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O QUE É LITERATURA?

DIFERENÇAS ENTRE UM TEXTO


LITERÁRIO E UM NÃO-LITERÁRIO:
Texto Literário: Texto não-literário:
  ênfase no conteúdo;
 ênfase na expressão;  linguagem denotativa;
linguagem conotativa;  linguagem mais
linguagem mais pessoal, impessoal;
emotiva;  realidade apenas
recriação da realidade; traduzida;
ambiguidade – recurso  Normalmente sem
criativo. ambiguidade ou duplas
interpretações.
Texto 1: A ROSA DE
“Uma nuvem colossal em forma de HIROXIMA(Vinícius de Moraes) 
cogumelo sobre a cidade japonesa de Pensem nas crianças
Hiroxima assinala a morte de 80 mil de Mudas telepáticas
seus habitantes – vítimas do primeiro Pensem nas meninas
ataque nuclear do mundo, em 6 de Cegas inexatas
agosto de 1945. O lançamento da Pensem nas mulheres
bomba, uma das duas únicas do arsenal Rotas alteradas
americano, foi feito para forçar os Pensem nas feridas
japoneses à rendição. Como não houve como rosas cálidas
resposta imediata, os americanos mas oh não se esqueçam
lançaram outro “artefato” Da rosa, da rosa
remanescente sobre Nagasaqui e os Da rosa de Hiroxima
russos empreenderam a prometida A rosa hereditária
invasão à Manchúria. Uma semana A rosa radioativa
depois, o governo japonês concordou Estúpida e inválida
com os termos da rendição e a A rosa com cirrose
capitulação formal foi assinada em 2 de A anti-rosa atômica
setembro.” (“A sombra dos ditadores”, Sem cor sem perfume
História dos ditadores, 1993, p.88). Sem rosa sem nada
INTERTEXTUALIDADE
CONCEITOS:

 Diálogo entre dois ou mais textos, que não precisam ser


necessariamente de um mesmo gênero, a intertextualidade é um
fenômeno que pode manifestar-se de diferentes maneiras.
 O texto e o intertexto são interessantes objetos de estudo e análise.
A intertextualidade está presente nos diversos gêneros literários,
implícita ou explicitamente.
 Relação existente entre as ideias de dois ou mais textos.

Observações:
A intertextualidade também pode se manifestar entre duas ou mais
obras de arte da mesma natureza (entre textos, entre telas, entre
esculturas...) ou de naturezas diversas (entre texto e tela, entre
escultura e xilogravura...).
A intertextualidade pode existir também no texto não literário.
Intertextualidade – diálogo entre textos /imagens
São comuns, notadamente, na literatura, na escultura e na pintura,
obras que dialogam com outras já consagradas, seja para reafirmar
suas idéias, seja para questioná-las ou mesmo parodiá-las.
INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade consiste na apropriação de um texto
por outro.
Tipos:

 Citação
 Epígrafe
 alusão ou referência

O processo intertextual está na percepção do leitor de


relações entre um texto e outros que o precederam, isto é,
o reconhecimento num texto de palavras, expressões,
frases, versos, parágrafos, às vezes páginas inteiras de
outros textos.
Intertextualidade pode ser:

Citação - Citar um texto é transcrevê-lo tal como ele aparece em seu


original. Esse recurso é muito comum em trabalhos científicos, por
exemplo, em que outros autores concorrem para conferir autoridade a um
determinado estudo.

Epígrafe - Um tipo de citação de outro autor que antecede um poema, um


conto, um capítulo de um livro, um romance etc. O texto que aparece na
epígrafe em geral guarda alguma relação com o texto que se vai escrever.

Alusão - Aludir é fazer referência a um texto, ao seu autor, a algum


personagem de outra obra, ou a algum acontecimento marcante que aparece
em algum livro.

Pastiche - Imitar o estilo de outro autor. Num sentido mais antigo, o


pastiche era considerado uma imitação de baixa qualidade, subalterna, que
um escritor “menor” fazia de um texto de um escritor “maior”. Numa
concepção contemporânea, a ideia de pastiche não envolve juízo de valor.
Paródia e Paráfrase
É importante lembrar que as formas de intertextualidade comentadas
acima não devem ser confundidas com paráfrase e paródia, que
pertencem a outra categoria. Assim, podemos ter uma citação
parafrásica ou parodística, ou uma alusão idem, e assim por diante.

Paródia
A paródia é a criação de um texto a partir de um bastante conhecido,
ou seja, com base em um texto consagrado alguém utiliza sua forma
e rima para criar um novo texto cômico, irônico, humorístico,
zombeteiro ou contestador, dando um novo sentido ao texto. Parte da
intertextualidade, a paródia é um intertexto, ou seja, é um texto
resultante de um texto origem que pode ser escrito ou oral. Essa
intertextualidade também pode ocorrer em pinturas, no jornalismo e
nas publicidades.
INTERTEXTUALIDADE

O Beijo, de Rodin "O Beijo”- Alfred Eisenstaedt, foi tirada na


Times Square no dia 15 de Agosto de 1945.
Canto de regresso à Canção do Exílio por:
pátria(Oswald de Andrade) Mário Quintana
Minha terra tem palmares Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Onde gorjeia o mar
Cantam aves invisíveis
Os passarinhos daqui Nas palmeiras que não há.
Não cantam como os de lá
  Oswald de Andrade
Minha terra tem mais rosas Não permita Deus que eu morra
E quase que mais amores Sem que volte pra São Paulo
Minha terra tem mais ouro Sem que veja a Rua 15
Minha terra tem mais terra E o progresso de São Paulo.
 
Jô Soares
Ouro terra amor e rosas
Minha Dinda tem piscina,
Eu quero tudo de lá Heliporto e tem jardim
Não permita Deus que eu morra feito pela Brasil's Garden:
Sem que volte para lá Não foram pagos por mim.
  Em cismar sozinho à noite
Não permita Deus que eu morra sem gravata e paletó
Sem que volte pra São Paulo Olho aquelas cachoeiras
Sem que veja a Rua 15 Onde canta o curió.   
E o progresso de São Paulo
Monte Castelo – Renato Russo
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor.
LINHA CRONOLÓGICA

LINHA CRONOLÓGICA
EXERCÍCIOS E QUESTÕES
DE VESTIBULAR
1-Leia, atentamente, os
textos a seguir e assinale a
opção correta. Texto B
Texto A Assum branco
Assum preto Quando ouvi o teu cantar
Tudo em vorta é só beleza Me lembrei nem sei do quê
Sol de abril e a mata em flor Me senti tão-só
Mas assum preto, cego dos óio Tão feliz tão-só
Num vendo a luz, ai, canta de Só e junto do meu sofrer
dor Bateu asas e voou
Tarvez por ignorância Para um lugar
Ou mardade das pio Onde o teu cantar
Furaram os óio do assum preto Foi levando e me levou
Pra ele assim, ai, cantar mio (José Miguel Wisnik.)
(Luiz Gonzaga.) Luiz Gonzaga.
 
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.

a)Ocorre intertextualidade, porque o texto B


contém referências explícitas ao texto A.
b)Não há intertextualidade, porque no texto de
Wisnik foi omitida parte da canção de Luiz
Gonzaga.
c)Não há intertextualidade, porque em "Assum
branco" não há nenhuma menção ao tema da
solidão presente em "Assum preto".
d)Ocorre intertextualidade, mas apenas quanto aos
elementos formais.
A
Sobre a intertextualidade explícita, podemos afirmar que:
a) Ocorre de maneira velada, sem a citação expressa do texto-
fonte, cabendo ao leitor reativar informações em sua memória
para perceber a intertextualidade.
b) Ocorre, apenas, nos textos poéticos, não sendo admitida
em outros gêneros, como o gênero anúncio publicitário.
c) Ocorre somente por meio de paráfrase e paródia do texto-
fonte.
d) Trata-se de um plágio do texto-fonte, ou seja, uma
transcrição integral do texto-fonte.
e) Ocorre a citação da fonte do intertexto, podendo ser
encontrada nas citações, nos resumos, resenhas e traduções,
além de estar presente também em diversos anúncios
publicitários.
E
Texto A -Canção do exílio Texto B -Canto de regresso à Pátria
Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem palmares
Onde canta o Sabiá; Onde gorjeia o mar
As aves, que aqui gorjeiam, Os passarinhos daqui
Não gorjeiam como lá.
Não cantam como os de lá
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mais flores,
Minha terra tem mais rosas
Nossos bosques tem mais vida, E quase tem mais amores
Nossa vida mais amores. [...] Minha terra tem mais ouro
Minha terra tem primores, Minha terra tem mais terra
Que tais não encontro eu cá; Ouro terra amor e rosas
Em cismar - sozinho, a noite – Eu quero tudo de lá
Mais prazer eu encontro la; Não permita
Minha terra tem palmeiras Deus que eu morra
Onde canta o Sabiá. Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Sem que volte pra São Paulo
Que não encontro por cá; Sem que eu veja a rua 15
Sem qu'inda aviste as palmeiras E o progresso de São Paulo.
Onde canta o Sabiá. (Gonçalves Dias (Oswald de Andrade)
Os textos A e B, escritos em contextos históricos e
culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a
paisagem brasileira entrevista a distância.
Analisando-os, conclui-se que
a)O ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do
país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois
textos.
b)A exaltação da natureza é a principal característica do texto
B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.
c)O texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas
sem perder a visão crítica da realidade brasileira.
d)O texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento
geográfico do poeta em relação à pátria.
e)Ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem
brasileira.
C
Cidade grande (Carlos Drummond de Andrade.)
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) Metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à
própria linguagem.
b) Intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) Ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com
intenção crítica.
d) Denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido
próprio e objetivo.
e) Prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas,
atribuindo-lhes vida.
C
Sobre o conceito de intertextualidade, podemos afirmar:
I. Introdução de novos elementos no texto. Pode-se também
retomar esses elementos para introduzir novos referentes;
II. Operação responsável pela manutenção do foco nos objetos de
discurso previamente introduzidos;
III. Elemento constituinte do processo de escrita e leitura. Trata-se
das relações dialógicas estabelecidas entre dois ou mais textos;
IV. Pode ocorrer de maneira implícita ou explícita;
V. Responsável pela continuidade de um tema e pelo
estabelecimento das relações semânticas presentes em um texto.
 Estão corretas as proposições:
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I, II e V estão corretas.
c) Apenas III e IV estão corretas.
d) III, IV e V estão corretas.
e) I e II estão corretas.
C
Os moinhos têm palmeiras
Onde canta o sabiá.
Não são artes feiticeiras!
Por toda parte onde eu vá,
Mar e terras estrangeiras,
Posso ver mesmo as palmeiras
Em que ele cantando está.
Meu sabiá das palmeiras
Canta aqui melhor que lá.
Mas, em terras estrangeiras,
E por tristezas de cá,
Só à noite e às sextas-feiras.
Nada mais simples não há!
Canta modas brasileiras.
Canta – e que pena me dá!
(Ribeiro Couto)
 
Os versos dos poetas modernistas e românticos apresentam
relação de intertextualidade com o poema de Ribeiro Couto,
EXCETO em uma alternativa. Assinale-a.

a) “Vou-me embora pra Pasárgada / Lá sou amigo do rei / Lá tenho a


mulher que eu quero / Na cama que escolherei” (Manuel Bandeira)
b) “Dá-me os sítios gentis onde eu brincava / Lá na quadra infantil; /
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, / O céu do meu Brasil!”
(Casimiro de Abreu)
c) “Minha terra tem macieiras da Califórnia / onde cantam
gaturamos de Veneza. / Os poetas da minha terra / são pretos que
vivem em torres de ametista,” (Murilo Mendes)
d) “Ouro terra amor e rosas / Eu quero tudo de lá / Não permita
Deus que eu morra / Sem que volte para lá” (Oswald de Andrade)
e) “Em cismar, sozinho, à noite, / Mais prazer eu encontro lá; /
Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o Sabiá.” (Gonçalves Dias)
A
Você sabia que com pouco esforço é possível ajudar o planeta e o seu bolso?
Ao usarmos a energia elétrica para aparelhos eletrônicos e lâmpadas também
emitimos gás carbônico, um dos principais gases do efeito estufa. Atitudes
simples como trocar lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes e puxar da
tomada os aparelhos que não estão em uso reduzirão a sua conta de luz e as
nossas emissões de CO2 na atmosfera.(Planeta sustentável: conhecimento
por um mundo melhor)
Assinale a alternativa que indica recurso empregado no texto.
a) Intertextualidade, já que se pode notar apropriação explícita e marcada,
por meio de citações, de trechos de outros textos.
b) Conotação, uma vez que o texto emprega em toda a sua extensão uma
linguagem que adota tom pessoal e subjetivo.
c) Ironia, observada no emprego de expressões que conduzem o leitor a outra
possibilidade de interpretação, sempre crítica.
d) Denotação, pois há a utilização objetiva de palavras e expressões que
destacam a presença da função referencial.
e) Metalinguagem, uma vez que a linguagem adotada serve exclusivamente
para tratar da própria linguagem.
d
Na peça publicitária acima, o uso da intertextualidade é evidenciado
pela presença de uma
a) Paródia que remete à revista “Caras”, cuja característica marcante é o
uso de fotos de personalidades acompanhadas de uma declaração.
b) Paráfrase, em que um referente novo é apresentado como se fosse já
conhecido.
c) Epígrafe, pois fica evidente que a palavra “aperto”, no texto,
relaciona-se às apalpadelas dos clientes durante a escolha das frutas.
d) Pastiche, já que o texto imitar o estilo de outro autor.
e) Concordância associativa, por meio da qual a relação entre o limão e
suas cascas gera inferências sobre as frutas.
A
Com base no texto original que possibilita o recurso da
intertextualidade presente na tirinha da personagem Matilda, analise
as afirmações a seguir quanto ao gênero:
 I. Apresenta narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no tempo em
que se passa.
II. Envolve poucas personagens e as que existem se movimentam em torno
de uma única ação.
III. Utiliza ações que se passam em torno de um só espaço, constituem um
só eixo temático e um só conflito.
IV. Traz linguagem é simples e direta, não se utiliza de muitas figuras de
linguagem ou de expressões com pluralidade de sentidos.
V. Defende um ponto de vista diferente do que a maioria percebe.
 É correto apenas o que se afirma em:
a)I e II.
b)II, IV e V.
c)IV e V.
d)I, III e V.
e)I, II, III e IV.
E

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