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INTERTEXTUALIDADE

Profª. Tânia Maria A. Palmeira Tripoloni


INTERTEXTUALIDADE
• Para a análise do discurso, todo texto é
híbrido ou heterogêneo quanto a sua
enunciação, no sentido de que ele é
sempre um tecido de vozes ou citações,
cuja autoria fica sempre marcada ou não,
vinda de outros textos preexistentes.
CONCEITO DE
INTERTEXTUALIDADE

• Intertextualidade é a influência de um
texto sobre outro que o toma como
modelo ou ponto de partida, e que, às
vezes, provoca uma certa atualização ou
modernização do primeiro texto.
• A intertextualidade ocorre em diversas
áreas do conhecimento. Eis algumas
delas:
RELAÇÕES INTERTEXTUAIS
• Relações cúmplices: quando ambos trabalham
com os mesmos valores.
• Relações polêmicas: quando trabalham com
valores diferentes.
• Às vezes, um texto B, ao recriar um texto A,
confirma alguns valores do texto recriado e
discorda de outros, o que permite concluir que é
possível que os dois textos estabeleçam uma
relação parcialmente cúmplice e
parcialmente polêmica.
Meus oito anos

Oh! Que saudade que tenho


Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjas!
Casimiro de Abreu
Meus oito anos

Oh! Que saudade que tenho


Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da rua São Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais!
Oswald Andrade
• Quanto à intertextualidade na
publicidade, pode-se dizer que
ela assume a função não só
de persuadir o leitor como
também de difundir a cultura,
uma vez que se trata de uma
relação com a arte (pintura,
escultura, literatura etc).
Assim, quando há a utilização
deste recurso, boa parte do
efeito de uma propaganda ou
do título de uma reportagem é
proveniente da referência feita
a textos pré-existentes. Esses
textos ora são retomados de
forma direta, ora de forma
indireta, levando o destinatário
a reconhecer no enunciado o
texto citado.
• Minha terra tem
palmeiras, • Minha terra tem primores,
Onde canta o Sabiá; Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui Em cismar –sozinho, à
gorjeiam, noite–
Não gorjeiam como lá. Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
• Nosso céu tem mais Onde canta o Sabiá.
estrelas,
Nossas várzeas têm mais • Não permita Deus que eu
flores, morra,
Nossos bosques têm Sem que eu volte para lá;
mais vida, Sem que desfrute os
Nossa vida mais amores. primores
Que não encontro por cá;
• Em cismar, sozinho, à Sem qu'inda aviste as
noite, palmeiras,
Mais prazer eu encontro Onde canta o Sabiá.
lá;
Minha terra tem GONÇALVES DIAS
palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
• Mário Quintana
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Oswald de Andrade
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
Murilo Mendes
Minha terra tem macieiras da Califórnia
Onde cantam gaturamos de Veneza
(...)
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
E ouvir um sabiá com certidão de idade!
TIPOS DE REFERÊNCIA
INTERTEXTUAL
• CITAÇÃO: Consiste em mencionar
literalmente um fragmento de outro texto.
• Ex.: Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores. (Canção do Exílio)

Nossos bosques têm mais vida,


Nossa vida em teu seio mais amores.
(Hino Nacional Brasileiro)
• ALUSÃO: Consiste em fazer uma
referência não literal a fragmentos de
outros textos.
• Exemplos:
• Segundo Barros e Fiorin (2003 p.46) a
intertextualidade pressupõe um universo
histórico-social e cultural muito amplo e
complexo, pois implica a identificação das
referências; o conhecimento de mundo,
que deve ser comum ao produtor e ao
receptor de textos; o reconhecimento de
remissões a obras, além de exigir do leitor
a capacidade de compreender a função
da presença daquela citação e/ou alusão
a outros textos.
A mídia articula o discurso,
a sociedade e a memória
ESTILIZAÇÃO
Nova elaboração.(raciocínio dualista)
1 - TEXTO ORIGINAL

2 – PARÁFRASE 3 – PARÓDIA

PRÓ ESTILIZAÇÃO CONTRA

- PARÁFRASE - ESTILIZAÇÃO POSITIVA –


(EFEITO = RESULTADO).

- PARÓDIA – ESTILIZAÇÃO NEGATIVA –


(EFEITO = RESULTADO).
BALEÍSSIMA – Bussunda Casseta & Planeta
A ordem do discurso
• não se pode falar de uma coisa qualquer
num lugar e tempo qualquer
• aquilo que se pode e se deve dizer no
momento histórico da produção de
sentidos
• “A noção de memória discursiva exerce,
portanto, uma função ambígua no
discurso, na medida em que recupera o
passado e, ao mesmo tempo, o elimina
com os apagamentos que opera”.

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