporta de inativação também já
começa a se fechar muito lentamente.
• Até que ela consiga se fechar
completamente uma quantidade
significativa de Na+ consegue entrar na
célula.
→ Caso o canal de sódio não se fechasse o
potencial de membrana intracelular ficaria ainda
mais positivo – segundo a equação de Nerst o
potencial de equilíbrio eletroquímico de Na+ seria de
+61mv e a passagem de sódio continuaria até que
esse potencial fosse alcançado, mas o fechamento
do canal interrompe a passagem de mais sódio.
Repolarização:
→ Para que o potencial de membrana volte a
negatividade não basta somente parar o influxo de
Na+.
• Inativação dos canais de Na+ voltagem-
dependentes.
 • Efluxo de K+ pelos canais de K+ voltagem-
dependentes.
Repouso:
• Acontece a abertura de canais iônicos de
K+ - Canais de potássio voltagem- → Alta permeabilidade ao potássio.
dependentes.
→ Permeabilidade ao sódio.
• Esses canais não são os mesmos que
ficam abertos durante o repouso (canais → Bomba eletrogênica Na+/K+ ATPase. – que tem
de vazamento). sua atividade aumentada para que se
• Os canais de K+ voltagem-dependentes só reestabeleçam as diferenças de concentração
se abrem quando o interior célula fica iônica.
positivo. A positividade intracelular na
Reestabelecimento do gradiente de concentração
despolarização serve como estímulo para a
iônica após o potencial de ação:
abertura dos canais.
• Com os canais abertos ocorre o efluxo de • Bomba Na+/K+ ATPse – importante para
potássio para fora da célula, tirando dela reestabelecer o gradiente de
cargas positivas e fazendo com que o concentração iônica.
potencial de membrana negativo o Com o aumento do Na+ intracelular
intracelular retorne. após o potencial de ação, a
• Os canais de K+ possuem somente uma atividade da bomba aumenta.
comporta que fica fechada quando a célula
está em potencial de repouso e se abre
quando a célula fica com seu interior
positivo.
• Atingindo o potencial de repouso o canal
volta a se fechar.

Potencial de ação – Tudo ou nada:

Hiperpolarização:
→ Existem casos em que os canais de potássio
voltagem-dependentes ficam abertos por mais
tempo, mantendo a permeabilidade da membrana
ao potássio elevada.
→ Mesmo depois que a membrana já chegou ao
repouso, o potássio continua saindo da célula
deixando potencial de membrana mais negativo do
que o potencial de repouso habitual. → Potencial graduado: quando não se gera um
potencial de ação devido à falta de intensidade do
→ O valor de negatividade abaixo do valor de estímulo.
repouso caracteriza a hiperpolarização.
→ Corrente estimuladora: estímulo elétrico para a • No período delimitado desde a
geração do potencial de ação que causará despolarização até praticamente metade
alterações no potencial de membrana. da repolarização não pode ter um novo
potencial de ação gerado = período
• Os estímulos são de intensidade crescente. refratário absoluto.
• Quando o estímulo atingir o limiar (valor de 2. Período refratário relativo: necessário um
potencial de membrana capaz de abrir os estímulo maior do que o normal para gerar
canais responsáveis pela despolarização o potencial de ação.
teremos o potencial de ação. • Excitabilidade da membrana reduzida.
• Caso a intensidade do estímulo não for • Um estímulo acima do limiar consegue
suficiente para alcançar o limiar o potencial gerar um novo potencial de ação, com
é chamado de graduado. menor ritmo de despolarização e menor
• Quando se tem estímulo subliminar tem-se velocidade de propagação.
potencial de ação graduados – alterações • Somente um estímulo intenso é capaz de
na membrana celular que não tem força gerar um segundo potencial de ação, pois o
suficiente para transferir o impulso potencial de membrana está sendo
elétrico e o potencial de ação não é gerado. reestabelecido.
• Caso o estímulo da membrana de uma
célula excitável chegar em uma → Com a repolarização da membrana um estímulo
despolarização até o limiar o potencial de de intensidade normal que atinge o limiar consegue
ação será gerado e o processo de gerar um novo potencial de ação com todas as
despolarização trafega por toda a suas características.
membrana → princípio do tudo ou nada.
• O valor do limiar é um pouco menos
negativo que o potencial de repouso
• O princípio do tudo ou nada se aplica a
todos os tecidos excitáveis normais.
Período Refratário:
→ Período em que outro potencial de ação normal
não pode ser iniciado na célula.
→ O período refratário limita a frequência dos
potenciais de ação e promove a unidirecionalidade
da propagação do potencial de ação.
1. Período refratário absoluto: improvável a
geração de outro potencial de ação, pois os
canais de Na+ voltagem-dependentes estão
no estado inativo.
• Um estímulo por mais intenso que seja não
é capaz de gerar um segundo potencial de
ação, pois os canais de sódio voltagem-
dependentes estão no estado inativo e só
retornarão ao estado ativável após a
repolarização.