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Curso de Liderança e Gestão de Equipas

4. A Motivação

Financiado pelo Fundo Social Europeu

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4. A Motivação

Índice

4.1. A teoria motivacional de Maslow.......................................03


4.2. Motivação vs frustração.....................................................05
4.3. Características das pessoas altamente motivadas...........07
4.4. Condições psicológicas que conduzem a comportamentos
desmotivantes..........................................................................08
4.5. Comportamentos mobilizadores da motivação.................09
4.6. A técnica da reavaliação como estrutura de comunicação
motivante.................................................................................10
Bibliografia................................................................................13

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4.1. A teoria motivacional de Maslow


Existem várias teorias motivacionais, mas aqui iremos abordar aquela que
consideramos a mais emblemática.

Maslow ( 1908- 1970) foi um dos maiores especia-


listas em motivação humana, apresentou uma teo-
ria motivacional que pressupõe a hierarquização das
necessidades humanas, sendo as mais baixas as fi-
siológicas e as mais elevadas as de auto-realização.

No seu livro Motivation and Personality, Maslow desenvolveu um esque-


ma, em pirâmide, para explicar a intensidade de certas necessidades hu-
manas. Segundo esse autor, é necessário que certas necessidades este-
jam satisfeitas para que se possa sentir outras e nem todos os indivíduos
alcançam o topo da pirâmide, ficando estagnados num dos patamares,
que passaremos a enunciar.

Claro que o primeiro patamar está reservado às necessidades fisioló-


gicas, onde estão agrupadas as necessidades humanas básicas para a
sobrevivência - alimentação, roupa, um tecto, entre outras...

Maslow afirma:“Para um homem extremamente e cronica-


mente faminto, a Utopia pode ser simplesmente definida
como um lugar onde há abundância de alimento. Ele ten-
de a pensar que, se apenas tivesse a garantia de alimento
o resto da vida, seria perfeitamente feliz e não quereria
nada mais: A sua vida tende a ser definida em termos de
comer (…) Liberdade, amor, respeito, etc., tudo pode ser
posto de lado, como bugigangas inúteis já que não en-
chem o estômago”

Num segundo patamar, encontramos, as necessidades de segurança,


de estar livre do medo e de perigo físico. Incluem-se aqui as preocupações
com o futuro, com a estabilidade no emprego, na medida em que é ele que

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lhe garante a casa, comida e vestuário, itens pertencentes às necessida-


des fisiológicas, que como já vimos são as básicas e fundamentais.

Num terceiro patamar, e pressupondo que as necessidades fisiológicas e


de segurança estão satisfeitas, encontram-se as necessidades sociais.
Como as pessoas são seres sociais, sentem necessidade de pertencer a
vários grupos e de serem aceites por eles.
O facto do Homem ser um animal social é uma realidade complexa, de
onde se verifica que o homem só se realiza completamente quando em
grupo ou equipa.

Depois de aceite na organização, o indivíduo tem satisfeita a sua necessi-


dade social e passa ao patamar seguinte, o da necessidade de estima,
tanto de auto-estima como de reconhecimento por parte dos outros.
A maioria das pessoas tem necessidade de uma elevada valorização de
si mesmas, de reconhecimento e respeito dos outros. Quando satisfeita,
desta necessidade resulta sentimentos de auto-confiança, de prestígio, de
poder, de controle, de utilidade e de influência no meio onde se movimen-
ta.

Finalmente, chegamos ao último patamar, o da necessidade de auto-rea-


lização - necessidade que as pessoas sentem de maximizar o seu próprio
potencial.

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4.2. Motivação Vs Frustração

Motivação e frustração andam de mãos dadas, pelo que não


se pode referir uma, sem referir a outra. Estes dois fenóme-
nos são próximos, pois a frustração resulta da não satisfação
de uma necessidade ou desejo.

A frustração é visível através de vários comportamentos, a saber:

Agressividade
O indivíduo apresenta uma tendência para se comportar violentamen-
te. A intensidade dos seus actos é afectada pelo grau de frustração.

Racionalização
Consiste em raciocínios lógicos para justificar a incompetência ou
fracasso.

Projecção
Trata-se de um mecanismo que consiste em ver nos outros, carac-
terísticas ou comportamentos que são seus, sem que os admita. Por
exemplo quando um indivíduo afirma que a criancinha não gosta de
gelados, quando, na verdade, é ele próprio quem não gosta.

Regressão
Consiste em recuar no tempo e ter os comportamentos que tinha
numa fase anterior da vida que foi positiva e da qual tem boas recor-
dações.

Resignação
Apesar da revolta que possa sentir, o indivíduo aceita a situação, sem
exteriorizar o que verdadeiramente sente.

Fuga
Os indivíduos fogem à situação e isolam-se.

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Transferência
Este mecanismo transpõe para alguém, que será o “bode expiatório”,
a raiva que um indivíduo sente.

Compensação
Quando o indivíduo que frustrado canaliza todas as suas energias
para uma actividade em que tenha sucesso, podendo ser o alvo das
atenções nessa situação.

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4.3. Características das pessoas altamente motivadas

Existem características que facilmente denunciam os indivíduos que estão


motivados:

Estabelecem metas moderadamente difíceis mas potencialmente


atingíveis;

Estão mais preocupadas com a realização pessoal do que com a


recompensa do sucesso;

Sentem maior alegria por obter uma vitória ou resolver um proble-


ma do que por qualquer dinheiro ou prémio;

Gostam de comparar as suas realizações com as das outras pes-


soas;

Preferem o feedback referente a tarefas do que o feedback social


ou de atitudes;

Querem saber o resultado das suas actividades;

Confiam nos seus esforços e capacidades.

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4.4. As condições psicológicas que conduzem a


comportamentos desmotivantes

Existe um conjunto de factores do foro psicológico que favorece o apareci-


mento de comportamentos desmotivantes:

Desvalorizar as suas capacidades para resolver problemas;

Dizer para si próprio: “ não vou conseguir”;

Olhar para uma situação já passada e que foi frustrante e acre-


ditar que vai ser sempre assim;

Bloquear a actividade respiratória e acelerar o ritmo cardíaco;

Desligar-se da realidade presente;

Exagerar a dificuldade da situação;

Aumentar o poder dos outros, diminuindo o seu próprio poder e


importância.

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4.5. Comportamentos mobilizadores da motivação


Da mesma forma que existem factores psicológicos que influenciam o apa-
recimento de comportamentos desmotivantes, existem também comporta-
mentos que são catalisadores da motivação, a saber:

Fazer uma lista dos seus recursos e capacidades relevando os


seus pontos fortes;

Procurar uma imagem ou situação onde teve sucesso e revê-


-la;

Dizer a si próprio palavras estimulantes motivadoras e tranqui-


lizadoras;

Fazer uma coisa de cada vez. Confie nas suas capacidades.


Deixe o passado; concentre-se no futuro;

Respirar devagar e prolongadamente. Descontrair-se;

Desdramatizar a situação e confiar em si;

Reapropriar-se do seu próprio poder. Não exagerar o poder dos


outros;

Fixar um objectivo e visualizar o sucesso decorrente da sua


consecução.

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4.6. A técnica da reavaliação como estrutura de co-


municação motivante

Existem várias técnicas para estimular a motivação, no entanto, uma que


indicamos aqui, pela sua simplicidade e facilidade de aplicação é a da
reavaliação. Consiste em ajudar a outra pessoa a evoluir, indicando-lhe
elementos positivos da sua experiência.

Repare-se nos dois casos retirados do livro de M. Odete Fachada, Psico-


logia das Relações Interpessoais:

1º CASO
Um jovem técnico a trabalhar há pouco tempo numa empresa
perdeu um negócio, no valor de 50.000 €. O jovem surge junto
do seu chefe muito nervoso e diz: compreendo que me queira
demitir.

O chefe olha para ele e diz:


- Não brinque! Acabei de gastar 50.000 € na sua formação.

2º CASO
Luísa é uma jovem funcionária, responsável pelo serviço de in-
formática numa empresa. Ela está a preparar um novo sistema

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de informática que vai brevemente apresentar às chefias da em-


presa.

Ela está muito receosa porque teme receber críticas.

A sua colega de trabalho, vendo-a tão ansiosa e receosa, disse-


-lhe:

- Se eles te colocarem questões e te solicitarem depois da in-


tervenção é porque precisam da tua ajuda. Se eles não fizerem
reparo nenhum, nem colocarem nenhuma questão, então sim,
seria porque não estiveram interessados na tua exposição.

Nestes dois casos, podemos verificar que se aplica o que bloqueia ou fa-
vorece a iniciativa, de acordo com o que se expõe no quadro:

O que bloqueia a iniciativa O que favorece a iniciativa


Aprende-se com os erros conservan-
Não ter direito a errar.
do o apoio do superior
Cada um detém uma parte pertinente
Uma pessoa sabe… outra não sabe.
do saber.
Só há uma maneira de fazer correcta- O subordinado encontra a sua própria
mente: é como faz o chefe. maneira de se realizar
O responsável só se preocupa com o
Objectivos ambiciosos e realistas
curto prazo.
A iniciativa é privilégio do responsável. Todos podem ter iniciativa
Não executar mais do que uma função Confiar em missões abertas. Estar
limitada. disponível.
Ensinar a aprender. Descobrir por si mesmo.
Adaptação, inovação e desenvolvi-
Condicionamento e conformismo
mento

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A significação positiva de cada acontecimento, “ver as coisas pelo lado po-


sitivo” é um conselho popular altamente motivador. Repare nos exemplos
abaixo.

AFIRMAÇÕES REAVALIAÇÃO POSITIVA


Ele dá a sua opinião acerca do pro-
Um cliente critica o seu produto
duto.
Ele é persistente e vai até ao fim com
Ele está obstinado.
as suas ideias.
Adquiriu uma boa experiência e vai
O colaborador não conseguiu um bom
fazer tudo para não cometer erros se-
contrato
melhantes.
A seguir a uma reunião sindical foi cha- Vai ter a possibilidade de expor as
mado à direcção para denunciar o que suas ideias e falar da situação; boa
se passou no sector. oportunidade.
Está furioso porque um acidente parvo
Vai poder descansar um pouco e re-
o obriga a estar de cama, uma sema-
flectir sobre a sua vida.
na.
É um bom momento para repensar o
Falhou no exame profissional. seu percurso profissional e possíveis
causas de insucesso.
Foi ao médico e mostrou-se forte; vai
O seu filho deu uma queda e ficou um
curar-se e irá evitar situações seme-
pouco dorido e ferido.
lhantes.
Adaptado de Fachada, M. Odete in Psicologia das relações interpessoais.

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Bibliografia

Bergamini, C. Whitaker, Motivação, 2ªed, S.Paulo, Ed. Atlas,


1989.

Fachada, Maria Odete, Psicologia das Relações Interpessoais


Vol II, 6ª ed.,Lisboa, Rumo, 2003.

Lima, Lauro de Oliveira, Dinâmica de grupo, 6ª ed, Rio de Janei-


ro, Ed. Vozese, 1979.

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