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SÉRGIO, Antônio Ferreira .Evolução Das Ideias Da Física (p.

11-59) primeiro
capítulo. A Ciência na Antiguidade. São Paulo. Editora Livraria da Física, 2011.

“ A astronomia na Babilônia alcançou, especialmente nos sécs. II e III a.C., um nível


de desenvolvimento matemático igualado somente ao dos gregos do período
helenístico, conquanto diferente em conteúdo e modo de operação “(p.12).

O sistema numérico babilônico era bem desenvolvido em 2000 a.C.. Usavam tabelas
de multiplicação, potência e raízes para facilitar os cálculos. Além disso,
desenvolveram a Astronomia motivados pela agricultura, religião, astrologia e
confecção de calendários, com isso, a prática da Astronomia, na Babilônia, tinha
uma significado político e principalmente religioso; os astrônomos trabalhavam em
templos religioso. Eles possuíam técnicas matemática para lidar com cálculos
envolvendo números grandes e operações complicadas.

“ No início do séc. VI a.C. surgiram novos modelos de pensamento, que algumas


vezes estavam misturados com a mitologia. Um grupo de pensadores na Jônia, nas
costas do mar Egeu (hoje Turquia), iniciou um questionamento sobre a natureza do
mundo no qual viviam. Tentaram entender do que as coisas eram feitas, quais eram
suas origens e como ocorria o processo de mudança (como as coisas surgiram e
como se transformavam umas nas outras).[...] Queriam entender a origem e a
natureza do mundo físico ”(p.13-14).

O primeiro filósofo jônico, Tales, da cidade de Mileto. Visitou o Egito, de onde trouxe
para a Grécia a Geometria abstrata e a Astronomia. Foi o primeiro a dar uma
explicação natural para a origem do mundo, afirmando que tudo se origina da água.
Já Anaximandro, substitui a ideia de Tales (a água como elemento básico) por uma
substância indeterminada, ilimitada, e possuindo movimento próprio, que foi
chamado de apeíron (dessa substância surgiu uma semente que deu origem ao
Cosmos). No entanto, Anaxímenes, estava convencido de que o ar era a substância
básica de todas as coisas. Os jônicos consideravam a substância do mundo de
origem orgânica e imortal, eles não questionaram o problema da origem e causa do
movimento .

“ Os pitagóricos consideravam que a essência das coisas não era um princípio


material, como os filósofos jônicos, ou seja, um princípio imaterial, identificado à
razão. Acreditando que a ordem no cosmo era fundamental matemática, afirmavam
que o homem era capaz de descobrir as harmonias do Universo pela contemplação
do movimento regular nós céus. As ideias não procediam de observações, mas de
hipóteses baseadas na intuição matemática e na estática, ainda arraigadas
fortemente na religião ”(p.18).

Para os pitagóricos os números eram sagrados e eternos. Eles foram os primeiros


tentarem dar o conhecimento da Natureza uma fundamentação quantitativa
matemática. Acreditavam que todas as coisas podiam ser derivadas dos números
inteiros. Pitágoras foi a primeira pessoa que menciona a Terra era uma esfera e o
primeiro a usar a palavra Cosmos para indicar um Universo harmonioso. Já
Heráclito, zombava do conhecimento amplo dos pitagóricos. Para ele não havia
elementos dos quais as coisas eram formadas, mas sim o fluxo de continuo, um
processo constante de transformação, e disse que a unidade e a forma subjacente
na Natureza só podiam ser conhecidas pela razão. Entretanto, Parmênides
acreditava que tudo que existe sempre existiu, e nada do que existe pode se
transformar em nada e somente pelo pensamento racional podemos chegar à
verdade.

O fundador da dialética, Zenão de Eléia, acreditava que a natureza era contínua,


defendeu a doutrina do mestre apresentado um conjunto de provas contra a
possibilidade da existência do movimento. Em seu mais famoso paradoxo, afirma
que Aquiles (corredor veloz), não poderia ultrapassar uma tartaruga em uma corrida
se ela tivesse saindo na frente. Em outro paradoxo Zenão argumenta que uma
flecha em voo está em repouso. E por fim, Anaxágoras, acreditava que a Natureza
era composta por uma infinidade de partículas minúsculas, que chamou de
sementes. Afirmou que o Sol e as estrelas eram corpos sólidos incandescentes
contradizendo a ideia religiosa dos atenienses, que acreditavam que os corpos
celestes eram entidades divinas, por essa ideia foi exilado de Atenas e acreditava
que a Terra era achatada.

“ Nos meados do séc. V a.C., Leucipo de Mileto, [...] apresentavam uma visão
mecanicista do Universo. Segundos eles, o mundo era constituído de uma infinidade
de pequenos átomos, invisíveis a olho nu, eternos, imutáveis e indivisíveis, que se
moviam aletoriamente ”(p.24).
Para Demócrito, as mudanças no Universo ocorriam devido ao movimento aleatório
dos átomos e não devido à intervenção de uma mente externa. Já Epicuro disse que
os átomos além de ter tamanho e forma tinham também peso. Enquanto,
Empédocles identificou quatro elementos dos quais todas as coisas materiais eram
constituídas: fogo, ar, terra, água.

“ Sócrates, nascido em torno do ano 470 a.C. foi o primeiro do grande trio, que inclui
Platão e Aristóteles, responsáveis pelo lançamento dos fundamentos filósofos da
cultura ocidental “(p.26-27).

Sócrates teve como principal interesse a ética e a crítica do discurso. Seu método de
crítica, a dialética, de certa forma constitui a arte da argumentação, levando o
opositor, em uma discussão, a reconhecer explicitamente as contradições que suas
crenças causam no argumento

“ Aristocles, mais conhecido como Platão (427-348 a.C.), discípulo de Sócrates,


fundou, a Academia [...] onde jovens podiam se dedicar a estudos avançados.[...] A
filosofia de Platão recebeu inúmeras interpretações não só devido à sua
complexidade.[...] Seu objetivo era o conhecimento das verdades essenciais que
determinam a realidade - a teoria do universal “(p.27).

Platão, acreditava que os sentidos nos mostram as coisas como múltiplas e


mutáveis, enquanto que a razão nos mostra sua unidade e permanência. Ele dividiu
a realidade em duas partes. A primeira parte é o mundo dos sentidos, ou mundo das
aparências, onde é apenas conhecimento aproximado e imperfeito. Outro parte é o
mundo das ideias, imutáveis e perfeitas, aonde podemos ter o conhecimento
somente através do raciocínio, com isso, esse mundo para Platão, era o único que
podia ser considerado real, enquanto o mundo material, era apenas uma réplica
imperfeita dessas ideias. Além disso, ele aceitava a crença da reencarnação, pois
acreditava que primeiro recebermos as formas em uma existência anterior na qual a
alma não estava sujeita às imperfeições do corpo. Sua famosa parábola chamada
de alegoria da caverna, aonde falava a questão de estar preso ao único
pensamento, com isso, se libertar da alienação do pensando, que devemos buscar
variedades de alternativa para chegar a conclusão.

“ A filosofia grega teve seu auge com Aristóteles, que nasceu em 384 a.C. em
Estagira, uma cidade grega na Macedônia.[...] Aristóteles foi o primeiro filósofo a
apresentar um sistema compreensível do mundo.[...] Ele enfatizou a necessidade de
a Filosofia começar com as experiências sensoriais, ou dados do mundo real, e a
partir delas proceder para regras gerais. Ele foi um escritor prolífico, sua obra é
variada e numerosa; escreveu sobre Lógica, Física, Metafísica, Biologia, Érica,
Política e Retórica, mas infelizmente a maior parte de sua obra se perdeu “(p.32-33)

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