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Educação para a Saúde, “É uma atividade planeada com o objetivo de aumentar o conhecimento
ou competências para promover comportamentos saudáveis.”
Promoção da Saúde “any planned combination of educational, political, regulatory and
organizational supports for actions and conditions of living conducive to the health of
individuals, groups or communities.” (Green & Kreuter, 1991, p.432)
A promoção da saúde já engloba a educação para a saúde, ou seja a educação para a saúde tem
como objetivo aumentar o conhecimento das pessoas sobre o comportamento de risco mas a
promoção da saúde engloba mais pontos sobre tudo que diz respeito ao comportamento.
A promoção da saúde é uma combinação educacional e ecológica de ações e condições de viver
com uma conduta saudável.
Comum:
Ambas abordam o papel da educação para a saúde – dar informação
Ambas enfatizam o papel que o individuo tem na sua saúde
Diferente:
Promoção da saúde é mais vasta
Educação para a saúde é mais restrita, porque apenas fornece informação.
Promoção da saúde
Premissa base: os comportamentos são importantes.
Novos conceitos:
- Comportamentos de saúde
- Comportamentos de risco
- Estilo de vida
- Qualidade de vida
- Bem-estar subjetivo
Comportamentos de saúde:
Qualquer atividade executada pelo sujeito com o objetivo de prevenir a doença ou de a detetar
numa fase assintomática, ou com o objetivo de aumentar os níveis de saúde e bem-estar.
Um conjunto de padrões comportamentais, ações e hábitos que se relacionam com a
manutenção da saúde
Saúde:
“Estado de bem-estar físico, mental e social, total, e não apenas ausência de doença.”
Comportamentos de Risco:
Estilo de vida:
Qualidade de Vida:
“Uma avaliação positiva da vida por parte do sujeito e que se relaciona com a saúde e a
qualidade de vida.” (Diener, 1984)
O MCS também assume que uma vasta gama de variáveis demográficas, sociológicas (ex:
escolaridade), psicológicas e estruturais, podem afetar as perceções do individuo (ex:
suscetibilidade, severidade, benefícios e barreiras) e, deste modo, afetar o comportamento
preventivo de forma indireta.
O modelo diz-nos que, para que a mudança comportamental ocorra, as pessoas devem-se sentir
ameaçadas pelos seus padrões de comportamento atuais (suscetibilidade e severidade), e
acreditarem que a mudança para o comportamento de saúde será benéfica num resultado válido
com um custo aceitável, mas também devem sentir-se competentes (auto eficácia) ao realizar a
mudança
A. Suscetibilidade
Existe algum suporte para a associação entre construtos do MCS e o
comportamento preventivo face ao VIH, esperando-se uma correlação positiva
entre a perceção de suscetibilidade e o comportamento preventivo face ao VIH
No entanto, os resultados dos estudos são inconsistentes pois a correlação
positiva entre a suscetibilidade percebida e a prevenção do VIH não tem sido
confirmada em alguns estudos.
Uma das razões para estes resultados inconsistentes é a de que, enquanto as
perceções de suscetibilidade face ao VIH podem potenciar o comportamento
preventivo, estas perceções podem também ser o resultado do comportamento
de risco.
B. Severidade
Na investigação sobre a prevenção do VIH, a severidade percebida tem sido
raramente operacionalizada de modo consistente com a definição do conceito
proveniente do MCS, em parte porque as perceções de severidade do VIH são
geralmente muito elevadas (as pessoas relatam que a SIDA é uma doença
extremamente severa).
Os resultados indicam que a severidade e as barreiras são preditores
significativos da adoção de comportamentos preventivos face ao VIH, sendo
que a severidade era um preditor significativo de ser mais cuidadoso na seleção
dos parceiros íntimos, na redução do número de parceiros sexuais e mudanças
gerais positivas face ao comportamento seguro.
C. Benefícios
Os benefícios percebidos dos comportamentos preventivos face ao VIH também
têm sido relacionados de modo positivo com a prevenção em alguns estudos.
D. Barreiras
Os custos percebidos da prevenção (barreiras) têm sido associados de modo
negativo com o comportamento preventivo.
Assim, as barreiras face à proteção (crenças de que a proteção é embaraçosa)
foram altamente preditivas da não proteção.
Esta relação inversa entre os custos percebidos e a prevenção também tem sido
verificada com outros comportamentos de saúde (e.g., vacinação,
comportamentos de rastreio).
INTERVENÇÃO:
Recolha de informação inicial (pré-intervenção) sobre as crenças de saúde em relação à
suscetibilidade percebida, custos, benefícios, e a criação de intervenções alvo para
modificar as perceções antiprevenção, podem ter resultados positivos na mudança do
comportamento.
A investigação mostrou elevados níveis de vulnerabilidade face a doenças mas uma
elevada perceção dos custos da prevenção em relação aos benefícios.
Uma intervenção pode e deve focar-se no aumento dos benefícios percebidos da
prevenção e na diminuição dos custos percebidos.
As intervenções baseadas no modelo também deveriam incluir uma forte componente
de auto eficácia.
Por esta razão, os autores concluem que o MCS possui um suporte empírico limitado na
área da intervenção comportamental, sendo necessário mais estudos científicos.
Assim, os educadores devem tentar modificar as crenças através da educação sobre a
suscetibilidade pessoal, aumentar a eficácia percebida de métodos de proteção,
abordando também os aspetos relacionados com as barreiras.
Premissa de que os seres humanos são habitualmente racionais e fazem uso sistemático
da informação disponível.
“um modelo cognitivo que descreve o processo de combinar informação de modo a
orientar uma decisão sobre o comportamento.”
Suposições fundamentais
A intenção da pessoa para realizar (ou não realizar) determinado comportamento como um
determinante imediato da ação
Embora as intenções permitam predizer o comportamento, para compreender o comportamento
é necessário identificar os determinantes das intenções.
A intenção prediz o comportamento
Para predizermos o comportamento temos de saber o que está antes das
intenções:
Conhecimento
Normas sociais/ influencias dos outros
crenças
Os indivíduos que se encontram a tomar decisões sobre um comportamento possuem certas
expectativas e crenças sobre as consequências do comportamento e sobre as normas sociais
relativas a esse mesmo comportamento, e baseiam as suas decisões nessas mesmas expectativas
e crenças
As intenções são vistas como os determinantes imediatos do comportamento
Para uma compreensão mais completa das intenções, é necessário explicar porque é que as
pessoas possuem certas atitudes e normas subjetivas
1. As atitudes em relação a um ato preventivo são uma função das crenças sobre as
consequências de realizar o ato (crenças comportamentais) e a avaliação dessas
consequências.
A atitude é uma dimensão avaliativa, que reflete um sentimento geral de agrado nas crenças
comportamentais e na avaliação das consequências do comportamento
2. Normas subjetivas/ sociais relativamente aos atos preventivos – estas são vistas também
como uma função das crenças do que os outros indivíduos ou grupos (ex: família,
amigos íntimos) pensam sobre realizar ou não o comportamento (concordam ou
discordam da adoção do comportamento).
O que constitui a norma subjetiva:
A norma subjetiva reflete a perceção do ator face ao que os outros querem que ele faça
e baseia-se num conjunto de crenças sobre as normas dos outros significativos e na
motivação para se adequarem a essas mesmas normas
A norma subjetiva pode exercer pressão para a realização ou não de determinado
comportamento, independentemente da atitude da pessoa face ao comportamento em
questão.
Desvantagens:
Não é claro que todos os fatores externos à teoria influenciem o comportamento apenas
pelo facto de influenciarem os componentes do modelo
A abrangência da teoria, sendo TAR focada nos elementos motivacionais subjacentes
ao comportamento
Necessidade de adicionar uma medida de prevenção do ator face à sua capacidade de
realizar o comportamento, o que aumentaria a predição da intenção para o
comportamento não volitivo.
“A TAR é útil porque identifica um pequeno conjunto de conceitos que assume explicarem as
relações (ou falta de relações) entre qualquer variável externa e qualquer tipo de comportamento
que se encontra sob o controlo volitivo do indivíduo.”
Critica final:
A TCP aborda o facto de TAR ser muito restrita, permitindo apenas a predição, compreensão e
mudança dos comportamentos de prevenção volitivas.
O MIMCC foi desenvolvido para abordar a necessidade de conceptualizar a informação de
prevenção e as competências comportamentais de prevenção, em adição à motivação da
prevenção, enquanto aspetos fundamentais da predição, compreensão e mudança do
comportamento preventivo.
Vantagens
Esforços preventivos - tentativas para induzir
Atitudes favoráveis
Normas sociais de apoio
Aumento do controlo comportamental nos participantes Confirmada - a
suposição de que as intenções de prevenção dependem das atitudes e
normas e da perceção de controlo
Desvantagens:
TAR prediz razoavelmente bem mesmo para comportamentos que não se
encontram totalmente sob o controlo do indivíduo;
TCP - modelo motivacional
dirige pouca atenção à informação e contextos específicos das
competências comportamentais;
o Implicações
As intervenções devem incluir o treino e role-play de comportamentos
seguros preparatórios
Perceção de controlo comportamental – pode predizer o comportamento
sem a influencia das intenções
A Teoria Sócio Cognitiva (TSC) tem sido aplicada numa variedade de domínios no
âmbito da saúde (Bandura, 1997).
Princípios:
1. Informação (e.g., conhecimento sobre ...) por si só não provoca a mudança
comportamental, sendo necessárias certas competências;
2. A auto regulação eficaz do comportamento requer certas competências;
3. Duas influências na auto regulação do comportamento e na capacidade de usar as
competências:
(1) auto eficácia percebida
(2) expectativas de resultado
4. Os indivíduos envolvem-se em determinados comportamentos quando se sentem
capazes de realizar esse mesmo comportamento;
5. Auto eficácia percebida consiste “nas crenças das pessoas de que conseguem exercer
controlo sobre a sua própria motivação, processos de pensamento, estados emocionais e
padrões de comportamento” (Bandura, 1994; p. 26)
Como?
praticar o comportamento em questão (e.g., role-play) em
contextos progressivamente mais difíceis
feedback informativo
o Quanto mais elevada for a auto-eficácia percebida, maior o sucesso na manutenção do
comportamento de saúde (Bandura, 1992).
E.G., Programas de prevenção Bryan, Aiken e West (1996) - ensinam a exercer
o controlo autoprotetor.
Resultados:
As medidas dos mediadores sócio cognitivos (auto eficácia específica; expectativa de
resultado– físicas, sociais e de auto avaliação; conhecimento; avaliação das
competências de uso) foram mais elevadas no grupo de intervenção quando comparado
com o grupo de controlo.
Conclusões e análises
TSC - suporte empírico enquanto modelo de mudança de comportamento para um
conjunto de comportamentos não saudáveis.
Vantagens e Limitações:
Abrangência - modelo relativamente abrangente dos determinantes do
comportamento preventivo.
TSC permanece incompleta no âmbito das inter-relações entre os determinantes
hipotetizados do comportamento preventivo.
Relatado suporte empírico para determinadas relações univariadas.
A multiplicidade de constructos da TSC sugere que este modelo pode não ser o
mais simples.
Tradução do modelo em intervenções de redução do risco - a TSC não se traduz
rapidamente numa intervenção abrangente.
A aplicação da TSC ao domínio da redução do risco tem considerado intervenções
inspiradas na TSC e não em testes do próprio modelo.
A TSC contém a maioria ou todos os elementos associados com as intervenções
eficazes.
Em suma:
Os constructos do modelo são considerados determinantes do comportamento
preventivo em várias populações e comportamentos preventivos;
Estes constructos devem possuir um conteúdo relevante para as necessidades de
prevenção de determinadas populações e práticas preventivas.
Alguns fatores causais específicos e relações causais entre eles, poderão ser
determinantes mais poderosos para determinadas populações e para comportamentos
preventivos.
Aplicação do modelo à prática - três passos:
Elicitação
Intervenção
Avaliação
1º - Elicitation Research
Identificar de modo empírico:
nível de conhecimento
os fatores que determinam a motivação da população para reduzir o risco
as competências comportamentais que a população possui
2º - Intervenções apropriadas à população para produzir mudanças no conhecimento,
motivação e competências comportamentais
3º - Investigação de avaliação determinar se a intervenção produziu mudanças a curto
ou longo prazo nos determinantes do comportamento preventivo e no comportamento
preventivo.