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É fecha no conceito universal. Como assim no conceito universal?

Por exemplo,
quando se fala de poesia lírica, o que é a poesia lírica? É aquela que tem como
conceito fundamental uma subjetividade, mas é uma subjetividade que não se
relaciona com o que acontece extremamente. É algo que está no plano filosófico, do
equilista, do abstrato, do universal nesse sentido de abstração. A poesia como algo
de contemplação apenas. E aqui a poesia não é apenas um canal que vai estabelecer
o espaço de contemplação, mas um espaço também de reflexão sobre uma
subjetividade localizada no espaço-tempo. E essa subjetividade localizada no
espaço-tempo, ela vai falar de um lugar culturado. Que aí entra esse conceito de
Paradobe também. Então, o que não era em Caracuru, ou seja, a realidade, ela passa
a ser um elemento importante numa coisinha lírica. Por isso que Paradobe tem dois
sentidos aqui. Tem esse sentido do Da poesia que se torna poesia, não mais pelo
livro, mas por outros canais, por exemplo. A poesia pode acontecer a partir de uma
mídia digital. A poesia pode acontecer a partir do cinema. A poesia pode acontecer a
partir da performance. Mas aqui o recorte que ela faz é da música. O canal de
inspiração da poesia, nesse momento, é a música. A música popular brasileira. Eu
acho que foi colecionado muito bonito. Porque eu trouxe isso como exemplo. E, no
meu ver, é uma coisa que está aí, essa missa de inspiração, durante o Teixe Natal e
essa questão da música, da canção. E é como se a gente perguntasse, a partir disso,
qual será o lugar da literatura para o passado tempo? que elas passarão a ocupar.
Por exemplo, nessa questão da literatura, a poesia ocupar os livros, está no lugar de
ocupar os livros. E agora já vem com novas circunstâncias, como com os outros
lugares. Então, para mim, a pergunta que a autora faz, que descobre o texto, o livro,
é esse novo lugar que a literatura passará a ocupar, que é o lugar dos livros.
Inclusive, reestabelecendo o diálogo da poesia com a sua tradição original da
oralidade. Porque a poesia, por exemplo, na sua origem, ela e a música eram uma
linguagem de som. A poesia, a música, a performance, a dança e o canamá eram
uma linguagem de som na tradição oral. Até que a cultura moderna, a globalização
separa, a globalização começa mais em fábrica com processos de navegações, com
as explorações de outros territórios. Mas um pouco antes disso há uma separação da
poesia e da canção. Então a música se torna uma linguagem autônoma e a poesia
também. E aqui o que ela está propondo é justamente reler a poesia com a música,
considerando o contexto da literatura brasileira. Tendo em vista que existiu, e a.
Gente vai discutir isso, uma consciência por parte de florestas e por parte de
compositores de criar uma música poética ou de musicalizar com eles. Então, isso foi
um movimento que aconteceu dentro da literatura brasileira. Existe uma consciência
disso. Não é só o fato de você escutar uma música de bebê e ele ficar com uma letra
poética no livro. Claro que em algumas situações é só isso, mas no contexto do

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recorte aqui, quando ela contou os anos 60, os anos 80, os anos 90, ela está falando
de muita essência poética que surge. e que não pode deixar de ser pensada, porque
se a gente ignora, a gente vai estar ignorando a própria história da literatura
brasileira. Por isso que é importante a gente perceber que existiu uma determinação
por parte desses poetas, uma determinação por parte desses compositores que vão
construir essa poesia no meio da ficção. e de que maneira isso vai repercutir em
outros cenários. É o exemplo do próprio Hegel. O Hegel trabalhou muito com o
queixo. Uma poesia cantada que enfatiza nessa poesia. Cantada uma fala também. E
isso está muito presente nessa consciência poética que surge a partir dos anos 60 no
contexto da literatura brasileira. Aí vamos lá. Aqui, por exemplo, a autora vai dizer
que a poesia é uma transfiguração do real. Transfiguração do real, porque ela vai
criar figuras, vai criar alegorias, vai criar imagens da traduzir esse real. E nesse
processo de transfiguração do real, ela vai movimentar um capital simbólico coletivo.
Quando ela fala que a poesia vai movimentar um capital simbólico coletivo, ela está
falando do alcance maior que a poesia tem ao utilizar, por exemplo, as mídias de
massa com a própria MPP, com a própria música, que tem um alcance muito maior
do que o livro. Então, o livro impresso, sobretudo pensando esse contexto dos anos
60, ainda hoje é de difícil acesso. Pode não ser para a gente, até para ter um pouco
mais de facilidade de encontrar onde adquirir esse livro. Os livros também estão
disponíveis, muitos estão disponíveis hoje em dia na internet, mas. O livro é um
objeto de sucesso. É um objeto para a população de. Um país periférico, na América
Latina. E ele é um objeto muito em contemplação mesmo, tem uma relação solitária,
ele é um sujeito e ele é um mito também, como você destaca. Então, essa percepção
de que a poesia pode adquirir novas formas, ela pode usar outros lugares para o
livro, é uma compreensão para o tópico que esses atores Por quê? Porque eles
entendem que a poesia pode se tornar poesia a partir de outros vídeos. Ou a partir
de outros mecanismos de linguagem, de outras expressões. No momento atual,
vocês vão lembrar, é muito comum a gente estar por aí pela cidade e encontrar o
Bambi-Bambi. O Bambi-Bambi. Ah, de ciganas, né? Traga de volta o seu avô, sua mãe.
Não, mas isso aí é uma... Ah, sim, sim. É uma divulgação mesmo, né? É uma
propaganda que a cigana tá fazendo. Mas o mamilando são aquelas coisinhas
impressas nesse mesmo material, né? Que essas propagandas são impressas. É, esse
aí mesmo, né? Pronto, então tu pode se perceber. É muito comum nas grandes
cidades, você ter a impressão, como é que você lembrou aí do cartaz, né? Traga-se a
uma botola, sem maldos dias. Posso fazer uma maniga para uma serminhadeira,
alguma coisa nesse sentido. Então, e é um, o lambe-lambe, ele é utilizado com
frequência para divulgar alguma coisa. Aluna-se uma casa, com objetos. Então, ele é
um canal de comunicação de vendas, praticamente. Só que os poetas entenderam
que ele podia ser um canal de comunicação entre as massas. Daí eles imprimem seus
poemas e colam. Nos postes, nos murais, nas paredes, nos diferentes lugares da
cidade, no centro, que é muito comum. A gente está caminhando por alguns, os
nomes, os nomes poéticos. Então, por exemplo, no contexto atual, o nome, nome é

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um exemplo disso. Nos anos 60, nos anos 70 e 90, a MPB foi uma consciência de
linguagem dos poetas adquiridos, poderia ser de maior alcance. Poderia... A poesia
poderia funcionar agora na paro-literatura, ou seja, no que não era literatura. Então,
se tornava literatura. E aí. Essa é a história. É uma lenda que torna-se meio quebrada,
e outras quebradas por passeio, que vão ao passo. É uma lenda que, como todos,
tem de ser falada. Mas eu vou te contar a lenda da lixa esquisita Não sei se você
acredita, ela não é feia Ela sempre. Desejou ter uma linda garota e sonha. Eu só
tenho que ser seu pai, sua mãe, o estado, a professora Ela. Jogou o corpo no palco,
deu a. Cara pra bater Pois pra ser riquinho. E feliz tem que dar um almoço. E poder
Tipo, ela só tem a. Cara e o jeito de andar Mas. Sabe que pra ter sucesso não basta.
Apenas estudar Estudar, estudar, estudar sem parar. Tão esperta essa bichona, não
basta apenas. Ficionomia muito mais que abusada Essa bicha é monotólica O monte
tá se ajeitado. Eu tô bonita, tá engraçada Eu não tô bonita, tá engraçada Me arrumei
tanto. Pra ser a maldita Mas até agora. Só deram risada Eu tô bonita, tá. Engraçada
Eu não tô bonita, tá engraçada Me arrumei tanto pra ser a maldita Mas até agora só
deram risada Abandonada. Pelo pai Ou sua tia foi criada. Enquanto a mãe é
envenenada Alagoana, atretada. Mas eu tinha que ensiná-lo, cada um. Toca aqui,
patrão Eu fui expulsa da igreja E porque um papo de limaçã deixa as outras
contaminadas Eu tinha tudo. Pra dar certo e dei até o. Tudo fazer tempo Hoje o meu
corpo, minhas regras, meus roteiros, minhas fregas Sou eu mesmo quem comprimo,
eu tô bonita. Tô bonita, ó, me arruinando pra ter. A fortidão E agora essa terra que.
Está em todo mundo enchendo é a terra tão bonita E agora essa terra que está em
todo mundo enchendo é. A terra tão bonita E agora essa. Terra que está em todo
mundo enchendo é a terra tão bonita E agora. Essa terra que está em todo mundo
enchendo é a terra tão bonita E. Agora essa terra que está em todo. Mundo
enchendo é a terra tão bonita. E agora essa terra que está em. Todo mundo
enchendo é a terra tão bonita Eu trouxe essa canção, Da Vinda Quebrada, para a
gente pensar um pouco nessa paratopia. De que maneira ela se inscreve, ela. Se
constrói nessa canção, nesse poema que foi formado. Então, vocês percebam que a
música é um poema. Ela usa, inclusive, as estratégias do próprio Hebe para compor a
sua fala, para compor a sua expressão. Então, a partir dessa compreensão que a
música popular brasileira tem da poesia e que a poesia tem da música popular
brasileira, ela se segue em diversos movimentos, sobretudo nessa poesia cantada,
que se aproxima. De... Para vocês, sabem como é que. Vocês lêem e entendem isso a
partir dessa canção da Lenda da Verdade. Eu comecei com a poesia como saindo.
Daquele lugar totalmente fantástico, algo totalmente tópico. E ela vem dentro de
uma linguagem que tem um impacto também cultural, mas que quase todos podem
entender e. Também se identificar com aquele eu e... É um processo de imitação
mítica da realidade, né? Que a poesia é colocada em uma espécie de forlamento, em
uma espécie de emulgado suprime, que se distancia, que trabalha dentro do seu
imaginário e é visto Essa poesia se faz a partir de um canto, trazendo essa oralidade,
essa fala para conversar de maneira expressiva com quem está recebendo.

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Transcribed by Transkriptor 4/4

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