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Tecnologias - Português
Ensino Fundamental, 1° Ano
Paráfrase e intertextualidade
PARÁFRASE E INTERTEXTUALIDADE
(Renato Russo)
• Você já usou algum trecho de música, ou poema para tentar explicar
algo ou expressar seus sentimentos?
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira
tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e
não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem,
acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei
como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
• Observe o poema de Luiz de Camões, escrito no século XVI
Público
LÍNGUA PORTUGUESA, 9º ano
Paráfrase e Intertextualidade
Quero dormir à sombra dos coqueiros, Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Se eu tenho de morrer na flor dos anos
As folhas por dossel; Meu Deus! não seja já;
Meu Deus! não seja já;
E ver se apanho a borboleta branca, Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Que voa no vergel! Cantar o sabiá!
Cantar o sabiá!
Quero sentar-me à beira do riacho
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Das tardes ao cair,
Respirando este ar;
E sozinho cismando no crepúsculo
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os sonhos do porvir!
Os gozos do meu lar!
Dá-me os sítios gentis onde eu brincava Quero morrer cercado dos perfumes
Lá na quadra infantil; Dum clima tropical, Imagem: Anual / GNU Free
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria, E sentir, expirando, as harmonias Documentation License
O céu do meu Brasil! Do meu berço natal!
Commons Attribution-Share
Se eu tenho de morrer na flor dos anos Minha campa será entre as mangueiras,
Meu Deus! não seja já!
Brandão / Creative
Cantar o sabiá! À sombra do meu lar!
Chega!
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos.
Minha boca procura a “Canção do Exílio”.
Como era mesmo a “Canção do Exílio”?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
onde canta o sabiá!
• Como você pôde observar, a paráfrase é muito usada nos textos poéticos, mas
podemos também parafrasear esses textos, de forma a retirar deles a linguagem
conotativa (sentido figurado, aquele que só existe em situações não usuais), e
escrevermos usando uma linguagem denotativa (sentido literal, quando as
palavras são usadas no seu sentido usual).
LÍNGUA PORTUGUESA, 9º ano
Paráfrase e Intertextualidade
• Percebeu a intertextualidade?
• Apesar de Mário Quintana citar no seu poema a Canção do Exílio de Gonçalves
Dias, ele aborda outra temática, de forma a contrariar a ideia do texto original,
negando a existência do “sabiá”, da “palmeira”, das “aves”, etc. Ele inclusive
questiona a ideia do texto original dando outro significado à “Canção do exílio”.
Por ser uma intertextualidade que, em vez de endossar, perverte o texto original
e é marcada pelo aspecto crítico, chamamos esse tipo de paródia.