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Hoje venho falar um pouco sobre o poema “Em todos os jardins”, que vou agora

passar a citar:
Em todos os jardins hei-de-florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.

Um dia serei eu o mar e a areia,


A tudo quanto existe me hei-de-unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia,
Esse abraço que um dia se há-de-abrir

Então receberei no meu desejo


Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo

Então serei o ritmo das paisagens,


a secreta abundância dessa festa
que eu via prometida nas imagens.

Este poema foi escrito por Shopia de Mello Breyner Andresen, esta mulher nascida a 6
de novembro de 1919 e falecida a 2 do julho de 2004, foi uma das mais importantes
poetisas portuguesas do século 20. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais
importante galardão literário da língua portuguesa, o prémio Camões em 1999.
Neste poema o sujeito poético exprime um sentimento futurista, pois observamos que
nas quadras ele diz que gostava de poder voltar ao mar, estar de novo com a natureza
e poder voltar ás suas origens. contudo no terceiro verso ele usa o eufemismo para
dizer que só possuirá todos os mares e todas as suas praias depois da sua morte.
Nos tercetos entende-se que o sujeito poético ao concretizar o seu desejo, que era de
se juntar á natureza, ele passaria a fazer parte da paisagem natural.
Eu acho que este poema se assemelha com os “Alegres campos, verdes arvoredos” de
Luís de Camões, pelo simples facto de que em ambos os poemas a natureza é vista
como um sitio ameno e agradável.
Este poema é um soneto, com 2 quadras e 2 tercetos, com 14 versos decassilábicos e o
esquema rimático é abab baba ede ede, com rima cruzada.7

Para concluir eu acho que Sophia tal como Camões encontra na natureza a perfeição e
a harmonia que tanto deseja encontrar entre os homens. Pois é nos quatro elementos
primordiais- terra, água, ar e fogo, que encontra a beleza poética.

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