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2023
IMERSÃO PAES UEMA 2024
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
PROFESSOR RAMON ARANTHES
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IMERSÃO PAES UEMA 2024
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
PROFESSOR RAMON ARANTHES
Temáticas presentes nas obras:
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES:
TEXTO I
Adeus
[...]
Porém quando algum dia o colorido
Das vivas ilusões, que inda conservo,
Sem força esmorecer -, e as tão viçosas
Esp'ranças, que eu educo, se afundarem
Em mar de desenganos; - a desgraça
Do naufrágio da vida há de arrojar-me
A praia tão querida, que ora deixo,
Tal parte o desterrado: um dia as vagas
Hão de os seus restos rejeitar na praia,
Donde tão novo se partira, e onde
Procura a cinza fria achar jazigo.
(Gonçalves Dias)
TEXTO II
“Assim está Guma que olha o bojo de prata das águas e ouve a música do negro que convida para a morte. Ele
diz que é doce morrer no mar, porque irão encontrar a mãe-d'água que é a mulher mais bonita do mundo todo.” [...] “o mar
é amigo, o mar é doce amigo para todos aqueles que vivem nele.”
(Amado, Jorge. Mar Morto)
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A leitura dos textos acima permite deduzir que o eu lírico do poema “Adeus” de Gonçalves Dias e o personagem Guma de
“Mar Morto” de Jorge Amado
Caxias
Considerando a temática e a estrutura formal do poema “Caxias” é correto relacioná-lo com a produção lírica
A) o poeta reveste a cidade de pompa como forma de enaltecer as belezas naturais de Caxias.
B) o poema tem sua expressividade apoiada em metáforas relacionadas aos elementos da natureza.
C) a cidade de Caxias ainda irá se orgulhar de suas belezas naturais e da forma afetada com que se traja.
D) a intertextualidade com o mito de Narciso reforça a presença da influência clássica na poética romântica.
E) o poeta prevê o crescimento da cidade rendendo-lhes pompa e luxo, bem como a perda da inocência e do
encantamento poético.
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IMERSÃO PAES UEMA 2024
Texto I
SEUS OLHOS
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Texto II
Olhos D’água
Uma noite, há anos, acordei bruscamente e uma estranha pergunta explodiu de minha boca. De que cor eram os
olhos de minha mãe? Atordoada, custei reconhecer o quarto da nova casa em que eu estava morando e não conseguia
me lembrar de como havia chegado até ali. E a insistente pergunta martelando, martelando. De que cor eram os olhos de
minha mãe? Aquela indagação havia surgido há dias, há meses, posso dizer. Entre um afazer e outro, eu me pegava
pensando de que cor seriam os olhos de minha mãe. E o que a princípio tinha sido um mero pensamento interrogativo,
naquela noite, se transformou em uma dolorosa pergunta carregada de um tom acusativo. Então eu não sabia de que cor
eram os olhos de minha mãe?
[...]
E um dia desses me surpreendi com um gesto de minha menina. Quando nós duas estávamos nesse doce jogo,
ela tocou suavemente no meu rosto, me contemplando intensamente. E, enquanto jogava o olhar dela no meu, perguntou
baixinho, mas tão baixinho, como se fosse uma pergunta para ela mesma, ou como estivesse buscando e encontrando a
revelação de um mistério ou de um grande segredo. Eu escutei quando, sussurrando, minha filha falou:
— Mãe, qual é a cor tão úmida de seus olhos?
Considerando a ideia central dos dois textos é possível perceber como principal recurso expressivo
A) expressões eufêmicas.
B) linguagem metafórica.
C) contaminação lírica.
D) plasticidade verbal.
E) caráter anafórico.
A enfoque dado aos “olhos” nos dois textos pode ser contraposto, principalmente pelo (a)
A) tom memorialístico.
B) tempo da enunciação.
C) caráter contemplativo.
D) parcialidade da abordagem.
E) expressividade da linguagem.
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Questão 06. (R&R)
A imagem acima dialoga de forma direta com o desfecho do conto ao qual pertence o seguinte fragmento:
A) “Duzu morou ali muitos anos e de lá partiu para outras zonas. Acostumou-se aos gritos das mulheres apanhando dos
homens, ao sangue das mulheres assassinadas.”
B) “Dias depois, a seguinte manchete aparecia nos jornais: “Filha de pastor apareceu nua e toda perfurada de balas.
Tinha ao lado do corpo uma Bíblia. A moça cultivava o hábito de visitar os presídios para levar a palavra de Deus.”
C) “Sá Praxedes comia criança! Natalina sabia disso. Ela também muitas vezes conseguia a obediência dos irmãos
menores trazendo a velha parteira até o medo deles.”
D) “Ela, ainda sem ouvir direito, adivinhou a fala dele: um abraço, um beijo, um carinho no filho. E logo após, levantou
rápido sacando a arma. Outro lá atrás gritou que era um assalto.”
E) No princípio a aprendizagem lhe custara muito. Acostumada ao amor em que tudo ou quase tudo pode ser gritado,
exibido aos quatro ventos, Salinda perdeu o chão.
Ideia de Deus
[...]
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A) devoção.
B) resiliência.
C) veneração.
D) insurreição.
E) conformismo.
Questão 08.
Considerando as influências literárias, o estilo de época e os recursos expressivos que estão presentes na poética de
Goncalves Dias é perceptível no poema a presença de
Texto I
“(...) Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é
esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os
marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e,
apenas, remendam velas e contam histórias.”
(Mar Morto, Jorge Amado)
Texto II
"(...) Era tentador. Deixar a favela. Deixar a miséria. Deixar a família. As rezas de Vó Lidumira lhe irritavam
profundamente. A velha rezava por tudo e por nada. E ele não via milagre algum. Não via nada de bom acontecer com ela
ou com a família. A avó nascera de mãe e de pai que foram escravizados. Ela já era filha do 'Ventre Livre', entretanto
vivera a maior parte de sua vida entregue aos trabalhos em uma fazenda. A mãe e as tias passaram a vida se gastando
nos tanques e nas cozinhas das madames. As irmãs iam por esses mesmos caminhos. E ele, ele mesmo, estava ali,
naquele esfrega-esfrega de chão de supermercado."
(Olhos d’água, Conceição Evaristo)
Os fragmentos acima são exemplos de uma abordagem literária recorrente na literatura brasileira a partir do século XX.
Assim, percebe-se em ambos os textos que
São características em comum às obras “Mar Morto” de Jorge Amado e “Olhos d’água” de Conceição Evaristo, exceto: