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Argumento: A polarização política e a impossibilidade do

diálogo - Eleições Presidenciais 2022

“Quanto mais polarizada é uma sociedade, mais burra, autoritária e menos


democrática ela é. O Brasil é exemplo disso” como ideia a frase do mestre e
doutor em Filosofia pela USP, Andrés Bruzzone.

Uma convicção pode ser a mais perversa das prisões.

A Polarização é quando duas convicções diferentes ocupam todos os espaços


do debate político. É no momento que a política passa a ser uma mera colisão
entre posições que se excluem, sem pontos em comum. Quando não há um
adversário, e sim um inimigo e o debate se faz impossível.

Uma vez que as mensagens transitassem por canais paralelos, as palavras são
exatamente iguais, mas passam a significar coisas diferentes dependendo de
quem fala.

Paramos de ouvir, não interessam os argumentos. Se foi alguém que é da minha


posição, vou defender sem questionar. Mas se for do outro lado, nego e rebato.

As posições são sempre no branco ou preto, não existem nuances.

Assim como citado por Steven Levitsky e Daniel Ziblatt no best-seller “Como as
democracias morrem”, a democracia requer respeito a regras comuns,
reconhecimento da legitimidade dos adversários, tratando os como legítimos
dentro de uma disputa igualitária, tolerância e diálogo.

O excesso de polarização compromete todos esses quesitos. Em uma sociedade


concentrada em dois lados radicalizados, adversários são vistos como inimigos,
o diálogo não é incentivado as vezes é até condenado e transgredir as regras
parece justificável.

A respeito dos efeitos deletérios da polarização, há quem considere que ela


tenha aspectos benéficos. Nelson Ferreira Marques Júnior, doutor em história
política do Brasil, defendeu essa posição em um artigo publicado no jornal Folha
de S. Paulo. Segundo ele, a divisão da sociedade em dois polos distintos faz
parte do desenvolvimento da democracia e não pode ser considerada um mal
em si. A disputa política seria a única forma de construir conhecimento e
encontrar soluções para problemas comuns. A polarização passa a ser negativa
quando é “contaminada pelo ódio e pelos discursos generalistas nutridos apenas
pelo senso comum”. Ou seja, enquanto ela está dentro dos “parâmetros
democráticos”, não deve ser condenada.

O jornalista americano Ezra Klein, autor de “Why we are polarized”, aponta que
a polarização e o crescente distanciamento entre democratas e republicanos
teve uma consequência positiva: a adoção, por parte dos democratas, das
chamadas pautas identitárias, especialmente a luta contra o Racismo, dando
força ao movimento Black Lives Matter.

Esse projeto tem como objetivo trazer uma visão histórica, visando conflitos
políticos ao longo da história do Brasil para buscar entender a polarização
política de hoje, a falta de diálogo utilizando as influências internas e externas
que interferiram nesse conflito, a fim de analisar e entender também as possíveis
consequências ao país devido a polarização na política, se é possível e como é
possível reverter essa situação.

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