Você está na página 1de 16

PARA NÃO ESQUECER

Poema

O poema é um texto literário escrito em versos. Ele pode ser lírico, narrativo ou dramático.
Poema é um texto literário escrito em versos, que são distribuídos em estrofes. Esses versos
podem ser regulares, brancos ou livres. Se for composto por versos regulares, esse texto poderá
apresentar diversos tipos de rimas. Também pode ser narrativo, dramático ou lírico.
Com relação às diferenças entre poema e poesia, o poema se refere a uma estrutura textual,
enquanto a poesia está relacionada ao conteúdo do texto.
Exemplo:
"Logias e analogias”
No Brasil a medicina vai bem
mas o doente ainda vai mal.
Qual o segredo profundo
desta ciência original?
É banal: certamente
não é o paciente
que acumula capital.

Cacaso

ATIVIDADES
A NAMORADA
Havia um muro alto entre nossas casas. Difícil de
mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um
cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra Era
uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira E
então era agonia.
No tempo do onça era assim.
BARROS, Manoel. Tratado geral das grandezas do ínfimo. Rio de Janeiro: Record, 2001.

Manoel de Barros, que nasceu em Corumbá, Mato Grosso, viveu numa fazenda quando criança,
“cresceu brincando no terreiro em frente à casa, pé no chão, entre os currais e as coisas
‘desimportantes’,que marcariam sua obra para sempre.”
Estudou no Rio de Janeiro, escreveu seu primeiro poema aos dezenove anos e hoje é reconhecido
nacional e internacionalmente como um dos poetas mais originais do século e mais importantes do
Brasil.
1. Destaque do texto 1 uma palavra ou expressão que nos revela que o poeta não é uma pessoa
1. “O pai era uma onça” significa que ele é jovem.

(A) era muito bravo.


(B) gostava de florestas.
(C) gostava de caçar.
(D) Tinha medo demais.
Justifique sua resposta.

2. Como o poeta mandava recados para a namorada? Essa maneira de se comunicar sempre
dava certo? Porquê?
3. Analisando o texto, por que poderíamos dizer que se trata um poema?

Leia o texto e resolva às questões 1 – 10:

NO MEIO DO CAMINHO
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento


na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade

1. O poema é um texto literário composto de versos que podem conter rimas ou não. Além dessa
estrutura, muitos poemas apresentam diversas figuras de linguagem para intensificar uma
mensagem ao leitor. No poema de Carlos Drummond há predominantemente uma figura de
linguagem chamada de:
a) hipérbole.
b) anáfora.
c) eufemismo.
d) ironia.

2. O termo que ganha destaque no poema de Carlos Drummond é uma pedra que existia no meio
do caminho. É possível concluir que a pedra nesta poesia representa:
a) uma maldição. b) uma corrupção.
c) uma adversidade. d) um desejo.

3. Conforme o contexto do poema, qual palavra representa a vida?


a) Pedra. b) Tinha.
c) Meio. d) Caminho.

4. Segundo o poema, as pedras podem impossibilitar a pessoa de seguir o seu percurso, pois:
a) os problemas podem impedir de avançar na
vida.
b) apesar das dificuldades, todos conseguem superar.
c) a vida é curta para viver pensando em problemas.
d) os obstáculos não atrapalham o sucesso pessoal.
5. Sendo um dos nomes mais conhecidos do Modernismo, Carlos Drummond de Andrade
marcou a literatura brasileira por expressar de maneira inspiradora as profundas inquietações que
atormentam o ser humano. No poema em análise, é possível concluir que o nível de linguagem
predominante (característica marcante da segunda fase do modernismo) é:
a) técnica.
b) científica.
c) formal.
d) coloquial.

6. A reescrita do verso “tinha uma pedra no meio do caminho” em consonância com a gramática
normativa e sem mudar o sentido do verso seria:
a) “havia uma pedra no meio do caminho”
b) “há uma pedra no meio do caminho”
c) “no meio do caminho possui uma pedra”
d) “no meio do caminho haveria uma pedra”

7. No trecho: “na vida de minhas retinas tão fatigadas”, a palavra em destaque poderia ser
substituída, sem alteração de sentido, por
a) espertas.
b) abatidas.
c) inocentes.
d) imprudentes.

8. Qual palavra do poema revela circunstância de intensidade?


a) Nunca.
b) Meio.
c) Esquecerei.
d) Tão.

9. Assinale a alternativa que apresenta um verso do poema onde NÃO há marca de


pessoalidade:
a) “Nunca me esquecerei desse acontecimento”
b) “Nunca me esquecerei que no meio do caminho”
c) “no meio do caminho tinha uma pedra.”
d) “na vida de minhas retinas tão fatigadas.”

10. Os versos "nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão
fatigadas" transmitem, por parte do autor, uma sensação de:
a) sabedoria.
b) exaustão.
c) esperteza.
d) bravura.

ESCREVENDO
Amanhã ou Depois
Nenhum de nós

Deixamos pra depois uma conversa amiga


que fosse para o bem
que fosse uma saída
Deixamos pra depois a troca de carinho
Deixamos que a rotina fosse nosso caminho
Deixamos pra depois a busca de abrigo
Deixamos de nos ver fazendo algum sentido
Amanhã ou depois, tanto faz se depois for nunca mais…nunca mais
Deixamos de sentir o que a gente sentia
E que trazia cor ao nosso dia a dia
Deixamos de dizer o que a gente dizia
Deixamos de levar em conta a alegria
Deixamos escapar por entre nossos dedos
A chance de manter unidas as nossas vidas
Amanhã ou depois, tanto faz se depois for nunca mais…nunca mais
www.letras.com.br/nenhum/de/nos

Texto II
Amanhã
Patativa do Assaré

Amanhã, ilusão doce e fagueira,


Linda rosa molhada pelo orvalho:
Amanhã, findarei o meu trabalho,
Amanhã, muito cedo, irei à feira.
Desta forma, na vida passageira,
Como aquele que vive do baralho,
Um espera a melhora no agasalho
E outro, a cura feliz de uma cegueira.
Com o belo amanhã que ilude a gente,
Cada qual anda alegre e sorridente,
Como quem vai atrás de um talismã.
Com o peito repleto de esperança,
Porém, nunca nós temos a lembrança
De que a morte também chega amanhã.
http://www.vermelho.org.br/noticia/42096-1

Questões

Juntamente com seu professor(a) faça a escuta, interpretação oral e coletiva da música. Em
seguida, faça a interpretação oral e coletiva do poema “Amanhã”.
Sugestão I – Após análise dos textos acima produza um poema com o título “Amanhã”. Nele você
deverá escrever como se “amanhã” fosse um dia muito especial ou seu último dia. Como seria
esse dia? Relate-o. Seu poema poderá ter rimas ou versos.

PARÓDIA

A paródia consiste na recriação de um texto conservando a ideia central do hipertexto (texto de referência), mas
atribuindo a ele efeitos mais sarcásticos, humorísticos e críticos. Podemos dizer que a paródia é um exercício de
intertextualidade cujo objetivo é levar o leitor a fazer uma reflexão crítica a respeito do que acontece na sociedade.
O poema de Gonçalves Dias reflete a respeito da saudade que sente de sua terra natal, destacando
suas características ambientais, naturais, e revelando seu desejo de retornar a ela. Nesse poema, Gonçalves Dias,
que se encontrava em Coimbra, Portugal, cursando a Faculdade de Direito, reflete sobre as belezas de sua terra, no
momento da recém-adquirida independência do Brasil em relação a Portugal.

Canção do Exílio
Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui
gorjeiam, Não gorjeiam
como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar – sozinho – à
noite – Mais prazer encontro
eu lá; Minha terra tem
palmeiras; Onde canta o
Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu
cá;
Em cismar – sozinho – à
noite – Mais prazer encontro
eu lá; Minha terra tem
palmeiras, Onde canta o
Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De modo irreverente, a paródia contribui para a formação de leitores/sujeitos mais reflexivos e politizados. É
possível observarmos de que maneira isso ocorre a partir, dos exemplos abaixo, paródias do poema “Canção do Exílio”
(do poeta romântico Gonçalves Dias). Os autores procuraram apresentar o seu ponto de vista e deixar as suas
impressões da realidade, dos acontecimentos de suas épocas, dos seus dias, do contexto político, social, cultural e
filosófico.
1-Canção do exílio (paródia)
2 -Nova canção do exílio
Raquel Maythenand
Carlos Drummond de Andrade
Minha terra não tem
palmeiras E nem sabiá a Um sabiá
na palmeira, longe.
cantar
Estas aves cantam
As aves que aqui um outro canto.
gorjeavam, já foram para
outro lugar. O céu cintila
sobre flores úmidas.
Nosso céu não tem estrelas, Vozes na mata,
e o maior amor.
nossas várzeas não tem flores
Nossos bosques estão sem Só, na noite,
vida e nossas vidas sem seria feliz:
amores. um sabiá,
na palmeira, longe.
Ao cismar, sozinha, à noite,
Onde é tudo belo
não encontro mais prazer lá.
e fantástico,
Minha terra não tem só, na noite,
palmeiras e nem sabiá a seria feliz.
cantar. (Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Minha terra não tem
Ainda um grito de vida e
primores Que tais eu
voltar para onde é tudo belo
encontro cá.
e fantástico:
Ao cismar, sozinha, à noite a palmeira, o sabiá,
Não encontro mais prazer o longe.
lá.
Minha terra não tem mais
palmeiras e nem sabiá a cantar.

Não permita Deus que eu


morra Antes de ver o meu
Brasil mudar
Onde possa ver primores, que agora não consigo
enxergar Minha terra não tem palmeiras
mas um dia ela terá.
3- Uma canção
Mario Quintana

Minha terra não tem palmeiras... E em vez de um mero sabiá, Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Minha terra tem relógios, Cada qual com a sua hora Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?

Mas onde a palavra "onde"? Terra ingrata, ingrato filho, Sob os céus da minha terra Eu canto
a Canção do Exílio

4- Sabiá

Chico Buarque
Vou voltar
Vou voltar Sei que ainda vou
Sei que ainda vou voltar Não vai ser em
voltar Para o meu vão Que fiz tantos
lugar planos De me
Foi lá e é ainda lá enganar
Que eu hei de ouvir Como fiz enganos
cantar Uma sabiá De me encontrar
Cantar Como fiz estradas
Uma sabiá De me perder
Fiz de tudo e nada
Vou voltar De te esquecer
Sei que ainda vou
voltar Vou deitar à Vou voltar
sombra Sei que ainda vou
De um voltar E é para ficar
palmeira Que Sei que o amor
já não há existe Não sou mais
Colher a flor triste
Que já não E a nova vida já vai
dá E algum chegar E a solidão vai
amor se acabar E a solidão
Talvez possa espantar vai se acabar
As noites que eu não
queira E anunciar o dia

Após a leitura dos poemas acima, que estabelecem intertextualidade com o poema Canção do Exílio, de
Gonçalves Dias, pois a paródia é um texto criado a partir de outro texto com o objetivo de fazer com que o leitor reflita
criticamente a respeito das práticas sociais ou divirta-se. Agora é a sua vez, crie a sua paródia a partir deste poema.
CONTO

O conto é um gênero literário que possui narrativa curta e tem sua origem da necessidade
humana de contar e ouvir histórias. Passa por narrativas orais de povos antigos, trilhando pelos
gregos e romanos, pelas lendas orientais, parábolas bíblicas, novelas medievais, até chegar a
nós como é conhecido hoje.
A estrutura do conto é formada por situação inicial, desenvolvimento e situação final. Essa
divisão é parte importante para composição do enredo. Dessa forma, na construção do conto,
ocorrem os elementos da narrativa, que são: foco narrativo, espaço, tempo e verossimilhança.
Devido à necessidade de contextualizar a narrativa, o conto sofreu diversas transformações ao
longo da história, originando tipos:
 conto de ficção científica
 conto infantil juvenil
 conto fantástico
 conto de fadas

Estrutura do conto

Ao escrever um conto, é necessário observar sua estrutura e as partes que compõem o


enredo. Enredo também é conhecido como trama ou intriga e tem a função de dar sequência à
narrativa e localizar o leitor em relação à sucessão de acontecimentos, dando ênfase à
causalidade.

O conto é composto basicamente por situação inicial, desenvolvimento e situação final. Veja:

 Situação inicial: evidencia a situação que dará início à narrativa, apresentando os


personagens, o tempo e o espaço descrevendo-os. Trata-se de um trecho essencial para
localizar e captar a atenção do leitor. Na introdução também se apresenta a situação
inicial, que será desenvolvida ao longo do texto por meio do conflito, clímax e desfecho.
Esses termos serão explicados mais adiante.
 Desenvolvimento: é nesse momento que surge a quebra do aspecto
predominantemente descritivo e o conflito começa a ser percebido pelo leitor. Esse conflito
resultará no clímax, o momento de maior tensão da narrativa.
 Situação final: é o momento de desfecho do conto, quando o conflito é resolvido,
resultando na quebra ou confirmação de uma expectativa. Nesse trecho, o conflito passou
e os personagens são inseridos em uma nova situação.

Após evidenciar a estrutura básica do conto, é preciso considerar os elementos fundamentais


que dão a ele boa estruturação da narrativa. Veja:

 Conflito: trata-se do momento em que ocorre uma oposição entre os elementos da


narrativa, resultando em uma tensão que organiza os fatos. O conflito instiga o leitor em
relação à narrativa.
 Clímax: é quando a narrativa alcança a tensão máxima. É o ponto culminante do conflito.
Trata-se também de uma técnica muito utilizada para despertar a curiosidade do leitor.
 Desfecho: trata-se da situação final, ou seja, a solução do conflito.
ATIVIDADE CONTO

CRÔNICA

Vamos relembrar?

A crônica é um gênero textual muito presente em jornais, revistas, portais de internet e blogs.
O gênero se destaca por abordar aspectos do cotidiano, ou seja, questões comuns do nosso dia a
dia. Voltados ao cotidiano das cidades e podem ser entendidos como um retrato verbal
particular dos acontecimentos urbanos. Os bons cronistas são aqueles que conseguem perceber,
no dia a dia de suas vidas, impressões, ideias ou visões da realidade que não foram percebidas
por todos.
O objetivo das crônicas é provocar uma reflexão sobre o assunto abordado. Os cronistas
costumam identificar aspectos que, muitas vezes, passam despercebidos pelo restante da
sociedade, mas que merecem observação e análise.

Características

A crônica mescla a tipologia narrativa com trechos reflexivos e, em alguns casos,


argumentativos. A linguagem da crônica costuma ser leve, marcada por coloquialidade e, não
raro, cada cronista tem seu estilo próprio no uso das palavras. Os temas comuns a esse gênero
são os mais variados possíveis. Qualquer assunto cotidiano pode ser motivo de crônica. Por ser
um gênero nascido na cidade, é comum que tudo que ocorra no ambiente urbano passe a ser
escrito em forma de crônica.
Tipos de crônica
Existem diversos tipos de crônicas, desde as apenas narrativas, passando pelas crônicas
jornalísticas até chegar em crônicas poéticas, que flertam com o literário. Inclusive, alguns
grandes escritores brasileiros, como Machado de Assis, Lima Barreto ou Clarice Lispector foram
renomados cronistas em seus tempos.
Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/a-cronica-.html Acesso:
06, maio, 2021. (Adaptado)

Agora vamos falar de articuladores textuais

Mas o que são esses articuladores textuais?


Os conectores discursivos são responsáveis pela articulação e progressão textuais. A
utilização adequada desses recursos possibilita a redação de um texto claro e eficiente.
É fundamental que o autor de um texto exponha suas ideias de maneira clara e objetiva e
construa parágrafos, períodos e orações muito bem articulados.
Essa articulação atribui a coesão textual, que é explicitada por meio de elementos de
conexão são, normalmente, conjunções, advérbios e pronomes. A utilização adequada dos
elementos de coesão promove o encadeamento das ideias e contribui para a progressão textual.
Há inúmeros conectores discursivos para que você possa redigir um texto com excelente
articulação de ideias, com orações completas e sintaticamente bem estruturadas, além da
pontuação. Entretanto, se forem mal empregados, reduzem a capacidade de compreensão da
mensagem e comprometem o texto.
Consultem, na tabela, alguns dos principais conectores discursivos e os efeitos de sentido
que agregam às orações, aos períodos e aos parágrafos.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm
Acesso: 06, maio, 2021. (Adaptado)
Tabela com alguns dos principais conectores discursivos:

Adição E, pois, além disso, e ainda, mas também, por um lado … por outro
Causa É evidente que, certamente, naturalmente, evidentemente, por
Reafirmação Nesse sentido, nessa perspectiva, em outras palavras, ou seja,
novamente, em suma, em resumo, dessa forma, outrossim, dessarte,
destarte
Semelhança Do mesmo modo, tal como, assim como, pela mesma razão
Oposição/ Mas, apesar de, no entanto, entretanto, porém, contudo, todavia, tampouco,
restrição por outro lado

Ligação temporal Atualmente, contemporaneamente, após a década de, antes de, em


seguida, até que, quando

Hipótese A menos que, supondo que, mesmo que, salvo se, exceto se
Conclusão Portanto, logo, enfim, à guisa de conclusão, em suma, concluindo, para que
Finalidade Para, para que, com o intuito de, com o objetivo de, a fim de

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/redacao/conectores-discursivos.htm Acesso:


06, maio, 2021. (Adaptado)

Agora que você conheceu alguns dos vários elementos de coesão textual, leia a crônica de
Carlos Drummond de Andrade e observe como os conectivos contribuem para a estruturação e
organização das informações no texto:
Imagem disponível em: https://arteemanhasdalingua.blogspot.com/search?q=furto+de+flor Acesso:
7 de maio, 2021.

Furto de Flor

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício


cochilava,
e eu furtei a flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo
senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber,
e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia,
revelando melhor sua delicada composição. Quantas
novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de
conservá-la.
Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi
por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a
furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui
depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.

Disponível em: https://ead.pucpr.br/blog/o-que-e-cronica Acesso: 06, maio, 2021. (Adaptado)

Como você pôde observar, o texto apresenta um repertório diversificado de recursos coesivos
(conjunções, pronomes, advérbios, palavras do mesmo campo lexical, conectores sequenciais),
os quais são empregados para que as informações sejam expostas com clareza e objetividade.

ATIVIDADES

1. A tirinha dialoga com o texto Furto de Flor de Drummond? Explique seu raciocínio,
dizendo que crítica encontra-se embutida nela:

Imagem disponível em:


https://arteemanhasdalingua.blogspot.com/2020/01/atividade-sobre-o-texto-furto-de-
flor.html Acesso: 7, maio, 2021. Disponível em:
https://arteemanhasdalingua.blogspot.com/2020/01/atividade-sobre-o-texto-furto-de-
flor.html Acesso: 7, maio, 2021. (Adaptada)

Leia o texto a seguir e responda às atividades propostas:

FASCINAÇÃO
Adelice da Silveira Barros

"Fascina-me estar aqui, ver o planeta Terra, ser parte de sua história, caminhar por seu solo,
fecundá-lo e criar raízes, respirar o ar todas as manhãs; é uma vida privilegiada, aproveitemo-nos
dela, que não estamos aqui por acidente nem coincidência, temos um propósito, nós fomos
escolhidos." Gostaria que estas fossem palavras minhas, mas elas pertencem a Douglas
Weelock, astronauta da Nasa. Esse e outros dizeres acompanham um vídeo enviado por ele, via
Twitter, do interior da Estação Espacial Internacional. São fotos do planeta Terra. Todas de uma
beleza comovente. Recebi-as pelas mãos de Lauro Moreira. Obrigada, Lauro, pelo magnifico
presente.
Impossível não sermos tocados pelo esplendor daquela visão. Percebi que assistir ao vídeo
não bastava. A magnitude do espetáculo cobrava mais. Era preciso estar lá: sentir, viver,
emocionar-se, chorar. Aplaudir a grandiosidade do nosso planeta. Em consentida alienação,
transmudei-me para o interior da aeronave. Era dia. A sequência de imagens me deixou em
êxtase. Sobrevoámos o Oceano Índico, e a visão de uma ilha misteriosa, em forma de chapéu,
solta entre o azul do céu e do mar, era de uma leveza tamanha que criei asas e voei. Sob o efeito
da luz, a Terra é neve, é areia, é véu. É noiva de feições delicadas. É suavidade, maciez,
aconchego. O pôr do sol, uma verdadeira explosão de cores, é de tirar o fôlego, mas nem por isso
ofusca a beleza da noite. Noite é glamour, é sedução, é mistério.
Para a ocasião, a Terra, mulher vaidosa, prepara-se com requintes de grande dama. Trajando
longo vestido azul escuro, cravejado de ouro e brilhante, faz-se enigmática e sedutora. Verdadeiro
deslumbramento! Emocionada eu pensava: Deus é perfeição. Nosso planeta é Deus. Agradeci a
Ele o privilégio de ser parte do rebanho que povoa Sua magnifica criação. Em seguida, pedi
perdão por minhas ranzinzices, pela insatisfação com a vida, pelo descaso com um bem que
recebi por doação. Lamentei cada dia, hora, minuto que tive a petulância de desperdiçar com
futilidades. Pedi perdão também pelos danos que causei ao meio ambiente e ao meu irmão. O
que me atenuou a culpa foi a lembrança das inúmeras árvores que venho plantado ao longo da
vida e de alguns pequenos auxílios que presto a quem de mim necessita.
O vídeo chega ao fim. E a magia também. Olho em volta. Desentendida, questiono: Este é o
planeta que visto do alto me levou ao estado de graça? Sentido na sola dos pés a crosta áspera
da realidade, vejo a Terra agredida e o homem assustado. Vejo rios poluídos, cidades
esmolambadas, escolas fechadas. Vejo corrupção, mentira e violência. O povo antes amável, está
agressivo, sem fé nem esperança no poder público do qual depende.
Como é possível um planeta perfeito gerar e abrigar seres tão incoerentes, acéfalos, aleijados
de mente e de espírito? A perfeição existe. Eu sou testemunha. Mas contra a harmonia trabalha a
aberração. E a aberração somos nós, os humanos, seres dotados de pensamento, ditos
superiores. Superiores! Nossa atuação aponta para o individualismo, a mesquinhez, a soberba e
a ganância. Não condeno todas as nações, assim como absolvo parte de meus compatriotas.
Buscando soluções, veio-me a ideia que, sobe a emoção, me pareceu brilhante: colocar em naves
espaciais aqueles que atentam contra o bom comportamento. Tenho certeza de que voltarão
reabilitados. Se é verdade que fui escolhida, que há um propósito no meu existir, imploro a quem
de direito que me retire dos olhos a venda que me cega.
Disponível em: https://d335luupugsy2.cloudfront.net/cms%2Ffiles%2F13223%2F1618233179e-
book_cronicas_v_final_2.pdf
Acesso em: 22, abr. 2021.

Analisando o texto

Sabemos que os textos cumprem uma função social e possuem propósitos comunicativos,
intenções do autor para com seus leitores. Nesse sentido, responda:

2. Qual a principal finalidade desse texto?


3. O assunto de um texto é mais generalizado, tem um significado mais amplo, mais geral,
pode ser desdobrado em diversos temas. Assim, qual é o assunto abordado nesse texto?
4. Onde geralmente são publicadas as crônicas?
5. O texto analisado trata-se de qual gênero textual? Quais características do gênero estão
presentes no texto? Aponte trechos que evidenciem a sua resposta.
6. O que dá origem ao enredo nessa narrativa?

7. Em relação ao texto Fascinação, de Adelice da Silveira Barros, marque V para as afirmativas


verdadeiras e F para as falsas.
( ) "Fascina-me estar aqui, ver o planeta Terra, ser parte de sua história, caminhar por seu solo,
fecundá-lo e criar raízes, respirar o ar todas as manhãs; é uma vida privilegiada, aproveitemo-
nos dela, que não estamos aqui por acidente nem coincidência, temos um propósito, nós fomos
escolhidos." No texto, a autora afirma que estas são palavras dela.
( ) “Impossível não sermos tocados pelo esplendor daquela visão. Percebi que assistir ao vídeo
não bastava. A magnitude do espetáculo cobrava mais. Era preciso estar lá: sentir, viver,
emocionar-se, chorar. Aplaudir a grandiosidade do nosso planeta”. Estas são reflexões de
Douglas Weelock, astronauta da Nasa.
( ) No texto, a autora questiona como ser possível um planeta perfeito gerar e abrigar seres tão
incoerentes, acéfalos, aleijados de mente e de espírito e afirma ainda que a perfeição existe e
que ela é testemunha.
( ) “Não condeno todas as nações, assim como absolvo parte de meus compatriotas. Buscando
soluções, veio-me a ideia que, sobe a emoção, me pareceu brilhante: colocar em naves
espaciais aqueles que atentam contra o bom comportamento”. O trecho do texto evidencia que
ele foi narrado em primeira pessoa.
Assinale a sequência correta.
a) ( ) V, V, F, F
b) ( ) V, V, V, F
c) ( ) F, V, F, F
d) ( ) F, F, V, V

ESCREVENDO

Você já esteve em algum lugar que te deixasse extasiado? Um lugar de beleza inexplicável,
que te deixasse sem fôlego? Quando, onde, quem estava presente? Escreva uma crônica
narrando como foi esse acontecimento, insira detalhes descrevendo o lugar e as emoções que te
envolveram.

Para produzir sua crônica, é importante, antes de tudo, ser um bom observador dos
detalhes, daquilo que te chamou a atenção. A observação da realidade por uma perspectiva
inusitada leva o cronista a desenvolver bem seus textos. Ademais, um texto de qualidade deve
ser projetado, rascunhado e revisado, não se esqueça de verificar aspectos relativos à ortografia,
à concordância e, se necessário, reescrever seu texto, fazendo as devidas correções.

Você também pode gostar