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Intertextualidade, Coesão e

Coerência
Disciplina: Leitura e Produção textual
Profa. Ma. Theciana Silveira
Coesão e Coerência
Sabe-se que:

•o bom desempenho locutório do acadêmico é


extremamente importante;
•texto escrito é realidade incontornável para
aquele que age na esfera discursiva acadêmica:
produção e recepção;
Coesão e Coerência

Por essa razão, o texto acadêmico:

•Exige a elaboração de textos que sejam


concatenados, coerentes, com marcas de clareza
e simplicidade e conduzam o receptor à
compreensão da mensagem;
Coesão e Coerência

•Como todo texto, seu sentido é situado.

•Os processos de produção e de análise textuais


envolvem dois aspectos: (co)textual e
co(n)textual:
• Distribuição dos critérios gerais da textualidade:

TEXTUALIZAÇÃO

RELAÇÕES
RELAÇÕES
CO-TEXTUAIS:
CO(N)TEXTUAIS:
CONHECIMENTOS
CONHECIMENTOS DE MUNDO
LINGUISTICOS

TEXTO
Processo/Produto

INTECIONALIDADE
ACEITABILIDADE
COESÃO
INFORMATIVIDADE
COERÊNCIA SITUACIONALIDADE
INTERTEXTUALIDADE

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• Distribuição dos critérios gerais da textualidade:

TEXTUALIZAÇÃO

RELAÇÕES
RELAÇÕES
CO-TEXTUAIS:
CO(N)TEXTUAIS:
CONHECIMENTOS
CONHECIMENTOS DE MUNDO
LINGUISTICOS

TEXTO
Processo/Produto

INTECIONALIDADE
ACEITABILIDADE
COESÃO
INFORMATIVIDADE
COERÊNCIA SITUACIONALIDADE
INTERTEXTUALIDADE

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Intertextualidade

•Como o próprio nome sugere, indica a ação de


um texto sobre outro (intertexto), ou seja,
relações entre textos.

•O sentido que damos a um texto pode depender


(e com frequência depende) do conhecimento de
outros textos, com os quais ele se relaciona.
1. Citação
Relações de 2. Plágio
Copresença
3. Referência
4. Alusão
Citação

A citação é o tipo de intertextualidade que mais


costuma vir assinalada por sinais tipográficos diversos
(como aspas, recuo de margem, itálico, diminuição de
fonte, etc.), que demarcam uma fronteira entre o trecho
citado e o texto em que ela se encontra.
Exemplo 1
Exemplo 2
Plágio

O plágio é a apropriação indevida do texto alheio


de forma que o plagiário assume a autoria do texto de
outrem. Muita das vezes a prática é deliberada, de modo
que se procura ocultar o intertexto.
Referência

A referência diz respeito ao processo de remissão a


outro texto, sem necessariamente, haver citação de um
trecho. A remissão pode realizar-se, por exemplo, por
meio da nomeação do autor do intertexto, título da
obra, de personagens, de obras literárias etc.
Exemplo 3
Sou Sua Cheia de sol Sua criptonita
Adriana Calcanhoto Sou sua lua Sou sua Lois
Sua carne crua Sou sua Jóia
Sou sua luz Sobre o lençol Sou sua Nóia
Sou sua cruz Sou sua Amélia Sua outra voz
Sou sua flor Sou sua Ofélia Sou sua
Sou sua jura Sou sua foz Sou sua
Sou sua cura Sou sua fonte Sou sua
Pro mal do amor Sou sua ponte Plenamente
Sou sua meia pro além de nós Simplesmente
Sou sua sereia Sou sua chita
Exemplo 3
Sou Sua Cheia de sol Sua criptonita
Adriana Calcanhoto Sou sua lua Sou sua Lois
Sua carne crua Sou sua Jóia
Sou sua luz Sobre o lençol Sou sua Nóia
Sou sua cruz Sou sua Amélia Sua outra voz
Sou sua flor Sou sua Ofélia Sou sua
Sou sua jura Sou sua foz Sou sua
Sou sua cura Sou sua fonte Sou sua
Pro mal do amor Sou sua ponte Plenamente
Sou sua meia pro além de nós Simplesmente
Sou sua sereia Sou sua chita
Amélia
Ai, Que Saudades da Amélia
Mário Lago

Nunca vi fazer tanta exigência


Nem fazer o que você me faz
Você não sabe o que é consciência
Não vê que eu sou um pobre rapaz
Você só pensa em luxo e riqueza
Tudo o que você vê, você quer
Ai, meu Deus, que saudade da Amélia
Aquilo sim é que era mulher
Às vezes passava fome ao meu lado
E achava bonito não ter o que comer
Quando me via contrariado
Dizia: Meu filho, o que se há de fazer!
Amélia não tinha a menor vaidade
Amélia é que era mulher de verdade
Ofélia

Ofélia é personagem da tragédia


Hamlet, de William Shakespeare,
geralmente associada à loucura e à
melancolia. Após ter o pai, Polônio,
assassinado por Hamlet, enlouquece e
afoga-se num rio. Numa das cenas da
tragédia, dois homens discutem se é
lícito ou não seu enterro cristão, já
que ele praticou suicídio.
Exemplo 4
Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras, Minha terra tem primores,


Onde canta o Sabiá; Que tais não encontro eu cá;
As aves, que aqui gorjeiam, Em cismar sozinho, à noite
Não gorjeiam como lá. Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, Não permita Deus que eu morra,
Nossa vida mais amores. Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Em cismar, sozinho, à noite, Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Mais prazer eu encontro lá; Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)
Exemplo 4
Canção do Exílio Facilitada

lá?
ah!
sabiá…
papá…
maná…
Sofá…
sinhá…
cá?
bah!

(José Paulo Paes)


Exemplo 4
A nova canção do exílio

Um sabiá Onde é tudo belo


na palmeira, longe. e fantástico,
Estas aves cantam só, na noite,
um outro canto. seria feliz.
O céu cintila (Um sabiá,
sobre flores úmidas. na palmeira, longe.)
Vozes na mata, Ainda um grito de vida e
e o maior amor. voltar
Só, na noite, para onde é tudo belo
seria feliz: e fantástico:
um sabiá, a palmeira, o sabiá,
na palmeira, longe. o longe.
(Carlos Drummond de Andrade. In: A Rosa do Povo - 1945)
Exemplo 5

No meio acadêmico: As referências costumam ser


indicadas por meio d último sobrenome do autor, seguido
do ano de publicação da obra cujas ideias são
parafraseadas.
Alusão
• A alusão é um tipo de referenciação indireta, como
uma retomada implícita, uma sinalização para o
coenunciador de que, pelas orientações deixadas no
texto, ele deve apelar a memória para encontrar o
referente não dito.
• Alusão Vs. Referência: não apresenta marcas explícitas
(tais como nome do autor, título da obra, nome de
personagens etc.).
Exemplo 6

Fátima
Renato Russo
Vocês são vermes, pensam que são reis
Vocês esperam uma intervenção divina
Não quero ser como vocês
Mas não sabem que o tempo agora esta contra vocês
Eu não preciso mais
Vocês se perdem no meio de tanto medo
Eu já sei o que eu tenho que saber
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E agora tanto faz
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
Mas acontece que tudo tem começo
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
E se começa, um dia acaba
Ela talvez tivesse um nome e era Fátima
Eu tenho pena de vocês
E de repente o vinho virou água
E as ameaças de ataque nuclear
E a ferida não cicatrizou
Bombas de nêutrons não foi Deus quem fez
E o limpo se sujou e no terceiro dia
Alguém um dia vai se vingar
Ninguém ressuscitou...
Exemplo 6

Fátima
Renato Russo
Vocês são vermes, pensam que são reis
Vocês esperam uma intervenção divina
Não quero ser como vocês
Mas não sabem que o tempo agora esta contra vocês
Eu não preciso mais
Vocês se perdem no meio de tanto medo
Eu já sei o que eu tenho que saber
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E agora tanto faz
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
Mas acontece que tudo tem começo
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
E se começa, um dia acaba
Ela talvez tivesse um nome e era Fátima
Eu tenho pena de vocês
E de repente o vinho virou água (1)
E as ameaças de ataque nuclear
E a ferida não cicatrizou
Bombas de nêutrons não foi Deus quem fez
E o limpo se sujou e no terceiro dia
Alguém um dia vai se vingar
Ninguém ressuscitou... (2)
Exemplo 6

Fátima
(1)Disse-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E
Renato Russo encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora, e
levai ao mestre de cerimônias. E levaram. E logo que o
mestre de Vocês são
cerimônias vermes, a
provou pensam
água que são reis
transformada em
Vocês esperam uma intervenção divina
vinho (não sabendo de onde
Não quero viera,
ser como se bem que o sabiam
vocês
Mas não sabem que o tempo agora esta contra vocês
os servos que tinham tirado
Eu não preciso mais a água), o mestre de
Vocês se perdem no meio de tanto medo
cerimônias chamou Eu já oseinoivo.
o que euEtenho
disse-lhe:
que saberTodo homem
De não conseguir dinheiro pra comprar
põesemprimeiro
se vender o vinho bom e, quando já beberam
E agora tanto faz
fartamente, então, o inferior; mas tu guardaste até
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Três crianças sem dinheiro e sem moral
agora o
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez bom vinho. Jesus principiou assim os seus
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
Mas acontece que tudo tem começo sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e
E se começa, um dia acaba
os seus discípulosE creram
se esqueceram
nele.de avisar
(Joãopra2:todo
7.) mundo
Ela talvez tivesse um nome e era Fátima
Eu tenho pena de vocês
E de repente o vinho virou água (1)
E as ameaças de ataque nuclear
E a ferida não cicatrizou
Bombas de nêutrons não foi Deus quem fez
E o limpo se sujou e no terceiro dia
Alguém um dia vai se vingar
Ninguém ressuscitou... (2)
Exemplo 6

Fátima
Renato Russo
Vocês são vermes, pensam que são reis
Vocês esperam uma intervenção divina
Não quero ser como vocês
Mas não sabem que o tempo agora esta contra vocês
Eu não preciso mais
Vocês se perdem no meio de tanto medo
Eu já sei o que eu tenho que saber
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
E agora tanto faz
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
Mas acontece que tudo tem começo
E se começa, um dia acaba (2) Era domingo de Emanhã
se esqueceram de avisar pra todo mundo
quando Jesus ressuscitou, e
Ela talvez
a primeira pessoa que O viutivesse
foi um nome eMadalena
Maria era Fátima - a
Eu tenho pena de vocês
mulher de quem EleEhavia expulsado
de repente seteágua
o vinho virou demônios.
(1)
E as ameaças de ataque nuclear
E a ferida não cicatrizou
Bombas de nêutrons não foi Deus quem fez
E o limpo se sujou e no terceiro dia
Alguém um dia vai se vingar
Ninguém ressuscitou... (2)
Exemplo 7
Exemplo 8
Exemplo 9

Coesão, Coerência
Coesão
Coesão e Coerência
Em situação de poço, a água equivale
A uma palavra em situação dicionária:
Isolada, estanque no poço dela mesma,
E porque assim estanque, estancada;
E mais: porque assim estancada, muda,
E muda porque com nenhuma comunica,
Porque cortou-se a sintaxe desse rio,
O fio de água que por ele discorria.

(João Cabral de Melo Neto, Rios sem discurso)


Coesão
Coesão e Coerência
A palavra é o maior instrumento de comunicação
Em
criado situação
pelo de mas
ser humano, poço, a comunicar
para água equivale
ela precisa
do discurso
A uma“rio corrente”...
palavra em situação dicionária:
A palavra precisa estar ligada a outras palavras,
Isolada,
formando estanque no poço dela mesma,
o discurso.
A essa
E conectividade
porque assim do discurso,
estanque, denominamos coesão.
estancada;
E mais: porque assim estancada, muda,
E muda porque com nenhuma comunica,
Porque cortou-se a sintaxe desse rio,
O fio de água que por ele discorria.

(João Cabral de Melo Neto, Rios sem discurso)


Coesão
Coesão e Coerência

A coesão textual é elaborada através de uma série


de processos da língua que têm por função
principal estabelecer relações linguísticas
significativas entre os elementos de um texto.

A coesão é uma espécie de costura. Assim, seja inter-relacionando


orações, períodos, parágrafos ou, ainda, segmentos maiores − como
um parágrafo final conclusivo que se articula a todos os parágrafos
antecedentes, ou até mesmo a articulação de capítulos entre si − os
mecanismos coesivos estabelecem um entrelaçamento na superfície
textual.
Coesão
Coesão e Coerência

•A coesão contribui de forma decisiva para que o


tema tratado se mantenha ao mesmo tempo em
que progride, acabando por se tornar um dos
recursos responsáveis pela coerência textual.
Coesão
Coesão e Coerência
1.Há textos que não possuem elementos coesivos,
o que atesta não ser a coesão uma condição
necessária para que uma determinada sequência
verbal seja tida como texto.

Exemplo:
Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso.
Nenhum sinal de vida humana. Tentativa
desesperada de recordar alguma coisa. Nada.
Coesão
Coesão e Coerência
2. É possível também elaborar sequências com
elementos coesivos que não constituem texto, por
faltar-lhes coerência.

Exemplo:
O dia está bonito, pois ontem encontrei seu
irmão no cinema. Não gosto de ir ao teatro
porque lá há muitos filmes divertidos.
Coesão
Coesão e Coerência

Se é verdade que a coesão não constitui condição


necessária nem sufi ciente para que um texto seja texto,
não é menos verdade, também, que o uso de elementos
coesivos dá ao texto mais legibilidade, explicitando os
tipos de relações estabelecidas entre os elementos
linguísticos que o compõem. Assim, em muitos tipos de
textos científicos – didáticos, expositivos e opinativos,
por exemplo – a coesão é altamente desejável, como
mecanismo de manifestação superficial de
coerência.
(VILELA; KOCH, 2001, p. 467).
Coesão
Coesão e Coerência

“Os processos de coesão dão conta da


estruturação da sequência do texto (seja por
recursos conectivos ou referenciais); não são
simplesmente princípios sintáticos. Constituem
os padrões formais para transmitir
conhecimentos e sentidos”.
(Marcuschi, 2008)
Coesão
Coesão
Tipos de coesão
e Coerência

A coesão referencial é o tipo de coesão que se


caracteriza por apresentar um componente da
superfície do texto fazendo remissão a outro(s)
elemento(s) do universo textual numa relação de
dependência semântica.

A coesão sequencial se caracteriza pela


possibilidade de tornar mais clara a progressão
do tema do texto.
Coesão
Coesão e Coerência
Coesão
Coesão e Coerência

Coesão
Referencial
Coesão
Coesão e Coerência

Coesão
Referencial

Coesão
Sequencial
Coesão
Coesãoe
MECANISMO COESIVO REFERENCIAL
a
• Catafórico (ou catáfora)
Ele foi um cineasta genial. Pena que Glauber Rocha
tenha morrido tão cedo.

• Anafórico (ou anáfora)


Pena que Glauber Rocha tenha morrido tão cedo. Ele
foi um cineasta genial.

Esses mecanismos estão relacionados conforme o


posicionamento que ele ocupa em relação ao referente.
Se surgir antes do referente, diz-se ser catafórico. Se
surgir depois, retomando-o, diz-se ser anafórico.
Coesão
Coesãoe
a

ALGUNS MECANISMOS DE COESÃO


REFERENCIAL
Coesão
Coesãoe
a) Pronominalização é a substituição do referente por
a ou por um advérbio (aqui,
um pronome (ele, a, isso...)
ali, lá, aí).

Exemplos:
• Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao
acaso.
• O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se
preocupam muito com a educação integral.
• Joaquim deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi
eleito seis vezes.
• Não podíamos deixar de ir ao Louvre, lá está a obra-prima de
Leonardo da Vinci: a “Mona Lisa”.
Coesão
Coesãoe
a) Pronominalização é a substituição do referente por
a ou por um advérbio (aqui,
um pronome (ele, a, isso...)
ali, lá, aí).

Exemplos:
• Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao
acaso.
• O colégio é um dos melhores da cidade. Seus dirigentes se
preocupam muito com a educação integral.
• Joaquim deve ter um discurso muito convincente. Ele já foi
eleito seis vezes.
• Não podíamos deixar de ir ao Louvre, lá está a obra-prima de
Leonardo da Vinci: a “Mona Lisa”.
Coesão
Coesãoe
b) Numerais são usados para substituírem seus
a
respectivos referentes textuais.

Exemplos:

Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um


terço pelo menos parece estar dominando o assunto.

Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua


chegada; o segundo dizia justamente o contrário.
Coesão
Coesãoe
b) Numerais são usados para substituírem seus
a
respectivos referentes textuais.

Exemplos:

Não se pode dizer que toda a turma esteja mal preparada. Um


terço pelo menos parece estar dominando o assunto.

Recebemos dois telegramas. O primeiro confirmava a sua


chegada; o segundo dizia justamente o contrário.
Coesão
Coesãoe
c) Elipse é a supressão de um elemento linguístico
anterior ou posteriormenteaenunciado.

Exemplo:

Tinha uma voz inconfundível e foi apreciada por mais de duas


gerações. Elis Regina marcou uma fase da MPB.

Antes da flexão verbal tinha ocorreu a elipse do sujeito Elis


Regina, assim como antes da flexão verbal foi. Percebemos essa
supressão ao nos depararmos com o sujeito desses verbos no
último enunciado.
Coesão
Coesãoe
d) Repetição de nome próprio ou parte dele é a reiteração
a próprio (de pessoa, de
total ou parcial de um nome
lugares, etc.).

Exemplo:

Lígia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras


da atualidade. Lígia é autora de “Antes do baile verde”, um dos
melhores livros de contos de nossa literatura.
Coesão
Coesãoe
d) Repetição de nome próprio ou parte dele é a reiteração
a próprio (de pessoa, de
total ou parcial de um nome
lugares, etc.).

Exemplo:

Lígia Fagundes Telles é uma das principais escritoras brasileiras


da atualidade. Lígia é autora de “Antes do baile verde”, um dos
melhores livros de contos de nossa literatura.
Coesão
Coesãoe
e) Metonímia é o processo de substituição de uma
a
palavra por outra, fundamentada numa relação de
contiguidade semântica. Ou seja, quando essas palavras
guardam alguma relação de sentido entre si.

Exemplo:

O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O


Planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço.

Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-


se diante de sua invenção.
Coesão
Coesãoe
e) Metonímia é o processo de substituição de uma
a
palavra por outra, fundamentada numa relação de
contiguidade semântica. Ou seja, quando essas palavras
guardam alguma relação de sentido entre si.

Exemplo:

O governo tem-se preocupado com os índices de inflação. O


Planalto diz que não aceita qualquer remarcação de preço.

Santos Dumont chamou a atenção de toda Paris. O Sena curvou-


se diante de sua invenção.
Coesão
Coesãoe
f) Epíteto é uma qualificação elogiosa ou injuriosa
atribuída a alguém. a
Exemplo:

Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais


famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.
Coesão
Coesãoe
f) Epíteto é uma qualificação elogiosa ou injuriosa
atribuída a alguém. a
Exemplo:

Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais


famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.
Coesão
Coesãoe
g) Nominalização é o emprego de um substantivo que
a anteriormente.
remete a um verbo enunciado

Exemplo:

Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal
testemunho não era válido por serem parentes do assassino.

O substantivo testemunho remete o co-enunciador (leitor) para o


verbo testemunhar. Também é possível ocorrer o contrário: um
verbo fazer remissão a um substantivo já enunciado.
Coesão
Coesãoe
g) Nominalização é o emprego de um substantivo que
a anteriormente.
remete a um verbo enunciado

Exemplo:

Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal
testemunho não era válido por serem parentes do assassino.

O substantivo testemunho remete o co-enunciador (leitor) para o


verbo testemunhar. Também é possível ocorrer o contrário: um
verbo fazer remissão a um substantivo já enunciado.
Coesão
Coesãoe
h) Sinonímia é o emprego de palavras ou expressões
a
sinônimas ou quase sinônimas.

Exemplo:

Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor comercial em


sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.
Coesão
Coesãoe
h) Sinonímia é o emprego de palavras ou expressões
a
sinônimas ou quase sinônimas.

Exemplo:

Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor comercial em


sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.
Coesão
Coesãoe
i) Repetição de uma palavra é o uso de uma palavra com
ou sem determinante quandoa não for possível substituí-
la por outra, ou quando o contexto o exigir.

Exemplo:

A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre


ligada aos objetivos e aos interesses da classe dominante. Essa
ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda
sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou
qual produto não é o dono da empresa, nem os representantes do
sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um
veículo da ideologia dominante.
(ARANHA; MARTINS, 1993, p. 50).
Coesão
Coesãoe
i) Repetição de uma palavra é o uso de uma palavra com
ou sem determinante quandoa não for possível substituí-
la por outra, ou quando o contexto o exigir.

Exemplo:

A propaganda, seja ela comercial ou ideológica, está sempre


ligada aos objetivos e aos interesses da classe dominante. Essa
ligação, no entanto, é ocultada por uma inversão: a propaganda
sempre mostra que quem sai ganhando com o consumo de tal ou
qual produto não é o dono da empresa, nem os representantes do
sistema, mas, sim, o consumidor. Assim, a propaganda é mais um
veículo da ideologia dominante.
(ARANHA; MARTINS, 1993, p. 50).
Coesão
Coesãoe
j) Um termo-síntese é o emprego de uma palavra ou
expressão que resume, a sintetiza uma ideia
anteriormente expressa.

Exemplo:

O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um


sem número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas.
Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

A palavra limitações sintetiza o que foi enunciado anteriormente,


ou seja, um sem número de papéis e de taxas.
Coesão
Coesãoe
j) Um termo-síntese é o emprego de uma palavra ou
expressão que resume, a sintetiza uma ideia
anteriormente expressa.

Exemplo:

O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um


sem número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas.
Todas essas limitações acabam prejudicando o importador.

A palavra limitações sintetiza o que foi enunciado anteriormente,


ou seja, um sem número de papéis e de taxas.
Coesão
Coesão e Coerência

“Os processos de coesão dão conta da


estruturação da sequência do texto (seja por
recursos conectivos ou referenciais); não são
simplesmente princípios sintáticos. Constituem
os padrões formais para transmitir
conhecimentos e sentidos”.
(Marcuschi, 2008)
Mas o que é
mesmo coerência?
MÃE, SÓ TEM UMA!
A professora mandou os alunos escreverem uma redação que terminasse
com: "Mãe...só tem uma".
No dia seguinte, ela chama o Giovani (são paulino) para ler sua
composição e o garoto assim começa: "Eu estava doentinho, espirrando,
tossindo, febril, não conseguia comer nada, não podia brincar, nem vir à escola.
Aí, de noite, a mamãe esfregou Vick Vaporup no meu peitinho, me deu um
leitinho quente com um comprimidinho, me cobriu, eu dormi e, no dia seguinte,
acordei bonzinho e feliz. Mãe... só tem uma.“ A classe toda aplaudiu, a
professora elogiou, deu dez para o Giovani.
Chamou o Carlos (palmeirense), que já foi logo lendo a dele: "Eu tinha
prova de Conhecimentos Gerais no dia seguinte, não sabia nada, não conseguia
decorar nada, comecei a chorar, achando que ia tirar zero. Aí a mamãe sentou
do meu lado, pegou o livro, me explicou tudo direitinho, tomou a minha lição e
eu fui dormir sossegado. Quando acordei senti que sabia tudo, vim à escola. Fiz
a prova e tirei dez. Mãe... só tem uma". A classe, emocionada, também aplaudiu
Carlos. A professora deu dez para ele também.
Desta vez chamou o Wandergleidson Júnior (corintiano): "Cheguei no
barraco, minha mãe que estava na cama com um cara que não conheço,
diferente do cara da semana passada, gritou para mim: Wandergleidson Júnior,
seu menino preguiçoso, vai lá na geladeira e traz duas cerveja. Aí eu abri a
geladeira e gritei pra ela: Mãe... só tem uma!"
Coerência
Coesão e Coerência
•“A coerência está diretamente ligada à
possibilidade de se estabelecer um sentido para
o texto […] princípio de interpretabilidade,
ligada ao texto numa situação de comunicação e
à capacidade que o receptor tem para calcular o
sentido desse texto”
•“Esse sentido, evidentemente, deve ser do todo,
pois a coerência é global”
•“Estabelecer no texto uma forma de
UNIDADE”.
Coerência
Coesão e Coerência
Vale ressaltar que:

•O texto não é nem deixa de ser coerente em si


mesmo, mas é coerente ou não para alguém em
determinada situação.
•A coerência pode ser determinada por elementos
linguísticos materializados no texto OU ser
inferida a partir dos outros fatores de
textualidade...
Coerência
Coesão e Coerência
Coerência Textual
Coesão e Coerência

A coerência não está no texto, não nos é possível


aponta-la, destaca-la, sublinhá-la ou coisa que o
valha, mas somos nós, leitores em um efetivo
processo de interação com o autor e texto,
baseados nas pistas que nos são dadas e nos
conhecimentos que possuímos, que construímos
a coerência.
Vezes infinito? Por que as unhas crescem?
Oito Anos
Coesão e Coerência
Adriana Calcanhoto
Quem é Jesus Cristo? Por que o sangue corre?
Onde estão meus primos? Por que que a gente
morre?
Por que você é flamengo Well, well, well
E meu pai botafogo? Gabriel... Do que é feita a nuvem?
O que significa Well, Well, Well, Well... Do que é feita a neve?
"impávido colosso"? Como é que se escreve
Por que o fogo queima? Re...vèi...llon
Por que os ossos doem Por que a lua é branca?
Enquanto a gente dorme? Por que a terra roda? Well, Well, Well
Por que os dentes caem? Por que deitar agora? Gabriel...(4x)
Por onde os filhos saem?
Por que as cobras matam?
Por que os dedos murcham Por que o vidro embaça?
Quando estou no banho? Por que você se pinta?
Por que as ruas enchem Por que o tempo passa?
Quando está chovendo?
Por que que a gente
Quanto é mil trilhões espirra?
Coerência Textual
Coesão e Coerência
Coesão e coerência  sofreram mudanças
conceituais.

A coesão não é condição necessária nem


suficiente da coerência: as marcas de coesão
encontraram-se no texto (“tecem o tecido do
texto”), enquanto a coerência não se encontra no
texto, mas constrói-se a partir dele, em dada
situação comunicativa, com base em uma série de
fatores de ordem semântica, cognitiva,
pragmática e interacional.
Textual
Coesão e Coerência

Citação
Coerência Textual
Coesão e Coerência
Princípio da Interpretabilidade
Coesão e Coerência

CHAROLLES (1983): Sempre que for possível


aos interlocutores construir um sentido para o
texto, este será, para eles, nessa situação de
interação, um texto coerente. Ou seja, sempre
que se faz necessário realizar algum cálculo do
sentido, com apelo a elementos contextuais – em
particular os de ordem sociocognitiva e
interacional –, já estamos no domínio da
coerência.
Princípio da Interpretabilidade
Coesão e Coerência
Sobrevivência na selva de pedra
Carlos Heitor Cony

Rio de Janeiro - vou transcrever uma pequena coluna de


um amigo que já morreu, o Leon Eliachar, que tem como
título “Como evitar um assalto”. É sobre a violência e
funciona como um manual de sobrevivência nas grandes
cidades. Foi pensada em forma de mandamentos e escrita
no Rio de Janeiro. O Leon morreu há uns 10 anos, e a
coluna deve ter outros tantos. Sem tirar nem pôr uma
única letra, parece ter sido escrita hoje. Vamos a ela:
Princípio da Interpretabilidade
Coesão e Coerência
1. não sair de casa;

2. não ficar em casa;

3. se sair, não sair sozinho, nem acompanhado;

4. se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé nem de


carro;

5. se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem


parar;
Princípio da Interpretabilidade
Coesão e Coerência
6. se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua,
nem nas calçadas, nem nos sinais. Melhor deixar o carro na
garagem e pegar o transporte coletivo;

7. se pegar transporte coletivo, não pegar ônibus, nem táxi,


nem van, nem metrô, nem trem, nem carona;

8. se decidir ficar em casa, não ficar sozinho, nem


acompanhado;

9. se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta,


nem fechada;

10. como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito


é ficar no ar.
Mas não num avião.
Princípio da Interpretabilidade
Coesão e Coerência
Curiosamente, o próprio Leon não seguiu os conselhos que deu.
Foi assassinado no banheiro de seu apartamento, num prédio
do morro da Viúva, no Rio. O caso dele teria sido passional: ele
se apaixonara por uma mulher casada. Chamava-a de “meu
amor terminal” – o que foi acima de tudo uma verdade.
Nascera no Cairo, era por conseguinte um cairota – segundo
ensinam os dicionários. Não me lembro mais como terminaram
as investigações sobre o crime que o matou. Parece que o
marido da moça foi o mandante – não tenho certeza.
De qualquer forma, o Leon poderia ter acrescentado um
mandamento aos dez que bolou: “não amar a mulher do
próximo, nem a própria”.
Fonte: Folha de São Paulo.
Princípio da Interpretabilidade
Coesão e Coerência
Brasil do B
Josias de Souza

BRASÍLIA - Brasil bacharel. Biografia bordada, brilhante. Bom


berço. Bambambã. Bico bacana, boquirroto. Bastante blablablá.
Baita barulho. Bobagem, besteira, blefe. Batente banho-maria.
Bússola biruta. Baqueta bêbada.
Brasil Biafra. Breu. Barbárie boçal. Barraco barrento. Barata.
Bacilo. Bactéria. Bebê buchudo, borocoxô. Bolso banido. Boca
banguela. Barriga baldia. Barbeiragem. Bastaria bóia, baião-de-
dois.
Brasil Bélgica. Brancura. Black-tie. Badalação brega. Boa brisa.
Bens. Banquetes. Brindes. Brilho besta. Bonança bifocal. BMW:
blindagem. Bolsa balofa: babau, baby.
Brasil bordel. Bancadas bandoleiras, buscando boquinhas, brechas,
benesses. Bruma, biombo, bastidor barato. Balcão. Barganha.
Bazar. Banda bandida. Bando bandalho. Baiano. Barbalho. Briga
besta. Bagunça.
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Coesão e Coerência
Brasil benemerente. Bonança. Brasília bondosa.
Banqueiro bajulado, beneficiado, bafejado. Bancarrota
brecada. Balancete burlado. Bem-bom. Boca-livre.
Brioche, bom-bocado. Bilheteria, borderô.
Brasil baixada. Borrasca. Barro. Buraqueira. Boteco.
Bagulho. Birita. Bílis. Bochincho. Bebedeira. Bofete.
Bordoada. Berro. Bololô. Bafafá. Bazuca. Baioneta. Bala.
Bangue-bangue. Blitz. Bloqueio. Boletim. Bíblia. Bispo.
Beato. Benzedeira.
Brasil benfazejo. Boleiro. Bate-bola. Bossa. Balangandã.
Balacobaco. Boêmia. Barzinho. Bumbo. Batucada.
Balancê. Bole-bole. Beleza beiçola. Beldade. Biquíni.
Bumbum buliçoso. Boazuda. Beijo. Beliscão.
Balada boba, burlesca. Basta.
Princípio da Interpretabilidade

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