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Rima
O mais elementar dos recursos sonoros, a rima torna dois ou mais versos
agradáveis porque eles terminam com o mesmo som. Por exemplo, "mente" e
"sente" terminam com o som "-ente". Observe esses versos de Fernando
Pessoa, do poema "Autopsicografia": "O poeta é um fingidor. Finge tão
completamente que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente." Os
versos que terminam com o mesmo som, ou seja, rimam.
Mas nem toda poesia rima: grandes poetas como T. S. Eliot, Shakespeare e E.
E. Cummings frequentemente escreviam em versos livres ou brancos, que não
usam rima.
Ritmo e métrica
Apesar de menos óbvia que a rima, a métrica é essencial para a poesia
tradicional. A métrica organiza as sílabas em cada verso de modo que os
acentos ou a ênfase recaiam no mesmo lugar. Por exemplo, observe este
trecho de Casimiro de Abreu: "No berço pendente de ramos floridos, Em que
eu pequenino feliz dormitava"
Os dois versos seguem um padrão de sílabas fracas seguidas de sílabas
fortes: "no BERço penDENte de RAmos floRIdos, / em que EU pequeNIno
feLIZ dormiTAva..." Consequentemente, o poema é metrificado.
Repetições
Alguns poemas repetem palavras ou frases diversas vezes. "O corvo", de
Edgar Allen Poe, repete a frase "nunca mais" no último verso em 11 estrofes.
Uma estrofe termina com "Como te chamas tu na grande noite umbrosa?" / E o
corvo disse: "Nunca mais"; e outra estrofe termina com "Só lhe ficou, na
amarga e última cantiga, / "Esse estribilho: "Nunca mais" (tradução de
Machado de Assis). Ao repetir "nunca mais", Poe enfatiza o sofrimento do
narrador do poema por não poder retomar o passado.
E o mais legal é que aqui, o poetinha Vinicius não promete aquele amor eterno,
mas temos, sim, a promessa de que o amor será vivido em sua plenitude. O
que acaba sendo mais intenso e proveitoso. Interpretações à parte, confira um
trecho desse importante poema brasileiro:
A primeira coisa que você precisa saber é que Pasárgada realmente existiu,
não é um nenhum delírio lírico de Manuel Bandeira. Pasárgada foi a capital do
Primeiro Império Persa. E segundo, o poema é bem direto mesmo, num anseio
de fugir do presente ruim que vivia, Bandeira brandou que desejaria fugir para
bem longe:
Uma poesia tão enorme só poderia ser uma coisa autobiográfica, afinal, além
de sentimentos, o que mais os poetas conhecem que não a si próprios?
Mas Poema Sujo também é uma representação social e política dos anos 70,
no Brasil.
Sua lírica simplista nos fazer sentir acolhido, como se ela sentasse ao nosso
lado e tivesse aquela conversa de avó e netos, contando a importância de
saber compartilhar e viver a vida de maneira simples, porém honesta.
Não sei…
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
7 - Retrato, Cecília Meireles
Cecília Meireles é, talvez, a escritora brasileira mais intimista que conhecemos.
Suas obras trazem sempre aquela sensação de que ela se transforma nas
personagens e cria uma narrativa bem realística, como quem conta o que está
acontecendo naquele exato momento, mas vendo de fora.
Retrato é mais uma dessas obras autobiográficas, que trata do tempo, dos
sentimentos antagônicos do passado e presente.
Em O tempo, Quintana traz uma reflexão sobre a passagem desse agente vital,
daquilo que se aprende com as nossas experiências e o que perdemos com
coisas supérfluas.
(...)
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…
(...)
Nos contos de Amora, estão presentes temas como relações homossexuais entre
mulheres, o medo da descoberta, o maravilhamento dessa descoberta, o encontro
com o próprio eu, o desejo de transformação. Os contos de Natalia B. Polesso
desestabilizam as estruturas padronizadas da sociedade na qual vivemos, que é
preconceituosa, machista, patriarcal e tremendamente careta.
Essa obra consagrou Nélida Piñon como uma das melhores vozes da literatura
brasileira, ao lado de autoras como Clarice Lispector, Lygia Fagundes Teles,
Rachel de Queiroz e Cecília Meireles, por exemplo. O livro é composto por 13
contos curtos. Os texto são repletos de lirismo, erotismo e, ao mesmo tempo, de
racionalidade, crítica e humor. Nos contos, uma manipulação política da linguagem
está presente, mostrando a importância que as palavras têm, bem como suas
capacidades.
Sim, o nome do livro é esse, não há nada de errado com ele. A curitibana Luci
Collin faz um tremendo trabalho de linguagem em seus contos. Ela abala as
estruturas tradicionais. Debocha dos estereótipos existentes na construção de
personagens. Quebra expectativas. Faz metaliteratura. Questiona sobre o que é
literatura de autoria feminina. Ri dos clichês e dos discursos tediosos.
Dentre todas elas, a mais numerosa é a dos substantivos. Por isso, entender bem os
seus conceitos e variações é de fundamental importância para escrever bem.
Sendo assim, podemos classificar o significado de “substantivo” como uma variável que
existe para dar nome:
Tipos de substantivos:
De acordo com a norma culta, os substantivos são classificados em nove tipos
diferentes: comum, próprio, coletivo, abstrato, concreto, composto, simples, derivado e
primitivo.
1. Substantivo comum
O substantivo comum refere-se a qualquer ser ou objeto de uma determinada
espécie sem particularizá-lo.
Exemplos:
mulher;
gato;
cachorro;
caneta;
jornal;
cidade.
2. Substantivo próprio
O substantivo próprio particulariza e destaca algum ser em particular dentro de
determinada espécie. Geralmente, é escrito com letra maiúscula.
Exemplos:
Maria;
Japão;
Ceará;
Atlético.
3. Substantivo coletivo
O substantivo coletivo existe para designar um conjunto ou pluralidade de seres da
mesma espécie.
Exemplos:
flora;
multidão;
cardume;
floresta;
manada.
4. Substantivo abstrato
O substantivo abstrato nomeia ações, qualidades, sentimentos e estados que dependem
de outro ser concreto para existir.
Exemplos:
beleza;
ensino;
bravura;
pobreza;
alegria.
5. Substantivo concreto
O substantivo concreto serve para nomear seres que possuem existência própria e
independente.
Exemplos:
lápis;
mulher;
cachorro;
gato.
6. Substantivo composto
O substantivo composto é formado por mais de um elemento, por meio da
“composição de palavras”.
Exemplos:
couve-flor;
louva-a-deus;
guarda-roupa.
7. Substantivo simples
O substantivo simples representa nomes formados por apenas uma palavra.
Exemplos:
terra;
sapato;
água;
amor;
cheiro.
8. Substantivo derivado
O substantivo derivado é formado a partir de outras palavras.
Exemplos:
livraria;
noitada;
aguaceiro;
pedregulho.
9. Substantivo primitivo
Ao contrário do derivado, o substantivo primitivo é único e não deriva de outras
palavras, mas pode originar diferentes termos.
Exemplos:
livro;
noite;
água;
pedra.
Como você pode perceber, é possível que um mesmo substantivo possua várias
classificações diferentes.
Flexão do substantivo
O substantivo pode flexionar-se em gênero (masculino e feminino), número (singular e
plural) e grau (diminutivo e aumentativo).
Muitas dessas variações já são conhecidas por serem usadas com frequência na nossa
rotina. A palavra “gato”, por exemplo (que é singular e masculina), tem várias versões
para indicar:
Plural: gatos.
Feminino: gata.
Aumentativo: gatarrão.
Diminutivo: gatinho.
Flexão de gênero
Uma confusão muito comum para quem está aprendendo sobre substantivos ocorre
geralmente com os conceitos de “sexo” e “gênero”. Nunca pense que os dois são a
mesma coisa!
“o”;
“os”;
“um”;
“uns”.
Já os femininos costumam ser precedidos dos artigos:
“a”;
“as”;
“uma”;
“umas”.
Até mesmo alguns substantivos referentes a animais ou pessoas apresentam uma
discrepância entre gênero e sexo: “cônjuge”, por exemplo, sempre será uma palavra
masculina, ainda que o termo esteja se referindo a uma pessoa do sexo feminino.
a capitalista, o capitalista;
o cliente, a cliente;
o agente, a agente;
o colega, a colega;
a dentista, o dentista;
a doente, o doente;
o fã, a fã;
o gerente, a gerente;
a imigrante, o imigrante; e
a jornalista, o jornalista.
Não é complicado entender ou flexionar estes quanto ao gênero, bastando aplicar o
artigo adequado. Entretanto, é nos substantivos biformes que temos o máximo de
variação. E, por isso, é para eles que devemos estar mais atentos.
São substantivos biformes a maioria daqueles que terminam em “o” e “a”, “ão” ou “ã”,
“or”, “ês”, “l” e “z”. Ainda temos aqueles cuja última sílaba é “esa”, “essa” e “isa” e
formações que não se encaixam em absolutamente nenhum desses grupos.
É que dentro dos substantivos biformes temos palavras de formação irregular, como
“ateu”, “ator”, “avô”, “embaixador”, “europeu”, “guri”, “judeu”, “mandarim”, “rei”,
“galo”, “sultão” e “pigmeu”, por exemplo. Cada um desses tem uma forma particular de
se transformar em substantivo feminino, respectivamente “atéia”, “atriz”, “avó”,
“embaixatriz”, “europeia”, “guria”, “judia”, “mandarina”, “rainha”, “galinha”, “sultana”
e “pigmeia”.
Em casos como esses, apenas conhecendo ambas as palavras você conseguirá flexionar
seu gênero. Uma boa forma de sanar dúvidas ao aplicar termos como estes nas suas
redações é consultando um dicionário. Ali sempre estarão contidas tanto feminino
quanto masculino de uma palavra.
Consultar um dicionário pode ser especialmente útil no caso dos substantivos biformes
que têm palavras diferentes para masculino e feminino. Essa categoria de palavras é um
grande desafio para quem está aprendendo português pela primeira vez. E a única forma
que temos de familiarizar-nos com elas é conhecendo-as.
Ler bastante vai ajudar. Entretanto, preparamos uma lista dos principais substantivos
biformes que são exclusivos para cada gênero abaixo:
genro, nora;
pai, mãe;
homem, mulher;
zangão, abelha;
bode, cabra;
boi, vaca;
cavalo, égua;
cavalheiro, dama;
cavaleiro, amazona; e
carneiro, ovelha.
Por último, dentro dos substantivos biformes temos aqueles que significam coisas
diferentes quando aplicados em um gênero diferente. Isso é algo importante de se saber
porque pode mudar drasticamente o sentido das suas frases. Veja, por exemplo:
Flexão de número
Provavelmente a mais fácil de se fazer, a flexão substantiva de número diz respeito a
colocá-los no singular ou no plural. De maneira geral, na língua portuguesa, o plural é
demonstrado com a inclusão da letra “s” no fim das palavras, mas, como é típico do
nosso idioma há exceções para essa regra.
papel – papéis;
jornal – jornais;
barril – barris;
anzol – anzóis;
anel – anéis; e
azul – azuis;
Todavia, como os substantivos são muitos e podem terminar, basicamente, com
qualquer letra do idioma temos exceções também naqueles cujas últimas letras são “r” e
“z”. Para flexioná-los devemos adicionar o sufixo “es”:
amor – amores;
dor – dores;
luz – luzes; e
cruz – cruzes;
Se temos paroxítonas terminadas em “s”, o plural é sempre invariável. Por isso palavras
como “ônibus” são idênticas quando flexionadas. Substantivos em “x” também não
variam, portanto “o xérox” e “os xérox” são a maneira certa de se escrever.
Mas caso essas palavras terminadas em “s” sejam oxítonas, elas ganham o sufixo “es”
para se tornarem plurais. Pense, por exemplo, em “país” que flexiona-se como “países”.
Todos os substantivos terminados em “n” formam plural em “es” ou “s”. É o caso de
“pólen” e “pólens”. Os terminados em “m”, flexionam-se com adição do “ens”, como
“armazém” que vira “armazéns”.
Por último, tudo que termina em “ão” pode virar “ões”, “ães” ou “ãos”. Depende da
palavra que estamos flexionando. “Eleição” vira “eleições”, mas “pão” vira “pães” e
“cidadão” transforma-se em “cidadãos”.
Se o plural dos substantivos simples parece complicado, o dos compostos pode fazê-lo
se sentir um pouco mais perdido. Por isso reforce os conhecimentos acima antes de
começar a estudá-los.
Flexão de grau
A flexão de grau é aquela que identifica a grandeza de um determinado substantivo. Ou
seja, o seu aumentativo. Ela existe para que não precisemos fazer construções como “ele
era um gato grande” o tempo todo. E para que possamos, em seu lugar, optar pelo
simples “ele era um gatão”.
Embora comumente criadas com os sufixos “ão” e “ona”, como em nosso exemplo
anterior, também podem ser feitas com “inho” e “inha”, quando queremos indicar
pequeneza.
Os dois graus do substantivo são, portanto, aumentativo e diminutivo. Mas ainda que,
na flexão, a nossa tendência seja estudá-los enquanto componentes das palavras eles
também podem aparecer associados a elas. Um “menininho” é a forma sintética de dizer
“menino pequeno”, que, por sua vez, é a forma analítica de expressar a mesma
grandeza.
Um diferencial dessa área é que ela realiza um estudo detalhado de palavras e termos
isolados, e não agrupados em frases, orações ou períodos. É justamente a análise
morfológica que cataloga todas as palavras que conhecemos naquelas dez classes
gramaticais que você viu na introdução.
Sendo assim, o substantivo pode atuar como núcleo dentro das seguintes funções
sintáticas: