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MATÉRIA: Leitura e Produção de Textos

CURSO: Pedagogia

PORTFÓLIO

A tarefa é encontrar o texto bíblico original que inspirou a canção e observar o tipo
diálogo que é construído entre os dois.

A famosa canção de Legião Urbana, "Monte Castelo", alvo de muito sucesso nos
anos de 1980, pela letra e pela melodia, é resultado de uma leitura anterior que
seu autor, Renato Russo, fez da Bíblia.

Qual a mensagem da letra ?

Monte Castelo - Renato Russo

Ainda que eu falasse


A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor! É só o amor Que
conhece o que é verdade O amor
é bom, não quer o mal Não sente
inveja ou se envaidece O amor é
o fogo que arde sem se ver É
ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desa na sem doer
CONTINUA

PORTFÓLIO

Ainda que eu falasse


A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer É solitário
andar por entre a gente

É um não contentar‐se de contente É cuidar que se


ganha em se perder É um estar‐se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor É um ter com
quem nos mata a lealdade Tão contrário a si é o
mesmo amor Estou acordado e todos dormem Todos
dormem, todos dormem Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria

OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no
mínimo 20 linhas e máximo 35 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do
singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial ou
times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.

RESPOSTA:
O texto que inspirou Renato Russo foi o capítulo 13 do livro bíblico Coríntios, abaixo
transcrito. 1 Coríntios 13:1-13:

“1- Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine”.

2- E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor,
nada seria.

3- E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

4- O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade,
não se ensoberbece.

5- Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita
mal;

6- Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

7- Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8- O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, desaparecerá;

9- Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;

10- Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.

11- Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como
menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.

12- Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora
conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.

13- Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o
amor."
Podemos perceber, que o eu lírico da canção descreve o amor de dois modos, dizendo como
ele age, a que ele pode ser comparado, dizendo também que é um sentimento abstrato,
descrevendo-o por antíteses. Isto para dizer que conhece o que é o amor. E que o amor, o
que há de mais importante na vida, não é o que se passava em Monte Castelo.

Com este texto, Renato Russo constrói uma intertextualidade positiva, dizendo o mesmo
conteúdo bíblico, porém em estrutura diferente, passando de prosa para verso.

REFERÊNCIA:

https://www.letras.mus.br/blog/analise-da-musica-monte-castelo/

https://diegoagnelo.wordpress.com/2011/03/10/analise-de-musica-monte-castelo-legiao-
urbana/

https://www.preparaenem.com/portugues/intertextualidade-nas-vozes-camoes-renato-
russo.htm
PESQUISA

Faça uma pesquisa sobre os diferentes tipos de intertextualidade e encontre exemplos deles.
As intertextualidades podem ser separadas em oito diferentes tipos. Conheça-os:

Bricolagem
Você já viu uma obra criada a partir de recortes? Trata-se de uma bricolagem. Esse tipo de
intertextualidade é muito comum no mundo da pintura e também na música, em que
diversos artistas utilizam trechos e melodias de outras canções em seus novos trabalhos (o
que é chamado, nesse caso, de “sample”). Entretanto, a bricolagem aparece também na
literatura, quando um texto é criado a partir de fragmentos de outros.

Citação
Um dos questionamentos mais famosos do mundo da literatura é o dilema de Hamlet, que
indaga “Ser ou não ser, eis a questão” na peça de William Shakespeare. A frase anterior
traz uma citação, que é simplesmente o ato de referenciar uma passagem escrita por outro
autor no seu próprio texto. Ela surge entre aspas e identifica o nome do autor original.

Epígrafe
A epígrafe é um tipo de intertextualidade criado para estabelecer a identidade ou o tom da
obra que você vai ler a seguir. Ela é um texto inicial de outro autor, utilizado por um escritor
para abrir o seu novo texto. Com isso, é possível utilizar a filosofia de outra pessoa para
sintetizar a sua própria e, assim, preparar melhor o leitor para o que vem a seguir.

Paráfrase
Quando você parafraseia um texto, você explica o que o autor quis dizer, mas com suas
próprias palavras. Assim, a paráfrase pode ser classificada como uma repaginação de um
texto preexistente que preserva o sentido e a essência do texto-base.

Paródia
Seja para criticar o texto original, para criar uma obra com tons de ironia, para fazer rir ou
apenas para aproveitar a familiaridade do público com o texto original para fins de
entretenimento ou de discussão, a paródia é a apropriação do discurso de outro autor.
Aqui, ela é, muitas vezes, desvirtuada e desprovida completamente do seu sentido original.
PESQUISA

Pastiche

O pastiche é uma colagem ou colcha de retalhos de estilos e outros textos. O que, então, o
difere da bricolagem? Na bricolagem, o autor pega trechos (ou pedaços) de outras obras e
insere nas suas. No pastiche, ele se apropria de estilos e de formatos, e não diretamente
das palavras já escritas previamente.

Referência ou alusão

Você já viu algum casal trágico da ficção, ou mesmo da vida real, ser comparado a Romeu
e Julieta? Isso é uma referência ou alusão, ou seja, uma insinuação ou sugestão a outros
personagens, pessoas, locais, acontecimentos ou outras obras. A referência não acontece
de forma direta, mas por meio de simbolismos.

Tradução

Quando um livro escrito em inglês é traduzido para o português, por exemplo, há um caso
de intertextualidade. A obra traduzida é uma recriação da original, preservando ao máximo
possível o sentido, o tom e o estilo das palavras do autor.

RESPOSTA:

EXEMPLOS: BRICOLAGEM:
Trata-se da mescla de elementos advindos de vários textos ou de várias obras de arte em
geral. O filme infantil “Shrek”

CITAÇÃO:
Em entrevista à revista Veja (1994) Milton Santos aponta: “A geografia brasileira seria outra
se todos os brasileiros fossem verdadeiros cidadãos. O volume e a velocidade das
migrações seriam menores. As pessoas valem pouco onde estão e saem correndo em
busca do valor que não têm”.

EPÍGRAFE:
“Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo”.

(Paulo Freire, “Pedagogia do Oprimido”)

PARÁFRASE:
Texto original

“Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.”

(Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”)

Texto parafraseado

“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!”

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)

PARÓDIA:

Texto original
“Oh”! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!"

(Casimiro de Abreu, “Meus oito anos”)

Texto parodiado

“Oh que saudades que eu tenho


Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
“Que os anos não trazem mais”

(Oswald de Andrade, "Meus oito anos")

PASTICHE:
Texto original

“Pois é. Tenho dito. Tudo aleivosia que abunda nesses cercados. Mais que nada. Foi
assim mesmo, eu juro Cumpadre Quemnheném não me deixa mentir e mesmo que
deixasse, eu mentia. Lorotas! Porra louca no juízo dos povos além das Gerais! Menina
Mágua Loura deu? Não deu. (...)”.

(Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”)

Texto com pastiche

“Compadre Quemnheném é que sabia sabença geral e nunca conferida, por quem?
Desculpe o arroto, mas tou de arofagia, que o doutor não cuidou no devido. Mágua Loura
era a virge mais pulcra das Gerais. Como a Santa Mãe de Deus, Senhora dos Rosários,
rogai por nós! (...)”.

(Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 11/09/1998).


REFERÊNCIA OU ALUSÃO:
Ele me deu um “presente de grego”. (a expressão faz alusão à Guerra de Troia, indicando
um presente mal e que pode trazer prejuízo)

TRADUÇÃO:
Texto original

“Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.”

(Che Guevara)

Texto traduzido

“É preciso ser duro, mas nunca sem perder a ternura.”

REFERÊNCIA:

https://www.maven.com.br/blog/conheca-os-principais-tipos-de-intertextualidade-e-como-
usa-los/
https://brasilescola.uol.com.br/redacao/tipos-intertextualidade.htm
https://www.todoestudo.com.br/portugues/intertextualidade
https://www.todamateria.com.br/intertextualidade/

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