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DESENVOLVIMENTO DE
EQUIPES DE ALTO
DESEMPENHO
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cenário externo, que é aquele em que o indivíduo está inserido. É isto que faz
com que as pessoas ajam e pensem diferentemente, apesar de receberem os
mesmos estímulos.
O comportamento é baseado na interpretação concebida da sua realidade,
e não da realidade em si. Somos regidos pelos nossos modelos mentais, ou seja,
as formas pelas quais aprendemos e entendemos que o mundo funciona,
perfazendo nossas crenças.
Sempre tem um pouco de nós mesmos no mundo que vemos. Peter
Senge (1999) diz que “são os modelos mentais de cada indivíduo que definem
sua maneira de perceber o mundo e o que está ocorrendo ao seu redor, ou seja,
definem como ele pensa e age”.
Os modelos mentais são o caminho a seguir, o norte, como o próprio
indivíduo define seu caminho, sendo de suma importância. Quando os modelos
mentais não são atualizados, as pessoas sofrem na convivência. Um dos
melhores meios de mudanças e atualização do modelo mental é o
autoconhecimento, a reflexão e a investigação pessoal.
De maneira geral, todo homem tem uma inquietação, que é a busca
incessante pela supressão das suas necessidades. A compreensão de como os
estímulos se transformam em necessidades e, posteriormente, em
comportamentos, facilita o entendimento da dinâmica motivacional.
A motivação funciona de maneira cíclica, e o ciclo motivacional é um
composto de fases alternantes e repetitivas que demonstra biologicamente como
as pessoas tendem a buscar seu estado de equilíbrio.
O ciclo motivacional humano entende que todo corpo está em equilíbrio
ou em busca desse equilíbrio, começando a partir do momento que este é
ameaçado ou interrompido por um estímulo.
O estímulo advém dos sentidos e, na maioria das vezes, se transforma em
uma necessidade. Entre a pessoa ter uma necessidade e efetivamente se
motivar a fazer uma ação, ter um comportamento que leve à supressão desta
necessidade, existe um estado de tensão. Essa tensão pode ser por incapacidade
técnica, humana, de tempo, financeira ou até mesmo a reflexão (se vale a pena
suprir a necessidade, ou não), se ela é urgente, importante etc.
A tensão causa sofrimento, pois toma o lugar do equilíbrio e costuma se
manter até o momento que a necessidade se supre e se transforma em
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satisfação. Quando alcançamos a satisfação, o corpo volta ao estado de
equilíbrio até que este seja novamente interrompido por um estímulo.
Equilíbrio
Frustração
Estímulo ou
Compensação Satisfação
Incentivo
Comportamento
Necessidade
ou ação
Tensão
Vale ressaltar que existe quebra neste ciclo motivacional, e nem todas as
necessidades são satisfeitas. Em alguns momentos pode existir a frustração e a
compensação.
A frustração acontece quando algum problema impede a satisfação,
fazendo com que esta necessidade continue pendente, resultando a perpetuação
da tensão e sentimento de frustação e da não conclusão do objetivo. Já a
compensação acontece quando, mesmo que esta não possa ser satisfeita, é
encontrada uma outra maneira de compensar a necessidade por outra.
O entendimento do ciclo motivacional é deveras importante nas equipes de
alta performance, pois facilita a satisfação das necessidades com o intuito de
motivar os iniciantes a serem mais produtivos.
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Ele traz que as necessidades são estruturadas de maneira hierárquica e
por ordem de importância, fazendo com que, ao satisfazer uma necessidade, já
tenhamos outra em mente a ser suprida.
Para alcançar um novo nível, o anterior precisa estar parcialmente
satisfeito, pois, quando satisfeito, deixa de ser motivador, fazendo com que o
próximo nível tenha destaque motivacional.
Os primeiros quatro níveis da pirâmide (fisiológico, segurança, social e
estima) podem ser satisfeitos por aspectos extrínsecos ao ser humano, e não
exclusivamente por sua vontade. Já a necessidade de realização pessoal nunca
acaba, ou seja, quanto mais a saciamos, mais ela aumenta.
Outra particularidade é que as necessidades fisiológicas já nascem com a
pessoa e ela precisa saciá-las para garantir sobrevivência, as demais são
adquiridas no meio. As necessidades primárias se satisfazem mais rápido que as
secundárias.
A Teoria da Hierarquia das Necessidades afirma que as necessidades
mais elevadas na pirâmide influenciam o comportamento dos membros de uma
equipe de alta performance, já as necessidades mais baixas estão satisfeitas de
alguma maneira. É importante identificar em que nível hierárquico a pessoa está,
a fim de satisfazer esta necessidade específica prioritariamente.
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atividades, do poder sobre os resultados, o desconhecimento sobre seus pares e
superiores no trabalho e até a possível perda emprego.
Em verdade, a resistência é um comportamento natural diante de
mudanças, e visa proteção em relação aos efeitos que podem ser nocivos. Os
resistentes costumam ser vistos como empecilhos que devem ser eliminados em
favor de atingir os objetivos. Quando isto acontece, outro fenômeno grupal
também surge, que é a dissonância entre fala e comportamento. As pessoas
podem até se mostrar aptas à mudança, mas seus comportamentos são
resistentes. Isto faz com que a empresa tenha um problema a ser resolvido - que
é o desconhecimento claro das fontes de resistência - tornando a administração
mais difícil e alterando toda a cultura organizacional.
Temos dois tipos de resistência às mudanças entre membros de equipes
de alta performance: resistências objetivas e subjetivas. As objetivas são
facilmente explicitadas na equipe e podem ser discutidas entre os membros de
grupo, facilitando sua resolução. As resistências subjetivas, que têm cunho mais
emocional, exigem tratamento delicado e costumam acontecer por:
• Interesses pessoais;
• Incertezas na equipe;
• Falta de entendimento e confiança;
• Percepções diferentes;
• Falta de tolerância à mudança;
• Rejeição da fonte da mudança;
• Hábitos instalados.
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No âmbito organizacional, a comunicação tem diversas funções, sendo
elas:
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e nos relacionamentos. Esse conceito pode se aplicar a interações entre
indivíduos, grupos ou organizações.
É difícil entender a complexidade da personalidade humana, especialmente
em suas relações com os outros. Os quatro retângulos abaixo poderão nos ajudar
a conceituar o processo da percepção de um indivíduo em relação a si mesmo e
aos outros. Esta representação é chamada Janela de Johari e ilustra as relações
interpessoais e os processos de comunicação em grupos.
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• Área secreta – Representa coisas sobre nós mesmos, que conhecemos,
mas que escondemos dos outros, podendo variar dentre assuntos
inconsequentes até os de grande importância. Numa situação fechada, é
provável que haja muito mais deste aspecto do que numa situação aberta.
A pessoa que conta tudo sobre si mesma a alguém totalmente estranho ou
a um vizinho, por exemplo, pode estar agindo assim por incapacidade de
comunicação satisfatória com pessoas que significam muito para ela.
• Área desconhecida – Inclui coisas das quais não estamos conscientes e
das quais nem os outros o estão. Constitui-se de memórias de infância,
potencialidades latentes e aspectos desconhecidos da dinâmica
intrapessoal. Algumas coisas estão muito escondidas e talvez nunca se
tornem conscientes; outras, mais superficiais, e, com o aumento da
abertura e feedback, poderão se tornar conscientes.
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O colaborador se energiza desta maneira e busca este tipo de ambiente,
pois é o que lhe traz estímulo e motivação. Ambientes motivadores costumam:
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• Feedback – Análises sobre o trabalho do funcionário devem ser periódicas,
compreendendo pontos positivos, negativos e de melhoria. Isso
proporciona a percepção de que seu trabalho é importante.
• Relação de confiança – Estímulos à criação de vínculos e engajamento
entre empresa e funcionário podem ser feitos desde o reconhecimento por
um trabalho até a celebração de uma meta.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
_____. A força e o poder das equipes: Como formar, liderar e manter equipes
com alta performance e com força para assumir riscos e desafios. São Paulo:
Makron Books, 1994.
RIZZI, M.; SITA, M. Ser mais com equipes de alto desempenho: Como recrutar,
selecionar, treinar, motivar e dirigir equipes para superar metas. São Paulo:
Editora Ser Mais, 2012.
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